Agenda de balanços cheia divide espaço com tensão no exterior
Investidores brasileiros aguardam uma série de resultados corporativos que devem embalar a bolsa brasileira hoje. Lá fora, apreensão com o coronavírus e a economia mundial continuam em alta
Enquanto os investidores brasileiros possuem uma série de balanços de peso para digerirem hoje, incluindo Petrobras e JBS, o clima de tensão e aversão ao risco que chega do exterior deve pesar nos negócios locais. Lá fora, a preocupação é com a visão do Federal Reserve de que uma forte recessão ainda está por vir e com o avanço do coronavírus em países que davam os primeiros passos em direção à abertura econômica.
Na agenda, hoje é dia de conhecer o número de pedidos semais de seguro-desemprego nos Estados Unidos - um termômetro para o impacto do coronavírus na economia americana.
Clima de tensão
O aguardado discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, pesou nos mercados globais e trouxe preocupações sobre uma recuperação lenta da economia.
Powell destacou que o futuro ainda é incerto e que está sujeito a mais riscos negativos, levantando a hipótese de a pandemia de covid-19 pode trazer a recessão pior do que se viu desde a Segunda Guerra Mundial.
A grande expectativa dos investidores estava na possibilidade da instituição adotar juros negativos em um futuro próximo, possibilidade que foi descartada por Powell. Além disso, o presidente do Fed também pediu mais estímulos fiscais, dando a entender que as ações da instituição podem não ser suficientes para para evitar os estragos.
Além disso, a preocupação com os novos casos de coronavírus em países que suspenderam parte das medidas de isolamento, como China e Coreia do Sul, também ficam no radar.
Leia Também
Neste cenário de apreensão, as bolsas asiáticas fecharam em queda firme durante a madrugada. Na Europa, o aviso de Powell também pesa nas bolsas, que comeam o dia no vermelho.
O clima de cautela predominou ontem nas bolsas americanas, que fecharam a sessão em queda. E hoje, a tendência parece ser a mesma, com os índices futuros caindo no começo da manhã.
Soma de fatores
O exterior negativo ajudou a aumentar o clima de tensão na bolsa brasileira, com o Ibovespa terminando o dia em leve baixa de 0,13%, aos 77.772,20 pontos.
Mas, a grande estrela do dia foi novamente o dólar. Sem novas perspectivas de corte de juros pelo Fed, enquanto o Copom deve trazer uma nova queda da Selic na próxima reunião, fez a moeda americana avançar e fechar a sessão com mais um recorde nominal, após subir 0,55%, a R$ 5,9008. A divisa já acumula uma alta de 47,09% no ano.
O dólar forte teve mais um empurrãozinho do presidente Donald Trump nesta manhã. O presidente americano afirmou em entrevista à Fox Business que 'é um ótimo momento para se ter um dólar forte', com as taxas de juros baixas. Após a fala de Trump, o índice DXY, que mede a variação da moeda ante seis divisas, atingiu a máxima do dia, subindo 0,25%.
Além do exterior pesado, os ruídos que chegam de Brasília continuam causando estragos no cenários doméstico.
Em primeiro plano ainda temos os desdobramentos da repercussão do vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril.
O vídeo ainda segue em sigilo, mas o presidente Jair Bolsonaro já deu declarações se defendendo das acusações e do que foi divulgado pela imprensa, que categorizou o vídeo como devastador.
Bolsonaro disse que no dia em questão não se referiu à Polícia Federal e sim à segurança pessoal de sua família.
O prazo final para que o ministro Celso de Mello decida sobre a divulgação do vídeo é a próxima sexta-feira. Enquanto a defesa de Sergio Moro defende uma divulgação parcial, o governo pede para que somente as partes importantes para o inquérito seja divulgada.
Incertezas fiscais
Nesta quarta-feira, foi aprovado, com aval do governo, o aumento para policiais do Distrito Federal, com um custo de R$ 504,9 milhões para a União ainda este ano.
A medida era aguardada por Bolsonaro para então liberar o veto ao reajuste salarial de servidores públicos, previsto no projeto de auxílio aos Estados e municípios.
Os acordos entre o governo e o Centrão, que buscam trazer uma maior governabilidade, também preocupam a equipe econômica, já que a tendência é que pautas que estimulam os gastos públicos e obras governamentais tendem a crescer. Principalmente por se tratar de um ano eleitoral.
6º lugar
No boletim divulgado ontem pelo ministério da Saúde, o Brasil ultrapassou a França no número de casos e assumiu a 6ª colocação mundial.
O país já registra mais de 13 mil mortos e mais de 188 mil pessoas infectadas.
Enquanto o presidente continua defendendo o uso indiscriminado de cloroquina como tratamento para a doença, o ministro da Saúde Nelson Teich alerta sobre o risco do medicamento.
Com menos de 30 dias no cargo, Teich recebeu um recado do presidente, que falava com apoiadores na já tradicional saída do Alvorada: “Todos os ministros, todos, têm que estar afinados comigo, vou falar com Teich hoje sobre a cloroquina”.
Além disso, Bolsonaro não consultou o ministro para fazer a defesa do isolamento vertical e aumentar o número de serviços denominados essenciais.
Balanços de peso
Hoje os balanços corporativos ganham posição de destaque na agenda e devem mexer com o Ibovespa nesta quinta-feira. Anote aí: Petrobras, Suzano, Azul, B3 e JBS são algumas das companhias previstas para hoje.
Confira os principais números divulgados entre ontem e hoje e que devem movimentar a bolsa:
- Grupo Pão de Açúcar (GPA) teve um prejuízo líquido de R$ 130 milhões no trimestre inicial de 2020. O resultado se devepela maior depreciação com a consolidação do Grupo Éxito e maior custo da dívida. Sem impacto de outras receitas e despesas, o lucro líquido ajustado seria de R$ 65 milhões no 1T20.
- SulAmérica reportou lucro líquido de R$ 79,8 milhões no primeiro trimestre de 2020, o que representa queda de 64,3% ante o primeiro trimestre de 2019. Os segmentos saúde e odontológico registraram alta de 6,2% nas receitas operacionais, somando R$ 4,534 bilhões.
- Ultrapar reportou um lucro líquido de R$ 169 milhões, em queda de 30% se comparado ao mesmo trimestre de 2019. Esse lucro é de R$ 71 milhões, se excluído o efeito não recorrente dos créditos tributários indicados pela empresa.
- Via Varejo reportou lucro líquido de R$ 13 milhões no primeiro trimestre de 2020, revertendo um prejuízo de R$ 50 milhões no mesmo período de 2019
Agenda
Quinta-feira é sinônimo de divulgação dos pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos (9h30). Os números são um termômetro do impacto do coronavírus na economia americana.
No fim da noite, a China divulga uma série de indicadores de atividade.
Engatando a subida
A Agência Internacional de Energia (AIE) reduziu suas projeções para a queda na demanda global por petróleo e trouxe alívio para o setor. Com a notícia, a commodity acelerou a subida.
Por volta das 7h55, o petróleo WTI para julho subia 4,31%, a US$ 26,38. Já o Brent avança 3,94%, a US$ 30,34.
Fique de olho
- Estapar, a primeira empresa a seguir com o seu IPO durante a crise, fixou o seu preço em R$ 10,50 por ação - no piso da faixa indicativa. A empresa deve levantar R$ 313,2 milhões.
- Azul negocia com a Embraer o adiamento para depois de 2024 da entrega de aeronaves E2s.
- Osvaldo barbosa de Oliveira renunciou ao cargo no conselho de administração da Ânima.
Fundo imobiliário GARE11 vende 10 imóveis, locados ao Grupo Mateus (GMAT3) e ao Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), por R$ 485 milhões
A venda envolve propriedades locadas ao Grupo Mateus (GMAT3) e ao Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), que pertenciam ao FII Artemis 2022
Ibovespa atinge marca inédita ao fechar acima dos 150 mil pontos; dólar cai a R$ 5,3574
Na expectativa pela decisão do Copom, o principal índice de ações da B3 segue avançando, com potencial de chegar aos 170 mil pontos, segundo a XP
A última dança de Warren Buffett: ‘Oráculo de Omaha’ vai deixar a Berkshire Hathaway com caixa em nível recorde
Lucro operacional da Berkshire Hathaway saltou 34% em relação ao ano anterior; Warren Buffett se absteve de recomprar ações do conglomerado.
Ibovespa alcança o 5º recorde seguido, fecha na marca histórica de 149 mil pontos e acumula ganho de 2,26% no mês; dólar cai a R$ 5,3803
O combo de juros menores nos EUA e bons desempenhos trimestrais das empresas pavimenta o caminho para o principal índice da bolsa brasileira superar os 150 mil pontos até o final do ano, como apontam as previsões
Maior queda do Ibovespa: o que explica as ações da Marcopolo (POMO4) terem desabado após o balanço do terceiro trimestre?
As ações POMO4 terminaram o dia com a maior queda do Ibovespa depois de um balanço que mostrou linhas abaixo do que os analistas esperavam; veja os destaques
A ‘brecha’ que pode gerar uma onda de dividendos extras aos acionistas destas 20 empresas, segundo o BTG
Com a iminência da aprovação do projeto de lei que taxa os dividendos, o BTG listou 20 empresas que podem antecipar pagamentos extraordinários para ‘fugir’ da nova regra
Faltou brilho? Bradesco (BBDC4) lucra mais no 3T25, mas ações tombam: por que o mercado não se animou com o balanço
Mesmo com alta no lucro e na rentabilidade, o Bradesco viu as ações caírem no exterior após o 3T25. Analistas explicam o que pesou sobre o resultado e o que esperar daqui pra frente.
Montanha-russa da bolsa: a frase de Powell que derrubou Wall Street, freou o Ibovespa após marca histórica e fortaleceu o dólar
O banco central norte-americano cortou os juros pela segunda vez neste ano mesmo diante da ausência de dados econômicos — o problema foi o que Powell disse depois da decisão
Ouro ainda pode voltar para as máximas: como levar parte desse ganho no bolso
Um dos investimentos que mais renderam neste ano é também um dos mais antigos. Mas as formas de investir nele são modernas e vão de contratos futuros a ETFs
Ibovespa aos 155 mil pontos? JP Morgan vê três motores para uma nova arrancada da bolsa brasileira em 2025
De 10 de outubro até agora, o índice já acumula alta de 5%. No ano, o Ibovespa tem valorização de quase 24%
Santander Brasil (SANB11) bate expectativa de lucro e rentabilidade, mas analistas ainda tecem críticas ao balanço do 3T25. O que desagradou o mercado?
Resultado surpreendeu, mas mercado ainda vê preocupações no horizonte. É hora de comprar as ações SANB11?
Ouro tomba depois de máxima, mas ainda não é hora de vender tudo: preço pode voltar a subir
Bancos centrais globais devem continuar comprando ouro para se descolar do dólar, diz estudo; analistas comentam as melhores formas de investir no metal
IA nas bolsas: S&P 500 cruza a marca de 6.900 pontos pela 1ª vez e leva o Ibovespa ao recorde; dólar cai a R$ 5,3597
Os ganhos em Nova York foram liderados pela Nvidia, que subiu 4,98% e atingiu uma nova máxima. Por aqui, MBRF e Vale ajudaram o Ibovespa a sustentar a alta.
‘Pacman dos FIIs’ ataca novamente: GGRC11 abocanha novo imóvel e encerra a maior emissão de cotas da história do fundo
Com a aquisição, o fundo imobiliário ultrapassa R$ 2 bilhões em patrimônio líquido e consolida-se entre os maiores fundos logísticos do país, com mais de 200 mil cotistas
Itaú (ITUB4), BTG (BPAC11) e Nubank (ROXO34) são os bancos brasileiros favoritos dos investidores europeus, que veem vida ‘para além da eleição’
Risco eleitoral não pesa tanto para os gringos quanto para os investidores locais; estrangeiros mantêm ‘otimismo cauteloso’ em relação a ativos da América Latina
Gestor rebate alerta de bolha em IA: “valuation inflado é termo para quem quer ganhar discussão, não dinheiro”
Durante o Summit 2025 da Bloomberg Linea, Sylvio Castro, head de Global Solutions no Itaú, contou por que ele não acredita que haja uma bolha se formando no mercado de Inteligência Artificial
Vamos (VAMO3) lidera os ganhos do Ibovespa, enquanto Fleury (FLRY3) fica na lanterna; veja as maiores altas e quedas da semana
Com a ajuda dos dados de inflação, o principal índice da B3 encerrou a segunda semana seguida no azul, acumulando alta de 1,93%
Ibovespa na China: Itaú Asset e gestora chinesa obtêm aprovação para negociar o ETF BOVV11 na bolsa de Xangai
Parceria faz parte do programa ETF Connect, que prevê cooperação entre a B3 e as bolsas chinesas, com apoio do Ministério da Fazenda e da CVM
Envelhecimento da população da América Latina gera oportunidades na bolsa — Santander aponta empresas vencedoras e quem perde nessa
Nova demografia tem potencial de impulsionar empresas de saúde, varejo e imóveis, mas pressiona contas públicas e produtividade
Ainda vale a pena investir nos FoFs? BB-BI avalia as teses de seis Fundos de Fundos no IFIX e responde
Em meio ao esquecimento do segmento, o analista do BB-BI avalia as teses de seis Fundos de Fundos que possuem uma perspectiva positiva
