🔴 ESTA FERRAMENTA PODE MULTIPLICAR SEU INVESTIMENTO EM ATÉ 285% – SAIBA MAIS

Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com pós-graduação em Finanças Corporativas e Investment Banking pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Trabalhou com produção de reportagem na TV Globo e foi editora de finanças pessoais de Exame.com, na Editora Abril.
Semana de altos e baixos

Em semana de ‘cabo de guerra’ entre boas e más notícias, Ibovespa termina em baixa e dólar tem alívio

Tensão EUA-China e dados econômicos abaixo do esperado nos Estados Unidos pesaram negativamente nas bolsas; pacote de incentivo da União Europeia e reforma tributária contribuíram para queda do dólar ante o real

Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
24 de julho de 2020
18:58 - atualizado às 19:06
Imagem: Shutterstock

De um lado, avanços nas pesquisas de desenvolvimento de vacinas contra o coronavírus, a aprovação de um pacote de estímulo trilionário pela União Europeia, o envio da reforma tributária pelo governo brasileiro ao Congresso e dados econômicos positivos (e surpreendentes!) no Velho Continente.

De outro, uma nova escalada de tensões entre Estados Unidos e China e dados econômicos abaixo do esperado na potência norte-americana.

Na disputa entre as boas e as más notícias (para o mercado) nesta semana, o lado mais negativo acabou levando a melhor, pelo menos na bolsa. Até a quarta-feira, o Ibovespa vinha conseguindo se manter acima dos 104 mil pontos - na terça, chegou a superar os 105 mil pontos na máxima intradiária -, mas nos últimos dois dias predominou a realização de lucros, levando o índice a fechar com queda de 0,49% na semana, aos 102.381,58 pontos.

Nesta sexta, após um pregão instável, em que alternou altas e quedas, o principal índice acionário da B3 fechou "de lado", com leve alta de 0,09%.

Já as bolsas europeias e americanas fecharam em baixa hoje. O Dow Jones perdeu 0,68%, indo aos 26.469,89 pontos; o S&P 500 caiu 0,62%, aos 3.215,63 pontos; e o Nasdaq teve baixa de 0,94%, aos 10.363,18 pontos. O índice pan-europeu Stoxx 600 recuou 1,70%.

Com o dólar, a história foi um pouco diferente. A moeda americana fechou hoje em baixa de 0,15%, aos R$ 5,2060, acumulando queda de 3,24% na semana. O enfraquecimento da divisa, inclusive, foi global. A seguir, vou falar um pouco dos fatores que afetaram as negociações na semana.

Vacinas, pacotão europeu e reforma tributária

No início da semana, as bolsas no Brasil e no mundo foram beneficiadas pelos avanços nas pesquisas para o desenvolvimento das vacinas contra o coronavírus, que continua sendo o principal fantasma a assombrar a economia e os mercados.

Tanto a Pfizer e a BioNTech quanto a AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford obtiveram respostas imunes positivas dos voluntários dos seus estudos sem efeitos colaterais sérios. A China também reportou avanços nos estudos da sua vacina.

A notícia de que o governo americano já comprou 100 milhões de doses da vacina desenvolvida pela Pfizer em parceria com a BioNTech também foi bem recebida pelo mercado, dado que os Estados Unidos continuam sendo o país mais castigado pela pandemia de covid-19 no mundo.

Segundo a Universidade Johns Hopkins, o país já tem mais de 4 milhões de casos registrados da doença, totalizando quase 145 mil mortes.

Do lado econômico, o que animou os investidores no início da semana foi a aprovação, pela União Europeia, de um pacote orçamentário no valor de 1,8 trilhão de euros, que prevê um fundo de ajuda (envolvendo doações e empréstimos) de 750 bilhões de euros.

A medida ajudou a fortalecer a moeda única europeia frente ao dólar, contribuindo para a fraqueza global da moeda americana na semana. Outro fator que favoreceu o euro foram os PMIs (Índices de Gerentes de Compras) dos países europeus divulgados nesta sexta.

O PMI composto da zona do euro subiu de 48,5 em junho para 54,8 em julho - maior patamar em 25 meses e acima das expectativas dos analistas. Na Alemanha e no Reino Unido, os resultados também vieram acima de 50 - marca que indica expansão da atividade.

Fraqueza do dólar e força do real

O dólar perdeu 1,66% na semana ante uma cesta de moedas fortes e também apresentou perdas ante a maioria das moedas emergentes, sendo que o real a que mais se fortaleceu ante a moeda americana na semana.

Houve pelo menos um fator doméstico que contribuiu para o fortalecimento do real: a entrega (finalmente!) da reforma tributária do governo ao Congresso na terça-feira. O projeto prevê basicamente a unificação de PIS e Cofins num novo tributo que teria alíquota única de 12%.

Mais do que a proposta em si, que é apenas um primeiro passo e focada em apenas dois tributos, o que agradou o mercado foi a sinalização de que as reformas estão novamente caminhando e a postura do governo de ter uma atitude menos belicosa em relação ao Congresso.

A postura de diálogo sinalizada na ida do ministro da Economia Paulo Guedes ao Senado para entregar pessoalmente a proposta foi bem vista, pois pode indicar que o ambiente está finalmente propício para a aprovação das próximas reformas.

Tensão entre EUA e China e dados americanos abaixo do esperado

Nos últimos dois dias, porém, dois fatores negativos pesaram nas bolsas americanas, europeias e também na B3. E na ausência de novos fatores positivos que pudessem impulsionar ainda mais os preços das ações, os investidores preferiram realizar os ganhos recentes. Afinal, até segunda-feira, dia 20 de julho, o Ibovespa já acumulava alta de quase 10% no mês.

O primeiro fator é geopolítico. Os Estados Unidos ordenaram o fechamento do consulado chinês em Houston, Texas, acusando a China de espionagem comercial e militar. Os chineses retaliaram nesta sexta, fechando o consulado americano na cidade de Chengdu, capital da província de Sichuan.

Os investidores temem que essas novas tensões azedem o acordo comercial firmado entre as duas potências em janeiro. Ontem à noite, o presidente americano Donald Trump inclusive disse que o acordo comercial entre os países não é mais tão importante assim.

O segundo fator é econômico. Ontem, os EUA divulgaram um número maior de pedidos de auxílio-desemprego do que era esperado pelo mercado. Hoje, os PMIs do país também vieram abaixo das expectativas, embora tenham majoritariamente ficado acima de 50, indicando expansão da atividade. O PMI composto subiu de 47,9 em junho para 50 em julho, o de serviços avançou para 49,6 e o industrial foi para 51,3.

Esses dados piores que o esperado desanimaram os investidores quanto à recuperação econômica dos EUA diante da crise desencadeada pela pandemia de coronavírus.

Apostas em novo corte da Selic

Nesta sexta-feira, os juros futuros viram uma forte queda depois que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o IPCA-15, considerado uma prévia da inflação.

O indicador foi de 0,30% em julho, ante 0,02% em junho. Apesar do avanço, o número veio menor que o esperado. Segundo o Projeções Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Estadão, a média das expectativas dos analistas era de 0,35%, e a mediana era de 0,51%.

Se por um lado isso indica que a recuperação econômica não tem sido no ritmo esperado, por outro abre espaço para o Banco Central efetuar um novo corte na taxa Selic na próxima reunião do Copom.

Nos últimos dias, os investidores já começavam a apostar que talvez não houvesse novo corte, como havia sido sinalizado anteriormente pelo próprio BC, simplesmente porque acreditavam que o IPCA-15 poderia surpreender para cima.

Com o indicador surpreendendo para baixo, os juros futuros apresentaram um dia de forte alívio. Confira o desempenho dos principais vencimentos:

  • Janeiro/2021: de 2,025% para 1,95% (-3,70%);
  • Janeiro/2022: de 2,96% para 2,82% (-4,73%);
  • Janeiro/2023: de 4,04% para 3,85% (-4,70%);
  • Janeiro/2025: de 5,55% para 5,39% (-2,88%).

Perceba que os contratos de DI com vencimento em janeiro de 2021 chegam a precificar uma Selic abaixo de 2,00% no fim do ano. Até agora, 2,00% vinha sendo considerado o piso para a taxa básica de juros. É a primeira vez que o DI para janeiro de 2021 fecha abaixo de 2,00%.

Top 5

Confira as ações do Ibovespa que mais subiram nesta sexta-feira:

CÓDIGONOMEPREÇO (R$)VARIAÇÃO
IRBR3IRB ON8,34+6,24%
GGBR4Gerdau PN17,14+4,58%
SUZB3 Suzano ON 42,30+3,83%
ABEV3Ambev ON14,93+3,68%
USIM5Usiminas PNA7,55+3,28%

Veja também quais foram as maiores quedas do índice:

CÓDIGONOMEPREÇO (R$) VARIAÇÃO
COGN3Cogna ON8,28-5,37%
RENT3Localiza ON44,70-2,57%
TIMP3Tim Participações ON14,41-2,44%
EMBR3 Embraer ON 8,02-2,43%
MRVE3MRV19,48-2,21%

Compartilhe

BRIGA PELO TRONO GRELHADO

Acionistas da Zamp (BKBR3) recusam-se a ceder a coroa do Burger King ao Mubadala; veja quem rejeitou a nova oferta

21 de setembro de 2022 - 8:01

Detentores de 22,5% do capital da Zamp (BKBR3) já rechaçaram a nova investida do Mubadala, fundo soberano dos Emirados Árabes Unidos

FECHAMENTO DO DIA

Inflação americana segue sendo o elefante na sala e Ibovespa cai abaixo dos 110 mil pontos; dólar vai a R$ 5,23

15 de setembro de 2022 - 19:12

O Ibovespa acompanhou o mau humor das bolsas internacionais e segue no aguardo dos próximos passos do Fed

De olho na bolsa

Esquenta dos mercados: Cautela prevalece e bolsas internacionais acompanham bateria de dados dos EUA hoje; Ibovespa aguarda prévia do PIB

15 de setembro de 2022 - 7:42

As bolsas no exterior tentam emplacar alta, mas os ganhos são limitados pela cautela internacional

FECHAMENTO DO DIA

Wall Street se recupera, mas Ibovespa cai com varejo fraco; dólar vai a R$ 5,17

14 de setembro de 2022 - 18:34

O Ibovespa não conseguiu acompanhar a recuperação das bolsas americanas. Isso porque dados do varejo e um desempenho negativo do setor de mineração e siderurgia pesaram sobre o índice.

De olho na bolsa

Esquenta dos mercados: Depois de dia ‘sangrento’, bolsas internacionais ampliam quedas e NY busca reverter prejuízo; Ibovespa acompanha dados do varejo

14 de setembro de 2022 - 7:44

Os futuros de Nova York são os únicos que tentam emplacar o tom positivo após registrarem quedas de até 5% no pregão de ontem

FECHAMENTO DO DIA

Inflação americana derruba Wall Street e Ibovespa cai mais de 2%; dólar vai a R$ 5,18 com pressão sobre o Fed

13 de setembro de 2022 - 19:01

Com o Nasdaq em queda de 5% e demais índices em Wall Street repercutindo negativamente dados de inflação, o Ibovespa não conseguiu sustentar o apetite por risco

De olho na bolsa

Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais sobem em dia de inflação dos EUA; Ibovespa deve acompanhar cenário internacional e eleições

13 de setembro de 2022 - 7:37

Com o CPI dos EUA como o grande driver do dia, a direção das bolsas após a divulgação dos dados deve se manter até o encerramento do pregão

DANÇA DAS CADEIRAS

CCR (CCRO3) já tem novos conselheiros e Roberto Setubal está entre eles — conheça a nova configuração da empresa

12 de setembro de 2022 - 19:45

Além do novo conselho de administração, a Andrade Gutierrez informou a conclusão da venda da fatia de 14,86% do capital da CCR para a Itaúsa e a Votorantim

FECHAMENTO DO DIA

Expectativa por inflação mais branda nos Estados Unidos leva Ibovespa aos 113.406 pontos; dólar cai a R$ 5,09

12 de setembro de 2022 - 18:04

O Ibovespa acompanhou a tendência internacional, mas depois de sustentar alta de mais de 1% ao longo de toda a sessão, o índice encerrou a sessão em alta

novo rei?

O Mubadala quer mesmo ser o novo rei do Burger King; fundo surpreende mercado e aumenta oferta pela Zamp (BKBR3)

12 de setembro de 2022 - 11:12

Valor oferecido pelo fundo aumentou de R$ 7,55 para R$ 8,31 por ação da Zamp (BKBR3) — mercado não acreditava em oferta maior

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Continuar e fechar