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Victor Aguiar
Victor Aguiar
Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.
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Dólar à vista segue pressionado e chega a R$ 5,94; Ibovespa tem dia instável

O dólar à vista continua estressado e já flerta com o patamar dos R$ 5,90, influenciado pela maior aversão ao risco no exterior e pelas incertezas políticas domésticas

Victor Aguiar
Victor Aguiar
13 de maio de 2020
10:37 - atualizado às 16:05
Selo Mercados AGORA Ibovespa dólar
Imagem: Montagem Andrei Morais / Shutterstock

O dólar à vista até ensaiou um leve movimento de alívio nesta quarta-feira (13). Mas, considerando o ambiente de cautela elevada no Brasil e no exterior, o mercado de câmbio rapidamente cedeu à aversão ao risco — e, como resultado, a moeda americana já chegou a novos recordes.

Na máxima, o dólar à vista tocou os R$ 5,9494, em alta de 1,27%, mas, por volta de 16h05, a pressão já tinha cedido um pouco: agora, os ganhos são de 1,02%, a R$ 5,9283 — é a primeira vez na história que a divisa ultrapassa a marca de R$ 5,90.

Na bolsa, o Ibovespa oscila entre perdas e ganhos: durante a manhã, chegou a bater os 78.911,28 pontos (+1,33%), mas, no início da tarde, foi aos 77.151,98 pontos (-0,92%). Agora, tem leve baixa de 0,11%, aos 77.784,19 pontos.

  • Eu gravei um vídeo explicando as razões por trás dessa nova disparada do dólar. Veja abaixo:

Lá fora, dados econômicos desanimadores vindos da Europa contribuem para diminuir a confiança dos agentes financeiros. O PIB do Reino Unido recuou 2% no primeiro trimestre e a produção industrial da zona do euro teve baixa de 11% em março, mostrando o forte impacto do surto de coronavírus sobre a atividade do velho continente.

Nos Estados Unidos, o panorama também é mais defensivo: o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central do país), Jerome Powell, disse que mais estímulos monetários podem ser necessários para dar suporte à economia americana e admitiu que há 'pressões negativas' à atividade, o que elevou a prudência entre os investidores.

E, como pano de fundo para todo esse cenário, ainda há o temor de que a reabertura econômica da Europa e dos EUA possa estar sendo feita de maneira antecipada. Essa leitura ganhou força com o surgimento de novos casos da doença na China e em outros países asiáticos, o que eleva a tensão quanto a uma segunda onda da Covid-19 na região.

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Como resultado, o dia é de maior aversão ao risco no exterior: as principais praças da Europa fecharam em baixa de mais de 1% e, nos Estados Unidos, o Dow Jones ( -2,14%), o S&P 500 (-1,90%) e o Nasdaq (-2,03%) têm perdas firmes.

O Ibovespa, assim, tenta descolar dos mercados globais, num movimento sustentado por fatores técnicos: o índice brasileiro vem de duas baixas consecutivas, acumulando perdas de mais de 3% no período — ontem, fechou nas mínimas desde 24 de abril.

Assim, por mais que o panorama ainda seja bastante incerto, os investidores tentam recompor parte das suas posições em bolsa, sem deixar o mercado acionário entrar numa espiral negativa.

Turbulência em Brasília

Por aqui, a cena política continua inspirando prudência entre os mercados. O vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril — em que o presidente Jair Bolsonaro teria ameaçado demitir o ex-ministro da Justiça, Sergio Moro — permanece em primeiro plano para os investidores.

O conteúdo desse vídeo ainda não é público: o STF deu 48 horas para que a Procuradoria-Geral da República se manifeste sobre o sigilo imposto ao material. Mas, considerando o que foi divulgado pela imprensa até o momento e os relatos de que o vídeo é 'bombástico', é natural que os agentes financeiros mantenham uma postura mais prudente.

Até que se tenha mais visibilidade quanto aos desdobramentos do vídeo, o clima em Brasília deve continuar bastante tenso — o que pode sempre trazer volatilidade às negociações na bolsa e no câmbio.

Juros em alta

No mercado de juros futuros, o dia é marcado por mais um ajuste positivo em ambos os vértices, dando continuidade ao movimento de ontem. A pressão contínua sobre o dólar à vista, mesmo após um novo leilão extraordinário de swap cambial pelo BC, contribui para a abertura dos DIs:

  • Janeiro/2021: de 2,61% para 2,65%;
  • Janeiro/2022: de 3,50% para 3,64%;
  • Janeiro/2023: de 4,73% para 4,88%.

Top 5

Veja abaixo os cinco papéis de melhor desempenho do Ibovespa nesta manhã. Em destaque, aparece Braskem PNA (BRKM5) — o UBS elevou a recomendação para as ações, de venda para compra, com preço-alvo de R$ 28,00 em doze meses:

CÓDIGONOMEPREÇO (R$)VARIAÇÃO
BRFS3BRF ON21,84 +7,22%
JBSS3JBS ON25,31 +6,61%
BRKM5Braskem PNA21,80 +6,50%
SUZB3Suzano ON50,85 +4,74%
KLBN11Klabin units22,57 +4,49%

Confira também as cinco maiores baixas do índice:

CÓDIGONOMEPREÇO (R$)VARIAÇÃO
EMBR3Embraer ON6,25 -7,82%
IRBR3IRB ON7,55 -6,09%
CYRE3Cyrela ON12,39 -5,13%
HGTX3Cia Hering ON11,02 -4,92%
QUAL3Qualicorp ON19,84 -4,84%

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