Ibovespa tem alta de mais de 1%, contagiado pelo otimismo dos analistas
Grandes casas de análise fizeram projeções animadoras para o Ibovespa e os demais mercados brasileiros em 2020. Nesse cenário, o índice ganhou força e recuperou os 107 mil pontos, enquanto o dólar caiu a R$ 4,19

O Ibovespa retornou da pausa do Dia da Consciência Negra como qualquer um de nós volta depois de um feriado no meio da semana: meio devagar, mas de bom humor.
O índice, afinal, sustentava um leve desempenho positivo logo após a abertura, indo na contramão dos mercados acionários globais. Mas esse desempenho surpreendente tinha um porém: o baixo volume de negociações. Era como se boa parte dos investidores tivesse resolvido passar mais uns dias de folga...
E o pregão seguiu nessa toada durante boa parte da manhã: um tom mais otimista tomava conta das operações por aqui, ignorando a cautela vista lá fora. Parecia que a sessão não teria grandes destaques — apenas ajustes pontuais em alguns papéis movimentavam a bolsa brasileira.
Só que, ao longo da tarde, o quadro foi mudando. Por coincidência ou não, foram sendo divulgados relatórios de diversas casas de análise com as previsões para 2020. E a conclusão era quase unânime: em meio ao mar de investimentos, o Brasil e o Ibovespa tinham tudo para ser uma ilha de prosperidade.
J.P. Morgan, BTG Pactual, Credit Suisse, Goldman Sachs e UBS foram algumas das casas que se mostraram otimistas em relação às perspectivas para o mercado brasileiro no ano que vem. E, ao ver todas essas apostas no país, os touros resolveram sair do descanso e voltar à ativa.
Pouco a pouco, o giro financeiro foi ganhando tração, fazendo com que o Ibovespa terminasse o pregão de hoje em alta de 1,54%, aos 107.496,73 pontos, na máxima do dia — o melhor desempenho desde a sessão de 11 de outubro (+1,94%).
Leia Também
Dinheiro na mão é solução: Medidas para cumprimento do arcabouço testam otimismo com o Ibovespa
Desta maneira, o índice brasileiro destoou do exterior: nos Estados Unidos, o Dow Jones (-0,20%), o S&P 500 (-0,14%) e o Nasdaq (-0,24%) tiveram a segunda sessão consecutiva de perdas; na Europa, as principais praças também fecharam no vermelho.
E essa onda positiva também chegou ao mercado de câmbio: o dólar à vista tocou o patamar de R$ 4,2237 mais cedo, mas acabou encerrando em baixa de 0,25%, a R$ 4,1930.
Projeções positivas
O impulso vindo das casas de análise teve início com o J.P. Morgan. Ainda durante a manhã, a instituição afirmou, em relatório, que os mercados brasileiros tendem a se destacar na América Latina, prevendo que o Ibovespa poderá chegar a 144 mil pontos no ano que vem, considerando o cenário mais otimista.
O BTG Pactual foi além: ao levar em conta o efeito que a queda dos juros terá sobre o preço-justo das ações das empresas, a casa acredita que o principal índice da bolsa brasileira poderá atingir o patamar de 197 mil pontos — isso num panorama em que a economia local cresce 3% e com juro real na casa de 2,5%.
Outro banco internacional que se mostra otimista em relação ao Brasil é o Credit Suisse. Para a instituição, 2020 será o ano dos mercados emergentes e, nesse grupo, os ativos brasileiros — tanto ações quando o real — aparecem como boas apostas, considerando que a economia tende a crescer e a inflação deve continuar baixa.
Por fim, o Goldman Sachs foi mais moderado, mas, ainda assim, animador. A instituição diz que o cenário para o país segue desafiador, mas com perspectivas "mais esperançosas".
Com tantas recomendações positivas, os agentes financeiros se animaram e empurraram o Ibovespa de volta ao nível dos 107 mil pontos. Ou, como resumiu Filipe Villegas, analista da Genial Investimentos, no Twitter
https://twitter.com/FilipeVillegas/status/1197587377801351168
Noticiário favorável
Mas não foram apenas as recomendações dos analistas que contribuíram para dar força ao Ibovespa. Enquanto o noticiário doméstico contribui para trazer certo alívio aos investidores por aqui, o panorama global ainda inspira cautela aos agentes financeiros internacionais — em especial, no front da guerra comercial entre EUA e China.
"A PEC paralela avançou no Senado e a PEC da prisão em segunda instância está caminhando na Câmara. O mercado vê isso de maneira positiva, e a gente acaba se beneficiando um pouco", diz Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos.
A chamada PEC paralela foi aprovada em segundo turno no plenário do Senado na noite da última terça-feira (19), e permite a inclusão de Estados e municípios na reforma da Previdência. O texto, agora, segue para a Câmara dos Deputados, mas eve enfrentar resistência na Casa.
Ontem, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou a admissibilidade da proposta que permitiria a prisão de condenados após a segunda instância — o entendimento atual é o de que as prisões só podem ocorrer depois que todos os recursos forem esgotados.
Segundo Beyruti, esse noticiário acaba ganhando ainda mais força porque, nos últimos dias, o Ibovespa tem enfrentado uma onda vendedora — em duas semanas, o índice saiu dos 109 mil pontos e chegou aos 105 mil pontos. Assim, um movimento de recuperação acaba sendo facilitado nesta quinta-feira.
Além disso, o resultado do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) em outubro — um saldo líquido positivo de 70.852 postos de trabalho, o sétimo mês consecutivo de abertura de vagas formais — contribuiu para dar mais ânimo ao Ibovespa, fazendo o índice acentuar o ritmo de ganhos nesta tarde.
Em pé de guerra
Lá fora, o noticiário referente à guerra comercial continuou bastante nebuloso. Na última quarta-feira (20), uma série de informações desencontradas quanto ao estado das negociações entre as potências trouxe volatilidade aos ativos globais e inspirou cautela aos investidores.
Ontem, notícias publicadas pela agência Reuters diziam que, em meio ao impasse nos diálogos entre Washington e Pequim, a assinatura da primeira fase do acordo comercial teria sido formalmente adiada para 2020. No entanto, pouco tempo depois, a Casa Branca desmentiu essa informação, afirmando que as conversas continuam.
Esse desmentido das autoridades americanas diminuiu ligeiramente o pessimismo dos agentes financeiros — e, durante a manhã, relatos de que o governo dos EUA estaria disposto a adiar a nova rodada de elevação de tarifas a serem impostas sobre produtos chineses, com início previsto em dezembro, caso um acerto não seja firmado, contribuiu para amenizar um pouco mais a tensão.
"Mas o mercado ainda está cético", diz Beyruti, lembrando que o Senado americano aprovou uma lei que obriga os Estados Unidos a impor sanções a países que atuem para impedir a autonomia de Hong Kong — no caso, a China. "Isso pode atrapalhar [as negociações]".
Juros em alta
As curvas de juros passaram por ajustes positivos, tanto na ponta curta quanto na longa. Os investidores ainda repercutem as recentes declarações do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, que sinalizou que uma eventual disparada da moeda americana seria controlada via atuação nos juros, e não no mercado de câmbio.
Nesse contexto, veja como se comportaram as curvas nesta quinta-feira:
- DI para janeiro de 2021: alta de 4,58% para 4,73%
- DI para janeiro de 2023: alta de 5,80% para 5,93%
- DI para janeiro de 2025: alta de 6,39% para 6,50%
- DI para janeiro de 2027: alta de 6,71% para 6,81%
Recorde do Ibovespa impulsionou preços históricos de 16 ações — cinco empresas registraram valorização superior a 50% no ano
Levantamento da Elos Ayta mostrou que um grupo expressivo de ações acompanhou o rali do Ibovespa e um setor brilhou mais do que os outros
BNDES corta participação na JBS (JBSS3) antes de votação crucial sobre dupla listagem nos EUA — e mais vendas podem estar a caminho
A BNDESPar reduziu a participação no frigorífico para 18,18% do total de papéis JBSS3 e agência alerta que a venda de ações pode continuar
Nubank (ROXO34) anuncia saída de Youssef Lahrech da presidência e David Vélez deve ficar cada vez mais em cima da operação
Lahrech deixa as posições após cerca de cinco anos na diretoria da fintech. Com a saída, quem assumirá essas funções daqui para frente será o fundador e CEO do Nu
Só pra contrariar: Ibovespa parte dos 140 mil pontos pela primeira vez na história em dia de petróleo e minério de ferro em alta
Agenda vazia deixa o Ibovespa a reboque do noticiário, mas existe espaço para a bolsa subir ainda mais?
A vida aos 85 e como ter uma carteira de dividendos com “renda eterna”
Como construir uma carteira de ações focada em dividendos para garantir segurança financeira e viver sem sobressaltos
Ibovespa está batendo recordes por causa de ‘migalhas’? O que está por trás do desempenho do índice e o que esperar agora
O otimismo com emergentes e a desaceleração nos EUA puxam o Ibovespa para cima — mas até quando essa maré vai durar?
Brasil está barato e eleições de 2026 podem ser gatilho para ações, diz Morgan Stanley; veja papéis recomendados
O banco destaca que há uma mudança na relação risco-retorno, com maior probabilidade para o cenário otimista do que para o pessimista
Méliuz avalia listagem nos EUA para ampliar acesso a investidores estrangeiros; entenda os próximos passos da empresa
Objetivo é aumentar a visibilidade das ações e abrir espaço para eventuais operações financeiras nos EUA, segundo a empresa
Ibovespa (IBOV) encerra o pregão com novo recorde, rompendo a barreira dos 140 mil pontos; dólar sobe a R$ 5,67
O principal índice de ações da B3 tem mais um dia de pontuação inédita, com EUA em baixa no mercado internacional e boas notícias locais
Méliuz (CASH3) lidera as maiores quedas da bolsa após considerar nova captação para investir em bitcoin (BTC); entenda
Queda acontece após Méliuz aprovar a mudança no estatuto social para passar a adotar a criptomoeda como principal ativo de investimento da sua tesouraria
BTG corta preço-alvo da Petrobras (PETR4) em R$ 14 e mira nova petroleira; veja motivos e oportunidades
Queda no preço do petróleo pressiona Petrobras, mas analistas ainda enxergam potencial de valorização
Fusão de Petz (PETZ3) e Cobasi deve ser aprovada pelo Cade ainda nesta semana, e ações chegam a subir 6%
Autarquia antitruste considera fusão entre Petz e Cobasi como de baixa concentração do mercado voltados para animais de estimação, segundo site
Onde investir na bolsa em meio ao sobe e desce do dólar? XP revela duas carteiras de ações para lucrar com a volatilidade do câmbio
Confira as ações recomendadas pelos analistas para surfar as oscilações do dólar e proteger sua carteira em meio ao sobe e desce da moeda
Ação da Smart Fit (SMFT3) pode ficar ainda mais “bombada”: BTG eleva preço-alvo dos papéis e revela o que está por trás do otimismo
Os analistas mantiveram recomendação de compra e elevaram o preço-alvo de R$ 27,00 para R$ 28,00 para os próximos 12 meses
Uma questão de contexto: Ibovespa busca novos recordes em dia de agenda fraca depois de corte de juros na China
Investidores repercutem avanço da Petrobras à última etapa prevista no processo de licenciamento da Margem Equatorial
Entre a frustração com o Banco do Brasil (BBAS3) e a surpresa com o Bradesco (BBDC4): quem brilhou e decepcionou nos resultados dos bancos do 1T25?
Depois dos resultados dos grandes bancos, chegou a hora de saber: o que os analistas estão recomendando para a carteira de ações?
Felipe Miranda: A bifurcação de 2026
Há uma clara bifurcação em 2026, independentemente de quem for eleito. Se fizermos o ajuste fiscal, então será o cenário bom. E se não fizermos o ajuste nos gastos, o Brasil quebra
Méliuz (CASH3) avalia captar recursos via dívida e oferta de ações de R$ 150 milhões para investir em bitcoin (BTC)
Companhia aprovou, na semana passada, mudança no estatuto social para passar a adotar a criptomoeda como principal ativo de investimento da sua tesouraria
JP Morgan aumenta a aposta em ações de mercados emergentes com trégua tarifária entre EUA e China; veja quais países foram escolhidos pelo banco
Embora a melhora na relação entre EUA e China não signifique o fim da briga, o pior já ficou para trás, segundo o JP Morgan
É hora do Brasil? Ibovespa bate novo recorde de fechamento aos 139.636 pontos, após romper os 140 mil pontos ao longo do dia
O principal índice de ações da B3 tem mais um dia de pontuação inédita, com EUA em baixa no mercado internacional e boas notícias locais