Senna, o barbeiro de Mônaco, já tocou minha campainha
Mesmo os tricampeões mundiais cometem erros de vez em quando. Neste texto, Felipe Paletta mostra como a inteligência emocional pode contribuir com você para tomar melhores decisões de investimentos. Dimensionando o risco, você pode ir mais longe.
“Onde estacionou sua Ferrari?”. Perguntou um dos moradores mais antigos do prédio onde moro há quase 7 anos, quando estava de mudança.
Sem entender nada, meu vizinho continuou:
“Ué, você não sabe? Exatamente onde você mora, no 21, morava o primeiro e mais conhecido empresário do Ayrton Senna, o Armando Botelho”.
Como brasileiro e bom corintiano que sou, fiquei muito entusiasmado e na época cheguei a consultar detalhadamente os registros do imóvel para confirmar o nome dos antigos proprietários. E sim, era verdade.
Cheguei a pensar várias vezes: “Será que o Senna já esteve aqui?”.
Além disso, aqui na rua, a menos de 200 metros do meu prédio, fica a casa onde Senna passou a maior parte de sua infância e que, anos mais tarde, utilizou como escritório.
Leia Também
Novo nome da Eletrobras em nada lembra mercado de energia; shutdown nos EUA e balanço da Petrobras também movem os mercados hoje
Eletrobras agora é Axia: nome questionável, dividendos indiscutíveis
Senna é um grande ídolo para mim e acho que para todos nós brasileiros.
A imagem de alguém que nasceu na periferia, lutou por seus objetivos e, contra tudo e contra todos, colocou seu nome na história do esporte mais elitista do mundo.
Senna era impressionante. Até hoje, suas histórias são marcantes para qualquer piloto iniciante.
Mas até Senna já cometeu erros na carreira.
Em 1988, no famoso GP de Mônaco, corria tão rápido que chegou a abrir mais de 50 segundos de vantagem para o seu maior rival, Alain Prost. E detalhe: neste mesmo ano Senna havia se transferido para a McLaren e corria em igualdade de motor ao francês.
- Leia também: As três Regras Alpha que você está prestes a ver podem significar a diferença entre capturar ganhos como 41%, 146% e até 242%. A turbulência atual do mercado financeiro abriu novas oportunidades [veja neste link]
Mas em um descuido, a pouco mais de 10 voltas para a bandeira quadriculada, bateu na curva Portier.
A época, sem ter vencido um título mundial, o episódio rendeu até capa do caderno de esportes da Folha de São Paulo no dia seguinte: “Senna, o barbeiro de Mônaco”.

Como investidor, mesmo que você tenha as mesmas habilidades de Warren Buffett, Ray Dalio, Howard Marks entre outros tantos gênios, para seleção de bons ativos, pode ter certeza de que terá problemas ao longo da jornada.
2019 pode ter sido um ano espetacular para você ou alguém que conhece, mas basta uma fraude contábil da queridinha do mercado, uma troca inesperada na gestão da ação com maior peso na sua carteira ou um tal de coronavírus para você devolver tudo.
É frustrante, eu sei. O próprio Senna nem voltou aos boxes naquele dia, foi da pista para casa.
Agora, isso não pode fazer você desistir. Depois do episódio em Mônaco, Senna teve um ano brilhante e confirmou seu primeiro título mundial.
E não se compare com o vizinho.
A maior polêmica da Fórmula 1 em 2019 foi o rebaixamento, no meio do campeonato, do jovem piloto francês Pierre Gasly, da Red Bull Racing para sua equipe B, a Red Bull Toro Rosso.
Motivo: desempenho.
O piloto francês de 24 anos se sentiu tão pressionado por correr ao lado do prodígio holandês de 22 anos, Max Verstappen, que apresentou um resultado pífio nas 12 primeiras corridas e foi forçado a retornar ao time B.
Sem a pressão de acompanhar o parceiro, fez um final de ano muito bom, inclusive chegando ao pódio no GP de Interlagos.
Para mim, a comparação é talvez um dos piores vieses do ser humano.
Na internet e nos almoços de família você sempre ouvirá alguém contando vantagem de quanto está ganhando na Bolsa ou em fundos de investimento e isso, muitas vezes, nos leva a tomar mais risco do que deveríamos, querendo compensar algo.
- Leia também: Está surgindo uma nova ordem econômica e você pode fazer parte dela no início, esta é a oportunidade de participar de uma revolução econômica, desde o começo, poderia te trazer enormes retornos. Clique neste link para fazer parte.
Nem mesmo um gênio, como Senna, escapa desse viés. Muitos dizem que o episódio em Mônaco aconteceu porque Senna queria dar uma volta completa no parceiro, como forma de provar o seu valor.
Será que os 50 segundos de vantagem já não eram o suficiente?
Como dizem na Fórmula 1, cada volta importa igualmente. Um descuido e tchau.
Por isso, se você está batendo o mercado, ótimo, dedique seu tempo a entender as fragilidades do seu portfólio e como se proteger do risco.
Da mesma forma, se estiver perdendo, não tente correr mais risco do que o razoável para se recuperar rapidamente. Se concentre em buscar as melhores oportunidades, alocando os ativos de acordo com os seus objetivos.
De Barbeiro a Rei de Mônaco, depois de 1988 Senna venceu todas as 6 corridas no principado e chegou a falar: “então, está bom para o Barbeiro de Mônaco?”.
De Senna temos mais a ouvir do que a falar. Fica aqui minha homenagem a esse grande brasileiro.
O segredo do Copom, o reinado do Itaú e o que mais movimenta o seu bolso hoje
O mercado acredita que o Banco Central irá manter a taxa Selic em 15% ao ano, mas estará atento à comunicação do banco sobre o início do ciclo de cortes; o Itaú irá divulgar seus resultados depois do fechamento e é uma das ações campeãs para o mês de novembro
Política monetária não cede, e fiscal não ajuda: o que resta ao Copom é a comunicação
Mesmo com a inflação em desaceleração, o mercado segue conservador em relação aos juros. Essa preferência traz um recado claro: o problema deriva da falta de credibilidade fiscal
Tony Volpon: Inteligência artificial — Party like it’s 1998
Estamos vivendo uma bolha tecnológica. Muitos investimentos serão mais direcionados, mas isso acontece em qualquer revolução tecnológica.
Manter o carro na pista: a lição do rebalanceamento de carteira, mesmo para os fundos imobiliários
Assim como um carro precisa de alinhamento, sua carteira também precisa de ajustes para seguir firme na estrada dos investimentos
Petrobras (PETR4) pode surpreender com até R$ 10 bilhões em dividendos, Vale divulgou resultados, e o que mais mexe com seu bolso hoje
A petroleira divulgou bons números de produção do 3° trimestre, e há espaço para dividendos bilionários; a Vale também divulgou lucro acima do projetado, e mercado ainda digere encontro de Trump e Xi
Dividendos na casa de R$ 10 bilhões? Mesmo depois de uma ótima prévia, a Petrobras (PETR4) pode surpreender o mercado
A visão positiva não vem apenas da prévia do terceiro trimestre — na verdade, o mercado pode estar subestimando o potencial de produção da companhia nos próximos anos, e olha que eu nem estou considerando a Margem Equatorial
Vale puxa ferro, Trump se reúne com Xi, e bolsa bateu recordes: veja o que esperar do mercado hoje
A mineradora divulga seus resultados hoje depois do fechamento do mercado; analistas também digerem encontro entre os presidentes dos EUA e da China, fala do presidente do Fed sobre juros e recordes na bolsa brasileira
Rodolfo Amstalden: O silêncio entre as notas
Vácuos acumulados funcionaram de maneira exemplar para apaziguar o ambiente doméstico, reforçando o contexto para um ciclo confiável de queda de juros a partir de 2026
A corrida para investir em ouro, o resultado surpreendente do Santander, e o que mais mexe com os mercados hoje
Especialistas avaliam os investimentos em ouro depois do apetite dos bancos centrais por aumentar suas reservas no metal, e resultado do Santander Brasil veio acima das expectativas; veja o que mais vai afetar a bolsa hoje
O que a motosserra de Milei significa para a América Latina, e o que mais mexe com seu bolso hoje
A Argentina surpreendeu nesta semana ao dar vitória ao partido do presidente Milei nas eleições legislativas; resultado pode ser sinal de uma mudança política em rumo na América Latina, mais liberal e pró-mercado
A maré liberal avança: Milei consolida poder e reacende o espírito pró-mercado na América do Sul
Mais do que um evento isolado, o avanço de Milei se insere em um movimento mais amplo de realinhamento político na região
Os balanços dos bancos vêm aí, e mercado quer saber se BB pode cair mais; veja o que mais mexe com a bolsa hoje
Santander e Bradesco divulgam resultados nesta semana, e mercado aguarda números do BB para saber se há um alçapão no fundo do poço
Só um susto: as ações desta small cap foram do céu ao inferno e voltaram em 3 dias, mas este analista vê motivos para otimismo
Entenda o que aconteceu com os papéis da Desktop (DESK3) e por que eles ainda podem subir mais; veja ainda o que mexe com os mercados hoje
Por que o tombo de Desktop (DESK3) foi exagerado — e ainda vejo boas chances de o negócio com a Claro sair do papel
Nesta semana os acionistas tomaram um baita susto: as ações DESK3 desabaram 26% após a divulgação de um estudo da Anatel, sugerindo que a compra da Desktop pela Claro levaria a concentração de mercado para níveis “moderadamente elevados”. Eu discordo dessa interpretação, e mostro o motivo.
Títulos de Ambipar, Braskem e Raízen “foram de Americanas”? Como crises abalam mercado de crédito, e o que mais movimenta a bolsa hoje
Com crises das companhias, investir em títulos de dívidas de empresas ficou mais complexo; veja o que pode acontecer com quem mantém o título até o vencimento
Rodolfo Amstalden: As ações da Ambipar (AMBP3) e as ambivalências de uma participação cruzada
A ambição não funciona bem quando o assunto é ação, e o caso da Ambipar ensina muito sobre o momento de comprar e o de vender um ativo na bolsa
Caça ao Tesouro amaldiçoado? Saiba se Tesouro IPCA+ com taxa de 8% vale a pena e o que mais mexe com seu bolso hoje
Entenda os riscos de investir no título público cuja remuneração está nas máximas históricas e saiba quando rendem R$ 10 mil aplicados nesses papéis e levados ao vencimento
Crônica de uma tragédia anunciada: a recuperação judicial da Ambipar, a briga dos bancos pelo seu dinheiro e o que mexe com o mercado hoje
Empresa de gestão ambiental finalmente entra com pedido de reestruturação. Na reportagem especial de hoje, a estratégia dos bancões para atrair os clientes de alta renda
Entre o populismo e o colapso fiscal: Brasília segue improvisando com o dinheiro que não tem
O governo avança na implementação de programas com apelo eleitoral, reforçando a percepção de que o foco da política econômica começa a se deslocar para o calendário de 2026
Felipe Miranda: Um portfólio para qualquer clima ideológico
Em tempos de guerra, os generais não apenas são os últimos a morrer, mas saem condecorados e com mais estrelas estampadas no peito. A boa notícia é que a correção de outubro nos permite comprar alguns deles a preços bastante convidativos.