Os segredos da bolsa: semana cheia tem balanços de gigantes, decisão do Fed e mais estímulos
Temporada de balanços começa para valer, com Vale, Petrobras, Apple, Amazon e várias outras gigantes; mercado aguarda novo pacote de estímulos nos EUA

Depois de uma semana relativamente esvaziada, local e externamente, os mercados entram na última semana de julho cheios de expectativa. Diversos acontecimentos políticos, macroeconômicos e corporativos devem ditar o tom das negociações.
Logo nesta segunda-feira (27) já devem ser divulgados os termos do novo pacote de estímulos trilionário do governo americano, que vinha sendo discutido na semana passada.
Entre os principais dados econômicos, teremos a divulgação de dados preliminares de Produto Interno Bruto (PIB) em vários países da Europa e nos Estados Unidos, além de decisão de juros pelo Federal Reserve (Fed), o banco central americano. Por aqui, saem os dados de emprego do Caged no país.
Finalmente, o calendário de balanços esquenta e temos os resultados mais importantes do mercado doméstico - Petrobras e Vale -, além de outros gigantes como Ambev, Santander, Bradesco e Usiminas. Lá fora, também serão divulgados resultados de companhias de peso, como Apple, Amazon, Alphabet (Google), Facebook, Boeing, Chevron e McDonald's.
O retorno do risco EUA vs. China
Os investidores começaram a semana passada entusiasmados com os avanços nas pesquisas para o desenvolvimento de vacinas contra o coronavírus, mais estímulos na Europa, e, no Brasil, também com a apresentação da proposta tributária do governo ao Congresso.
A agenda econômica e o calendário de balanços do segundo trimestre, porém, estavam um pouco vazios, não havendo gatilhos suficientes para impulsionar novas altas nas bolsas e uma descompressão maior no dólar.
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Ao contrário, o clima azedou com a divulgação de dados econômicos negativos nos Estados Unidos e sobretudo com o ressurgimento de um novo fator de risco no radar dos investidores: as tensões entre EUA e China.
O clima entre as duas potências voltou a pesar quando o governo americano ordenou o fechamento do consulado chinês em Houston, Texas, alegando que o gigante asiático promove ações de espionagem comercial e militar nos EUA.
Os chineses retaliaram ordenando o fechamento do consulado americano em Chengdu, capital da província de Sichuan. Segundo o governo americano, as atividades do consulado foram suspensas oficialmente na manhã desta segunda-feira (hora local).
A preocupação dos investidores é de que a nova escalada nas tensões entre os dois países prejudique o acordo comercial firmado em janeiro, que chegou a ser minimizado pelo presidente Donald Trump.
Em um momento em que a pandemia de covid-19 ainda preocupa os mercados, tudo que os investidores menos precisam é de um retorno do clima de guerra comercial já visto no ano passado.
Como resultado, o Ibovespa recuou 0,49% na semana passada, aos 102.381,58 pontos. Já o dólar, que teve um momento inicial de descompressão e depois um ajuste para cima, ainda conseguiu fechar a semana com queda de 3,24%, a R$ 5,2060.
Nesta semana, vale a pena continuar de olho na relação entre EUA e China, pois pode ser que o conflito tenha desdobramentos que abalem os mercados. Uma escalada nas tensões pode ser negativa para os mercados.
Mais estímulos à vista
Hoje é dia de acompanhar também a divulgação dos termos do novo pacote de ajuda do governo americano para combater os efeitos da pandemia de covid-19 na economia, que deve incluir uma nova rodada de cheques de US$ 1.200 a serem pagos aos americanos em agosto.
A expectativa é que o novo pacote totalize US$ 1 trilhão, que vêm se somar aos US$ 3 trilhões das medidas já anunciadas. Uma nova rodada de estímulos governamentais tende a ser bem recebida pelos mercados.
O secretário do Tesouro americano, Steve Mnuchin, disse neste domingo que "o governo e os republicanos estão completamente na mesma página" quanto ao pacote, e também disse acreditar que a oposição democrata no Congresso deve chegar rapidamente a um consenso.
De olho na Petrobras e na Vale
O noticiário corporativo nesta semana promete, a começar por Petrobras e Vale, que divulgam seus resultados do segundo trimestre. Os números da mineradora saem na quarta-feira (29), enquanto que os da estatal petroleira são divulgados na quinta, dia 30, ambos após o fechamento do mercado.
Na semana passada, as prévias operacionais de ambas as empresas decepcionaram os investidores e pesaram nos preços das ações.
A Vale divulgou crescimento de 5,5% na produção de minério na comparação anual, para 67,6 milhões de toneladas, um pouco abaixo do consenso de mercado. Já a Petrobras divulgou uma queda de 3,5% na produção de óleo e gás natural em comparação ao primeiro trimestre.
Saída de Rubem Novaes do BB e disputa pela AES Tietê
Ainda no noticiário corporativo, duas histórias que devem ver desdobramentos nesta semana são a da sucessão da presidência do Banco do Brasil e a disputa entre a Eneva e a americana AES pela fatia do BNDES na AES Tietê.
Na sexta-feira (24) à noite, o BB comunicou a renúncia de Rubem Novaes da presidência do banco. O executivo deve deixar o cargo já em agosto. A instituição ainda não anunciou seu sucessor, o que pode ocorrer nesta semana.
Entre os favoritos estariam o presidente do conselho do banco, Hélio Magalhães, alguns vice-presidentes do BB e até mesmo o atual presidente da Caixa, Pedro Guimarães.
Quanto à história das empresas de energia, nesta segunda-feira o conselho do BNDES vai se reunir para deliberar sobre as ofertas para a aquisição das suas ações da AES Tietê.
O banco tem interesse em vender a sua participação de 28,41% no capital da companhia, pela qual tanto a Eneva quanto a AES Corp, controladora da AES Tietê, fizeram ofertas.
A AES Corp ofereceu R$ 17,15 por ação, pagos integralmente em dinheiro, mais a migração da Tietê do nível 2 de governança da B3 para o Novo Mercado; porém, só manifestou interessem em comprar metade das ações do BNDES.
Já a Eneva ofereceu R$ 18,88 por ação para toda a participação do BNDES, pagos parcialmente em dinheiro e parcialmente em troca de ações, estendendo a oferta aos demais acionistas, caso o banco de fomento a aceite.
Não se esqueça do coronavírus
A pandemia de covid-19, é claro, continua no radar dos investidores, que ainda se preocupam com uma eventual segunda onda em países onde a doença já foi controlada.
No fim de semana, houve notícias de repiques ou aumento de casos na Coreia do Sul, no Japão e no estado australiano de Victoria. Na Europa, o Reino Unido colocou a Espanha novamente na lista de países inseguros para se visitar após novo surto no país ibérico.
Segundo a Universidade Johns Hopkins, a covid-19 já infectou 16,2 milhões de pessoas em todo o mundo, totalizando quase 649 mil mortes. Os Estados Unidos, epicentro global da doença, atingiu 4.234.020 infectados e 146.935 mortos. Já o Brasil teve, até agora, 2.419.091 infectados e 87.004 mortos.
Agenda da semana
Entre os dados locais mais importantes, temos os números do Caged, que apontarão a criação de vagas de emprego em junho.
- Terça-feira (28): Transações correntes e Caged de junho.
- Quarta-feira (29): PNAD Contínua mensal do trimestre terminado em junho.
- Quinta-feira (30): IGP-M de julho e de 12 meses e resultado primário do governo central em junho.
- Sexta-feira (31): resultado primário do setor público consolidado em junho.
No exterior, temos PIB de vários países da Europa e dos Estados Unidos, além de decisão de juros pelo Fed.
Na quarta-feira ocorre ainda uma audiência na Câmara dos Deputados americana com os CEOs das gigantes de tecnologia Amazon (Jeff Bezos), Apple (Tim Cook), Facebook (Mark Zuckerberg) e Google (Sundar Pinchai) para tratar do poder de mercado das companhias.
- Segunda-feira (27)
- Alemanha:
- Índice de sentimento das empresas (Ifo) de julho.
- EUA:
- Encomendas de bens duráveis de junho.
- Alemanha:
- Terça-feira (28)
- Alemanha:
- PIB do 2º trimestre (preliminar).
- EUA:
- Índice de confiança do consumidor de julho.
- Alemanha:
- Quarta-feira (29)
- EUA:
- Vendas pendentes de imóveis de junho.
- Estoques de petróleo e derivados na semana (Departamento de Energia - DoE).
- Decisão de política monetária do Fed.
- Audiência na Câmara dos Deputados com CEOs das gigantes de tecnologia.
- EUA:
- Quinta-feira (30)
- Zona do euro:
- Taxa de desemprego de junho.
- EUA:
- PIB do 2º trimestre (preliminar).
- Pedidos de auxílio-desemprego (semana até 18/07).
- China:
- Índices de gerentes de compras (PMIs) industrial e de serviços de julho.
- Zona do euro:
- Sexta-feira (31)
- França:
- PIB do 2º trimestre (preliminar).
- Espanha:
- PIB do 2º trimestre (preliminar).
- Itália:
- PIB do 2º trimestre (preliminar).
- Zona do euro:
- PIB do 2º trimestre.
- Índice de preços ao consumidor (CPI).
- França:
Calendário de balanços
É nesta semana que o calendário de balanços do segundo trimestre no Brasil começa para valer. Lá fora também temos a divulgação dos números de empresas importantes.
Lembrando que o período de abril a junho foi aquele em que a pandemia mais causou impacto na atividade econômica do Ocidente. Assim, a expectativa é de forte queda nos resultados corporativos. O que vale monitorar é se foram pior ou "menos piores" do que o esperado.
Na semana passada, os números de companhias como WEG e Tesla animaram os investidores. Nesta semana, teremos:
Brasil
- Segunda-feira (27): Carrefour (após o fechamento).
- Terça-feira (28): Cielo, Minerva e Smiles (todas após o fechamento).
- Quarta-feira (29): Localiza, Pão de Açúcar, EcoRodovias, Vale e Tim (todas depois do fechamento) e Santander (antes da abertura).
- Quinta-feira (30): Ambev, Usiminas e Bradesco (as três antes da abertura); Engie, Fleury e Petrobras (as três depois do fechamento).
- Sexta-feira (31): Gol (antes da abertura).
Exterior
- Terça-feira (28): Peugeot, Carrefour, 3M, Pfizer, McDonald's e Visa.
- Quarta-feira (29): Enel, Santander, Rio Tinto, Barclays, Deutsche Bank, General Electric, Boeing, General Motors e Facebook.
- Quinta-feira (30): Vivendi, AstraZeneca, Casino, Credit Suisse, Lloyds, Anglo American, Volkswagen, Telefónica, ArcelorMittal, Procter & Gamble, Mastercard, Anheuser-Busch InBev, ConocoPhillips, Amazon, Apple, Alphabet, Ford, Gilead.
- Sexta-feira (31): BNP Paribas, Air France KLM, ExxonMobil, Chevron e Caterpillar.
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