Ibovespa fecha em queda, mas ainda acumula ganhos de mais de 11% na semana; dólar cai a R$ 5,09
O Ibovespa teve a melhor semana desde março de 2016, sustentado pelo viés mais otimista visto no exterior nos últimos dias. O dólar à vista também passou por um alívio importante, recuando mais de 5% na semana
Um tom mais cauteloso tomou conta dos investidores na segunda metade do pregão desta quinta-feira (9): o Ibovespa, que operava em alta e chegou a romper os 80 mil pontos, virou para queda — e permaneceu em terreno negativo até o fim do dia. Nada que azedasse a festa na bolsa, que teve a melhor semana em mais de quatro anos
No fechamento da sessão de hoje, o Ibovespa marcava 77.681,94 pontos, em baixa de 1,20%. Ainda assim, o índice brasileiro fechou a semana com uma alta acumulada de 11,71% — a bolsa estará fechada amanhã, por causa do feriado da sexta-feira Santa. Foi o maior salto semanal desde março de 2016.
Os últimos dias também foram de alívio no câmbio: o dólar à vista, que chegou à máxima de R$ 5,32 na última sexta-feira (3), agora vale R$ 5,0942 — caiu 0,95% hoje, acumulando 5,06% de baixa nas últimas quatro sessões.
- O mais novo episódio do podcast Touros e Ursos já está no ar! Eu e o Vinícius Pinheiro discutimos sobre os principais assuntos que movimentaram os mercados nesta semana:
Essa onda de tranquilidade é surpreendente, afinal, o surto de coronavírus continua inspirando cautela e impondo algum tipo de restrição aos deslocamentos de boa parte da população mundial. O mercado, contudo, tenta sempre enxergar além — e tivemos algumas novidades mais animadoras nos últimos dias.
Em primeiro lugar, há uma certa estabilização na curva de contágio da Covid-19 na Europa e em partes dos Estados Unidos. Nas áreas mais severamente afetadas pela doença, como Itália, Espanha e Nova York, pode-se notar que, pelo menos, o número de novas mortes e infectados não está mais crescendo dia a dia.
Obviamente, a situação está longe de ser boa nesses locais. No entanto, essa suavização na tendência pode indicar que a fase mais crítica do surto começa a ficar para trás — uma notícia a ser comemorada, embora não signifique que o problema está perto do fim.
Leia Também
Segundo os dados da universidade americana Johns Hopkins, mais de 1,5 milhão de pessoas já foram contaminadas pelo coronavírus no mundo todo, com quase 95 mil mortes. Somente nos Estados Unidos, já são 450 mil infectados — em termos de óbitos, a Itália continua como país mais afetado, com 18,2 mil falecimentos.
Além da leitura mais otimista quanto ao ritmo de disseminação do vírus, também tivemos uma reação positiva aos novos pacotes de estímulo anunciados pelos governos e bancos centrais.
No front econômico, destaque para o anúncio, por parte do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), da disponibilização de US$ 2,3 trilhões em linhas de crédito — mais um esforço para injetar recursos na economia real e tentar estimular o consumo durante e depois da crise.
Iniciativas semelhantes foram tomadas pelo governo japonês, que também tenta agir rápido para conter os impactos da doença. Por aqui, o auxílio-emergencial de R$ 600 já começa a ser pago pela Caixa — além disso, novos saques do FGTS serão disponibilizados a partir de junho.
Em linhas gerais, a combinação da leitura mais otimista em relação à curva de contágio com os pacotes de estímulo econômico foram o motor por trás da recuperação dos mercados globais nesta semana. No entanto, há outros fatores que ajudaram a dar força aos ativos no mundo — com destaque para o cenário político americano.
Afunilando
Na quarta-feira (8), o senador democrata Bernie Sanders desistiu oficialmente de sua campanha eleitoral, abrindo espaço para que o ex-vice-presidente Joe Biden seja o indicado pelo partido para disputar a Casa Branca com Donald Trump.
Biden é visto como um candidato mais moderado — e essa característica atraiu a ala do partido democrata que temia as propostas mais radicais de Sanders. Esse perfil do ex-vice-presidente também agradou Wall Street, que reagiu positivamente à notícia.
Para os mercados, uma disputa entre Biden e Trump é vista como ideal, já que ambos oferecem poucas incertezas aos investidores — o modus operandi do atual presidente já é bem conhecido, enquanto o candidato democrata é muito mais amigável aos mercados que Sanders e a senadora Elizabeth Warren, seus principais concorrentes no partido.
Sobe e desce do petróleo
No mercado de commodities, tivemos uma semana particularmente agitada: por um lado, o clima ainda belicoso entre Arábia Saudita e Rússia inspirava cautela; por outro, uma expectativa positiva quanto à reunião da Opep trazia confiança aos investidores.
Assim, o petróleo abriu a semana em baixa, mas se recuperou e avançou nos dois pregões seguintes — e sustentava uma terceira sessão de ganhos nesta quinta-feira, até que os primeiros relatos a respeito do desfecho do encontro dos produtos de petróleo começaram a ser divulgados.
De fato, as indicações são as de que a Opep decidiu cortar a produção de petróleo. No entanto, a redução que tem sido noticiada, de cerca de 10 milhões de barris, ficou abaixo do que era esperado pelo mercado. E assim, por mais contraditório que pareça, o petróleo voltou a cair.
Ao fim da sessão desta quinta-feira, o WTI com vencimento em maio recuava 9,28%, a US$ 22,76, enquanto o Brent para junho tinha baixa de 4,11%, a US$ 31,48 — há um ano, o barril de petróleo era negociado na faixa de US$ 60 a US$ 70.
Com a reversão na tendência de preço da commodity, as ações da Petrobras acabaram virando ao campo negativo — e arrastando o Ibovespa para o vermelho. Os papéis ON da estatal (PETR3) recuaram 3,66%, enquanto os PNs (PETR4) terminaram em baixa de 2,89%.
Cautela em Brasília
Por aqui, o noticiário político foi acompanhado de perto pelos investidores, embora tenha ficado em segundo plano para as negociações. Os ruídos envolvendo a possível demissão do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, causaram apreensão nos mercados — sua permanência no cargo trouxe alívio aos agentes financeiros.
Ainda em Brasília, o foco agora é a votação na Câmara do projeto de socorro aos Estados — a pauta, que poderá provocar um novo rombo fiscal nas contas do governo, seria discutida hoje, mas foi adiada para a próxima segunda-feira (13).
Os recordes voltaram: ouro é negociado acima de US$ 4.450 e prata sobe a US$ 69 pela 1ª vez na história. O que mexe com os metais?
No acumulado do ano, a valorização do ouro se aproxima de 70%, enquanto a alta prata está em 128%
LCIs e LCAs com juros mensais, 11 ações para dividendos em 2026 e mais: as mais lidas do Seu Dinheiro
Renda pingando na conta, dividendos no radar e até metas para correr mais: veja os assuntos que dominaram a atenção dos leitores do Seu Dinheiro nesta semana
R$ 40 bilhões em dividendos, JCP e bonificação: mais de 20 empresas anunciaram pagamentos na semana; veja a lista
Com receio da nova tributação de dividendos, empresas aceleraram anúncios de proventos e colocaram mais de R$ 40 bilhões na mesa em poucos dias
Musk vira primeira pessoa na história a valer US$ 700 bilhões — e esse nem foi o único recorde de fortuna que ele bateu na semana
O patrimônio do presidente da Tesla atingiu os US$ 700 bilhões depois de uma decisão da Suprema Corte de Delaware reestabelecer um pacote de remuneração de US$ 56 bilhões ao executivo
Maiores quedas e altas do Ibovespa na semana: com cenário eleitoral e Copom ‘jogando contra’, índice caiu 1,4%; confira os destaques
Com Copom firme e incertezas políticas no horizonte, investidores reduziram risco e pressionaram o Ibovespa; Brava (BRAV3) é maior alta, enquanto Direcional (DIRR3) lidera perdas
Nem o ‘Pacman de FIIs’, nem o faminto TRXF11, o fundo imobiliário que mais cresceu em 2025 foi outro gigante do mercado; confira o ranking
Na pesquisa, que foi realizada com base em dados patrimoniais divulgados pelos FIIs, o fundo vencedor é um dos maiores nomes do segmento de papel
De olho na alavancagem, FIIs da TRX negociam venda de nove imóveis por R$ 672 milhões; confira os detalhes da operação
Segundo comunicado divulgado ao mercado, os ativos estão locados para grandes redes do varejo alimentar
“Candidatura de Tarcísio não é projeto enterrado”: Ibovespa sobe e dólar fecha estável em R$ 5,5237
Declaração do presidente nacional do PP, e um dos líderes do Centrão, senador Ciro Nogueira (PI), ajuda a impulsionar os ganhos da bolsa brasileira nesta quinta-feira (18)
‘Se eleição for à direita, é bolsa a 200 mil pontos para mais’, diz Felipe Miranda, CEO da Empiricus
CEO da Empiricus Research fala em podcast sobre suas perspectivas para a bolsa de valores e potenciais candidatos à presidência para eleições do próximo ano.
Onde estão as melhores oportunidades no mercado de FIIs em 2026? Gestores respondem
Segundo um levantamento do BTG Pactual com 41 gestoras de FIIs, a expectativa é que o próximo ano seja ainda melhor para o mercado imobiliário
Chuva de dividendos ainda não acabou: mais de R$ 50 bilhões ainda devem pingar na conta em 2025
Mesmo após uma enxurrada de proventos desde outubro, analistas veem espaço para novos anúncios e pagamentos relevantes na bolsa brasileira
Corrida contra o imposto: Guararapes (GUAR3) anuncia R$ 1,488 bilhão em dividendos e JCP com venda de Midway Mall
A companhia anunciou que os recursos para o pagamento vêm da venda de sua subsidiária Midway Shopping Center para a Capitânia Capital S.A por R$ 1,61 bilhão
Ação que triplicou na bolsa ainda tem mais para dar? Para o Itaú BBA, sim. Gatilho pode estar próximo
Alta de 200% no ano, sensibilidade aos juros e foco em rentabilidade colocam a Movida (MOVI3) no radar, como aposta agressiva para capturar o início do ciclo de cortes da Selic
Flávio Bolsonaro presidente? Saiba por que o mercado acendeu o sinal amarelo para essa possibilidade
Rodrigo Glatt, sócio-fundador da GTI, falou no podcast Touros e Ursos desta semana sobre os temores dos agentes financeiros com a fragmentação da oposição frente à reeleição do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva
‘Flávio Day’ e eleições são só ruído; o que determina o rumo do Ibovespa em 2026 é o cenário global, diz estrategista do Itaú
Tendência global de queda do dólar favorece emergentes, e Brasil ainda deve contar com o bônus da queda na taxa de juros
Susto com cenário eleitoral é prova cabal de que o Ibovespa está em “um claro bull market”, segundo o Santander
Segundo os analistas do banco, a recuperação de boa parte das perdas com a notícia sobre a possível candidatura do senador é sinal de que surpresas negativas não são o suficiente para afugentar investidores
Estas 17 ações superaram os juros no governo Lula 3 — a principal delas entregou um retorno 20 vezes maior que o CDI
Com a taxa básica de juros subindo a 15% no terceiro mandato do presidente Lula, o CDI voltou a assumir o papel de principal referência de retorno
Alta de 140% no ano é pouco: esta ação está barata demais para ser ignorada — segundo o BTG, há espaço para bem mais
O banco atualizou a tese de investimentos para a companhia, reiterando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para os papéis de R$ 14 para R$ 21,50
Queda brusca na B3: por que a Azul (AZUL4) despenca 22% hoje, mesmo com a aprovação do plano que reforça o caixa
As ações reagiram à aprovação judicial do plano de reorganização no Chapter 11, que essencialmente passa o controle da companhia para as mãos dos credores
Ibovespa acima dos 250 mil pontos em 2026: para o Safra é possível — e a eleição não é um grande problema
Na projeção mais otimista do banco, o Ibovespa pode superar os 250 mil pontos com aumento dos lucros das empresas, Selic caindo e cenário internacional ajudando. O cenário-base é de 198 mil pontos para o ano que vem
