Com Vale (VALE3) de volta ao topo, confira as ações mais indicadas para lucrar na reta final de 2021
Com apenas uma indicação no mês passado, o gás da mineradora dava indícios de estar acabando, mas em dezembro a Vale mostrou que ainda tem muito combustível para gastar
Existem diversas técnicas disponíveis para os atletas de maratona na hora de encarar uma prova. Alguns são adeptos à constância e buscam manter o mesmo ritmo do início ao fim; outros optam por uma disparada inicial para garantir a dianteira já na largada e administram a vantagem nos quilômetros restantes.
Na corrida financeira protagonizada pelas empresas da bolsa brasileira, a Vale (VALE3) parecia optar pela primeira tática. Até setembro, a mineradora estava sempre entre as líderes na disputa da Ação do Mês do Seu Dinheiro, acumulando 21 aparições consecutivas no pódio.
Até que, no mês seguinte, faltou fôlego e a empresa desapareceu dos primeiros lugares da seleção que reúne os papéis preferidos dentro das carteiras recomendadas dos analistas. Sentindo o peso da forte queda do minério de ferro no período, foi ultrapassada pela concorrência.
VEJA TAMBÉM: Vale (VALE3) está BARATA? Ação tem espaço para pagar mais DIVIDENDOS | Entenda
Durante dois meses, ficou difícil até para nós — que observamos essa maratona de perto e relatamos todos os movimentos para você — distinguir a Vale entre o pelotão de ações com pouco destaque para as corretoras. Com apenas uma indicação em novembro, o gás da empresa dava indícios de que, assim como o ano, estava chegando ao fim.
Mas eis que, próximo ao fim da disputa, a Vale mostrou que não estava sem combustível: na verdade, a estratégia da companhia consistia em guardar fôlego para os últimos quilômetros. Com o asfalto todo esburacado pela quebradeira fiscal e a descoberta de uma nova variante do coronavírus assustando a todos, eles exigiram muito mais força dos participantes.
Além de ser a preferida para dezembro, a Vale ela também foi a ação mais recomendada do ano, aparecendo no pódio em dez meses. Em sete deles a mineradora esteve em primeiro lugar, enquanto as outras três aparições foram na segunda posição.
Leia Também
O Itaú Unibanco (ITUB4), que vinha liderando o último trecho da maratona, teve que se contentar com o segundo lugar. Indicada como uma das ações preferidas por seis corretoras neste mês, a mineradora ultrapassou o banco, rasgou a fita primeiro e ficou com a medalha de ouro.
Além de perder a ponta no final do da disputa, o Itaú viu outras duas empresas encostarem para dividir a medalha de prata. Com três indicações cada, Gerdau (GGBR4) e PetroRio (PRIO3) também conquistaram o segundo lugar.
Vale destacar também as empresas que empataram na disputa pelo bronze. São elas: Banco do Brasil (BBSA3), Bradesco (BBDC4) e Vibra Energia (VBBR3), recomendadas por duas corretoras cada. Confira aqui todos os papéis apontados pelas 14 corretoras consultadas pelo Seu Dinheiro:
Entendendo a Ação do Mês: todos os meses, o Seu Dinheiro consulta as principais corretoras do país para descobrir quais são suas apostas para o período. Dentro das carteiras recomendadas, normalmente com até 10 ações, os analistas indicam as suas três prediletas. Com o ranking nas mãos, selecionamos as que contaram com pelo menos duas indicações.
Vale (VALE3) — queda do minério não assusta
Depois de dois meses sumida, a Vale (VALE3) fez um retorno triunfal ao lugar mais alto do pódio da Ação do Mês do Seu Dinheiro. A mineradora permaneceu entre as ações preferidas da Órama e apareceu no top 3 da Mirae, Modalmais, Nova Futura, Terra Investimentos e Warren.
Com isso, ela retoma a trajetória vitoriosa que, até setembro, ostentava a marca de 21 meses consecutivos no pódio. Agora a contagem se inicia novamente, mas quem seguiu a recomendação desde lá já acumulou valorização de cerca de 66%.
O que explica a sua volta ao posto de queridinha dos analistas? Sabemos que o mesmo vilão que a prejudicou no passado continua assombrando as ações: o minério de ferro, carro-chefe da companhia, fechou novembro em queda de 3,9%, o quinto recuo mensal seguido.
Apesar disso, as perspectivas para a commodity melhoraram significativamente. A China ainda pressiona as cotações, mas o pacote de estímulos de US$ 1,2 trilhão aprovado nos Estados Unidos traz alívio ao setor.
Serão gastos cerca de US$ 550 bilhões apenas em estradas, pontes, ferrovias, hidrovias, rede elétrica, internet de alta velocidade e outras obras públicas que demandarão commodities como o aço durante alguns anos.
E, nesse quesito, a Vale sai na frente da concorrência: a qualidade de seu minério de ferro é referência no mercado global. Além disso, é capaz de suprir a demanda extra, conforme destaca a Órama em sua recomendação.
“A companhia possui algumas plantas que estão paradas e assim, mesmo que a demanda por minério aumente, será possível honrar os pedidos sem grandes problemas”, escrevem os analistas.
Os dividendos robustos distribuídos pela mineradora também são um atrativo a parte para os investidores. Os pagamentos, que já somavam R$ 73 bilhões até setembro, são os maiores entre as empresas listadas na B3.
Com o endividamento devidamente controlado, nem mesmo as obrigações financeiras com os desastres de Mariana e Brumadinho devem impedir a empresa de continuar presenteando seus acionistas com as somas bilionárias.
Gerdau (GGBR4) — explorando a cadeia do aço
Saindo das menções honrosas para o segundo lugar, uma das três medalhas de prata da nossa seleção também está inserida na cadeia do aço. Mas, ao contrário da Vale, a Gerdau (GGBR4) se destaca pela diversificação na exposição ao produto.
A siderúrgica, que acumula alta de quase 1% no que foi mais um mês difícil para as ações brasileiras, garantiu o pódio ao estrear em grande estilo entre as indicações favoritas de Ativa, Inter e Modalmais e também é bem vista por casas de análise.
O Itaú BBA, por exemplo, recomenda a compra para os papéis preferenciais da empresa e estima um potencial de alta de 33% na cotação. Segundo os analistas, Gerdau também pode ser uma boa defesa para o patrimônio em ano eleitoral, já que boa parte da sua receita é dolarizada.
Com unidades nos Estados Unidos, a siderúrgica brasileira também deve pegar na veia o impulso do pacote de estímulos à infraestrutura recém-aprovado pelo governo de Joe Biden.
Para os analistas do Inter, a Gerdau “está bem posicionada para aproveitar as oportunidades e sobrepor os desafios” esperados para o próximo ano. O banco destaca que os resultados do terceiro trimestre já superaram “de longe” as suas projeções, e as perspectivas para o final do ano são otimistas.
Para quem gosta de proventos, o papel também é uma boa escolha. No mês passado foram distribuídos R$ 2,7 bilhões em dividendos e juros sobre o capital próprio (JCP).
VEJA TAMBÉM: GGBR4, USIM5 e CSNA3: Ações das SIDERÚRGICAS brasileiras estão BARATAS I Veja se é hora de comprar
Itaú Unibanco (ITUB4) — Bancão com “B” maiúsculo
Apesar de ter perdido a primeira posição, o Itaú Unibanco (ITUB4) conseguiu segurar o segundo lugar entre as ações mais recomendadas pelas corretoras. O banco é mais uma vez um dos preferidos da Guide e Santander e passou a integrar o top 3 da Terra.
Os resultados da instituição financeira — cujo lucro líquido superou as expectativas dos analistas e avançou 34,8%, para R$ 6,7 bilhões no terceiro trimestre — e sua disposição para correr atrás das fintechs são um dos principais atrativos para os analistas
O Iti, sua marca digital, bateu os 10 milhões de clientes no período, com 2,2 milhões de novos CPFs. Ao todo já são 5,7 milhões de novos clientes digitais neste ano, considerando o aplicativo Itaú.
O bancão também indicou ao mercado que um dos seus objetivos é tornar-se cada vez mais internacional ao aumentar mais uma vez sua participação no CorpBanca. A história com o banco chileno começou em 2014, em uma operação que incluiu sua maior fusão fora das fronteiras nacionais.
Agora, com uma nova transação de US$ 3,7 bilhões, o Itaú assumiu o controle acionário do CorpBanca e ampliou sua presença no Chile e na Colômbia, onde a instituição financeira chilena também encontra-se bem posicionada.
Por fim, um empurrãozinho do cenário macroeconômico aumenta ainda mais o apelo das ações no banco nos próximos trimestres: o ciclo de alta da Selic.
A taxa básica de juros brasileira, que influencia as taxas cobradas no crédito pessoal e imobiliário, engatou seis elevações seguidas neste ano e promete subir ainda mais antes do final de 2021, encerrando o ano em 9,25%.
PetroRio (PRIO3) — estratégia eficiente agrada
A terceira medalha de prata da seleção esperou até o final do ano para sair da sombra das menções honrosas e desbancar a Petrobras (PETR4) no posto de petroleira preferida das corretoras.
Para isso, a PetroRio (PRIO3) manteve-se no top 3 da Warren e conquistou um lugar entre as favoritas da Ativa e Toro em dezembro.
A companhia, que é a maior produtora independente de petróleo do país, é beneficiada pela alta nos preços da commodity. No auge da pandemia, o barril chegou a ser vendido por US$ 20; agora a cotação já está próxima aos US$ 70.
E, segundo o Goldman Sachs, há mais espaço para alta. Com a demanda aquecida, os analistas atualizaram suas projeções e apostam que o preço deve chegar a US$ 90 neste final de ano, contra previsão anterior de US$ 80.
O mercado também gosta do posicionamento da empresa em relação à exploração do produto. Conforme explica a Toro Investimentos, o foco está no desenvolvimento de poços maduros e “não mais na descoberta de campos, estratégia que possui um alto risco e exige investimentos pesados”.
Dentro dessa estratégia, um alvo em especial animou os investidores. Os consórcios das quais a PetroRio participa foram escolhidos para a negociação final com a Petrobras para a aquisição dos campos de Albacora e Albacora Leste.
As estimativas apontam para uma cifra próxima aos US$ 4 bilhões, no que seria a maior aquisição da história da empresa. Os ativos, que fazem parte do plano de desinvestimentos da estatal, podem dobrar a produção da PetroRio, de acordo com o Credit Suisse.
Repercussão — queda é motivo para desespero ou compra?
Com a PEC dos Precatórios ainda em tramitação no Congresso, o ruído fiscal não deu trégua para a bolsa. Juntando o enrosco político à descoberta da variante ômicron e ao novo discurso do presidente do banco central dos Estados Unidos sobre a inflação no país, o resultado foi o quinto mês seguido de queda do Ibovespa. O principal índice acionário brasileiro encerrou novembro com um recuo de 1,53%.
Mas, apesar da nova derrota do índice, a tabela com as ações recomendadas está menos vermelha do que no mês passado. Os campeões de novembro, Itaú e JBS (JBSS3) — que recuaram 4,65% e 6,58%, respectivamente — estão entre as quedas, mas longe de serem os destaques negativos do período.
Entre as ações preferidas deste mês, a Gerdau foi a única a registrar ganhos, com alta de 0,94%. A Vale recuou 2,85% e a PetroRio caiu 15,45%, o que pode significar uma boa oportunidade de compra a preços descontados para quem seguir a recomendação. Veja a lista completa:
Antes de ir embora, confira também duas ações que podem explodir com o metaverso e inscreva-se no canal do Seu Dinheiro para mais conteúdos exclusivos sobre investimentos:
Ainda vale a pena investir nos FoFs? BB-BI avalia as teses de seis Fundos de Fundos no IFIX e responde
Em meio ao esquecimento do segmento, o analista do BB-BI avalia as teses de seis Fundos de Fundos que possuem uma perspectiva positiva
Bolsas renovam recordes em Nova York, Ibovespa vai aos 147 mil pontos e dólar perde força — o motivo é a inflação aqui e lá fora. Mas e os juros?
O IPCA-15 de outubro no Brasil e o CPI de setembro nos EUA deram confiança aos investidores de que a taxa de juros deve cair — mais rápido lá fora do que aqui
Com novo inquilino no pedaço, fundo imobiliário RBVA11 promete mais renda e menos vacância aos cotistas
O fundo imobiliário RBVA11, da Rio Bravo, fechou contrato de locação com a Fan Foods para um restaurante temático na Avenida Paulista, em São Paulo, reduzindo a vacância e ampliando a diversificação do portfólio
Fiagro multiestratégia e FoFs de infraestrutura: as inovações no horizonte dos dois setores segundo a Suno Asset e a Sparta
Gestores ainda fazem um alerta para um erro comum dos investidores de fundos imobiliários que queiram alocar recursos em Fiagros e FI-Infras
FIIs atrelados ao CDI: de patinho feio à estrela da noite — mas fundos de papel ainda não decolam, segundo gestor da Fator
Em geral, o ciclo de alta dos juros tende a impulsionar os fundos imobiliários de papel. Mas o voo não aconteceu, e isso tem tudo a ver com os últimos eventos de crédito do mercado
JP Morgan rebaixa Fleury (FLRY3) de compra para venda por desinteresse da Rede D’Or, e ações têm maior queda do Ibovespa
Corte de recomendação leva os papéis da rede de laboratórios a amargar uma das maiores quedas do Ibovespa nesta quarta (22)
“Não é voo de galinha”: FIIs de shoppings brilham, e ainda há espaço para mais ganhos, segundo gestor da Vinci Partners
Rafael Teixeira, gestor da Vinci Partners, avalia que o crescimento do setor é sólido, mas os spreads estão maiores do que deveriam
Ouro cai mais de 5% com correção de preço e tem maior tombo em 12 anos — Citi zera posição no metal precioso
É a pior queda diária desde 2013, em um movimento influenciado pelo dólar mais forte e perspectiva de inflação menor nos EUA
Por que o mercado ficou tão feliz com a prévia da Vamos (VAMO3) — ação chegou a subir 10%
Após divulgar resultados operacionais fortes e reforçar o guidance para 2025, os papéis disparam na B3 com investidores embalados pelo ritmo de crescimento da locadora de caminhões e máquinas
Brava Energia (BRAV3) enxuga diretoria em meio a reestruturação interna e ações têm a maior queda do Ibovespa
Companhia simplifica estrutura, une áreas estratégicas e passa por mudanças no alto escalão enquanto lida com interdição da ANP
Inspirada pela corrida pelo ouro, B3 lança Índice Futuro de Ouro (IFGOLD B3), 12° novo indicador do ano
Novo indicador reflete a crescente demanda pelo ouro, com cálculos diários baseados no valor de fechamento do contrato futuro negociado na B3
FII RCRB11 zera vacância do portfólio — e cotistas vão sair ganhando com isso
O contrato foi feito no modelo plug-and-play, em que o imóvel é entregue pronto para uso imediato
Recorde de vendas e retorno ao Minha Casa Minha Vida: é hora de comprar Eztec (EZTC3)? Os destaques da prévia do 3T25
BTG destaca solidez nos números e vê potencial de valorização nas ações, negociadas a 0,7 vez o valor patrimonial, após a Eztec registrar o maior volume de vendas brutas da sua história e retomar lançamentos voltados ao Minha Casa Minha Vida
Usiminas (USIM5) lidera os ganhos do Ibovespa e GPA (PCAR3) é a ação com pior desempenho; veja as maiores altas e quedas da semana
Bolsa se recuperou e retornou aos 143 mil pontos com melhora da expectativa para negociações entre Brasil e EUA
Como o IFIX sobe 15% no ano e captações de fundos imobiliários continuam fortes mesmo com os juros altos
Captações totalizam R$ 31,5 bilhões até o fim de setembro, 71% do valor captado em 2024 e mais do que em 2023 inteiro; gestores usam estratégias para ampliar portfólio de fundos
De operário a milionário: Vencedor da Copa BTG Trader operava “virado”
Agora milionário, trader operava sem dormir, após chegar do turno da madrugada em seu trabalho em uma fábrica
Apesar de queda com alívio nas tensões entre EUA e China, ouro tem maior sequência de ganhos semanais desde 2008
O ouro, considerado um dos ativos mais seguros do mundo, acumulou valorização de 5,32% na semana, com maior sequência de ganhos semanais desde setembro de 2008.
Roberto Sallouti, CEO do BTG, gosta do fundamento, mas não ignora análise técnica: “o mercado te deixa humilde”
No evento Copa BTG Trader, o CEO do BTG Pactual relembrou o início da carreira como operador, defendeu a combinação entre fundamentos e análise técnica e alertou para um período prolongado de volatilidade nos mercados
Há razão para pânico com os bancos nos EUA? Saiba se o país está diante de uma crise de crédito e o que fazer com o seu dinheiro
Mesmo com alertas de bancos regionais dos EUA sobre o aumento do risco de inadimplência de suas carteiras de crédito, o risco não parece ser sistêmico, apontam especialistas
Citi vê mais instabilidade nos mercados com eleições de 2026 e tarifas e reduz risco em carteira de ações brasileiras
Futuro do Brasil está mais incerto e analistas do Citi decidiram reduzir o risco em sua carteira recomendada de ações MVP para o Brasil
