Para Goldman Sachs cenário é desafiador para o Brasil, mas mais esperançoso
Preocupação não é com a direção da política econômica, mas sim com a capacidade de implementar agenda de reformas fiscais
O Goldman Sachs apresentou seu relatório de perspectivas para 2020 com relação à América Latina. Na parte dedicada ao Brasil, que é o que nos interessa, não podemos falar em pessimismo, já que o crescimento estimado está em 2,2%, mas o tom das avaliações oscila entre cautela e ceticismo. Algo que permeia, basicamente, todo o documento intitulado “Baixo crescimento em uma era de expectativas em queda”.
O banco nota que o governo pretende aprofundar o ajuste fiscal, reduzir o tamanho do setor público, promover uma abertura comercial e tornar o ambiente de negócios mais amigável. Agenda que pode colocar a economia em um ciclo virtuoso de crescimento.
Mas o ponto, segundo o GS, é que como vimos ao longo de todo 2019, apenas uma agenda de viés liberal e amigável ao mercado não é garantia de sucesso ou resultados rápidos. “A principal preocupação do mercado não é com a direção da política econômica, mas sim com a capacidade de implementar essa agenda.”
É a política...
Para os especialistas do banco, o “elo fraco”, no fim das contas, pode ser a política e não a estratégia econômica. Particularmente quando se coloca na conta a perda de popularidade do presidente Jair Bolsonaro e a fraca base de apoio no Congresso.
“Em essência, acreditamos que a política econômica continuará majoritariamente ortodoxa e pró-mercado. Mas, em última análise, será a gestão das coalizões e o diálogo político que continuarão representando os maiores desafios”, diz o banco.
Para o GS, a aprovação da reforma da Previdência foi algo necessário, mas não suficiente, para entregar um ajuste fiscal representativo e promover uma mudança estrutural no regime fiscal capaz de dar suporte a um novo regime monetário.
Com isso, o desafio que recai sobre o Executivo e Legislativo é mostrar progresso decisivo em direção à consolidação fiscal e estabilização da dívida pública. Para o banco, a relação dívida/PIB vai bater nos 80% antes de estabilizar.
O documento não faz projeções pormenorizadas para indicadores de mercado, mas avalia que o comportamento dos ativos vai oscilar com ritmo da recuperação da atividade e com a capacidade do governo encontrar suporte para a agenda de reformas.
Juros
Para o GS, o Banco Central (BC) cortará a Selic em meio ponto percentual na reunião de dezembro e condicionar um ajuste final de 0,25 ponto em fevereiro de 2020 ao comportamento do câmbio e da inflação.
Depois disso, o banco estima que a taxa básica permanecerá estável ao longo de todo 2020, com o BC iniciando um ciclo de aperto em 2021, com a Selic indo a 6,25% ao ano.
O cenário inflacionário é visto como benigno, com IPCA terminando o ano em 3,5%, contra meta de 4,25%, e avançando a 3,8% em 2020, pouco abaixo da meta de 4%.
Crescimento
O GS trabalha com uma aceleração do crescimento de 1% em 2019 para 2,2% em 2020, o que representaria a primeira leitura acima de 2% desde 2013. A melhora na atividade é puxada pela firme demanda doméstica, particularmente no lado dos investimentos.
O banco chama atenção que mesmo após 10 trimestres do fim da recessão de 2014/2016, o desempenho da economia tem sido notadamente lento, apesar de excesso de capacidade produtiva, forte posição externa, baixa inflação e política monetária acomodativa.
Para o GS, tal cenário reflete a persistência da elevada incerteza política e “danos estruturais na máquina de crescimento”, como queda no estoque de capital da economia e histerese do mercado de trabalho.
Goldman Sachs (GSGI34) supera expectativas no 2º trimestre, mas Bank of America (BOAC34) não empolga o mercado
Goldman Sachs (GSGI34) supera expectativas no 2º trimestre, mas Bank of America (BOAC34) não empolga o mercado
Ibovespa em 130 mil pontos? Goldman Sachs conta o que pode impedir o índice de chegar lá — e qual o cenário mais provável
Taxas de crescimento aceleradas, juros em queda e mercados globais favoráveis são caminhos que levam ao bull market, ou mercado de alta; saiba se esse é o caso da bolsa brasileira no longo prazo
Como os bancos de Wall Street estão driblando as sanções contra Rússia e negociando no país
Goldman Sachs, JP Morgan e Deustche Bank são os primeiros a anunciar que estão deixando o país e podem ser seguidos por outras instituições financeiras globais
Maior gestora do mundo, BlackRock passará a aceitar bitcoin (BTC) e outros criptoativos como garantia de empréstimo
Vários dos grandes de bancos de Wall Street estão se aproximando das criptomoedas. Goldman Sachs, Morgan Stanley e Citi já estão escolhendo cuidadosamente suas estratégias para mergulhar nesse mercado.
Será que a Cogna (COGN3) passou de ano? Goldman Sachs corta preço-alvo e agora vê potencial de alta de 11% para ação; confira as novas estimativas
Empresa do setor de educação vem sofrendo com a redução dos recursos do Fies e com o efeito da pandemia sobre seu público-alvo, o que leva a uma baixa anual acumulada de quase 50% dos seus papéis
Previsão de US$ 1 trilhão da Greyscale ficou pequena: Goldman Sachs acredita que metaverso é oportunidade de US$ 8 trilhões
De acordo com cálculos do analista da instituição financeira, as previsões mais otimistas dão conta de um valor potencial de até US$ 12 trilhões
Bitcoin (BTC) toca nos US$ 44 mil hoje, mas volatilidade das criptomoedas permanece alta; especialista dá dicas do que fazer agora
O sentimento otimista dos investidores pode impulsionar o BTC de volta ao bull market, mas isso pode levar algum tempo ainda
Bitcoin (BTC) hoje: criptomoedas sobem mais de 10% após pior resultado da inflação ao consumidor nos EUA em 40 anos
No mercado, existe a ideia de que a “inflação é boa para as criptomoedas”, o que explica, em parte, a alta do dia
XP (XPBR31) e Inter (BIDI4) sobem embalados pelas prévias operacionais; Goldman Sachs vê potencial de alta de 116,5% em ações da XP
Papéis do Banco Inter (BID4) têm dia de volatilidade alta, XP (XPBR31) sobe com força após publicação de dados operacionais favoráveis
Bitcoin (BTC) hoje: criptomoedas ensaiam recuperação e dados mistos da rede mostram indecisão com futuro do mercado; entenda
Os analistas estão certos de que o futuro é… incerto. O mercado passa por ajustes e ainda está em estágio de consolidação
Leia Também
-
Novo Ozempic? “Cópia” da caneta emagrecedora será distribuída no Brasil por small cap que já disparou 225% — Ambev sofrerá?
-
Exame bem feito: Fleury (FLRY3) acerta o diagnóstico com aquisição milionária e ações sobem 4%
-
Mais um trimestre para esquecer? Usiminas cai forte na B3 após balanço do 1T24. Saiba o que o CEO da siderúrgica disse sobre os resultados
Mais lidas
-
1
Após o halving, um protocolo 'surge' para revolucionar o bitcoin (BTC): entenda o impacto do protocolo Runes
-
2
Ficou mais difícil investir em LCI e LCA após mudanças nas regras? Veja que outras opções você encontra no mercado
-
3
Adeus, dólar: Com sanções de volta, Venezuela planeja usar criptomoedas para negociar petróleo