Investidores vivem dilema e retorno aos 100 mil pontos no Ibovespa segue na marca do pênalti
Exigência de disciplina fiscal e riscos potenciais à atividade econômica mantêm rumo dos ativos locais em suspense

Os 100 mil pontos do Ibovespa estão na marca do pênalti desde o início desta semana, que começou mais tarde por causa de um feriado prolongado, mas é como se o lance passasse por uma tensa, minuciosa e demorada revisão pelo VAR, como é conhecido o árbitro de vídeo que tem assombrado a vida de quem acompanha futebol nestes últimos anos.
O dilema do VAR – quero dizer, dos investidores – tem como pano de fundo a cobrança dos próprios agentes do mercado financeiro para que o governo federal mantenha a austeridade fiscal e respeite o teto de gastos.
É sabido que uma eventual interrupção do auxílio emergencial proporcionado às pessoas mais afetadas pela pandemia acarretaria forte impacto sobre a recuperação econômica. Afinal, se grande parte da atual massa de desempregados for tolhida dessa renda, o consumo tenderá a diminuir e as empresas terão de reduzir investimentos e produção, o que levaria a uma desaceleração da atividade econômica no ano que vem.
Ainda que tal conjuntura atenue os efeitos mais nocivos de um possível choque de preços, um eventual acúmulo de pressão inflacionária passaria a granada para as mãos do Banco Central (BC). E se o BC considerar necessário subir os juros de curto prazo, a granada passaria para as mãos do Tesouro Nacional – já sem o pino de segurança – e uma crise da dívida deixaria de ser uma questão de ‘se’ e passaria a ser uma questão de ‘quando’.
A ameaça fiscal, portanto, pode ser vista a olho nu a quilômetros de distância. Nos últimos dias, porém, o alívio da tensão política em Brasília afastou temporariamente esses pensamentos da cabeça dos investidores, ajudando a manter o flerte do Ibovespa com a marca dos 100 mil pontos.
Ontem, o principal índice de ações da B3 fechou em queda de 0,28%, acompanhando em grande parte o cenário global de aversão ao risco diante da reação de países europeus ao mais recente avanço da pandemia do novo coronavírus pelo Velho Continente e as incertezas relacionadas com o cenário pré-eleitoral nos Estados Unidos.
Leia Também
Apesar do recuo, o Ibovespa permaneceu acima dos 99 mil pontos, enquanto a aversão ao risco materializou-se com mais ênfase na taxa de câmbio. O dólar subiu 0,46% em relação ao real, chegando ao fim da tarde cotado a R$ 5,6155.
De olho nos indicadores
No exterior, enquanto as bolsas de valores europeias ensaiam uma recuperação em relação à forte queda de ontem e os índices futuros de Nova York apontam para uma abertura próxima da estabilidade em Wall Street, os mercados asiáticos de ações fecharam em direções mistas.
Por aqui, a expectativa é de que novas informações sobre o Renda Cidadã – programa de renda mínima planejado para expandir o Bolsa Família – venham a público somente depois das eleições municipais mantém o alívio.
Alguma pressão negativa pode advir da descrença do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), na aprovação de uma reforma administrativa ainda em 2020.
Ainda assim, o gatilho para uma direção mais clara para os ativos locais depende da reação dos investidores aos indicadores econômicos e balanços corporativos.
Neste sentido, o IGP-10 de outubro sai hoje em meio à expectativa de que traga indícios de uma menor pressão inflacionária vinda do atacado.
Enquanto isso, as ações da CSN, que ontem puxaram para cima as empresas do setor de siderurgia, hoje repercutirão o balanço trimestral da companhia, divulgado na noite de ontem. No terceiro trimestre, a CSN reverteu prejuízo e registrou lucro líquido de R$ 1,262 bilhão, mas o resultado veio aquém da expectativa dos analistas.
Ainda no cenário corporativo local:
- a gestora de fundos Truxt atingiu participação superior a 5% na Cyrela;
- a Multiplan anunciou que vai pagar na semana que vem R$ 170 milhões em JCP aprovados no ano passado;
- Bernardo Rothe deixou a BB Seguridade e virou vice da área de atacado do Banco do Brasil;
- a Magazine Luiza anunciou a aquisição da ComSchool, plataforma de cursos para e-commerce.
No exterior, destaque para os dados de atividade econômica vindos dos Estados Unidos, entre eles as vendas no varejo e a produção industrial em setembro e os estoques das empresas em agosto.
Inflação americana derruba Wall Street e Ibovespa cai mais de 2%; dólar vai a R$ 5,18 com pressão sobre o Fed
Com o Nasdaq em queda de 5% e demais índices em Wall Street repercutindo negativamente dados de inflação, o Ibovespa não conseguiu sustentar o apetite por risco
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais sobem em dia de inflação dos EUA; Ibovespa deve acompanhar cenário internacional e eleições
Com o CPI dos EUA como o grande driver do dia, a direção das bolsas após a divulgação dos dados deve se manter até o encerramento do pregão
CCR (CCRO3) já tem novos conselheiros e Roberto Setubal está entre eles — conheça a nova configuração da empresa
Além do novo conselho de administração, a Andrade Gutierrez informou a conclusão da venda da fatia de 14,86% do capital da CCR para a Itaúsa e a Votorantim
Expectativa por inflação mais branda nos Estados Unidos leva Ibovespa aos 113.406 pontos; dólar cai a R$ 5,09
O Ibovespa acompanhou a tendência internacional, mas depois de sustentar alta de mais de 1% ao longo de toda a sessão, o índice encerrou a sessão em alta
O Mubadala quer mesmo ser o novo rei do Burger King; fundo surpreende mercado e aumenta oferta pela Zamp (BKBR3)
Valor oferecido pelo fundo aumentou de R$ 7,55 para R$ 8,31 por ação da Zamp (BKBR3) — mercado não acreditava em oferta maior
Esquenta dos mercados: Inflação dos EUA não assusta e bolsas internacionais começam semana em alta; Ibovespa acompanha prévia do PIB
O exterior ignora a crise energética hoje e amplia o rali da última sexta-feira
Vale (VALE3) dispara mais de 10% e anota a maior alta do Ibovespa na semana, enquanto duas ações de frigoríficos dominam a ponta negativa do índice
Por trás da alta da mineradora e da queda de Marfrig (MRFG3) e Minerva (BEEF3) estão duas notícias vindas da China
Magalu (MGLU3) cotação: ação está no fundo do poço ou ainda é possível cair mais? 5 pontos definem o futuro da ação
Papel já alcançou máxima de R$ 27 há cerca de dois anos, mas hoje é negociado perto dos R$ 4. Hoje, existem apenas 5 fatores que você deve olhar para ver se a ação está em ponto de compra ou venda
Commodities puxam Ibovespa, que sobe 1,3% na semana; dólar volta a cair e vai a R$ 5,14
O Ibovespa teve uma semana marcada por expectativas para os juros e inflação. O dólar à vista voltou a cair após atingir máximas em 20 anos
Esquenta dos mercados: Inflação e eleições movimentam o Ibovespa enquanto bolsas no exterior sobem em busca de ‘descontos’ nas ações
O exterior ignora a crise energética e a perspectiva de juros elevados faz as ações de bancos dispararem na Europa
BCE e Powell trazem instabilidade à sessão, mas Ibovespa fecha o dia em alta; dólar cai a R$ 5,20
A instabilidade gerada pelos bancos centrais gringos fez com o Ibovespa custasse a se firmar em alta — mesmo com prognósticos melhores para a inflação local e uma desinclinação da curva de juros.
Esquenta dos mercados: Decisão de juros do BCE movimenta as bolsas no exterior enquanto Ibovespa digere o 7 de setembro
Se o saldo da Independência foi positivo para Bolsonaro e negativo aos demais concorrentes — ou vice-versa —, só o tempo e as pesquisas eleitorais dirão
Ibovespa cede mais de 2% com temor renovado de nova alta da Selic; dólar vai a R$ 5,23
Ao contrário do que os investidores vinham precificando desde a última reunião do Copom, o BC parece ainda não estar pronto para interromper o ciclo de aperto monetário – o que pesou sobre o Ibovespa
Em transação esperada pelo mercado, GPA (PCAR3) prepara cisão do Grupo Éxito, mas ações reagem em queda
O fato relevante com a informação foi divulgado após o fechamento do mercado ontem, quando as ações operaram em forte alta de cerca de 10%, liderando os ganhos do Ibovespa na ocasião
Atenção, investidor: Confira como fica o funcionamento da B3 e dos bancos durante o feriado de 7 de setembro
Não haverá negociações na bolsa nesta quarta-feira. Isso inclui os mercados de renda variável, renda fixa privada, ETFs de renda fixa e de derivativos listados
Esquenta dos mercados: Bolsas no exterior deixam crise energética de lado e investidores buscam barganhas hoje; Ibovespa reage às falas de Campos Neto
Às vésperas do feriado local, a bolsa brasileira deve acompanhar o exterior, que vive momentos tensos entre Europa e Rússia
Ibovespa ignora crise energética na Europa e vai aos 112 mil pontos; dólar cai a R$ 5,15
Apesar da cautela na Europa, o Ibovespa teve um dia de ganhos, apoiado na alta das commodities
Crise energética em pleno inverno assusta, e efeito ‘Putin’ faz euro renovar mínima abaixo de US$ 1 pela primeira vez em 20 anos
O governo russo atribuiu a interrupção do fornecimento de gás a uma falha técnica, mas a pressão inflacionária que isso gera derruba o euro
Boris Johnson de saída: Liz Truss é eleita nova primeira-ministra do Reino Unido; conheça a ‘herdeira’ de Margaret Thatcher
Aos 47 anos, a política conservadora precisa liderar um bloco que encara crise energética, inflação alta e reflexos do Brexit
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais caem com crise energética no radar; Ibovespa acompanha calendário eleitoral hoje
Com o feriado nos EUA e sem a operação das bolsas por lá, a cautela deve prevalecer e a volatilidade aumentar no pregão de hoje