Menos risco no horizonte: dólar cai mais de 1% e volta ao nível de R$ 4,06, de olho no alívio global
O dólar à vista cravou a nona baixa nas últimas 11 sessões e, com isso, voltou ao nível do início de novembro. Tudo graças ao alívio visto lá fora, com dados econômicos mais favoráveis da China e dos Estados Unidos
O dólar à vista vem numa tendência de forte alívio em dezembro: a moeda americana, que iniciou o mês acima de R$ 4,20, está perdendo força gradualmente, reagindo ao ambiente mais tranquilo no Brasil e no exterior. E, nessa segunda-feira (16), o panorama continuou o mesmo.
A divisa teve mais uma dia de baixa, terminando em queda de 1,11%, a R$ 4,0620, o menor nível de encerramento desde 6 de outubro, quando estava cotada a R$ 3,9939 — o desempenho de hoje marcou a nona queda nas últimas onze sessões.
Com o novo recuo desta sexta-feira, a moeda americana já acumula uma desvalorização de mais de 4,21% somente em dezembro — desde o início de 2019, contudo, o dólar à vista ainda avança 4,93%.
E o que explica essa nova rodada de despressurização no câmbio?
A resposta está no exterior. Lá fora, o noticiário convergiu para uma mesma direção: a de redução na aversão ao risco. Tanto na China quanto nos Estados Unidos, os dados econômicos mais recentes mostraram um fortalecimento das economias locais — e isso logo depois de as potências chegarem a um acerto comercial de primeira fase.
Nesse cenário, os investidores globais se sentiram mais a vontade para desmontar parte de suas posições defensivas. O dólar perdeu terreno em escala global — o índice DXY, que mede o desempenho da moeda americana em relação as divisas fortes, fechou em baixa de 0,13%.
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Comportamento semelhante foi verificado na comparação com as moedas emergentes: o dólar perdeu força em relação ao peso mexicano, o rublo russo, o peso colombiano, o rand sul-africano e o peso chileno, entre outras. O real, assim, acompanhou a tendência global.
E o Ibovespa? Bem, o principal índice da bolsa brasileira ate tentou seguir os passos do câmbio e acompanhar o tom visto lá fora. Só que, na reta final do pregão, a bolsa perdeu fôlego, virando para queda.
Após chegar a subir 0,56% logo no início do pregão e tocar os 113.196,83 pontos — um novo recorde intradiário —, o Ibovespa fechou em queda de 0,59%, aos 111.896,04 pontos, num movimento de ajuste pontual após as fortes altas recentes.
Vale lembrar que, apenas em dezembro, o Ibovespa já renovou cinco vezes os recordes de encerramento. Assim, mesmo com a baixa de hoje, o índice ainda acumula saldo positivo no mês: os ganhos em dezembro ainda são superiores a 3%.
A queda de hoje fez o Ibovespa descolar do exterior: nos Estados Unidos, o Dow Jones (+0,36%), o S&P 500 (+0,71%) e o Nasdaq (+0,91%) terminaram em alta firme, atingindo novos recordes de fechamento.
Vamos analisar mais de perto os fatores que deram suporte à queda firme do dólar à vista e provocaram mais uma rodada de ganhos nas bolsas americanas nesta segunda-feira.
Bandeira branca
Conforme anunciado pelos governos duas potências na última sexta-feira (13), americanos e chineses acertaram as bases para a primeira fase de um acordo comercial mais amplo. A assinatura formal do acordo deve ocorrer apenas em 2020, mas fato é que algumas medidas práticas já foram tomadas.
Em destaque, aparece a suspensão, pelo Casa Branca, da nova rodada de tarifas a serem impostas sobre as importações chinesas, que começariam a valer a partir de ontem. O cancelamento dessas sobretaxas era visto como essencial pelos mercados, já que a lista de produtos afetados englobava itens de tecnologia, como smartphones e laptops — o que poderia afetar diretamente o consumidor americano.
Além do fim dessas taxas, também ficou acertado que ambas as partes comprarão volumes maiores de determinados itens — o detalhamento mais amplo das medidas, contudo, ainda não foi revelado.
De qualquer maneira, a notícia é positiva e coopera para trazer alívio às tensões comerciais no mundo. Por mais que essa primeira fase esteja longe de encerrar as disputas, há a percepção de que, agora, as disputas tendem a gerar impactos menos intensos na economia global.
Retomada na China, otimismo nos EUA
Em paralelo ao acerto comercial com os americanos, também há a percepção de fortalecimento da economia chinesa. Mais cedo, o país asiático informou a expansão na produção industrial e nas vendas no varejo em novembro, e num ritmo muito maior que o previsto pelos analistas.
Mas não foi apenas a economia chinesa que deu sinais de força nesta segunda-feira. Nos Estados Unidos, também foram divulgados indicadores de atividade mais saudáveis, animado os investidores desse lado do Atlântico.
Entre os destaques, aparece o índice de atividade industrial Empire State, que subiu a 3,5 em dezembro — acima das projeções do mercado, de 3,1. Além disso, o PMI composto do país, que engloba os setores de serviços e indústria, também melhorou em dezembro.
Por fim, o índice de confiança das construtoras americanas subiu a 76 neste mês — é o maior nível desde 1999.
Top 5
Veja as cinco ações de melhor desempenho do Ibovespa nesta segunda-feira:
- BR Distribuidora ON (BRDT3): +3,56%
- Natura ON (NATU3): +3,51%
- Via Varejo ON (VVAR3): +3,50%
- Cemig PN (CMIG4): +2,92%
- Ecorodovias ON (ECOR3): +2,84%
Confira também as maiores quedas do índice:
- Cielo ON (CIEL3): -5,13%
- Equatorial ON (EQTL3): -2,69%
- Itaú Unibanco PN (ITUB4): -2,29%
- Gerdau PN (GGBR4): -2,06%
- Petrobras PN (PETR4): -1,90%
Juros destoam
Apesar do alívio no dólar à vista, as curvas de juros fecharam em alta — os DIs encontram pouco espaço para ajustes negativos neste fim de ano, considerando as perspectivas de estabilidade na Selic para 2020 emitidas pelo BC e a percepção de que a inflação começa a ganhar força no país.
Veja abaixo como ficaram as principais curvas de juros nesta segunda-feira:
- Janeiro/2021: de 4,51% para 4,55%;
- Janeiro/2023: de 5,72% para 5,82%;
- Janeiro/2025: de 6,36% para 6,46%;
- Janeiro/2027: de 6,70% para 6,81%.
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