Em evento realizado hoje (5), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, citou os temas que considera mais sensíveis no texto da reforma da Previdência enviada ao Congresso. Na lista estão a paridade e integralidade de pagamentos para servidores ingressantes antes de 2003 e a aposentadoria especial de professores e policiais.
Para Maia, o déficit da aposentadoria rural se resolve combatendo as fraudes e prometeu defender a progressividade da alíquota previdenciária.
O presidente da Câmara também justificou os problemas na articulação política com a irritação e ansiedade das pessoas pela crise econômica que já dura quase 5 anos.
"Tenho certeza que estamos prontos para liderar esse processo e o papel do governo de articulação é importante para construir uma base para aprovar as reformas que o Brasil precisa", disse Maia, que também lembrou que a reforma é essencial para resolver o fluxo de caixa dos Estados e que parlamentares não ajudarão na reforma caso o problema não seja resolvido.
Já praticamente enterrados
Maia também afirmou que a retirada do BPC e da aposentadoria rural teria um impacto fiscal pequeno, portanto, não seria um problema retirá-los da reforma.
No entanto, o deputado disse que os demais itens não podem ser perdidos, para que o governo tenha condições de enviar em seguida uma proposta de regime de capitalização.
Maia também comentou o bate-boca na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara entre o ministro Paulo Guedes (Economia) e parlamentares de oposição e disse que esse tipo de embate já aconteceu outras vezes no Congresso, mas que não é o ideal. "Houve uma provocação e a resposta do ministro Paulo Guedes foi fora do tom", disse.
O presidente da Câmara ressaltou que a conversa do presidente Jair Bolsonaro e as lideranças dos partidos políticos não é para construir uma base política, mas sim para consolidar uma agenda em comum.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) e o ministro da Economia, Paulo Guedes, também participaram do painel no fórum do Grupo de Líderes Empresariais (Lide).
Mais cedo, Alcolumbre afirmou que é importante que os governadores não sejam apenas favoráveis à reforma, mas que também a defendam em seus Estados.
*Com Estadão Conteúdo.