🔴 A TEMPORADA DE BALANÇOS DO 1T25 JÁ COMEÇOU – CONFIRA AS NOTÍCIAS, ANÁLISES E RECOMENDAÇÕES

Olivia Bulla

Olivia Bulla

Olívia Bulla é jornalista, formada pela PUC Minas, e especialista em mercado financeiro e Economia, com mais de 10 anos de experiência e longa passagem pela Agência Estado/Broadcast. É mestre em Comunicação pela ECA-USP e tem conhecimento avançado em mandarim (chinês simplificado).

A Bula do Mercado

Feriado testa otimismo do mercado

Mercado mantém otimismo com agenda liberal e de reformas do governo Bolsonaro, mas feriado em São Paulo amanhã testa fôlego dos ativos locais

Olivia Bulla
Olivia Bulla
24 de janeiro de 2019
5:51 - atualizado às 13:45
É importante entender se dinâmica melhor dos ativos brasileiros é fluxo apenas local
Ouça um resumo deste conteúdo

O mercado financeiro brasileiro confia em Paulo Guedes. Bastaram algumas palavras do ministro da Economia em entrevista na TV - após o governo brasileiro cancelar um pronunciamento oficial durante o evento em Davos - para os investidores esticarem um pouco mais o rali dos ativos locais.

Ao final da sessão de ontem, o principal índice acionário da Bolsa brasileira (Ibovespa) renovou o recorde histórico pela décima vez em 2019, ficando cada vez mais próximo da marca simbólica dos 100 mil pontos, enquanto o dólar caiu abaixo da faixa de R$ 3,80, ambos influenciados pela fala de Guedes. As declarações, porém, não trouxeram novidades, mas foram suficientes para reafirmar o compromisso do governo Bolsonaro com a agenda liberal-reformista.

A estimativa de Guedes, de que a reforma da Previdência pode gerar uma economia de até R$ 1,3 trilhão em 10 anos, pode dar um impulso extra nos negócios domésticos nesta quinta-feira. Mas a véspera do feriado pelo aniversário da cidade de São Paulo, que fecha apenas os mercados por aqui na sexta-feira, pode elevar a postura defensiva dos investidores.

Afinal, a reação dos ativos ontem mostra que os investidores seguem em clima de “torcida”, confiantes de que o governo irá avançar com as reformas econômicas e otimistas com a aprovação dessas medidas no Congresso. Mas ainda é preciso esperar que tudo isso, efetivamente, aconteça, pois é mais difícil tentar adivinhar como se dará a articulação política para que as propostas do governo avancem, sem alterações.

Por isso, será importante entender, nos próximos dias, se a dinâmica melhor dos ativos brasileiros continua a ser fluxo - única e exclusivamente - de alocações de investidores locais. O ideal é de que já se identifique um maior interesse por parte dos estrangeiros. A presença dos “gringos” é crucial para a continuidade do bom desempenho do mercado por aqui.

O otimismo é local

Os dados do fluxo cambial na primeira quinzena de janeiro realçam essa falta de apetite do investidor estrangeiro pelos ativos locais, mesmo após a chegada do novo governo. Embora pareça exorbitante a quantia de US$ 1,5 bilhão que entrou no Brasil via conta financeira até o dia 18, o volume está bem abaixo dos aportes no país durante o mês.

Leia Também

Tradicionalmente, janeiro é um mês marcado pela realocação de recursos, com os “gringos” iniciando um novo portfólio de investimentos, ávidos por rendimentos mais elevados, especialmente em países emergentes. Mas o ingresso neste ano está, por exemplo, US$ 4 bilhões abaixo do saldo líquido na mesma conta em igual período de 2018.

Esses números apenas reforçam que é o investidor local que tem sustentado o rali do mercado financeiro brasileiro neste início de ano, içando a Bolsa para máximas históricas e segurando o dólar abaixo de R$ 3,80. Os investidores institucionais e pessoa física estão na torcida de que o governo irá consiga emplacar o ajuste fiscal e as reformas econômicas.

Já os “gringos” estão de fora dessa festa. Por ora, os estrangeiros se mostram menos otimistas - e mais cautelosos - que os “locais” quanto ao andamento da agenda liberal-reformista do governo Bolsonaro. A expectativa é de que o capital externo defina a trajetória em relação ao Brasil apenas após o fim do recesso legislativo, em fevereiro.

Só aí, será possível medir o apoio do Congresso à agenda de reformas e o apetite dos estrangeiros pelos ativos locais. Se houver, algum avanço concreto para melhorar as contas públicas, a Bolsa pode, enfim, superar os 100 mil pontos e o dólar cair abaixo de R$ 3,70. Em caso de frustração, os “gringos” podem “dar saída” à posição otimista dos locais.

Há quem diga que o investidor estrangeiro deve aguardar um pouco mais, adiando os planos de aportar recursos no país, até que o governo Bolsonaro complete os primeiros cem dias, em meados abril, para tomar a decisão de “comprar o Brasil” (ou não). A conferir.

Enquanto isso, lá fora…

Os mercados internacionais voltam a exibir oscilações estreitas, sem uma direção definida para o dia, com os investidores à espera do desfecho dos principais impasses políticos no exterior. A situação do Reino Unido (Brexit) pode tanto caminhar para uma possível saída da União Europeia (UE) sem acordo ou para uma extensão do prazo, enquanto a paralisação do governo norte-americano (shutdown) deve adiar o discurso do presidente Donald Trump sobre o Estado da União.

Isso sem falar da situação na Venezuela, com 11 países - entre eles o Brasil - declarando apoio ao líder da oposição e presidente da Assembleia Nacional do país, Juan Guaidó, ao passo que cinco nações - entre elas Rússia e Cuba - manifestaram apoio ao presidente Nicolás Maduro. A China ainda não se pronunciou sobre o caso, que segue no radar.

A diferença é que lá fora, ninguém arrisca o que pode acontecer. Por isso, os índices futuros das bolsas de Nova York amanheceram de lado, orbitando entre leves altas e baixas, com os investidores preocupados com o impacto que a pausa de mais de 30 dias nas atividades federais pode causar à economia norte-americana. A previsão é de que o crescimento econômico no primeiro trimestre deste ano caia à metade.

O Senado dos Estados Unidos deve votar hoje duas propostas, que têm potencial de encerrar a paralisação mais longa da história do governo norte-americano. O líder do Partido Republicano no Senado, Mitch McConnell, convocou votação para a proposta feita por Trump, que destina US$ 5,7 bilhões para a construção do muro e modifica o sistema de imigração.

Outro proposta, trazida pelos democratas é mais paliativa e tem como objetivo liberar o Orçamento federal temporariamente, aliviando a situação dos 800 mil funcionários públicos afetados pelo impasse. Para qualquer um dos textos passar, serão necessários 60 votos, mas ainda não está claro se quaisquer dessas medidas serão aprovadas.

Em contrapartida, os investidores alimentam esperança de que EUA e China irão formatar acordo na área comercial e sobre a propriedade intelectual até março, quando se encerra a trégua tarifária. Mas a nova tentativa de Washington em tentar extraditar a executiva chinesa da Huawei, Wanzhou Meng, detida no Canadá desde dezembro pode azedar as negociações.

Na Ásia, as bolsas de Xangai (+0,4%) e de Hong Kong (+0,2%) registraram leves altas, ao passo que Tóquio oscilou em baixa (-0,1%), com os investidores aguardando novos desenvolvimentos nas negociações comerciais e sinais sobre quão profunda é (será) a desaceleração econômica global. As principais bolsas europeias também apontam para um início de pregão sem brilho.

Entre as moedas, o dólar alterna altas e baixas em relação aos rivais de países desenvolvidos e emergentes, em meio aos sinais mistos sobre a economia e a política. Entre os destaques, o dólar australiano oscila entre ganhos e perdas, enquanto a libra esterlina testa a faixa de US$ 1,30. Nas commodities, o petróleo é cotado abaixo de US$ 53 o barril tipo WTI.

Decisão do BCE em destaque

A agenda econômica desta quinta-feira está mais forte no exterior. O destaque lá fora fica com a decisão de juros do Banco Central Europeu (BCE), às 10h45. A previsão é de que a autoridade monetária mantenha a taxa de juros na zona do euro nos níveis atuais, o que desloca o foco para a entrevista coletiva do presidente do BCE, Mario Dragi, às 11h30.

Os investidores irão buscar pistas sobre a possibilidade de uma nova rodada de estímulos à região da moeda única, em meio ao temor quanto à desaceleração econômica global. O mercado estará atento à disposição do BCE em adotar novas operações de injeção de liquidez, diante dos dados mais fracos de atividade na zona do euro.

Aliás, o calendário externo traz também dados preliminares sobre a atividade no setores industrial e de serviços em janeiro na zona do euro e também nos EUA. A agenda econômica norte-americana reserva também os pedidos semanais de auxílio-desemprego feitos no país (11h30) e os estoques semanais de petróleo bruto e derivados (14h).

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
SD ENTREVISTA

Ninguém vai poder ficar em cima do muro na guerra comercial de Trump — e isso inclui o Brasil; entenda por quê

1 de maio de 2025 - 6:54

Condições impostas por Trump praticamente inviabilizam a busca por um meio-termo entre EUA e China

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Falta pouco agora

30 de abril de 2025 - 19:45

Depois de lambermos a lona no início de janeiro, a realidade acabou se mostrando um pouco mais piedosa com o Kit Brasil

QUEDA DE BRAÇO

Trump pressionou, Bezos recuou: Com um telefonema do presidente, Amazon deixa de expor tarifas na nota fiscal

30 de abril de 2025 - 15:59

Após conversa direta entre Donald Trump e Jeff Bezos e troca de farpas com a Casa Branca, Amazon desiste de exibir os custos de tarifas de importação dos EUA ao lado do preço total dos produtos

TCHAU, QUERIDA?

Balanço da Weg (WEGE3) frustra expectativa e ação despenca 10% na bolsa; o que fazer com a ação agora

30 de abril de 2025 - 12:48

Lucro líquido da companhia aumentou 16,4% na comparação anual, mas cresceu menos que o mercado esperava

TREINO ATIVO

Mexendo o esqueleto: B3 inclui Smart Fit (SMFT3) e Direcional (DIRR3) na última prévia do Ibovespa para o próximo quadrimestre; veja quem sai para dar lugar a elas

30 de abril de 2025 - 11:08

Se nada mudar radicalmente nos próximos dias, as duas ações estrearão no Ibovespa em 5 de maio

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado

30 de abril de 2025 - 8:03

Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos

SD ENTREVISTA

Nova Ordem Mundial à vista? Os possíveis desfechos da guerra comercial de Trump, do caos total à supremacia da China

30 de abril de 2025 - 5:52

Michael Every, estrategista global do Rabobank, falou ao Seu Dinheiro sobre as perspectivas em torno da guerra comercial de Donald Trump

DIÁRIO DOS 100 DIAS

Donald Trump: um breve balanço do caos

29 de abril de 2025 - 21:00

Donald Trump acaba de completar 100 dias desde seu retorno à Casa Branca, mas a impressão é de que foi bem mais que isso

DIA 100

Trump: “Em 100 dias, minha presidência foi a que mais gerou consequências”

29 de abril de 2025 - 19:12

O Diário dos 100 dias chega ao fim nesta terça-feira (29) no melhor estilo Trump: com farpas, críticas, tarifas, elogios e um convite aos leitores do Seu Dinheiro

FOGO AMIGO

Ironia? Elon Musk foi quem sofreu a maior queda na fortuna nos primeiros 100 dias de Trump; veja os bilionários que mais saíram perdendo

29 de abril de 2025 - 18:15

Bilionários da tecnologia foram os mais afetados pelo caos nos mercados provocado pela guerra tarifária; Warren Buffett foi quem ficou mais rico

ALTA COM ALERTA

Trump pode acabar com o samba da Adidas? CEO adianta impacto de tarifas sobre produtos nos EUA

29 de abril de 2025 - 17:16

Alta de 13% nas receitas do primeiro trimestre foi anunciado com pragmatismo por CEO da Adidas, Bjørn Gulden, que apontou “dificuldades” e “incertezas” após tarifaço, que deve impactar etiqueta dos produtos no mercado americano

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA

29 de abril de 2025 - 8:25

Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo

CHINA NO VOLANTE

Salão de Xangai 2025: BYD, elétricos e a onda chinesa que pode transformar o mercado brasileiro

29 de abril de 2025 - 8:16

O mundo observa o que as marcas chinesas trazem de novidades, enquanto o Brasil espera novas marcas

Insights Assimétricos

Trump quer brincar de heterodoxia com Powell — e o Fed que se cuide

29 de abril de 2025 - 6:06

Criticar o Fed não vai trazer parceiros à mesa de negociação nem restaurar a credibilidade que Trump, peça por peça, vem corroendo. Se há um plano em andamento, até agora, a execução tem sido tudo, menos coordenada.

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: EUA, novo mercado emergente

28 de abril de 2025 - 20:00

Não tenham dúvidas: chegamos todos na beira do abismo neste mês de abril. Por pouco não caímos.

DIA 99

Trump vai jogar a toalha?

28 de abril de 2025 - 19:45

Um novo temor começa a se espalhar pela Europa e a Casa Branca dá sinais de que a conversa de corredor pode ter fundamento

EFEITOS DA GUERRA COMERCIAL

Acabou para a China? A previsão que coloca a segunda maior economia do mundo em alerta

28 de abril de 2025 - 18:45

Xi Jinping resolveu adotar uma postura de esperar para ver os efeitos das trocas de tarifas lideradas pelos EUA, mas o risco dessa abordagem é real, segundo Gavekal Dragonomics

PESQUISA

Desaprovação a Lula cai para 50,1%, mas é o suficiente para vencer Bolsonaro ou Tarcísio? Atlas Intel responde

28 de abril de 2025 - 18:13

Os dados de abril são os primeiros da série temporal que mostra uma reversão na tendência de alta na desaprovação e queda na aprovação que vinha sendo registrada desde abril de 2024

CRIPTO HOJE

Bitcoin (BTC) rompe os US$ 95 mil e fundos de criptomoedas têm a melhor semana do ano — mas a tempestade pode não ter passado

28 de abril de 2025 - 15:26

Dados da CoinShares mostram que produtos de investimento em criptoativos registraram entradas de US$ 3,4 bilhões na última semana, mas o mercado chega à esta segunda-feira (28) pressionado pela volatilidade e à espera de novos dados econômicos

VOO BAIXO

Azul (AZUL4) chega a cair mais de 10% (de novo) e lidera perdas do Ibovespa nesta segunda-feira (28)

28 de abril de 2025 - 14:43

O movimento de baixa ganhou força após a divulgação, na última semana, de uma oferta pública primária

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar