Depois de quebrar a cabeça tentando encontrar formas de baratear o diesel e a gasolina e aplacar a fúria dos brasileiros com os seguidos aumentos, o governo finalmente achou uma alternativa. Mas a queda nos preços terá um custo que será pago pelo meio ambiente.
A União publicou nesta sexta-feira (22) um decreto que adia o prazo para o cumprimento das metas de compra dos Créditos de Descarbonização (CBios) de 2022. O CBIO é um ativo que comprova as práticas antipoluição das empresas - cada crédito representa uma tonelada de dióxido de carbono (CO2) que deixou de ser emitida.
Vale lembrar que esse é um requisito ambiental compulsório para distribuidoras e visa a redução de emissões de gases do efeito estufa na comercialização de combustíveis. Agora, as empresas terão até o final de setembro de 2023 para comprovar a meta deste ano.
"A medida está em consonância com o atual estado de emergência no Brasil, decorrente da elevação extraordinária e imprevisível dos preços do petróleo, combustíveis e seus derivados", afirma, em nota, o Ministério de Minas e Energia, em nota.
Quanto vai baixar?
A notícia é ruim para o meio ambiente, mas boa para os caminhoneiros, segundo o ministro de Minas e Energia. Adolfo Sachsida declarou hoje que o decreto provocará um queda de mais de R$ 0,10 na gasolina e no diesel.
Somada a redução no preço promovida pela Petrobras (PETR4) na última terça-feira (19), o recuo deve ser de até R$ 0,30, de acordo com os cálculos de Sachsida.
O anúncio da estatal ocorreu dias depois de o presidente Jair Bolsonaro afirmar que a Petrobras diminuiria a margem de lucro.
"Petrolíferas do mundo todo diminuíram a margem de lucro, é o que a gente quer da Petrobras. Isso vai acontecer e sem interferência", afirmou, em transmissão nas redes sociais.
Veja também- Petrobras (PETR4) está extremamente barata: vale o risco?
Buscando alternativas
Além de prorrogar o prazo para o cumprimento de metas ambientais, o governo estuda outras medidas para reduzir ainda mais o preço da gasolina e do diesel.
Bolsonaro e Sachsida anunciaram hoje que estão em negociações com outros países para a importação de combustível mais barato.
"Estamos com vários outros países contatados para a gente comprar diesel mais barato", declarou o presidente durante uma visita a um posto de combustível em Brasília para fiscalizar a mais recente queda de preços.
Os políticos não especificam quais nações estão envolvidas nas negociações, mas o ministro de Minas e Energia garante que houve uma checagem de restrições e sanções internacionais.
Apesar disso, Bolsonaro já havia anunciado negociações com a Rússia para a importação de diesel. "Meu relacionamento com governo russo não é bom, é excepcional", declarou o presidente.
"Nosso contato com Putin está 10, excelente", seguiu o chefe do Executivo, que já declarou posição de neutralidade na guerra com a Ucrânia. "Em breve teremos combustível mais barato do mundo, tirando países produtores e com refinarias".
*Com informações do Estadão Conteúdo