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Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com pós-graduação em Finanças Corporativas e Investment Banking pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Trabalhou com produção de reportagem na TV Globo e foi editora de finanças pessoais de Exame.com, na Editora Abril.
Diversificação

Ainda tímido, investimento no exterior ganha espaço nas carteiras dos fundos no 1º tri

Alta do dólar levou investimentos no exterior a crescerem 45% nas carteiras dos fundos até fevereiro; multimercados investimento no exterior tiveram, no trimestre, melhor retorno dos últimos dois anos

Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
9 de abril de 2021
14:00 - atualizado às 14:06
Imagem: Shutterstock

A recuperação dos mercados externos desde o início da pandemia de coronavírus, em março de 2020, junto com a alta do dólar fizeram com que os fundos multimercados que podem investir mais de 40% do seu patrimônio no exterior tivessem, no primeiro trimestre, a melhor rentabilidade da categoria nos últimos dois anos.

Segundo levantamento sobre a indústria de fundos divulgado pela Anbima nesta sexta-feira (09), os fundos multimercados investimento no exterior renderam, nos três primeiros meses de 2021, 2,7%, ante um retorno de apenas 1,0% no primeiro trimestre de 2020.

Foi um dos melhores retornos entre as categorias de fundos mais representativas da indústria (excluindo-se também fundos setoriais e de uma única ação). Em seguida, vieram os fundos de ações investimento no exterior, aqueles que também podem investir mais de 40% do seu patrimônio lá fora, com rentabilidade de 2,6% nos três primeiros meses do ano. No primeiro trimestre de 2020, com o início da crise do coronavírus nos mercados, tais fundos haviam despencado 33,7%.

Rentabilidade acumulada no ano dos tipos de fundos que representam 43% da indústria

Classificação do fundoNo que investe2021 até março2020 até março
Multimercados investimento no exteriorQuaisquer classes de ativos, podendo investir mais de 40% do patrimônio no exterior2,7%1,0%
Ações investimento no exteriorPrincipalmente ações, podendo investir mais de 40% do patrimônio no exterior2,6%-33,7%
Multimercados livreQuaisquer classes de ativos, quaisquer estratégias0,5%-3,5%
Multimercados macroQuaisquer classes de ativos, estratégia que toma como base cenário macroeconômico0,5%-4,8%
Renda fixa duração baixa soberanoPrincipalmente títulos públicos de curto prazo, fundo mais conservador0,3%0,8%
Renda fixa simples Principalmente títulos públicos de curto prazo, fundo mais conservador0,3%0,8%
Ações small capsPrincipalmente ações de empresas de baixo valor de mercado na bolsa brasileira0,2%-39,4%
Ações livrePrincipalmente ações de empresas de qualquer porte na bolsa brasileira-0,2%-33,6%
Renda fixa duração livre crédito livreTítulos de renda fixa de qualquer prazo, podendo manter mais de 20% da carteira em títulos de médio e alto risco de crédito (títulos privados) nos mercados doméstico e externo-0,3%-1,3%
Renda fixa duração alta soberanoPrincipalmente títulos públicos de prazos mais longos, notadamente prefixados e com remuneração atrelada à inflação-1,2%-4,3%

Fonte: Anbima

Das categorias acima, todas as que apanharam no primeiro trimestre do ano passado, com o início da crise, apresentaram recuperação no primeiro trimestre deste ano, mas muitas das que investem principalmente no mercado doméstico ainda acumulam retornos negativos no ano.

Infelizmente, os fundos que investem a maior parte do patrimônio (ou sua totalidade) no exterior ainda são pouco acessíveis ao investidor pessoa física, sendo restritos a investidores qualificados (com mais de R$ 1 milhão em aplicações financeiras) ou profissionais (com mais de R$ 10 milhões em aplicações financeiras).

No entanto, tornam-se cada vez mais comuns no mercado os fundos acessíveis a investidores em geral e que investem menos de 40% do patrimônio no exterior, o que já contribui para aumentar a diversificação geográfica das carteiras das pessoas físicas.

O mesmo levantamento da Anbima mostrou que, nos dois primeiros meses do ano, os investimentos no exterior ganharam espaço nas carteiras dos fundos em geral, com crescimento de 45% ante os dois primeiros meses do ano passado. A Anbima atribui o crescimento principalmente à alta do dólar no período. A moeda americana acumulava ganho de 8% no ano até o fim de fevereiro.

Porém, em termos absolutos, os fundos brasileiros ainda investem pouco no exterior. O patrimônio líquido investido no exterior passou de R$ 44 bilhões em fevereiro de 2020 para R$ 64 bilhões em fevereiro de 2021.

A título de comparação, os títulos públicos federais - classe de ativo com maior participação nas carteiras dos fundos brasileiros - atingiram um PL de R$ 2,6 trilhões em fevereiro de 2021, e a renda variável local atingiu um PL de R$ 729 bilhões no mesmo mês.

Recuperação da captação

O levantamento da Anbima mostrou que, em comparação ao primeiro trimestre de 2020, houve uma recuperação da captação da indústria de fundos brasileira no primeiro trimestre de 2021.

Nos três primeiros meses do ano passado, quando teve início a crise do coronavírus nos mercados, a captação dos fundos foi positiva em apenas R$ 38,1 bilhões; já entre janeiro e março deste ano, a captação foi positiva em R$ 83,8 bilhões. Trata-se de um aumento de quase 120% no período e da segunda maior captação líquida para um primeiro trimestre desde 2017.

O patrimônio líquido da indústria de fundos passou de R$ 5,3 trilhões no primeiro trimestre de 2020 para R$ 6,3 trilhões no primeiro trimestre deste ano, alta de 18,2%.

Houve recuperação também nos aportes feitos por pessoas físicas em fundos. No primeiro trimestre do ano passado, as pessoas físicas retiraram R$ 4,8 bilhões dos fundos de investimento, enquanto nos primeiros três meses deste ano, aportaram R$ 7,7 bilhões.

O destaque positivo de captação no trimestre foram os fundos de renda fixa, com captação positiva de R$ 61,4 bilhões. No primeiro trimestre do ano passado, houve uma captação negativa nesses fundos, com resgates líquidos que totalizaram R$ 62,3 bilhões.

Segundo a Anbima, nos dois casos, os desempenhos foram muito influenciados pela movimentação em fundos de baixa duração de aplicações automáticas, sobretudo de recursos do poder público.

Ainda segundo a entidade, a captação positiva de fundos de renda fixa ligados a estados e municípios no início do ano, como ocorreu em 2021, é normal, devido a captação de impostos. No ano passado é que o desempenho negativo teria sido atípico, provavelmente dada a uma necessidade de aumento dos gastos públicos com o início da pandemia.

Já o destaque negativo de captação ficou por conta dos fundos de ações, que viram um resgate líquido de R$ 11,2 bilhões no primeiro tri de 2021, ante uma captação positiva de R$ 46,1 bilhões no mesmo período de 2020.

Segundo a Anbima, porém, tal movimento neste ano foi atípico, pois sofreu forte impacto negativo de um único fundo de pensão que amortizou R$ 43,9 bilhões. Houve ainda um impacto positivo na classe de ações por causa de um fundo de investimento em participações (FIP) de aproximadamente R$ 20 bilhões que mudou de classificação e se tornou um fundo de ações.

Sem o efeito desses dois eventos, porém, a categoria de fundos de ações teria tido uma captação positiva de R$ 14 bilhões no trimestre.

Mais renda variável, menos renda fixa

O aumento da participação dos investimentos no exterior nas carteiras dos brasileiros faz parte de um movimento de diversificação que se intensificou com a queda dos juros locais para patamares mais "civilizados". O mesmo se pode dizer da migração mais intensa para a renda variável, com redução da participação da renda fixa nas carteiras.

Apesar dos movimentos pontuais que resultaram numa forte captação líquida positiva para os fundos de renda fixa e negativa para os fundos de ações neste primeiro trimestre, a participação dos ativos de renda fixa nas carteiras dos fundos de investimento brasileiros continuou recuando no período, ao passo que a participação da renda variável continuou aumentando.

Em março de 2020, a renda fixa respondia por 39,5% do patrimônio líquido dos fundos; em março deste ano, respondia por apenas 36,3%, mesmo percentual de dezembro do ano passado.

Já a participação da renda variável caiu para apenas 6,7% do patrimônio líquido dos fundos ao final de março de 2020, após a grande desvalorização das ações vista após o estouro da pandemia. Em março de 2020, a renda variável já respondia por 10,0% do PL dos fundos, percentual superior ao de dezembro de 2019 e estável em relação ao fim do ano passado.

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