Alívio generalizado: Ibovespa dispara e dólar cai a R$ 5,45 na sessão pós-vídeo
O Ibovespa foi às máximas desde 10 de março e o dólar à vista chegou à menor cotação em maio. Os investidores aproveitaram o feriado nos EUA para focar nas questões domésticas — com destaque para o vídeo da reunião ministerial, divulgado no fim da tarde de sexta

De certa maneira, o comportamento do Ibovespa e do dólar à vista nesta segunda-feira (25) já era mais ou menos previsto: já na última sexta-feira (22), ficou claro que o mercado recebeu bem o tão aguardado vídeo da reunião ministerial do dia 22, contratando um alívio adicional para os ativos domésticos na sessão de hoje.
O que pode ser considerado surpreendente é a magnitude da melhora: o Ibovespa fechou a sessão em forte alta de 4,25%, aos 85.663,48 pontos, voltando a um patamar que não era visto desde 10 de março — período em que os mercados globais começaram a entrar em colapso.
No câmbio, a tendência não foi muito diferente: a moeda americana engatou a quarta baixa consecutiva e recuou mais 2,18% hoje, a R$ 5,4579. É a primeira vez em maio que a divisa fica abaixo de R$ 5,50.
Antes de passarmos às questões domésticas relacionadas, é preciso fazer uma observação importante: aos mercados dos EUA estiveram fechados nesta segunda-feira, em função de um feriado no país. Assim, sem a influência de Wall Street, ficou mais fácil para os investidores se focarem nas questões políticas locais.
Mas, mesmo que as bolsas americanas estivessem funcionando, o tom positivo visto por aqui seria pouco afetado: na Europa, tivemos uma sessão bastante tranquila, com as principais praças subindo mais de 2%.
A reabertura econômica do continente continua dando força às negociações por lá e, ao menos por enquanto, vai se sobrepondo às tensões crescentes entre Estados Unidos e China — as potências voltaram a trocar farpas no front comercial, desta vez usando o coronavírus como argumento para impor eventuais sobretaxas.
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Dito isso, os investidores domésticos tiveram caminho livre nesta segunda-feira para aumentar a exposição ao risco, na esteira das novidades de Brasília.
Sem grandes implicações
Ao longo da semana passada, o mercado assumiu um cenário-base para o vídeo da reunião ministerial: o de que ele traria alguma implicação bombástica ao presidente Jair Bolsonaro e, consequentemente, deterioraria ainda mais a relação entre governo e Congresso, podendo até mesmo dar força a uma eventual abertura de processo de impeachment.
E o vídeo, de fato, traz uma série de desdobramentos ao presidente — incluindo insinuações quanto ao trabalho da Polícia Federal e menções à "segurança da família". No entanto, a leitura do mercado foi a de que o material não foi tão bombástico quanto o previsto.
Assim, as projeções de deterioração adicional da governabilidade não foram concretizadas — alguns agentes financeiros com quem eu conversei nos últimos dias avaliaram, inclusive, que o episódio serviu para fortalecer Bolsonaro junto a sua base e não causou grandes ruídos políticos.
E essa reversão de expectativa, somada à percepção de que há um alinhamento maior entre Bolsonaro, governadores e Congresso desde a semana passada — o polêmico veto ao reajuste salarial dos servidores parece não gerar mais atrito entre as partes — cria um cenário de diminuição expressiva na percepção de risco político.
E, para o mercado, essa é uma questão importante: a pacificação em Brasília serve, entre outros pontos, para criar uma estratégia mais unificada de combate à pandemia, tanto no lado da saúde pública quanto no da economia. Além disso, os esforços para a manutenção do ajuste fiscal também tendem a ser facilitados com governo e Congresso atuando juntos.
Desta maneira, foi possível ver esse alívio intenso tanto na bolsa quanto no dólar nos últimos dias: o Ibovespa, por exemplo, já sobe mais de 6% em maio, enquanto o dólar à vista praticamente zerou os ganhos no mês — vale lembrar que, há cerca de duas semanas, a moeda americana chegou a rondar os R$ 6,00.
Juros em queda
O mercado de juros futuros também fechou em queda nesta segunda-feira, tanto na ponta curta quanto na longa, fazendo companhia ao dólar à vista. Os investidores ajustaram-se às projeções de contração cada vez maior no PIB do país, de acordo com o boletim Focus divulgado hoje.
Assim, a leitura é a de que o Copom terá que continuar cortando a Selic para dar estímulo à atividade doméstica — e o dólar mais baixo aumenta o conforto quanto à continuidade no ciclo de alívio monetário. Veja abaixo como ficaram os principais DIs:
- Janeiro/2021: de 2,49% para 2,38%;
- Janeiro/2022: de 3,44% para 3,20%;
- Janeiro/2023: de 4,41% para 4,28%;
- Janeiro/2025: de 6,44% para 6,10%.
Quase tudo em alta
O tom foi majoritariamente positivo no Ibovespa, com quase todas as ações do índice reportando ganhos firmes. Confira abaixo as cinco maiores altas do dia:
CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
VVAR3 | Via Varejo ON | 11,21 | +15,57% |
CVCB3 | CVC ON | 14,10 | +13,07% |
SBSP3 | Sabesp ON | 49,90 | +12,97% |
CYRE3 | Cyrela ON | 16,73 | +12,43% |
MRVE3 | MRV ON | 16,74 | +12,12% |
No lado oposto, destacaram-se os ativos de companhias exportadoras, que devolveram parte dos ganhos recentes — o alívio no dólar reduz as receitas dessas empresas com as vendas ao exterior:
CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
MRFG3 | Marfrig ON | 12,30 | -2,61% |
SUZB3 | Suzano ON | 37,70 | -2,36% |
BEEF3 | Minerva ON | 12,63 | -1,79% |
KLBN11 | Klabin units | 18,87 | -1,72% |
BRAP4 | Bradespar PN | 34,52 | -0,38% |
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