Fed mantém juro próximo de zero e sinaliza que só vai mexer na taxa quando inflação média for de 2%
Fed visa a atingir máximo emprego e inflação de 2% no longo prazo; aumento das compras de títulos pela autoridade monetária seguirá pelo menos no nível atual

O Federal Reserve Bank (Fed, o banco central norte-americano) manteve nesta quarta-feira a taxa básica de juros em vigor nos Estados Unidos na faixa entre 0% e 0,25% ao ano. A manutenção da taxa de juro próxima de zero era dada como certa por analistas.
No comunicado divulgado junto com a decisão, o Fed confirmou que pretende tolerar uma taxa de inflação acima de 2% ano por algum tempo até que se chegue, na média, a este nível num prazo mais extenso.
Depois da decisão, o Ibovespa aos poucos deixou de oscilar em leve queda para testar uma alta discreta e o dólar acentuou ainda mais a queda em relação ao real, principalmente depois do início da entrevista coletiva do presidente do Fed, Jerome Powell.
O movimento, entretanto, não se sustentou, a bolsa perdeu o nível de suporte de 100 mil pontos acompanhando um enfraquecimento dos negócios em Nova York e flertando com as mínimas do dia na última hora de sessão.
Por volta das 16h50, o Ibovespa caía 0,42%, aos 99.880 pontos. Em Nova York, o índice Dow Jones manteve-se em alta, apesar de ter devolvido a maior parte dos ganhos. O S&P-500, por sua vez, passou a recuar e o Nasdaq, assim como o Ibovespa, ensaiou uma reação, mas pouco depois voltou a cair.
O Fed manifestou também a intenção de manter a política acomodatícia até que os objetivos de máximo emprego com estabilidade de preços no longo prazo sejam alcançados e sinalizou que o aumento das compras de títulos pela autoridade monetária seguirá pelo menos no nível atual.
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Já o gráfico de pontos (dot plot) revela que há unanimidade entre os dirigentes do Fed em torno da manutenção da taxa de juro nos níveis atuais somente para 2020 e 2021. A partir de 2022, alguns dirigentes já observam taxas superiores às atuais, mas a posição majoritária é de manutenção até 2023.
Na entrevista coletiva concedida logo depois da divulgação do comunicado, Jerome Powell afirmou que, desde o segundo trimestre, a atividade econômica tem mostrado recuperação do impacto provocado pela quarentena. "Já começamos a ver melhor no investimento das empresas", prosseguiu o presidente do banco central norte-americano.
Esta foi a primeira reunião do Fed depois do anúncio feito no fim de agosto pelo presidente da autoridade monetária, Jerome Powell, de que a entidade alteraria alguns parâmetros para a condução de sua política monetária.
O que interessava aos investidores eram possíveis mudanças na linguagem do comunicado da autoridade monetária, que oficializou as mudanças anunciadas por Powell no simpósio de banqueiros centrais de Jackson Hole.
Na ocasião, Powell afirmou que o Fed pretende buscar uma inflação anual média de 2% no horizonte relevante para a política monetária em vez de prender-se a uma meta fixa.
Na prática, isto que dizer que o Fed será mais tolerante com a inflação. Se os preços se mantiverem abaixo de 2% por algum tempo, a autoridade monetária permitirá que ele permaneça acima deste nível por algum tempo até que, na média, a meta estipulada seja finalmente atingida.
Além disso, as projeções econômicas do Fed passaram a incluir a partir de hoje o ano de 2023. As estimativas baseadas neste novo sistema de meta de inflação média devem auxiliar os investidores a entenderem melhor se o banco central norte-americano considera que o modelo será mais eficaz em fazer com que os preços retornem à trajetória esperada.
Ainda nesta quarta-feira, mas depois do fechamento da B3, será conhecida a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BCB). A maioria dos analistas acredita que o Copom interromperá o ciclo de cortes na taxa Selic. A taxa básica de juro no Brasil encontra-se atualmente no piso histórico de 2% ao ano.
Dólar e juro
O dólar opera em queda desde a abertura e acentuou o movimento depois do anúncio do Fed.
Por volta das 16h50, a moeda norte-americana caía 0,96%, cotada a R$ 5,2384.
Já os contratos de juros futuros fecharam em alta firme com os investidores antecipando-se ao leilão de títulos pré-fixados agendado para amanhã.
Confira as taxas negociadas de alguns dos principais contratos negociados na B3:
- Janeiro/2022: de 2,870% para 2,890%;
- Janeiro/2023: de 4,150% para 4,250%;
- Janeiro/2025: de 6,020% para 6,120%;
- Janeiro/2027: de 7,020% para 7,120%.
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