Os melhores e piores investimentos de outubro: títulos públicos longos brilharam e dólar finalmente deu um respiro
Mês foi marcado pela aprovação da reforma da Previdência, acordos para o Brexit e para a guerra comercial e novos cortes nas taxas de juros

A continuidade do movimento de queda nos juros futuros fez com que os títulos públicos de longo prazo tivessem, novamente, alguns dos melhores desempenhos do mês. E depois de um tombo no mês passado, o bitcoin voltou ao pódio dos melhores investimentos em outubro.
Apesar de não ter tido um desempenho brilhante em comparação aos campeões do mês, o Ibovespa também se saiu bem, acumulando alta de 2,36% em outubro. O dólar, por sua vez, finalmente deu um alívio. A cotação à vista fechou o mês em baixa de 3,51%, a R$ 4,0092, e o dólar PTAX perdeu 3,84%. No ano, entretanto, a moeda americana ainda sobe.
O mês de outubro foi marcado por pelo menos três acontecimentos que tiveram grande impacto nos mercados financeiros: a aprovação da reforma da Previdência no Brasil, o fechamento de um acordo comercial preliminar entre Estados Unidos e China e a aprovação de um acordo entre Reino Unido e União Europeia para o Brexit.
Os melhores investimentos de outubro
Juro para baixo
Os títulos públicos prefixados e atrelados à inflação - notadamente os de longo prazo - mais uma vez foram beneficiados pela continuidade do movimento de queda nos juros futuros.
Por terem parte ou a totalidade de sua remuneração prefixada, esses papéis se valorizam quando os juros futuros caem. E como os títulos de longo prazo são mais voláteis, eles tendem a se mexer mais, tanto nos momentos de alta quanto nos de baixa.
Leia Também
O campeão absoluto do mês foi, para variar, o título Tesouro IPCA+ (NTN-B Principal) com vencimento em 2045, com ganho de 8,52% nos últimos 30 dias. No ano, esse papel acumula valorização de mais de 70%.
Com a divulgação de dados fracos da economia americana no início do mês e a deflação registrada no Brasil em setembro, os investidores continuaram apostando as fichas em novos cortes nas taxas de juros, aqui e lá fora.
Até porque, o pano de fundo do temor da desaceleração da economia mundial, com a guerra comercial entre Estados Unidos e China, permaneceu ao longo do mês.
Além disso, aqui no Brasil a reforma da Previdência foi finalmente aprovada, tendo passado no segundo turno de votação em plenário no Senado. O fato também contribuiu para a queda nos juros, dado que reduz o risco do país.
Ontem (30), os bancos centrais do Brasil e dos EUA cortaram mais uma vez as taxas básicas de juros. Por aqui, o BC tenta estimular a atividade econômica, que ainda patina, como mostram os índices reduzidos de inflação e a alta taxa de desemprego.
Agora, a Selic caiu para a nova mínima histórica de 5,0% ao ano, reduzindo ainda mais a remuneração dos ativos de renda fixa conservadora, cuja remuneração é atrelada às taxas de juros.
Repare que, com isso, o CDI, o Tesouro Selic (LFT) - título público cuja rentabilidade é atrelada à Selic - e a caderneta de poupança - atualmente atrelada à taxa básica - aparecem entre as últimas colocações da tabela.
Ibovespa em 108 mil pontos
Mas a queda nos juros não beneficia apenas títulos de renda fixa prefixados e atrelados à inflação. Ela também favorece o desempenho dos ativos de risco, como as ações e o mercado imobiliário, pois torna a renda fixa conservadora menos atrativa.
Aqui e nos Estados Unidos, as bolsas atingiram novos recordes históricos em outubro. Mas o Ibovespa passou por fortes altos e baixos e não terminou entre os melhores investimentos do mês.
Na primeira quinzena, o principal índice da bolsa brasileira chegou a cair abaixo dos 100 mil pontos, mas na segunda metade do mês bateu uma sucessão de recordes, até atingir um novo patamar histórico de fechamento, aos 108.407,54 pontos.
Acordo comercial entre EUA e China e reveses na reforma da Previdência
O mês começou com um baita tombo do índice. Além da divulgação de dados econômicos fracos nos Estados Unidos, a reforma da Previdência sofreu uma inesperada desidratação no Senado, que reduziu a economia projetada. Além disso, a votação em segundo turno foi adiada.
Já na segunda semana, o Ibovespa chegou a perder os 100 mil pontos com novas tensões comerciais entre EUA e China. Mas depois os dois países começaram a sinalizar que chegariam a um acordo durante o encontro entre o presidente americano Donald Trump com o vice-primeiro-ministro chinês Liu He, que ocorreria na sexta-feira.
E foi exatamente o que aconteceu: as autoridades dos dois países finalmente fecharam uma espécie de primeira fase de um acordo, o que animou os mercados.
Por aqui, vieram boas notícias de Brasília. O Congresso fechou um acordo para a partilha dos recursos do megaleilão do pré-sal, a ser realizado em novembro, abrindo caminho para que a tramitação da reforma da Previdência tivesse continuidade.
Brexit com acordo e Previdência aprovada
A terceira semana do mês foi marcada pelo acordo entre o Reino Unido e a União Europeia para o Brexit e pela aprovação, no Senado brasileiro, das regras para a partilha dos recursos do megaleilão do pré-sal.
Atritos internos no PSL, o partido do presidente Jair Bolsonaro, foram monitorados pelo mercado, que temia que as rusgas acabassem respingando na tramitação da reforma da Previdência, o que não ocorreu.
Pelo contrário. Na semana passada, a bolsa brasileira pôde finalmente comemorar a aprovação da reforma da Previdência, levando o Ibovespa a novos recordes. Pela primeira vez, o índice passou dos 108 mil pontos durante o pregão.
O início da temporada de balanços, com resultados fortes das empresas, também contribuiu para a valorização das ações, principalmente de Petrobras e Vale. No exterior, as empresas americanas também exibiram bons resultados no terceiro trimestre.
Menos pressão sobre o dólar
A aprovação da reforma da Previdência, os dados econômicos fracos nos Estados Unidos e os prognósticos de queda de juros nos EUA - que acabaram se concretizando - contribuíram para um enfraquecimento do dólar perante o real.
A moeda, no entanto, não tem conseguido se manter abaixo de R$ 4, embora tenha furado esse patamar algumas vezes durante o mês de outubro.
O Brasil passa por um momento de fuga de dólares que impede a moeda americana de recuar, e um dos motivos é o fato de que a diferença entre as taxas de juros daqui e dos Estados Unidos diminuiu bastante.
O Eduardo Campos, que manja muito mais de câmbio do que eu, explica os motivos dessa fuga de dólares nesta matéria.
O que vem pela frente
Nesta semana, a União Europeia aprovou o adiamento da data-limite para o Brexit, de 31 de outubro para 31 de janeiro de 2020, pois o Parlamento britânico não chegou a um consenso para aprovar o acordo entre o Reino Unido e a UE a tempo.
Mas isso até que é boa notícia, pois reduz a chances de um Brexit sem acordo, o que seria mais preocupante para os mercados.
Quanto à guerra comercial, o mercado agora espera que EUA e China assinem um acordo comercial em novembro. No mês que vem também será realizado o megaleilão do pré-sal, que deve possibilitar a entrada de recursos no Brasil.
Melhores e piores ações do mês
As ações da varejista Magazine Luiza (MGLU3) tiveram a maior alta de outubro, com valorização de 20,66%. Já o pior desempenho ficou por conta dos papéis da Cogna (COGN3), antiga Kroton, com queda de 13,95%.
*Matéria atualizada com a correção do retorno da poupança antiga.
Quer ter um Porsche novinho? Pois então aperte os cintos: a Volkswagen quer fazer o IPO da montadora de carros esportivos
Abertura de capital da Porsche deve acontecer entre o fim de setembro e início de outubro; alguns investidores já demonstraram interesse no ativo
BTG Pactual tem a melhor carteira recomendada de ações em agosto e foi a única entre as grandes corretoras a bater o Ibovespa no mês
Indicações da corretora do banco tiveram alta de 7,20%, superando o avanço de 6,16% do Ibovespa; todas as demais carteiras do ranking tiveram retorno positivo, porém abaixo do índice
Small caps: 3R (RRRP), Locaweb (LWSA3), Vamos (VAMO3) e Burger King (BKBR3) — as opções de investimento do BTG para setembro
Banco fez três alterações em sua carteira de small caps em relação ao portfólio de agosto; veja quais são as 10 escolhidas para o mês
Passando o chapéu: IRB (IRBR3) acerta a venda da própria sede em meio a medidas para se reenquadrar
Às vésperas de conhecer o resultado de uma oferta primária por meio da qual pretende levantar R$ 1,2 bilhão, IRB se desfaz de prédio histórico
Chega de ‘só Petrobras’ (PETR4): fim do monopólio do gás natural beneficia ação que pode subir mais de 50% com a compra de ativos da estatal
Conheça a ação que, segundo analista e colunista do Seu Dinheiro, representa uma empresa com histórico de eficiência e futuro promissor; foram 1200% de alta na bolsa em quase 20 anos – e tudo indica que esse é só o começo de um futuro triunfal
Mais um banco se rende à Cielo (CIEL3) e passa a recomendar a compra da ação, mesmo após alta de quase 200% neste ano
Com potencial de alta de quase 30% estimado para os papéis, os analistas do Credit Suisse acreditam que você deveria incluir as ações da empresa de maquininhas no seu portfólio
IRB lança oferta primária restrita, mas limita operação a R$ 1,2 bilhão e antecipa possibilidade de um descontão; IRBR3 é a maior alta do Ibovespa hoje
Resseguradora busca reenquadramento da cobertura de provisões técnicas e de liquidez regulatória para continuar operando
Dividendos: Porto Seguro (PSSA3) anuncia quase R$ 400 milhões em JCP; Kepler Weber (KEPL3) também distribuirá proventos
Data de corte é a mesma em ambos os casos; veja quem tem direito a receber os proventos das empresas
Oi (OIBR3) confirma venda de operação fixa para subsidiária da Highline; transação pode alcançar R$ 1,7 bilhão
Proposta da NK 108, afiliada da Highline, foi a única válida no leilão realizado ontem; negócio envolve cerca de 8 mil torres da Oi
Depois de bons resultados nos setores de gás e energia, gigante de infraestrutura está conquistando espaço, também, na mineração – e promete assustar a Vale (VALE3)
Um crescimento mínimo de 50%: é isso que time de analistas espera para uma ação que custa, hoje, 20% a menos do que sua média histórica; saiba como aproveitar
Ibovespa interrompe sequência de 4 semanas em alta; veja as ações que mais caíram – e um setor que subiu em bloco
Ibovespa foi prejudicado por agenda fraca na semana, mas houve um setor que subiu em bloco; confira as maiores altas e baixas do período
Dá pra personalizar mais? Americanas (AMER3) fecha parceria com o Google em busca de mais eficiência e melhor experiência para clientes
Acordo entre a Americanas e o Google prevê hiperpersonalização da experiência do cliente e otimização de custos operacionais
Bed Bath & Beyond desaba mais de 40% em Wall Street — e o ‘culpado’ é um dos bilionários da GameStop; entenda
Ryan Cohen, presidente do conselho da GameStop, vendeu todas as suas ações na varejista de itens domésticos e embolsou US$ 60 milhões com o negócio
Unindo os jalecos: acionistas do Fleury (FLRY3) e Hermes Pardini (PARD3) aprovam a fusão entre as companhias
Os acionistas de Fleury (FLRY3) e Hermes Pardini (PARD3) deram aval para a junção dos negócios das companhias; veja os detalhes
JBS (JBSS3) é a ação de alimentos favorita do BofA, mas banco vê menor potencial de alta para o papel; ainda vale a pena comprar?
Analistas revisaram para baixo o preço-alvo do papel, para R$ 55, devido à expectativa de queda nas margens da carne bovina dos EUA, correspondente a 40% das vendas da empresa
Irani anuncia recompra de até 9,8 milhões de ações na B3; o que isso significa para o acionista de RANI3?
A empresa disse que quer maximizar a geração de valor para os seus investidores por meio da melhor administração da estrutura de capital
Vale (VALE3) perdeu o encanto? Itaú BBA corta recomendação de compra para neutro e reduz preço-alvo do papel
Queridinha dos analistas, Vale deve ser impactada por menor demanda da China, e retorno aos acionistas deve ficar mais limitado, acredita o banco
Soberania da (VALE3) ‘ameaçada’? Melhor ação de infraestrutura da Bolsa pode subir 50%, está entrando na mineração e sai ganhando com o fim do monopólio da Petrobras (PETR4) no setor de gás; entenda
Líder na América Latina, papel está barato, está com fortes investimentos na mineração e é um dos principais nomes do mercado de gás e do agronegócio no Brasil
Nubank (NU; NUBR33) chega a subir 20% após balanço, mas visão dos analistas é mista e inadimplência preocupa
Investidores gostaram de resultados operacionais, mas analistas seguem atentos ao crescimento da inadimplência; Itaú BBA acha que banco digital pode ter subestimado o risco do crédito pessoal
Briga do varejo: Qual é a melhor ação de atacadista para ter na carteira? A XP escolheu a dedo os papéis; confira
O forte resultado do Grupo Mateus (GMAT3) no 2T22 garantiu ao atacadista um convite para juntar-se ao Assaí (ASAI3) na lista de varejistas de alimentos favoritas dos analistas