Comprado em dólar, aplicado em juros e comprado em ações dos setores de óleo e gás, serviços de utilidade pública e consumo. Esse é o resumo das posições da SPX ao fim de outubro, segundo carta de gestão da casa comanda por Rogério Xavier. No mês de outubro, o SPX Nimitz rendeu 0,77%, ante um CDI de 0,48%.
No lado doméstico, a gestora acredita que apesar da comunicação conservadora do Banco Central (BC), a inflação baixa deve permitir que o Comitê de Política Monetária (Copom) continue cortando a Selic nas próximas reuniões, para algo entre 4% e 4,5% ao ano, permanecendo nesse intervalo por um longo período.
Para a SPX, a atividade econômica continua sugerindo que a recuperação será gradual, apesar de alguns estímulos ao longo dos próximos meses. No lado dos preços, a inflação tem se mantido em níveis confortáveis. Nos próximos meses, devemos observar alguma pressão nos preços das carnes e dos combustíveis, mas que não afetará a inflação de maneira que mude a estratégia já comunicada pelo BC.
A importância do teto
No lado político, a gestora destaca a série de medidas apresentadas para complementar o processo de ajuste fiscal e para tentar elevar a produtividade da economia. O tema mais urgente é a redução dos gastos obrigatórios, que viabilizam a manutenção do teto de gastos nos próximos anos.
Segundo a SPX, o teto de gastos tem sido uma âncora fiscal importantíssima e permite que o Brasil conviva com taxas de juros baixas, apesar do elevado nível de endividamento do setor público.
“Nesse sentido, é essencial manter o teto de gastos que tem um efeito fiscal duplamente importante, pois reduz os juros pagos pelo governo e controla a despesa primária”, diz a SPX.
O ponto positivo, segundo a gestora, é que, olhando para a posição fiscal do governo federal, muito já foi feito desde o governo Temer e são necessárias poucas medidas que dependem de aprovação do Congresso para conseguirmos colocar a razão dívida sobre o PIB em trajetória de queda.
Para a gestora, o Congresso brasileiro tem dado sinais de que não é de seu interesse ver o Brasil em uma trajetória de insolvência. “Então, acreditamos que uma parte da agenda deva andar, o que ajuda o Brasil a manter juros baixos e colocar a dívida em trajetória cadente.”
Balanço externo ainda negativo
No lado externo, a gestora constata que em outubro tivemos uma melhora na perspectiva de dois dos riscos proeminentes para a economia global: a guerra comercial entre Estados Unidos e China e o Brexit. Além disso, apesar dos dados econômicos continuarem indicando fraqueza na economia global, há sinais iniciais de estabilização.
A conclusão, no entanto, é que o balanço de riscos para a economia global ainda é negativo. EUA e China ainda finalizaram um acordo e o drama do Brexit não está resolvido. Apesar dos dados recentes apresentarem uma tentativa de estabilização, “ainda é cedo para dizer se a economia global realmente está se estabilizando ou se a desaceleração ainda vai se aprofundar.”
Na parte internacional, a gestora está comprada em bolsas europeias e de países emergentes e vendida na bolsa americana. A tese se baseia em uma melhora cíclica de curto prazo, somada a uma assimetria da percepção geopolítica entre as regiões. Também teve aumento nas posições que se beneficiam de um cenário no qual um candidato de esquerda dentro do partido democrata comece a ganhar mais espaço nas eleições americanas de 2020.