🔴 +30 RECOMENDAÇÕES DE ONDE INVESTIR EM DEZEMBRO – VEJA AQUI

Victor Aguiar

Victor Aguiar

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.

The show must go on

Under pressure: aversão ao risco e noticiário local fazem Ibovespa cair mais de 1%

Em meio às incertezas da guerra comercial e ao clima de cautela em função do noticiário doméstico, o Ibovespa teve mais um pregão negativo

Victor Aguiar
Victor Aguiar
26 de agosto de 2019
10:25 - atualizado às 10:58
Freddie Mercury Queen
Ibovespa foi pressionado por fatores locais e externos, caindo à faixa dos 96 mil pontos - Imagem: Shutterstock

Eu gosto muito de rádio: enquanto dirijo, fico trocando freneticamente de estação, alternando entre músicas e notícias. E, na manhã desta segunda-feira (26), não foi diferente: a caminho do trabalho, enquanto pensava no Ibovespa e no dólar à vista, eu cruzava a zona oeste de São Paulo — e ia pulando de emissora em emissora.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

E, entre as diversas manchetes, canções e entrevistas, uma linha de baixo prendeu a minha atenção: simples, elegante e marcante. Era a abertura de Under Pressure, clássico do Queen com a participação de David Bowie.

Depois de alguns segundos de introdução, Freddie Mercury e o camaleão do rock entram e cantam, a plenos pulmões: "Pressure / Pushing down on me / Pushing down on you / No man ask for". Ou, numa tradução livre:

Pressão / Me esmagando/ Te esmagando / Ninguém merece isso

Confesso: eu não sou um grande fã de Queen. Mas, desde hoje cedo, essa música está na minha cabeça. E, ao ver o Ibovespa cedendo às pressões locais e externas, não tive como não lembrar ainda mais do dueto entre Freddie Mercury e David Bowie — ou da linha de baixo de John Deacon.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Afinal, o principal índice da bolsa brasileira até começou o dia bem, tocando os 98.435,96 pontos logo após a abertura (+0,79%). No entanto, o Ibovespa rapidamente perdeu força e virou o campo negativo, terminando em baixa de 1,27%, aos 96.429,60 pontos — o menor nível de fechamento desde 5 de junho.

Leia Também

E, assim como nas últimas semanas, o noticiário externo trouxe cautela às negociações por aqui. Lá fora, a guerra comercial entre Estados Unidos e China segue nos holofotes, gerando preocupação aos mercados em escala global — e, em meio à turbulência, os ativos de países emergentes acabaram sendo os mais penalizados.

No entanto, o panorama doméstico também foi motivo de preocupação para os agentes financeiros. Os recentes atritos entre os governos do Brasil e da França, tendo como pano de fundo a crise na Amazônia, não são bem vistos pelo mercado; além disso, o noticiário envolvendo o BTG Pactual trouxe uma dose extra de estresse às negociações.

O mercado de câmbio também segue pressionado: o dólar à vista avançou 0,36%, a R$ 4,1395 — na máxima, chegou a tocar os R$ 4,1630, o maior nível em termos intradiários desde 19 de setembro (R$ 4,1767). Lá fora, o a moeda americana exibiu tendência semelhante em relação às demais divisas de países emergentes.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Já as bolsas americanas conseguiram passar por um alívio: o Dow Jones subiu 1,05%, o S&P 500 teve alta de 1,10% e o Nasdaq exibiu ganhos de 1,32%. E o que explica essa diferença de comportamento em relação ao Ibovespa?

Is this the real life?

Na última sexta-feira (23), as tensões comerciais entre Estados Unidos e China chegaram a um novo patamar após os governos de Pequim e de Washington elevarem as tarifas de importação entre si — e após o presidente americano, Donald Trump, elevar o tom e fazer críticas agressivas ao governo chinês.

Contudo, o republicano deu algumas declarações nesta manhã, buscando esfriar um pouco os ânimos. Segundo Trump, o governo americano recebeu duas ligações de autoridades de Pequim na noite do último domingo. O republicano afirmou que os países retomarão as negociações comerciais "em breve" e de "forma muito séria", dizendo ainda ter respeito pelo presidente chinês, Xi Jinping.

E, por mais que o governo chinês tenha negado os contatos telefônicos, o tom mais ameno usado por Trump diminuiu o pânico nos mercados — o que abriu espaço para que as bolsas americanas recuperassem parte das perdas recentes. Só que esse otimismo não contamina as bolsas mundiais.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Conforme destaca Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos, a aversão global ao risco por causa da instabilidade na guerra comercial segue elevada. A fala de Trump, assim, serve para trazer algum alento aos mercados americanos, mas não diminui a cautela em relação aos ativos mais arriscados, como os de países emergentes.

"Há cerca de duas semanas, começamos a ver um descolamento maior dos emergentes em relação ao mercado americano", pondera Beyruti. "E, hoje, vemos que a aversão ao risco ainda está alta. Isso gera um movimento de busca por ativos seguros que acaba nos desfavorecendo".

Assim, o Ibovespa mergulhou novamente no campo negativo e o dólar à vista voltou a ganhar força em relação ao real: em meio às incertezas e instabilidades da guerra comercial, os agentes financeiros preferem reduzir a exposição aos ativos mais arriscados e correm para opções mais seguras.

No caso do mercado acionário, essas alternativas seriam os papéis de empresas americanas; no câmbio, a preferência acaba ficando com o dólar.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Is this just fantasy?

Mas analistas e operadores também destacam que o noticiário local não coopera para melhorar o humor dos mercados por aqui. A crise na Amazônia, somada às trocas de farpas entre o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, e da França, Emmanuel Macron, traz desconforto aos agentes financeiros.

Por mais que os países do G7 tenham definido ajudar o Brasil a combater os incêndios florestais na Amazônia, o bate-boca público entre Bolsonaro e Macron não é bem visto pelos mercados, uma vez que pode mexer com a percepção do Brasil no exterior e trazer instabilidade às negociações. "Isso não é nada bom", me disse um operador.

Além disso, um segundo fator no front local contribuiu para piorar ainda mais o humor por aqui: a possibilidade de envolvimento do BTG Pactual num esquema de lavagem de dinheiro, conforme revelado num primeiro momento pelo site O Antagonista.

A Polícia Federal estaria investigando "esquemas extremamente sofisticados" de lavagem de dinheiro — a denúncia, cuja íntegra foi disponibilizada pelo site, foi feita em 2016, por uma fonte anônima ligada ao banco. Em nota, o BTG negou qualquer irregularidade.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Como resposta, as units do BTG Pactual (BPAC11) fecharam em forte baixa de 18,48%, a R$ 46,46. Os demais papéis do setor bancário também fecharam no campo negativo, com destaque para Banco do Brasil ON (BBAS3) (-0,47%) e Bradesco PN (BBDC4) (-1,03%).

Caught in a landslide

Por aqui, o real segue mostrando dificuldade para retomar o terreno perdido, e nem mesmo a venda de mais um lote de US$ 550 milhões no mercado à vista pelo Banco Central trouxe maior tranquilidade às negociações de câmbio no mercado doméstico — essas operações vão até o dia 29.

Vale lembrar, ainda, que o BC continuará com as ofertas de moeda no mercado à vista em setembro: na última sexta-feira, a autoridade anunciou que ofertará até US$ 11,6 bilhões a partir de 2 de setembro.

E o estresse visto no mercado de câmbio local acompanha o movimento visto no exterior: lá fora, a divisa americana ganha força em relação às demais moedas emergentes, caso do peso mexicano, do rublo russo, do peso chileno e do rand sul-africano, entre outras.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

No escape from reality

O novo dia de pressão sobre os ativos emergentes e o fortalecimento do dólar à vista acabaram fazendo com que as curvas de juros avançassem em toda a sua extensão.

Na ponta curta, os DIs para janeiro de 2021 subiram de 5,43% para 5,51%; no vértice longo, as curvas com vencimento em janeiro de 2023 fecharam em alta de 6,44% para 6,59%, e as para janeiro de 2025 foram de 6,94% para 7,06%.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
COM EMOÇÃO

Ibovespa em 2026: BofA estima 180 mil pontos, com a possibilidade de chegar a 210 mil se as eleições ajudarem

11 de dezembro de 2025 - 17:01

Banco norte-americano espera a volta dos investidores locais para a bolsa brasileira, diante da flexibilização dos juros

FIIS HOJE

JHSF (JHSF3) faz venda histórica, Iguatemi (IGTI3) vende shoppings ao XPML11, TRXF11 compra galpões; o que movimenta os FIIs hoje

11 de dezembro de 2025 - 14:31

Nesta quinta-feira (11), cinco fundos imobiliários diferentes agitam o mercado com operações de peso; confira os detalhes de cada uma delas

O TEMPO ESTÁ ACABANDO

Concurso do IBGE 2025 tem 9,5 mil vagas com salários de até R$ 3.379; veja cargos e como se inscrever

10 de dezembro de 2025 - 15:00

Prazo de inscrição termina nesta quinta (11). Processo seletivo do IBGE terá cargos de agente e supervisor, com salários, benefícios e prova presencial

DEVO, NÃO NEGO...

Heineken dá calote em fundo imobiliário, inadimplência pesa na receita, e cotas apanham na bolsa; confira os impactos para o cotista

10 de dezembro de 2025 - 12:01

A gestora do FII afirmou que já realizou diversas tratativas com a locatária para negociar os valores em aberto

ESTRATÉGIA DO GESTOR

Investidor estrangeiro minimiza riscos de manutenção do governo atual e cenários negativos estão mal precificados, diz Luis Stuhlberger 

9 de dezembro de 2025 - 19:12

Na carta mensal do Fundo Verde, gestor afirmou que aumentou exposição às ações locais e está comprado em real

DINHEIRO NO BOLSO

Após imbróglio, RBVA11 devolve agências à Caixa — e cotistas vão sair ganhando nessa

9 de dezembro de 2025 - 14:31

Com o distrato, o fundo reduziu ainda mais sua exposição ao setor financeiro, que agora representa menos de 24% do portfólio total

MERCADOS HOJE

Efeito Flávio derruba a bolsa: Ibovespa perde mais de 2 mil pontos em minutos e dólar beira R$ 5,50 na máxima do dia

9 de dezembro de 2025 - 12:10

Especialistas indicam que esse pode ser o começo da real precificação do cenário eleitoral no mercado local, depois de sucessivos recordes do principal índice da bolsa brasileira

OPERAÇÃO MILIONÁRIA

FII REC Recebíveis (RECR11) mira R$ 60 milhões com venda de sete unidades de edifício em São Paulo

9 de dezembro de 2025 - 11:12

Apesar de não ter informado se a operação vai cair como um dinheiro extra no bolso dos cotistas, o RECR11 voltou a aumentar os dividendos em dezembro

SINAIS CONFUSOS

Ações de IA em alta, dólar em queda, ouro forte: o que esses movimentos revelam sobre o mercado dos EUA

9 de dezembro de 2025 - 9:32

Segundo especialistas consultados pelo Seu Dinheiro, é preciso separar os investimentos em equities de outros ativos; entenda o que acontece no maior mercado do mundo

NOVOS HORIZONTES

TRX Real Estate (TRXF11) abocanha novos imóveis e avança para o setor de educação; confira os detalhes das operações

8 de dezembro de 2025 - 10:17

O FII fez sua primeira compra no segmento de educação ao adquirir uma unidade da Escola Eleva, na Barra da Tijuca (RJ)

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

O estouro da bolsa brasileira: gestor rebate tese de bolha na IA e vê tecnologia abrindo janela de oportunidade para o Brasil

8 de dezembro de 2025 - 6:31

Em entrevista exclusiva ao Seu Dinheiro, Daniel Popovich, gestor da Franklin Templeton, rebate os temores de bolha nas empresas de inteligência artificial e defende que a nova tecnologia se traduzirá em crescimento de resultados para as empresas e produtividade para as economias

PEQUENA E PODEROSA

Aura (AURA33): small cap que pode saltar 50% está no pódio das ações para investir em dezembro segundo 9 analistas

7 de dezembro de 2025 - 14:06

Aura Minerals (AURA33) pode quase dobrar a produção; oferece exposição ao ouro; paga dividendos trimestrais consistentes e negocia com forte desconto.

ILEGAIS

CVM suspende 6 empresas internacionais por irregularidades na oferta de investimentos a brasileiros; veja quais são

6 de dezembro de 2025 - 12:39

Os sites, todos em português, se apresentam como plataformas de negociação em mercados globais, com ativos como moedas estrangeiras, commodities, metais, índices, ETFs, ações, criptoativos e outros

QUANTO MAIOR A ALTA...

Bolsa perdeu R$ 183 bilhões em um único dia; Itaú Unibanco (ITUB4) teve maiores perdas

6 de dezembro de 2025 - 11:23

Essa é a maior queda desde 22 de fevereiro de 2021, ainda período da pandemia, e veio depois que Flávio Bolsonaro foi confirmado como candidato à presidência pelo PL

FECHAMENTO DOS MERCADOS

Do céu ao inferno: Ibovespa tem a maior queda desde 2021; dólar e juros disparam sob “efeito Flávio Bolsonaro”

5 de dezembro de 2025 - 16:44

Até então, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, era cotado como o mais provável candidato da direita, na avaliação do mercado, embora ele ainda não tivesse anunciado a intenção de concorrer à presidência

CARTEIRA RECHEADA

Pequenas e poderosas: Itaú BBA escolhe as ações small cap com potencial de saltar até 50% para carteira de dezembro

5 de dezembro de 2025 - 10:07

A Plano & Plano (PLP3) tem espaço para subir até 50,6%; já a Tenda (TEND3) pode ter valorização de 45,7%

MERCADOS

Ibovespa sobe 1,65% e rompe os 164 mil pontos em forte sequência de recordes. Até onde o principal índice da bolsa pode chegar? 

4 de dezembro de 2025 - 19:00

A política monetária, com o início do ciclo de cortes da Selic, é um dos gatilhos para o Ibovespa manter o sprint em 2026, mas não é o único; calculamos até onde o índice pode chegar e explicamos o que o trouxe até aqui

ALÉM DAS NUVENS

Ibovespa vai dar um salto de 18% e atingir os 190 mil pontos com eleições e cortes na Selic, segundo o JP Morgan 

4 de dezembro de 2025 - 17:35

Os estrategistas reconhecem que o Brasil é um dos poucos mercados emergentes com um nível descontado em relação à média histórica e com o múltiplo de preço sobre lucro muito mais baixo do que os pares emergentes

BOLSOS CHEIOS

Empresas listadas já anunciaram R$ 68 bilhões em dividendos do quarto trimestre — e há muito mais por vir; BTG aposta em 8 nomes

4 de dezembro de 2025 - 12:15

Levantamento do banco mostra que 23 empresas já anunciaram valor ordinários e extraordinários antes da nova tributação

MEXENDO NA CARTEIRA

Pátria Malls (PMLL11) vai às compras, mas abre mão de parte de um shopping; entenda o impacto no bolso do cotista

4 de dezembro de 2025 - 10:24

Somando as duas transações, o fundo imobiliário deverá ficar com R$ 40,335 milhões em caixa

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar