🔴 [EVENTO GRATUITO] COMPRAR OU VENDER VALE3? INSCREVA-SE AQUI

Olivia Bulla
Olivia Bulla
Olívia Bulla é jornalista, formada pela PUC Minas, e especialista em mercado financeiro e Economia, com mais de 10 anos de experiência e longa passagem pela Agência Estado/Broadcast. É mestre em Comunicação pela ECA-USP e tem conhecimento avançado em mandarim (chinês simplificado).
A Bula do Mercado

A Bula da Semana: Agenda carregada recheia a semana

Último mês de 2019 começa com uma série de indicadores econômicos relevantes no Brasil, lançando luz sobre o cenário do país em 2020

Olivia Bulla
Olivia Bulla
2 de dezembro de 2019
4:57 - atualizado às 16:06
sandwich
Dados econômicos relevantes no Brasil saem neste semana e lançam luz sobre cenário em 2020

O último mês de 2019 começou ontem e já trouxe dados sobre a atividade industrial na China, dando uma pitada dos indicadores que devem agitar o mercado financeiro ao longo desta semana. Nos próximos dias, serão conhecidos dados econômicos no Brasil e no mundo capazes de lançar luz sobre sobre a saúde da economia global na virada para 2020.

O destaque por aqui fica com o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre deste ano, a ser divulgado pelo IBGE amanhã. Após números animadores sobre o desempenho da indústria, do varejo e do setor de serviços durante os meses de julho a setembro, o crescimento da economia brasileira no período pode voltar a surpreender.

Os números devem reforçar a recuperação em curso da economia, puxada pela produção nacional, os investimentos e o consumo doméstico. Ainda assim, a expectativa não é de um resultado tão forte. No máximo, espera-se uma manutenção do ritmo anterior, com expansão de 0,4% na comparação com o segundo trimestre.

Mas a depender dos dados efetivos, os indicadores econômicos devem sugerir um crescimento ainda mais robusto no último trimestre deste ano, dando pistas sobre o ritmo da atividade brasileira nesta reta final de 2019. Para tanto, merece atenção também os números da indústria em outubro, que saem na quarta-feira.

Além disso, a agenda doméstica traz também o índice oficial de preço ao consumidor, na sexta-feira. E a forte pressão vinda dos alimentos, em especial das proteínas, e da conta de luz deve, enfim, afastar o IPCA dos resultados próximos a zero que vinham sendo apurados desde maio e garantir uma alta do indicador ao redor de 0,50% em novembro.

Selic entre inflação e atividade

Combinados, os dados de atividade e de inflação no Brasil devem calibrar as expectativas em relação ao rumo da Selic. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reúne-se pela última vez neste ano na semana que vem e os sinais de aceleração da economia somados ao acúmulo de pressão inflacionária têm levantado dúvidas sobre cortes adicionais no juro básico.

Até mesmo a queda dada como certa de meio ponto neste mês foi colocada em xeque na semana passada. Essa possibilidade chegou a cair a 60% na quarta-feira, quando o dólar fechava na máxima histórica frente ao real pela terceira vez seguida, mas encerrou perto de 70% na sexta-feira. Ao mesmo tempo, caiu a expectativa de cortes residuais em 2020, com uma chance remota de aumento da Selic já a partir da segunda metade do ano que vem.

Portanto, a depreciação do real tem sido acompanhada de um aumento da inflação e de piora das expectativas nos juros futuros. E, por mais que o Copom mostre a intenção de manter o ritmo de cortes na Selic em dezembro, o mercado financeiro não consegue evitar um dévà ju com maio de 2018, quando, sob outra direção, o BC manteve a taxa básica após uma disparada do dólar, apesar de ter sinalizado um corte para aquela reunião.

Mas, por quanto tempo a autoridade monetária consegue sustentar os juros básicos baixos? A recente escalada do dólar fez o Banco Central agir na semana passada, ofertando recursos estrangeiro via leilão no mercado à vista e tirando ao menos US$ 5 bilhões das reservas internacionais. Ainda assim, a moeda norte-americana subiu quase 6% em novembro, acumulando valorização de quase 10% no ano e fechando em R$ 4,24.

O dólar e a Bolsa

Entre os fatores que explicam essa disparada do dólar está o baixo apetite dos investidores estrangeiros pelos ativos brasileiros. A “pá de cal” teria sido a frustração com o megaleilão de petróleo, no início do mês passado, mas o Ibovespa já vinha dando sinais dessa indisposição dos “gringos”. No ano, a saída de recursos externos da Bolsa brasileira (mercado secundário) está perto de R$ 40 bilhões, caminhando para cravar um recorde.

Em 2018, o fluxo de capital externo ficou negativo em torno de R$ 11,5 bilhões, marcando, à época, o primeiro ano de saída de recursos estrangeiros da Bolsa brasileira desde 2011. Ou seja, os sucessivos recordes do Ibovespa desde o fim do ano passado e ao longo deste ano não foram conduzidos pelos “gringos” - até então, “astros” da renda variável doméstica.

Quem roubou a cena foram os investidores locais (pessoa física e institucionais), sustentando ganhos de mais de 20% do Ibovespa em 2019 e guiando o principal índice acionário para o quarto ano seguido de valorização. Boa parte desses players migraram seus recursos, da renda fixa para a renda variável, em busca de maiores retornos.

Por isso, é fundamental entender qual será o comportamento da Selic no curto prazo, bem como a dinâmica da atividade doméstica nos próximos anos, para saber o fôlego extra da Bolsa rumo a novos topos históricos, apesar do nível de equilíbrio mais elevado do câmbio - como observou o ministro Paulo Guedes (Economia) na semana passada. Daí a importância do calendário doméstico desta semana.

Confira a seguir os principais destaques desta semana, dia a dia:

Segunda-feira: A semana começa com as tradicionais publicações do dia no Brasil, a saber, a Pesquisa Focus (8h25) do Banco Central e os dados da balança comercial em novembro (15h). No exterior, saem índices PMI e ISM sobre a atividade industrial em novembro na zona do euro e nos EUA, respectivamente. Além disso, a recém-empossada presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, discursa (11h).

Terça-feira: O desempenho da economia brasileira (PIB) no terceiro trimestre deste ano é o grande destaque da agenda econômica, já que o calendário no exterior está esvaziado hoje. No fim do dia, saem dados do Caixin sobre o setor de serviços na China.

Quarta-feira: O IBGE volta à cena para divulgar o resultado da indústria em outubro, enquanto o BC informa o resultado final sobre a entrada e saída de dólares do país em novembro. No exterior, sai mais uma rodada de índices PMI e ISM, desta vez, sobre o setor de serviços no mês passado, na zona do euro e nos EUA. A agenda norte-americana traz também a pesquisa ADP sobre a geração de postos de trabalho no setor privado do país em novembro.

Quinta-feira: A agenda doméstica segue com divulgações relevantes e traz hoje os indicadores antecedentes da Anfavea sobre a indústria automotiva em novembro. No exterior, saem a leitura final do PIB da zona do euro no trimestre passado, além dos números de outubro da balança comercial e das encomendas às fábricas nos EUA.

Sexta-feira: A semana chega ao fim com os resultados de novembro da inflação oficial ao consumidor brasileiro (IPCA) e das vagas criadas nos EUA (payroll), juntamente com a taxa de desemprego no país e o rendimento médio por hora. Ainda no calendário norte-americano, saem a leitura preliminar deste mês do sentimento do consumidor e os estoques no atacado em outubro.

Compartilhe

SOBE MAIS UM POUQUINHO?

Campos Neto estragou a festa do mercado e mexeu com as apostas para a próxima reunião do Copom. Veja o que os investidores esperam para a Selic agora

15 de setembro de 2022 - 12:41

Os investidores já se preparavam para celebrar o fim do ciclo de ajuste de alta da Selic, mas o presidente do Banco Central parece ter trazido o mercado de volta à realidade

PREVISÕES PARA O COPOM

Um dos maiores especialistas em inflação do país diz que não há motivos para o Banco Central elevar a taxa Selic em setembro; entenda

10 de setembro de 2022 - 16:42

Heron do Carmo, economista e professor da FEA-USP, prevê que o IPCA registrará a terceira deflação consecutiva em setembro

OUTRA FACE

O que acontece com as notas de libras com a imagem de Elizabeth II após a morte da rainha?

9 de setembro de 2022 - 10:51

De acordo com o Banco da Inglaterra (BoE), as cédulas atuais de libras com a imagem de Elizabeth II seguirão tendo valor legal

GREVE ATRASOU PLANEJAMENTO

Banco Central inicia trabalhos de laboratório do real digital; veja quando a criptomoeda brasileira deve estar disponível para uso

8 de setembro de 2022 - 16:28

Essa etapa do processo visa identificar características fundamentais de uma infraestrutura para a moeda digital e deve durar quatro meses

FAZ O PIX GRINGO

Copia mas não faz igual: Por que o BC dos Estados Unidos quer lançar um “Pix americano” e atrelar sistema a uma criptomoeda

30 de agosto de 2022 - 12:08

Apesar do rali do dia, o otimismo com as criptomoedas não deve se estender muito: o cenário macroeconômico continua ruim para o mercado

AMIGO DE CRIPTO

Com real digital do Banco Central, bancos poderão emitir criptomoeda para evitar “corrosão” de balanços, diz Campos Neto

12 de agosto de 2022 - 12:43

O presidente da CVM, João Pedro Nascimento, ainda afirmou que a comissão será rigorosa com crimes no setor: “ fraude não se regula, se pune”

AGORA VAI!

O real digital vem aí: saiba quando os testes vão começar e quanto tempo vai durar

10 de agosto de 2022 - 19:57

Originalmente, o laboratório do real digital estava previsto para começar no fim de março e acabar no final de julho, mas o BC decidiu suspender o cronograma devido à greve dos servidores

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

O ciclo de alta da Selic está perto do fim – e existe um título com o qual é difícil perder dinheiro mesmo se o juro começar a cair

2 de agosto de 2022 - 5:58

Quando o juro cair, o investidor ganha porque a curva arrefeceu; se não, a inflação vai ser alta o bastante para mais do que compensar novas altas

PRATA E CUPRONÍQUEL

Banco Central lança moedas em comemoração ao do bicentenário da independência; valores podem chegar a R$ 420

26 de julho de 2022 - 16:10

As moedas possuem valor de face de 2 e 5 reais, mas como são itens colecionáveis não têm equivalência com o dinheiro do dia a dia

AGRADANDO A CLIENTELA

Nubank (NUBR33) supera ‘bancões’ e tem um dos menores números de reclamações do ranking do Banco Central; C6 Bank lidera índice de queixas

21 de julho de 2022 - 16:43

O banco digital só perde para a Midway, conta digital da Riachuelo, no índice calculado pelo BC

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Continuar e fechar