🔴 +30 RECOMENDAÇÕES DE ONDE INVESTIR EM DEZEMBRO – VEJA AQUI

A Metamorfose de Franz Kafka e o mercado na pandemia

Não se enganem: Covid-19 não deu origem ao atual problema econômico. Como é próprio de um catalisador, ela apenas fez com que o resultado de políticas, no mínimo, questionáveis, ocorresse mais rápido e de forma mais drástica.

30 de julho de 2020
9:43 - atualizado às 14:12
kafka metamorfose
Imagem: Shutterstock

Recentemente, decidi reler “A Metamorfose”, de Franz Kafka. Para quem não conhece a história, o personagem principal é Gregório (ou Gregor, a depender da tradução), uma pessoa que odiava o trabalho, mas tinha nele sua única função na vida.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Ele morava com a família, que enfrentava dificuldades financeiras, então dinheiro era a única preocupação comum.

Resumindo bem: um belo dia, ele acorda e se vê literalmente transformado em uma barata gigante e asquerosa. Por conta disso, deixa de trabalhar.

A família o isola do resto do mundo e, apesar de uma certa ajuda da irmã no início, a situação de Gregório vira motivo de um certo rancor pelo agravamento da situação financeira e por sua completa inutilidade.

Afinal, o que uma barata gigante poderia fazer de útil?

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O final é triste, e aqui tem um spoiler para quem não leu: Gregório morre, abnegado e abandonado por sua família, de inanição.

Leia Também

Narrativa à parte, o que me chamou atenção nessa releitura foram duas coisas. A primeira é que Gregório aceitou relativamente bem sua transformação quase bizarra pois, no fim das contas, ele apenas adquiriu o corpo físico da forma como já ele (e provavelmente muita gente) se sentia por dentro. A segunda: o esforço todo da família em reestabelecer a normalidade e manter as aparências, que levaram ao completo abandono de um de seus membros. Por isso mesmo, a obra é um tapa na cara da hipocrisia humana.

Trazendo isso para os dias atuais, até que ponto tudo que estamos vivendo agora não mostra que, da maneira como o mundo havia sido construído e estava “girando”, todos nós acabamos por virar o grande vírus deste planeta?

Afinal, verdade seja dita: à parte do estresse psicológico causado pelas incertezas deste momento, nosso ar está menos poluído e nosso cansaço físico causado por pouco sono e muito engarrafamento está bem menor, por exemplo. Isso só deixa claro o quanto estávamos fazendo mal uns aos outros e ao nosso planeta, assim como um vírus para o qual não se tem a cura.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Outro ponto é o seguinte: como na obra, é nítido o esforço sobre-humano que se está fazendo para retomar nosso “antigo normal”, a ponto de haver uma total e completa inversão de valores.

Essa é a grande crítica a respeito da flexibilização do isolamento social sem que haja cura nem vacina. E, independentemente de qual seja minha opinião a respeito, até eu já ponderei muito a questão toda do “fique em casa” versus o impacto econômico que isso causa.

A retomada da vida como ela era tem muito mais a ver com o aspecto psicológico da questão. As pessoas têm a necessidade de se sentirem seguras e amparadas, por isso, mudanças bruscas não são bem aceitas por muitos de nós.

Entretanto, uma pessoa muito sábia uma vez me disse algo que levo pra vida: “até a merda é macia e quentinha”. E esse, meus caros, pode ser exatamente o lugar a que leva nosso comodismo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Nos últimos dias, tenho lido incontáveis artigos sobre recuperação do mercado financeiro e de capitais no mundo. Por um lado, empresa X anunciando novo IPO bilionário e banco Y falando que não confia na tese de investimento em ouro. Já sobre os impactos de a economia americana literalmente imprimir mais de US$ 2 trilhões, nada. A respeito da destinação de boa parte desse dinheiro novamente para as “too big to fail”, nada. Sobre todas as repetições de condutas acontecidas antes, durante e depois da crise de 2008, nada.

Afinal, é muito mais cômodo massagearmos os egos uns dos outros a fim de acreditarmos que não somos esse bicho nojento por dentro, e a forma como nossa economia e sociedade rodam hoje fazem sentido, com apenas pequenos ajustes a serem feitos.

Mas, numa relação causa-efeito, não se enganem: Covid-19 não deu origem ao atual problema econômico. Como é próprio de um catalisador, ela apenas fez com que o resultado de políticas, no mínimo, questionáveis, ocorresse mais rápido e de forma mais drástica.

Exatamente por ser uma tecnologia que se opõe a todo esse status quo de forma literal - há grandes críticas do próprio Satoshi Nakamoto sobre os desdobramentos da crise de 2008 e foi ela, por sua vez, um dos grandes catalisadores da criação do Bitcoin (BTC) – aqueles que conhecem o assunto não se espantam com a retomada do movimento de alta a longo prazo iniciado nessa última semana: nos últimos 7 dias, o BTC acumula alta de quase 20% e o ETH, moeda digital do protocolo Ethereum, superou os 30% no período.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A crise atual é a “prova de fogo” do mercado de criptomoedas que, como acreditava, estão se saindo extremamente bem: boa parte dos criptoativos estão sendo negociados hoje a preços superiores ao período anterior à Covid-19.

Tentar retomar a “vida normal” sem considerar tudo isso é uma utopia. Sim, é muito mais fácil “trancar uma barata gigante no quarto e esperar que ela morra de fome” do que reconhecer que temos um problema e lidar com ele.

Mas uma hora a conta chega, e a juros mais astronômicos que de cheque especial. Será que, se continuarmos procrastinando, teremos como pagar?

Não fique de fora desta inovação, você pode ter acesso a todas as criptomoedas que eu indico neste link.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Flávio Day: veja dicas para proteger seu patrimônio com contratos de opções e escolhas de boas ações

12 de dezembro de 2025 - 8:26

Veja como proteger seu patrimônio com contratos de opções e com escolhas de boas empresas

SEXTOU COM O RUY

Flávio Day nos lembra a importância de ter proteção e investir em boas empresas

12 de dezembro de 2025 - 6:07

O evento mostra que ainda não chegou a hora de colocar qualquer ação na carteira. Por enquanto, vamos apenas com aquelas empresas boas, segundo a definição de André Esteves: que vão bem em qualquer cenário

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A busca pelo rendimento alto sem risco, os juros no Brasil, e o que mais move os mercados hoje

11 de dezembro de 2025 - 8:23

A janela para buscar retornos de 1% ao mês na renda fixa está acabando; mercado vai reagir à manutenção da Selic e à falta de indicações do Copom sobre cortes futuros de juros

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: E olha que ele nem estava lá, imagina se estivesse…

10 de dezembro de 2025 - 19:46

Entre choques externos e incertezas eleitorais, o pregão de 5 de dezembro revelou que os preços já carregavam mais política do que os investidores admitiam — e que a Bolsa pode reagir tanto a fatores invisíveis quanto a surpresas ainda por vir

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A mensagem do Copom para a Selic, juros nos EUA, eleições no Brasil e o que mexe com seu bolso hoje

10 de dezembro de 2025 - 8:10

Investidores e analistas vão avaliar cada vírgula do comunicado do Banco Central para buscar pistas sobre o caminho da taxa básica de juros no ano que vem

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Os testes da família Bolsonaro, o sonho de consumo do Magalu (MGLU3), e o que move a bolsa hoje

9 de dezembro de 2025 - 8:17

Veja por que a pré-candidatura de Flávio Bolsonaro à presidência derrubou os mercados; Magazine Luiza inaugura megaloja para turbinar suas receitas

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

O suposto balão de ensaio do clã Bolsonaro que furou o mercado: como fica o cenário eleitoral agora?

9 de dezembro de 2025 - 7:25

Ainda que o processo eleitoral esteja longe de qualquer definição, a reação ao anúncio da candidatura de Flávio Bolsonaro deixou claro que o caminho até 2026 tende a ser marcado por tensão e volatilidade

RALI, RUÍDO E POLÍTICA

Felipe Miranda: Os últimos passos de um homem — ou, compre na fraqueza

8 de dezembro de 2025 - 19:58

A reação do mercado à possível candidatura de Flávio Bolsonaro reacende memórias do Joesley Day, mas há oportunidade

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Bolha nas ações de IA, app da B3, e definições de juros: veja o que você precisa saber para investir hoje

8 de dezembro de 2025 - 8:14

Veja o que especialista de gestora com mais de US$ 1,5 trilhão em ativos diz sobre a alta das ações de tecnologia e qual é o impacto para o mercado brasileiro. Acompanhe também a agenda da semana

TRILHAS DE CARREIRA

É o fim da pirâmide corporativa? Como a IA muda a base do trabalho, ameaça os cargos de entrada e reescreve a carreira

7 de dezembro de 2025 - 8:00

As ofertas de emprego para posições de entrada tiveram fortes quedas desde 2024 em razão da adoção da IA. Como os novos trabalhadores vão aprender?

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

As dicas para quem quer receber dividendos de Natal, e por que Gerdau (GGBR4) e Direcional (DIRR3) são boas apostas

5 de dezembro de 2025 - 8:05

O que o investidor deve olhar antes de investir em uma empresa de olho dos proventos, segundo o colunista do Seu Dinheiro

SEXTOU COM O RUY

Tsunami de dividendos extraordinários: como a taxação abre uma janela rara para os amantes de proventos

5 de dezembro de 2025 - 6:02

Ainda que a antecipação seja muito vantajosa em algumas circunstâncias, é preciso analisar caso a caso e não se animar com qualquer anúncio de dividendo extraordinário

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Quais são os FIIs campeões de dezembro, divulgação do PIB e da balança comercial e o que mais o mercado espera para hoje

4 de dezembro de 2025 - 8:29

Sete FIIs disputam a liderança no mês de dezembro; veja o que mais você precisa saber hoje antes de investir

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Copel (CPLE3) é a ação do mês, Ibovespa bate novo recorde, e o que mais movimenta os mercados hoje

3 de dezembro de 2025 - 8:24

Empresa de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, a Copel é a favorita para investir em dezembro. Veja o que mais você precisa saber sobre os mercados hoje

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Mais empresas no nó do Master e Vorcaro, a escolha do Fed e o que move as bolsas hoje

2 de dezembro de 2025 - 8:16

Titan Capital surge como peça-chave no emaranhado de negócios de Daniel Vorcaro, envolvendo mais de 30 empresas; qual o risco da perda da independência do Fed, e o que mais o investidor precisa saber hoje

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

A sucessão no Fed: o risco silencioso por trás da queda dos juros

2 de dezembro de 2025 - 7:08

A simples possibilidade de mudança no comando do BC dos EUA já começou a mexer na curva de juros, refletindo a percepção de que o “jogo” da política monetária em 2026 será bem diferente do atual

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: Bolhas não acabam assim

1 de dezembro de 2025 - 19:55

Wall Street vivencia hoje uma bolha especulativa no mercado de ações? Entenda o que está acontecendo nas bolsas norte-americanas, e o que a inteligência artificial tem a ver com isso

DÉCIMO ANDAR

As lições da Black Friday para o universo dos fundos imobiliários e uma indicação de FII que realmente vale a pena agora

30 de novembro de 2025 - 8:00

Descontos na bolsa, retorno com dividendos elevados, movimentos de consolidação: que tipo de investimento realmente compensa na Black Friday dos FIIs?

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Os futuros dividendos da Estapar (ALPK3), o plano da Petrobras (PETR3), as falas de Galípolo e o que mais move o mercado

28 de novembro de 2025 - 8:25

Com mudanças contábeis, Estapar antecipa pagamentos de dividendos. Petrobras divulga seu plano estratégico, e presidente do BC se mantém duro em sua política de juros

SEXTOU COM O RUY

Jogada de mestre: proposta da Estapar (ALPK3) reduz a espera por dividendos em até 8 anos, ações disparam e esse pode ser só o começo

28 de novembro de 2025 - 6:01

A companhia possui um prejuízo acumulado bilionário e precisaria de mais 8 anos para conseguir zerar esse saldo para distribuir dividendos. Essa espera, porém, pode cair drasticamente se duas propostas forem aprovadas na AGE de dezembro.

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar