🔴 RESULTADOS DO 3T24: ACOMPANHE AS PRINCIPAIS NOTÍCAIS, ANÁLISES E RECOMENDAÇÕES DA TEMPORADA – VEJA AQUI

Olivia Bulla
Olivia Bulla
Olívia Bulla é jornalista, formada pela PUC Minas, e especialista em mercado financeiro e Economia, com mais de 10 anos de experiência e longa passagem pela Agência Estado/Broadcast. É mestre em Comunicação pela ECA-USP e tem conhecimento avançado em mandarim (chinês simplificado).
A Bula do Mercado

Foi dada a largada

Entrega da proposta do governo para a reforma da Previdência marca o ponto de partida para as negociações no Congresso

Olivia Bulla
Olivia Bulla
21 de fevereiro de 2019
5:32 - atualizado às 12:31
Foco do mercado se volta para a articulação política em busca dos votos necessários

Em um movimento clássico, o mercado financeiro realizou no fato ontem - quando o texto da reforma da Previdência foi, enfim, conhecido - depois de ter subido - e muito - no boato. Os investidores ajustaram os preços dos ativos locais enquanto digeriam a proposta, ao mesmo tempo em que calibram as as expectativas em relação à aprovação no Congresso.

Agora, o foco dos negócios se volta para a articulação política do governo para buscar os votos necessários. E o mercado doméstico vai oscilar ao sabor do noticiário vindo de Brasília, uma vez que será preciso um trabalho árduo do Palácio do Planalto para formatar melhor sua base de apoio, após os ruídos políticos neste início de semana.

O conteúdo abrangente da proposta de reforma elaborado pela equipe econômica impressiona, o que eleva a expectativa do mercado financeiro pela aprovação do texto logo. O problema é que a discussão da matéria entre deputados e senadores podem levar mais tempo, abrindo espaço para a diluição de alguns pontos ao longo dessa negociação.

Mas há “gordura para queimar”, sem prejudicar, em muito, a versão final. Uma vez que a reforma surpreendeu pela abrangência - ao incluir uma idade mínima para a aposentadoria, uma redução na “generosidade” da assistência social e a inclusão de regimes especiais, dando fim à pensão por tempo de contribuição, há muitas margens de manobra no texto.

De um modo geral, então, a proposta de reforma é bem ambiciosa e visa uma poupança robusta para os cofres do governo em um prazo de dez anos, em torno de R$ 1 trilhão. Na melhor das hipóteses, se cerca de 60% do texto revelado ontem for mantido, a dívida pública em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) deve atingir ao redor de 110% até 2030.

Agora é que são elas

No entanto, a proposta do governo apenas marca o ponto de partida para as negociações de uma nova Previdência no Congresso. Ainda não se sabe como os parlamentares irão receber o tema, mas sabe-se que a maior renovação da Câmara e do Senado desde a redemocratização deu ênfase mais a políticas sociais do que econômica.

Leia Também

E isso tende a ser um grande obstáculo ao Palácio do Planalto. O presidente terá de saber lidar com sua ampla base de apoio, uma vez que Bolsonaro está apostando “todas as fichas em um único lance”. E o Legislativo sabe que a proposta da Previdência é mais que uma reforma. É o próprio governo que está em jogo.

Ainda assim, a expectativa é de que a reforma da Previdência irá passar no Congresso. A proposta do governo tem chances de ser aprovada, mas vai depender da capacidade de articulação do Executivo com os parlamentares. O trâmite ainda é inicial e é preciso estar atento à estratégia do Palácio do Planalto para aglutinar votos.

Mão dupla

Já no exterior, os mercados estão atentos às negociações comerciais entre Estados Unidos e China. Representantes do alto escalão dos dois países reúnem-se hoje, em Washington, em um encontro-chave às vésperas do prazo final para o fim da trégua tarifária, no início do mês que vem.

Enquanto as lideranças dos dois países afirmam que “progressos” têm sido feito, declarações dos dois lados deixam dúvidas quanto a um acordo final abrangente, endereçando questões estruturais. Para Pequim, os EUA estão em campanha para isolar empresas chinesas de tecnologia, como a Huawei.

De fato, o governo Trump está tentando convencer os aliados europeus a banir a gigante de tecnologia chinesa da suas redes de informação 5G, citando riscos de segurança nacional. Na semana passada, o secretário de Estado, Mike Pompeo, alertou sobre as conseqüências para os países que não seguirem a linha de Washington sobre o assunto.

Até agora, não há sinais de que os EUA estejam dispostos a recuar dessa posição linha-dura, o que pode desgastar ainda mais a relação com a Europa, que já está em embate com a Casa Branca por causa da taxação de veículos. Do lado chinês, o governo avalia que um acordo comercial sino-americano não pode colocar todo o ônus em Pequim.

Ou seja, a linguagem dura de Trump, para ser considerada justa, também precisa estar vinculada às práticas norte-americanas de comércio, de modo a também atender às queixas chinesas. Tem-se, então, um desafio de ser criar uma posição igual entre as duas maiores economias do mundo sobre temas ligados ao desenvolvimento econômico à frente.

Há esperança

Ainda assim, os mercados internacionais amanheceram animados nesta quinta-feira, em meio a relatos de que EUA e China começam a esboçar um acordo para acabar com a guerra comercial. Fontes próximas ao assunto afirmam que o acordo elaborado alcança seis áreas principais, relacionadas à transferência de tecnologia e crime cibernético, propriedade intelectual, serviços, moeda, agricultura e barreiras não-tarifárias.

Aos olhos dos investidores, trata-se do progresso mais significativo feito até agora entre os dois países, após meses de negociações. Porém, as principais bolsas asiáticas encerraram a sessão sem muito ímpeto, com Xangai registrando leves perdas (-0,3%), enquanto Hong Kong subiu 0,3% e Tóquio ficou levemente no positivo (+0,15%). Já em Nova York, os índices futuros estão no azul, sinalizando um dia de ganhos e embalando o pregão europeu.

Ainda assim, não está claro como será o mecanismo de fiscalização na questão tecnológica, mas se houver violação entre as partes, provavelmente as sobretaxas em produtos voltam a ser impostas. Além disso, nenhum avanço é esperado durante as negociações desta semana em Washington sobre as principais questões estruturais, mas há um esforço em andamento para estender o prazo da trégua tarifária, em 1 de março.

Amanhã, o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, principal negociador do lado da China, deve se encontrar com o presidente Trump. De volta aos mercados, o dólar mede forças em relação às moedas rivais, perdendo terreno para o yuan chinês e as divisas europeias, mas avançando em relação ao iene e algumas emergentes, como o dólar australiano. Já o petróleo é negociado em alta, diante da queda dos estoques nos EUA.

O apetite por ativos de risco também é impulsionado pela mensagem do Federal Reserve, que tranquilizou os investidores ao divulgar a ata da reunião de janeiro, dizendo, como esperado, que será “paciente” quanto a aumentos na taxa de juros norte-americana, em meio à incerteza econômica. Hoje, é a vez da ata da reunião de política monetária de janeiro do Banco Central Europeu (BCE), às 9h30.

Agenda ganha força

O calendário econômico, enfim, ganha força nesta quinta-feira. O destaque no Brasil fica com a prévia de fevereiro da inflação oficial ao consumidor brasileiro. A previsão é de que o IPCA-15 praticamente repita as leituras apuradas no mês anterior, com alta de 0,3% em relação ao janeiro e uma taxa acumulada de 3,8% em 12 meses. Os números efetivos serão conhecidos às 9h.

Já no exterior, destaque para os indicadores preliminares sobre a atividade nos setores industrial e de serviços nos Estados Unidos neste mês, pela manhã. A agenda norte-americana traz também dados semanais de auxílio-desemprego (10h30), indicadores antecedentes e do setor imobiliário em janeiro (12h), além dos estoques semanais de petróleo bruto e derivados (13h). Na Europa, também serão conhecidos dados de atividade.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
AGOURO NEGATIVO?

Com ações reduzidas a pó, AgroGalaxy (AGXY3) adia balanço do 3T24 em meio à recuperação judicial

1 de novembro de 2024 - 15:02

Em meio à reestruturação operacional e de dívidas, a publicação dos números trimestrais agora está programada para acontecer apenas em 19 de dezembro

MERCADOS HOJE

Não é só risco fiscal: por que o dólar volta a subir e se consolida acima dos R$ 5,80

1 de novembro de 2024 - 14:39

Além da demora do governo em anunciar os cortes de gastos, o leve favoritismo de Trump nas eleições na próxima terça-feira ajuda a fortalecer o dólar

FIIs HOJE

Fundo imobiliário TRBL11 anuncia dividendos menores e cotas recuam na bolsa; veja o que afeta os proventos

1 de novembro de 2024 - 13:32

O FII comunicou que pagará R$ 0,62 por cota neste mês, uma queda de cerca de 27% ante à distribuição de outubro.

DESTAQUES DA BOLSA

Ações da EZTec (EZTC3) disparam 9% e lideram Ibovespa após lucro triplicar e construtora anunciar dividendos; é hora de comprar os papéis?

1 de novembro de 2024 - 11:21

Um dos combustíveis para a disparada é o lucro líquido da companhia, que saltou 239% e ficou em R$ 132,6 milhões no terceiro trimestre

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O payroll vai dar trabalho? Wall Street amanhece em leve alta e Ibovespa busca recuperação com investidores à espera de anúncio de corte de gastos

1 de novembro de 2024 - 8:13

Relatório mensal sobre o mercado de trabalho nos EUA indicará rumo dos negócios às vésperas das eleições presidenciais norte-americanas

SEXTOU COM O RUY

Boas pagadoras de dividendos: a grande tacada para escolher bem as vacas – e bezerras – leiteiras da bolsa

1 de novembro de 2024 - 6:02

Investir em empresas que já são boas pagadoras de dividendos não é uma estratégia ruim, mas lembre-se que elas já pagam grandes dividendos hoje, e provavelmente já devem negociar por múltiplos mais altos também

BALANÇO DO MÊS

Ranking dos investimentos: perto de R$ 5,80, dólar tem uma das maiores altas de outubro e divide pódio com ouro e bitcoin

31 de outubro de 2024 - 19:00

Na lanterna, títulos públicos longos indexados à inflação caminham para se tornar os piores investimentos do ano

BOLSAS HOJE

Por que o mercado ficou arisco hoje? Ibovespa é arrastado por Nova York e termina dia abaixo de 130 mil pontos; dólar sobe a R$ 5,7811

31 de outubro de 2024 - 17:39

Nos Estados Unidos, bolsas também foram puxadas para baixo devido à preocupação com os gastos elevados das big techs

O REI DOS DIVIDENDOS

Uma espiada na carteira do Warren Buffett brasileiro: Luiz Barsi revela duas ações atraentes na B3 — e uma delas pode subir na bolsa a qualquer momento

31 de outubro de 2024 - 15:03

Uma das apostas é uma seguradora que já subiu 19% na bolsa desde janeiro e ainda tem potencial para mais. A outra é uma ação para o longo prazo.

FRIGORÍFICOS

Um negócio das Arábias? BRF compra fatia da Addoha para expandir presença no mercado saudita de frango; BRFS3 lidera altas no Ibovespa e puxa ação da Marfrig (MRFG3)

31 de outubro de 2024 - 11:57

Por meio de uma joint-venture no país árabe, a BRF vai desembolsar US$ 84,3 milhões por 26% da empresa de abate de frangos

ENTRE BALANÇOS E FUSÕES

É oficial: AES Brasil e Auren (AURE3) criam a 3ª maior geradora de energia do país — mas maioria dos acionistas de AESB3 pula fora do negócio

31 de outubro de 2024 - 11:03

Para além da combinação de negócios, as empresas de energia elétrica divulgaram ontem os balanços do terceiro trimestre de 2024; confira os números

VAI UM ENGOV AÍ?

Ressaca na fusão: EMS retira proposta para combinar negócios com a Hypera (HYPE3), que reage em forte queda na B3

31 de outubro de 2024 - 9:46

Negócio entre Hypera e EMS criaria a maior companhia farmacêutica do Brasil, com R$ 16 bilhões de receita e 17% do mercado brasileiro

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Cada um com suas preferências: Ibovespa reage a balanços do Bradesco e da Ambev e à Pnad Contínua enquanto Wall Street aguarda PCE

31 de outubro de 2024 - 8:16

Índice de inflação preferido do Fed será divulgado hoje nos EUA; aqui, investidores olham para dados de emprego e desemprego

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: Bem-vindo, presidente Trump?

30 de outubro de 2024 - 20:01

Sem dúvida o grande evento de risco para os mercados globais é a eleição americana

A RENDA VARIÁVEL AINDA BRILHA

Selic em alta não é motivo para fugir para a renda fixa: tubarões do mercado revelam estratégia para escolher boas ações para lucrar na bolsa

30 de outubro de 2024 - 19:31

Para os gestores Florian Bartunek e César Paiva, a “maré de azar” vivenciada na renda variável hoje abre oportunidade para quem quer comprar ações baratas e de qualidade na B3

LONDON CALLING

Ministra abre a caixa de pandora e anuncia o maior aumento de impostos do Reino Unido em 30 anos; libra reage, bolsa cai e títulos dão o maior salto desde julho

30 de outubro de 2024 - 15:51

O primeiro orçamento do Partido Trabalhista, que assumiu o poder em meados deste ano com uma vitória esmagadora, trouxe mais de 40 bilhões de libras em aumento de tributos por ano

ATENÇÃO, ACIONISTA

CEO da Klabin (KLBN11) diz que investidor não vai sentir no bolso a mudança na política de dividendos — e aqui está o porquê

30 de outubro de 2024 - 15:06

Após a aprovação da nova política de remuneração, o CEO Cristiano Teixeira recebeu uma chuva de perguntas de investidores sobre o futuro dos proventos da gigante do papel e celulose — e aqui está o que esperar, segundo o presidente

SEM CHURRASCO URUGUAIO

O impasse continua: Uruguai rejeita novamente a venda de ativos da Marfrig (MRFG3) para Minerva (BEEF3) e ameaça transação de R$ 675 milhões

30 de outubro de 2024 - 14:20

A Coprodec já havia rejeitado a operação entre as gigantes de frigoríficos em maio, alegando que a transação aumentaria a concentração de mercado no país

SD Select

‘Gatilho’ para o Ibovespa aguardava as eleições municipais e pode ser ativado nesta semana – o que esperar para a bolsa?

30 de outubro de 2024 - 10:25

Equipe econômica do governo Lula pode impulsionar a bolsa brasileira com uma série de medidas previstas para esta semana; saiba como buscar “surfar” cenário

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

No crédito ou no débito? Ibovespa reage a balanços, Wall Street e expectativa com cortes de gastos

30 de outubro de 2024 - 8:23

Enquanto a temporada de balanços segue adiante, dólar começa o pregão de hoje no nível mais elevado em mais de três anos

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar