CCJ é prova de fogo para reforma da Previdência e teste de nervos para os mercados
Sessão na CCJ para votar reforma da Previdência testa nervos dos investidores e deixa ativos oscilando ao sabor do noticiário político

A sessão agendada para a tarde desta terça-feira (14h) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que irá apreciar o relatório da reforma da Previdência, concentra as atenções do mercado financeiro doméstico. Os negócios locais devem ficar reféns do ambiente político, oscilando ao sabor do noticiário sobre a votação da proposta e testando os nervos dos investidores, já que ninguém dá a coisa por resolvida.
Enquanto a oposição promete jogar duro, tentando suspender a votação na CCJ até que seja quebrado o sigilo de dados que embasam a proposta da nova Previdência, o governo ainda busca conquistar o apoio do Centrão. Uma reunião entre os partidos do bloco e o Executivo foi marcada para hoje cedo, horas antes de começarem os trabalhos na comissão.
No encontro, devem ser discutidas as mudanças a serem feitas no texto que será votado na CCJ, em busca de aprovação. Quatro pontos devem ser alterados: a retirada do fim do pagamento de multa do FGTS a aposentados; o foro de Brasília para ações judiciais sobre questões previdenciárias; as mudanças da aposentadoria via lei complementar e somente nas mãos do Executivo.
Ainda que tais mudanças não afetem a potência fiscal da reforma, o relatório deve ser alterado ainda na primeira fase de tramitação da proposta, dois meses após ter chegado ao Congresso e antecipando algo esperado apenas na etapa seguinte, durante a comissão especial. Para o mercado financeiro, a desidratação do texto e o tempo até a aprovação final continuam sendo os principais riscos ao ativos, aguçando o vaivém dos negócios.
Tais riscos estão relacionados às dúvidas dos investidores em relação à articulação política do governo. Pensando nisso, o presidente Jair Bolsonaro já avalia uma minirreforma ministerial, de modo a agradar alguns partidos em troca de apoio pela agenda do governo. Entre as possibilidades, está a redistribuição de secretariais e as atribuições de cargos.
Jogo duro
Mesmo assim, a tarefa do governo na Câmara não será simples. Primeiro, será preciso convencer o Centrão a fazer parte da base aliada, alterando o parecer de modo a agradar os partidos do bloco de centro-direita. Também será preciso persuadir parlamentares contrários às mudanças a pular uma nova fase de discussões, indo direto à votação do texto, ainda hoje.
Leia Também
Em tese, com as alterações, o relator da proposta, o deputado Marcelo Freitas, teria de fazer uma nova leitura do texto - seja na íntegra, seja apenas os pontos alterados. A partir daí, seria aberta uma nova rodada de discussão, o que poderia adiar o início da votação da proposta pelos deputados do colegiado para quarta-feira.
Já a oposição tenta um adiamento da sessão na CCJ, suspendendo a tramitação na comissão até que seja liberado o sigilo determinado pelo governo sobre os estudos que embasam a proposta de novas regras para aposentadoria. Os líderes da oposição tentam angariar apoio do Centrão para atrasar a votação, enquanto o governo diz que irá liberar os dados na quinta-feira - depois que avançar à comissão especial.
Na prática, quaisquer dessas opções tendem a prolongar o tempo de análise da reforma da Previdência ainda na CCJ. A única alternativa capaz de tornar o processo mais célere vai depender dessa reunião entre governo e Centrão. A intenção do Palácio do Planalto é de mostrar boa vontade em mexer no texto e aprovar a proposta já nesta terça-feira.
Para tanto, o governo precisa ter apenas maioria simples. A CCJ é formada por 66 deputados e a votação só é iniciada quando estiverem, ao menos, 34 parlamentares presentes. No placar da imprensa, o governo deve ter de 37 a 48 votos para aprovar a reforma na comissão, ao passo que a oposição conta com 18 deputados.
Petróleo em destaque
Os mercados internacionais seguem sem uma direção definida, apesar da volta do feriado em várias partes do mundo. O destaque continua sendo o petróleo, que é cotado próximo aos maiores níveis em seis meses, após os Estados Unidos afirmarem que vão impor sanções aos países que importarem petróleo do Irã. A medida entra em vigor em 2 de maio.
Muitos países asiáticos - entre eles China, Índia, Japão e Coreia do Sul - são grandes importadores do petróleo iraniano e a decisão de Washington pode remover até 1,2 milhão de barris de petróleo por dia do mercado internacional, elevando o temor de uma crise de oferta.
Tudo vai depender da resposta dos países importadores e de quanto petróleo o Irã vai continuar exportando. A intenção de Washington é zerar as exportações de Teerã. Ao mesmo tempo, a medida tende a beneficiar a Arábia Saudita, que concordou em aumentar a produção, de modo a garantir as condições de oferta e impedir uma alta nos preços.
Diante dessas incertezas e do temor de escalada da tensão geopolítica, o sinal negativo prevaleceu entre as bolsas na Ásia e também contamina o pregão no Ocidente. As bolsas de Xangai e Hong Kong tiveram leves perdas, de -0,5% e -0,2%, enquanto Tóquio teve leve alta (+0,2%). Em Nova York, os índice futuros exibem ligeiras baixas, assim como a Europa.
Nos demais mercados, o dólar mede forças em relação às moedas rivais, ganhando terreno das divisas de países desenvolvidos, como o euro, e também relacionadas às commodities, como o dólar australiano. Esse sinal das bolsas, moedas, commodities vindo do exterior deve influenciar o comportamento dos negócios locais.
Além da questão envolvendo o petróleo, que influencia na cotação dos preços dos combustíveis praticados no Brasil, merece atenção a decisão do governo Bolsonaro de se comprometer no repasse do custo do diesel para o frete. Em nota divulgada ontem à noite, o Ministério da Infraestrutura firmou esse compromisso, entre outros.
Dia de agenda fraca
A agenda econômica desta terça-feira está esvaziada no Brasil, enquanto o calendário no exterior traz algumas divulgações, porém sem relevância. Dados dos setor imobiliário norte-americano e sobre a atividade no setor de serviços dos EUA são o destaque do dia.
Rodolfo Amstalden: Falta pouco agora
Depois de lambermos a lona no início de janeiro, a realidade acabou se mostrando um pouco mais piedosa com o Kit Brasil
Gafisa (GFSA3) recebe luz verde para grupamento de 20 por 1 e ação dispara mais de 10% na bolsa
Na ocasião em que apresentou a proposta, a construtora informou que a operação tinha o intuito de evitar maior volatilidade e se antecipar a eventuais cenários de desenquadramento na B3
Balanço da Weg (WEGE3) frustra expectativa e ação despenca 10% na bolsa; o que fazer com a ação agora
Lucro líquido da companhia aumentou 16,4% na comparação anual, mas cresceu menos que o mercado esperava
Mexendo o esqueleto: B3 inclui Smart Fit (SMFT3) e Direcional (DIRR3) na última prévia do Ibovespa para o próximo quadrimestre; veja quem sai para dar lugar a elas
Se nada mudar radicalmente nos próximos dias, as duas ações estrearão no Ibovespa em 5 de maio
Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado
Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Tony Volpon: EUA, novo mercado emergente
Não tenham dúvidas: chegamos todos na beira do abismo neste mês de abril. Por pouco não caímos.
Desaprovação a Lula cai para 50,1%, mas é o suficiente para vencer Bolsonaro ou Tarcísio? Atlas Intel responde
Os dados de abril são os primeiros da série temporal que mostra uma reversão na tendência de alta na desaprovação e queda na aprovação que vinha sendo registrada desde abril de 2024
Azul (AZUL4) chega a cair mais de 10% (de novo) e lidera perdas do Ibovespa nesta segunda-feira (28)
O movimento de baixa ganhou força após a divulgação, na última semana, de uma oferta pública primária
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Ibovespa: Dois gatilhos podem impulsionar alta da bolsa brasileira no segundo semestre; veja quais são
Se nos primeiros quatro meses do ano o Ibovespa tem atravessado a turbulência dos mercados globais em alta, o segundo semestre pode ser ainda melhor, na visão estrategista-chefe da Empiricus
Se errei, não erro mais: Google volta com o conversor de real para outras moedas e adiciona recursos de segurança para ter mais precisão nas cotações
A ferramenta do Google ficou quatro meses fora do ar, depois de episódios nos quais o conversor mostrou a cotação do real bastante superior à realidade
Vale (VALE3) sem dividendos extraordinários e de olho na China: o que pode acontecer com a mineradora agora; ações caem 2%
Executivos da companhia, incluindo o CEO Gustavo Pimenta, explicam o resultado financeiro do primeiro trimestre e alertam sobre os riscos da guerra comercial entre China e EUA nos negócios da empresa
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
Dona do Google vai pagar mais dividendos e recomprar US$ 70 bilhões em ações após superar projeção de receita e lucro no trimestre
A reação dos investidores aos números da Alphabet foi imediata: as ações chegaram a subir mais de 4% no after market em Nova York nesta quinta-feira (24)
Subir é o melhor remédio: ação da Hypera (HYPE3) dispara 12% e lidera o Ibovespa mesmo após prejuízo
Entenda a razão para o desempenho negativo da companhia entre janeiro e março não ter assustado os investidores e saiba se é o momento de colocar os papéis na carteira ou se desfazer deles
Por que o ouro se tornou o porto seguro preferido dos investidores ante a liquidação dos títulos do Tesouro americano e do dólar?
Perda de credibilidade dos ativos americanos e proteção contra a inflação levam o ouro a se destacar neste início de ano
Fim da linha para o dólar? Moeda ainda tem muito a cair, diz economista-chefe do Goldman Sachs
Desvalorização pode vir da relutância dos investidores em se exporem a investimentos dos EUA diante da guerra comercial com a China e das incertezas tarifárias, segundo Jan Hatzius
A culpa é da Gucci? Grupo Kering entrega queda de resultados após baixa de 25% na receita da principal marca
Crise generalizada do mercado de luxo afeta conglomerado francês; desaceleração já era esperada pelo CEO, François Pinault
‘Momento de garimpar oportunidades na bolsa’: 10 ações baratas e de qualidade para comprar em meio às incertezas do mercado
CIO da Empiricus vê possibilidade do Brasil se beneficiar da guerra comercial entre EUA e China e cenário oportuno para aproveitar oportunidades na bolsa; veja recomendações