🔴 EVENTO GRATUITO: COMPRAR OU VENDER VALE3? INSCREVA-SE

Vinícius Pinheiro
Vinícius Pinheiro
Diretor de redação do Seu Dinheiro. Formado em jornalismo, com MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela FIA, trabalhou nas principais publicações de economia do país, como Valor Econômico, Agência Estado e Gazeta Mercantil. É autor dos romances O Roteirista, Abandonado e Os Jogadores
Disputa na renda fixa

Avanço de bancos em debêntures incentivadas é “dor de crescimento” do mercado, diz Anbima

Para a associação, a concorrência pelas debêntures de infraestrutura, que contam com isenção de imposto para pessoas físicas, vai se resolver com o aumento no volume de emissões

Vinícius Pinheiro
Vinícius Pinheiro
9 de maio de 2019
6:03 - atualizado às 20:27
Obra de insfraestrutura; debêntures de infraestrutura
Imagem: Shutterstock

São as dores do crescimento. É assim que a Anbima, associação que representa as instituições que atuam no mercado de capitais, avalia o avanço dos bancos sobre as debêntures incentivadas. Os títulos de dívida emitidos por empresas cujos recursos sejam destinados a obras de infraestrutura são isentos de IR para pessoas físicas e estrangeiros.

Os papéis caíram no gosto do investidor, só que que os bancos também estão atrás do benefício fiscal, como eu escrevi nesta reportagem. Os bancos não são isentos, mas pagam apenas 15% de imposto ao colocarem os papéis incentivados na carteira, bem menos que os 40% de alíquota à qual estão sujeitos nas operações de crédito convencional.

Para José Eduardo Laloni, vice-presidente da Anbima, o que existe hoje é uma demanda muito maior pelas debêntures de infraestrutura - seja de bancos ou dos vários fundos de crédito criados nos últimos anos na esteira da queda dos juros - do que papéis disponíveis para investir.

"Os bancos querem crescer e os gestores querem gerir, mas as emissões não estão vindo na velocidade que a gente gostaria", me disse Laloni, em uma entrevista por telefone.

Esse fenômeno acontece porque o crescimento da economia hoje gera oportunidades de novos negócios em uma velocidade menor do que a acumulação de poupança, segundo o executivo da Anbima, que também é vice-presidente do banco ABC Brasil.

Em 2018, as emissões de debêntures de infraestrutura bateram o recorde de R$ 23,9 bilhões, de acordo com a Anbima. Mas, desse total, os bancos abocanharam quase R$ 10 bilhões - o equivalente a 41,8% do volume. Nos três primeiros meses deste ano, a participação dos bancos é menor, mas o número é distorcido por uma emissão de R$ 3,6 bilhões da Petrobras que foi direcionada para pessoas físicas.

Eu perguntei a Laloni se, diante dessa escassez de debêntures incentivadas no mercado, os bancos não estariam sendo "fominhas". Afinal, quanto mais papéis os bancos colocam nas carteiras, menos sobra para você investir, seja diretamente ou via fundos.

"O mercado está funcionando muito bem, mas é normal que o gestor de fundos reclame por mais oferta", ele respondeu.

Mais liquidez

Sobre a atuação dos bancos, ele reconheceu que as tesourarias das instituições financeiras estão mesmo mais ativas na compra das debêntures. Mas aponta um lado positivo dessa atuação.

"As tesourarias estão olhando o trading, com a negociação no mercado secundário. E, quanto mais negociação, mais liquidez para comprar e vender os papéis, o que é bom para os gestores de fundos e investidores", afirmou.

Para o vice-presidente da Anbima, a agenda do governo de privatizações e concessões deve levar a uma nova rodada de investimentos que precisarão de financiamento, o que deve satisfazer a demanda do mercado.

De todo modo, a associação defende mudanças na Lei nº 12.431, que concedeu o benefício fiscal nas captações de recursos para financiar obras de infraestrutura. Uma das sugestões da Anbima é permitir que a isenção de imposto possa ser usufruído tanto pelo investidor como pela empresa emissora das debêntures. Hoje o benefício é válido apenas para o investidor.

Compartilhe

MERCADO FINANCEIRO

Itaú oferece 1.000 bolsas de treinamento para certificações no mercado financeiro; saiba como concorrer

22 de agosto de 2022 - 17:00

A iniciativa é voltada para negros e pardos e pessoas com deficiência que desejam ter as certificações CPA-10 e CPA-20, da Anbima; os aprovados e contratados pelo banco receberão reembolso do valor da prova

Em meio ao terremoto

Apesar dos resgates, fundos multimercados conseguem fechar o 1º semestre no azul; emissões de renda variável desabam 75% no período

7 de julho de 2022 - 18:10

Período difícil para ativos de risco beneficiou a renda fixa e levou investidores a fugirem de fundos de ações e multimercados

Balanço do ano

Mesmo com bolsa em queda, fundos de ações fecham 2021 com captação positiva; veja os fundos que se saíram melhor em retorno e captação no ano

6 de janeiro de 2022 - 17:42

Fundos de renda fixa foram os campeões de captação e rentabilidade, com migração de recursos da renda variável e alta dos juros

Radiocash

Selic em alta mais bolsa em baixa é igual à fuga para a renda fixa? Para presidente da Anbima, diversificação veio para ficar

30 de novembro de 2021 - 12:38

As alocações em renda variável podem até diminuir, mas Carlos Ambrósio não acredita que voltaremos para a realidade de ‘poupança, renda fixa e nada mais’

A carteira dos ricos

Volume de investimentos dos milionários cresce 8,8% no semestre; saiba onde eles aplicam

11 de agosto de 2021 - 14:19

O volume de investimentos do segmento private, que reúne os clientes milionários, alcançou R$ 1,76 trilhão, de acordo com dados da Anbima

De volta aos trilhos

Fundos de investimento têm captação líquida recorde no 1º semestre, no valor de R$ 206 bilhões

7 de julho de 2021 - 18:17

Desempenho da indústria de fundos no primeiro semestre de 2021 mostra que crise do coronavírus ficou para trás no setor; fundos de renda fixa e multimercados lideram a captação

Indústria em expansão

Brasil vive ‘boom’ de gestoras de recursos

15 de maio de 2021 - 14:25

De janeiro a março, Anbima registrou 27 novas gestoras

Diversificação

Ainda tímido, investimento no exterior ganha espaço nas carteiras dos fundos no 1º tri

9 de abril de 2021 - 14:00

Alta do dólar levou investimentos no exterior a crescerem 45% nas carteiras dos fundos até fevereiro; multimercados investimento no exterior tiveram, no trimestre, melhor retorno dos últimos dois anos

as escolhas de 2020

Brasileiro arriscou e diversificou mais os investimentos em 2020

4 de fevereiro de 2021 - 12:54

Poupança seguiu soberana no ano passado, mas ganhou impulso por causa do auxílio emergencial, segundo dados da Anbima

Pessoas físicas

Aplicações de pequenos investidores têm alta recorde no acumulado do ano

12 de novembro de 2020 - 14:57

Volume investido pelo segmento de varejo tradicional viu crescimento de quase 16% em 2020 até o final de setembro; valor aplicado pelas pessoas físicas chegou a R$ 1,12 trilhão

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Continuar e fechar