🔴 ONDE INVESTIR EM OUTUBRO? MELHORES AÇÕES, FIIS E DIVIDENDOS – CONFIRA AQUI

Reforma administrativa? Não pergunte no Posto Ipiranga

Trampolim público serve de ponte para o privado: para ser patriota, nunca trabalhe por dinheiro

12 de setembro de 2020
11:00 - atualizado às 14:27
Ministro da Economia, Paulo Guedes
O ex-ministro da Economia, Paulo Guedes - Imagem: Isac Nóbrega/PR

Participando de um seminário online promovido esta semana pelo Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), Paulo Guedes perdeu uma oportunidade excepcional de ficar calado.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Sim, de ficar calado. Pois saiu-se com a seguinte asneira:

“Eu acho um absurdo os salários da alta administração, eu acho que são muito baixos. Tem muita gente preocupada com o teto, a minha preocupação é ao contrário.”

Só para lembrar ao caríssimo assinante, o topo salarial na administração pública brasileira é de R$ 39.200,00.

Como todos sabem, os tais 39 mil e duzentos representam o que ganham os ministros do Supremo Tribunal Federal.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Na sua arenga digital, Guedes disse que o ministro do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas, recebe mensalmente R$ 37.200,00 por mês. E que o mesmo Dantas poderia ganhar 4 milhões de dólares anuais se trabalhasse em um banco, o que equivaleria aproximadamente a R$ 1,5 milhão por mês.

Leia Também

Vamos supor então, baseados nesta pobre argumentação, que o teto do funcionalismo dobrasse. Arredondando: 80 mil mensais.

O novo valor do Bruno Dantas seria de 180 mil dólares por ano, longe ainda do que, de acordo com Guedes, ganha um pica grossa do Itaú, Bradesco, Santander, Pactual, Safra, XP, etc.

O que Paulo Guedes não disse é que, justamente por ter servido no topo de linha do TCU, do Banco Central, da Fazenda, da Receita, a turma de elite, ao se transmudar para a iniciativa privada, passa a ganhar uma nota de respeito, seja num banco, num grande frigorífico, numa mineradora ou numa indústria de celulose ou rede varejista.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O engenheiro e economista Pedro Malan, por exemplo, após ter sido presidente do Banco Central e ministro da Fazenda, ascendeu financeiramente à presidência do Conselho Consultivo Internacional do Itaú-Unibanco.

Ilan Goldfajn, após dois anos e meio na presidência do BC, durante o governo Michel Temer, acomodou-se no Credit Suisse.

Eu poderia citar dezenas de pessoas que saíram de cargos importantes na esfera pública para postos altamente remunerados nas grandes empresas. Mas esses dois exemplos já bastam para sustentar minha argumentação.

O que Paulo Guedes não se lembrou (duvido que não saiba) foi de dizer que se o teto de R$ 39.200,00 for alterado, para segurar meia dúzia de cérebros privilegiados em seus postos, isso vai gerar um efeito cascata descomunal no salário de milhares de funcionários públicos dos Três Poderes.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

No Senado Federal e na Câmara dos Deputados, tetos não são tetos. São padrões. Todo legislador ganha o teto.

Na maioria das assembleias legislativas, os proventos dos deputados é uma parcela (algo como 80%) do salário de um deputado federal. O mesmo acontece em diversas câmaras de vereadores, cujos integrantes recebem um percentual sobre o que percebem os deputados estaduais daquela unidade da federação.

Concluindo: é tudo vinculado. Quando se faz um puxadinho no telhado, sobe o piso lá embaixo.

Certa ocasião, em meados da década de 2000, quando se elevou o salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal, e as diversas outras categorias receberam igual percentual de aumento, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Sepúlveda Pertence, alertou:

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Alto lá, o teto é maior. No TSE eu recebo mais tanto (não me lembro o valor) além do que ganho no Supremo. Então é esse o teto.

E lá se foram milhares de pessoas atrás do trem da alegria de Pertence.

Não teria sido mais fácil eles terem terminado com esse adicional do TSE? Sei lá, transformando-o em auxílio-moradia, paletó, alimentação, piscina ou coisa parecida só para aquele cargo específico? Ou então o STF decidir que o ministro que fosse designado para o TSE não recebesse o tal adicional.

Mas não.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O Pertence levou todo o Brasil chapa-branca a reboque.

Acho que depois acabaram com o monstrengo. Pois não ouvi falar mais dele.

A distorção salarial no serviço público está tão absurda que, em algumas carreiras, a remuneração de um iniciante é quase igual ao topo da função naquele órgão.

E os milhões de pensionistas, como ficariam se a menção maluca de Guedes de elevar o teto, só para premiar alguns caras da área econômica, fosse posta em prática?

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Everybody would join the bandwagon (não tenho coragem de dizer tal contrassenso em português).

Quando, em janeiro de 1961, John Fitzgerald Kennedy assumiu a presidência dos Estados Unidos, convidou o presidente da Ford Motor Co., Robert McNamara, para ser seu secretário de Defesa.

McNamara largou um dos maiores salários da América, fora os bônus anuais, para servir ao governo.

Ao ser indagado por jornalistas por que aceitou o cargo, ele respondeu:

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“Quando o presidente olha nos seus olhos e pergunta se você quer servir ao seu país, é impossível dizer ‘não’”.

Agora vou mexer em vespeiro:

Honestamente, o caro leitor acha que o ministro da Cidadania deve receber o tal teto justo mencionado por Paulo Guedes? Tem algum bancão por aí louco para levá-lo para sua diretoria?

Concluindo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Acho até que Guedes deve conhecer bem teorias liberais. Mas de lógica não entende absolutamente nada. Ou então andou cabulando aulas na Universidade de Chicago. Justamente as que tratam de administração pública.

"Pus uma boa grana em criptos. Me eximo de dizer o valor, mas dá pra comprar uma SUV zero quilômetro."

Ivan Sant'Anna

Basta clicar aqui para saber de quais ativos estou falando...

Um forte abraço e um ótimo fim de semana.

Ivan Sant’Anna

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A solidez de um tiozão de Olympikus: a estratégia vencedora da Vulcabras (VULC3) e o que mexe com os mercados hoje

16 de outubro de 2025 - 8:09

Conversamos com o CFO da Vulcabras, dona das marcas Olympikus e Mizuno, que se tornou uma queridinha entre analistas e gestores e paga dividendos mensais

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: O que o Nobel nos ensina sobre decisões de capex?

15 de outubro de 2025 - 19:57

Bebendo do alicerce teórico de Mokyr, Philippe Aghion e Peter Howitt se destacaram por estudar o papel das inovações tecnológicas nas economias modernas

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A fome de aquisições de um FII que superou a crise da Americanas e tudo que mexe com o seu bolso nesta quarta (15)

15 de outubro de 2025 - 7:47

A história e a estratégia de expansão do GGRC11, prestes a se tornar um dos cinco maiores FIIs da bolsa, são os destaques do dia; nos mercados, atenção para a guerra comercial, o Livro Bege e balanços nos EUA

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Um atalho para a bolsa: os riscos dos IPOs reversos, da imprevisibilidade de Trump e do que mexe com o seu bolso hoje

14 de outubro de 2025 - 8:08

Reportagem especial explora o caminho encontrado por algumas empresas para chegarem à bolsa com a janela de IPOs fechada; colunista Matheus Spiess explora o que está em jogo com a nova tarifa à China anunciada por Trump

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

100% de tarifa, 0% de previsibilidade: Trump reacende risco global com novo round da guerra comercial com a China

14 de outubro de 2025 - 7:48

O republicano voltou a impor tarifas de 100% aos produtos chineses. A decisão foi uma resposta direta ao endurecimento da postura de Pequim

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Perdidos no espaço-tempo

13 de outubro de 2025 - 19:58

Toda a Ordem Mundial dos últimos anos dá lugar a uma nova orientação, ao menos, por enquanto, marcada pela Desordem

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Abuse, use e invista: C&A queridinha dos analistas e Trump de volta ao morde-assopra com a China; o que mexe com o mercado hoje?

13 de outubro de 2025 - 7:40

Reportagem especial do Seu Dinheiro aborda disparada da varejista na bolsa. Confira ainda a agenda da semana e a mais nova guerra tarifária do presidente norte-americano

TRILHAS DE CARREIRA

ThIAgo e eu: uma conversa sobre IA, autenticidade e o futuro do trabalho

12 de outubro de 2025 - 7:04

Uma colab entre mim e a inteligência artificial para refletir sobre três temas quentes de carreira — coffee badging, micro-shifting e as demissões por falta de produtividade no home office

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A pequena notável que nos conecta, e o que mexe com os mercados nesta sexta-feira (10)

10 de outubro de 2025 - 7:59

No Brasil, investidores avaliam embate após a queda da MP 1.303 e anúncio de novos recursos para a construção civil; nos EUA, todos de olho nos índices de inflação

SEXTOU COM O RUY

Esta ação subiu mais de 50% em menos de um mês – e tem espaço para ir bem mais longe

10 de outubro de 2025 - 6:03

Por que a aquisição da Desktop (DESK3) pela Claro faz sentido para a compradora e até onde pode ir a Microcap

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Menos leão no IR e mais peru no Natal, e o que mexe com os mercados nesta quinta-feira (9)

9 de outubro de 2025 - 8:06

No cenário local, investidores aguardam inflação de setembro e repercutem derrota do governo no Congresso; nos EUA, foco no discurso de Powell

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: No news is bad news

8 de outubro de 2025 - 19:59

Apuração da Bloomberg diz que os financistas globais têm reclamado de outubro principalmente por sua ausência de notícias

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Pão de queijo, doce de leite e… privatização, e o que mexe com os mercados nesta quarta-feira (8)

8 de outubro de 2025 - 8:10

No Brasil, investidores de olho na votação da MP do IOF na Câmara e no Senado; no exterior, ata do Fomc e shutdown nos EUA

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O declínio do império americano — e do dólar — vem aí? Saiba também o que mexe com os mercados hoje

7 de outubro de 2025 - 8:26

No cenário nacional, investidores repercutem ligação entre Lula e Trump; no exterior, mudanças políticas na França e no Japão, além de discursos de dirigentes do Fed

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

O dólar já não reina sozinho: Trump abala o status da moeda como porto seguro global — e o Brasil pode ganhar com isso

7 de outubro de 2025 - 7:37

Trump sempre deixou clara sua preferência por um dólar mais fraco. Porém, na prática, o atual enfraquecimento não decorre de uma estratégia deliberada, mas sim de efeitos colaterais das decisões que abalaram a confiança global na moeda

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Lições de uma semana em Harvard

6 de outubro de 2025 - 20:00

O foco do curso foi a revolução provocada pela IA generativa. E não se engane: isso é mesmo uma revolução

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Tudo para ontem — ou melhor, amanhã, no caso do e-commerce — e o que mexe com os mercados nesta segunda-feira (6)

6 de outubro de 2025 - 7:54

No cenário local, investidores aguardam a balança comercial de setembro; no exterior, mudanças de premiê na França e no Japão agitam as bolsas

DÉCIMO ANDAR

Shopping centers: é melhor investir via fundos imobiliários ou ações?

5 de outubro de 2025 - 8:00

Na última semana, foi divulgada alteração na MP que trata da tributação de investimentos antes isentos. Com o tema mais sensível retirado da pauta, os FIIs voltam ao radar dos investidores

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A volta do campeão na ação do mês, o esperado caso da Ambipar e o que move os mercados nesta sexta-feira (3)

3 de outubro de 2025 - 8:06

Por aqui, investidores ainda avaliam aprovação da isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil; no exterior, todos de olho no shutdown nos EUA, que suspendeu a divulgação de dados econômicos

SEXTOU COM O RUY

Tragédia anunciada: o que a derrocada da Ambipar (AMBP3) ensina sobre a relação entre preço e fundamento

3 de outubro de 2025 - 7:03

Se o fundamento não converge para o preço, fatalmente é o preço que convergirá para o fundamento, como no caso da Ambipar

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar