Dia de decisão
Bancos centrais do Brasil (Copom) e dos Estados Unidos (Fed) decidem sobre a taxa de juros, mas foco está em pistas sobre os próximos passos

O dia é de decisão sobre a taxa de juros no Brasil (Selic) e nos Estados Unidos (Fed Funds). Mas, em ambos os casos, não se espera mudanças nos patamares atuais de 6,50% e entre 2,25% e 2,50%, respectivamente. O foco, com isso, estará na comunicação dos bancos centrais brasileiro (Copom) e norte-americano (Fed) sobre os próximos passos.
Por aqui, os investidores terão de esperar até o fechamento do pregão para encontrar, no comunicado que acompanhará a decisão do Copom, as digitais do novo presidente do BC, Roberto Campos Neto. Enquanto aguarda, o mercado financeiro desloca o foco para Brasília, onde deve ser entregue a proposta de reforma da Previdência dos militares.
A ansiedade nos negócios locais, portanto, tende a ser grande e esse sentimento deve ser potencializado pela expectativa em torno dos eventos envolvendo o Fed, no meio da tarde. Ou seja, a “super quarta-feira” deve ser de alta tensão e de intensa volatilidade no mercado, testando os nervos dos investidores, que podem adotar a postura de “esperar para ver”.
Duas, uma ou nenhuma?
A decisão do Comitê do Federal Reserve (Fomc) será conhecida às 15h. Mas as atenções neste horário estarão voltadas mesmo para o gráfico de pontos (dot plot), com as previsões do colegiado para as principais variáveis macroeconômicas dos país. É praticamente certo que o Fed irá reduzir, de duas para uma, o total de altas nos juros dos EUA neste ano.
Mas não se pode descartar surpresas. Depois de reiterar que é preciso ter “paciência” no processo de aperto monetário, o Fed pode ousar e prever um cenário de estabilidade nos juros dos EUA até dezembro. Ou pode ser comedido e apenas eliminar o aumento previsto para 2020, com o ciclo se encerrando em 2019 - após uma alta, em algum momento.
A questão é que o desenho no dot plot combinado com um tom novamente suave (dovish) do presidente do Fed, Jerome Powell, a partir das 15h30, deve reverberar nos ativos de risco pelo mundo. No Brasil, o apetite pode, enfim, firmar a Bolsa brasileira acima da barreira histórica dos 100 mil pontos, enquanto o dólar pode se afastar da faixa de R$ 3,80.
Leia Também
O inverso também é verdadeiro. Se mantiver a previsão de duas altas neste ano ou de uma extensão do ciclo de aperto até 2020, o Fed pode decepcionar, desencadeando uma onda vendedora, com os investidores embolsando os ganhos recentes. Uma alta neste ano e outro no ano que vem já está “no preço”.
Os investidores também estarão atentos aos planos do Fed em relação ao balanço patrimonial, que tem garantido a liquidez no mercado financeiro global. A expectativa dos investidores é de que a autoridade monetária reveja a ideia de acabar com a atual carteira de títulos do Fed, mantendo a injeção de recursos pelo mundo.
Em compasso de espera
À espera dos eventos envolvendo o Fed, o mercado internacional exibe oscilações laterais, sem um rumo definido. As principais bolsas asiáticas encerraram a sessão sem uma direção definida, com Tóquio registrando leve alta e Xangai e Hong Kong, leves perdas. Além do Fed, os investidores também estão ansiosos por notícias sobre a guerra comercial.
Relatos de que autoridades norte-americanas viajam para Pequim na semana que vem, em busca de selar um acordo até o fim de abril, se contrastam com a notícia de que os chineses estariam recuando nas negociações comerciais, diante do receio de que os EUA não cumpram a promessa de suspender as tarifas assim que for fechado um acordo.
No Ocidente, as principais bolsas asiáticas e os índices futuros em Nova York apontam para uma abertura fraca, com viés negativo. Nos demais mercados, o rendimento (yield) dos títulos norte-americanos testam mínimas, enquanto o dólar ganha terreno, com destaque para a queda do xará australiano (aussie), em meio à pressão por corte de juros no país.
Entre as commodities, o minério de ferro despenca, após a retomada das atividades de uma mina da Vale. Já o petróleo está de lado, à espera dos estoques semanais de petróleo bruto e derivados nos EUA (11h30). Ainda na agenda econômica no exterior, merecem atenção índice de preços na Alemanha e no Reino Unido, logo cedo.
Agenda local também é intensa
Já no Brasil, o destaque no calendário do dia fica com a decisão e o comunicado do Copom, às 18h. Será a primeira reunião sob o comando do ex-executivo do Santander, Roberto Campos Neto. Porém, a reação do mercado financeiro ao Copom fica adiada para amanhã, já que será conhecida após o fechamento da sessão local.
Antes, às 12h30, saem os dados parciais do BC sobre a entrada e saída de dólares do país (fluxo cambial).
Os negócios locais também devem passar o dia à espera de notícias sobre o projeto de lei que altera as regras para aposentadoria dos militares. Primeiro, o texto já aprovado pela equipe
econômica terá de passar pelo crivo do presidente Jair Bolsonaro, para, então, ser enviado ao Congresso - o que pode acontecer sem hora definida.
A proposta é determinante para o andamento da reforma da Previdência na Câmara, após os deputados colocarem o texto dos não civis como condição para a tramitação da matéria que afeta a população. Segundo o presidente da Casa, Rodrigo Maia, haverá uma comissão especial para analisar a aposentadoria dos militares - e os sacrifícios a serem feitos.
Os investidores também digerem ainda a primeira viagem oficial de Bolsonaro a Washington. O encontro dos principais líderes da direita na América ampliou o otimismo nos negócios locais, em meio à confiança na aprovação da reforma da Previdência pelo Congresso ainda neste semestre e com o mínimo de alterações.
Mas ainda é preciso avaliar o impacto da decisão de Bolsonaro de “abrir mão” de tratamento especial do Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC) em troca do apoio dos EUA para ingressar na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que reúne 36 países - o Chile é o único da América Latina que faz parte do bloco.
O Brasil é membro da OMC desde 1995 e faz parte da lista de países com tratamento diferenciado, devido ao estágio de desenvolvimento econômico. Esses países especiais têm vantagens comerciais e competitivas em relação a outros. Já os EUA defendem mudanças nas regras da OMC e são contra a existência de tal lista.
Com a concessão feita pelo Brasil na OMC para entrar na OCDE, o governo mostra o apoio à estratégia da Casa Branca em relação ao comércio internacional. Tradicionalmente, os EUA possuem déficit comercial, uma vez que o país é o maior importador de bens do mundo e terceiro maior exportador. E é esse "desequilíbrio" que Trump visa combater.
Rodolfo Amstalden: Falta pouco agora
Depois de lambermos a lona no início de janeiro, a realidade acabou se mostrando um pouco mais piedosa com o Kit Brasil
Gafisa (GFSA3) recebe luz verde para grupamento de 20 por 1 e ação dispara mais de 10% na bolsa
Na ocasião em que apresentou a proposta, a construtora informou que a operação tinha o intuito de evitar maior volatilidade e se antecipar a eventuais cenários de desenquadramento na B3
Balanço da Weg (WEGE3) frustra expectativa e ação despenca 10% na bolsa; o que fazer com a ação agora
Lucro líquido da companhia aumentou 16,4% na comparação anual, mas cresceu menos que o mercado esperava
Mexendo o esqueleto: B3 inclui Smart Fit (SMFT3) e Direcional (DIRR3) na última prévia do Ibovespa para o próximo quadrimestre; veja quem sai para dar lugar a elas
Se nada mudar radicalmente nos próximos dias, as duas ações estrearão no Ibovespa em 5 de maio
Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado
Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Tony Volpon: EUA, novo mercado emergente
Não tenham dúvidas: chegamos todos na beira do abismo neste mês de abril. Por pouco não caímos.
Desaprovação a Lula cai para 50,1%, mas é o suficiente para vencer Bolsonaro ou Tarcísio? Atlas Intel responde
Os dados de abril são os primeiros da série temporal que mostra uma reversão na tendência de alta na desaprovação e queda na aprovação que vinha sendo registrada desde abril de 2024
Azul (AZUL4) chega a cair mais de 10% (de novo) e lidera perdas do Ibovespa nesta segunda-feira (28)
O movimento de baixa ganhou força após a divulgação, na última semana, de uma oferta pública primária
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Ibovespa: Dois gatilhos podem impulsionar alta da bolsa brasileira no segundo semestre; veja quais são
Se nos primeiros quatro meses do ano o Ibovespa tem atravessado a turbulência dos mercados globais em alta, o segundo semestre pode ser ainda melhor, na visão estrategista-chefe da Empiricus
Se errei, não erro mais: Google volta com o conversor de real para outras moedas e adiciona recursos de segurança para ter mais precisão nas cotações
A ferramenta do Google ficou quatro meses fora do ar, depois de episódios nos quais o conversor mostrou a cotação do real bastante superior à realidade
Vale (VALE3) sem dividendos extraordinários e de olho na China: o que pode acontecer com a mineradora agora; ações caem 2%
Executivos da companhia, incluindo o CEO Gustavo Pimenta, explicam o resultado financeiro do primeiro trimestre e alertam sobre os riscos da guerra comercial entre China e EUA nos negócios da empresa
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
Dona do Google vai pagar mais dividendos e recomprar US$ 70 bilhões em ações após superar projeção de receita e lucro no trimestre
A reação dos investidores aos números da Alphabet foi imediata: as ações chegaram a subir mais de 4% no after market em Nova York nesta quinta-feira (24)
Subir é o melhor remédio: ação da Hypera (HYPE3) dispara 12% e lidera o Ibovespa mesmo após prejuízo
Entenda a razão para o desempenho negativo da companhia entre janeiro e março não ter assustado os investidores e saiba se é o momento de colocar os papéis na carteira ou se desfazer deles
Por que o ouro se tornou o porto seguro preferido dos investidores ante a liquidação dos títulos do Tesouro americano e do dólar?
Perda de credibilidade dos ativos americanos e proteção contra a inflação levam o ouro a se destacar neste início de ano
Fim da linha para o dólar? Moeda ainda tem muito a cair, diz economista-chefe do Goldman Sachs
Desvalorização pode vir da relutância dos investidores em se exporem a investimentos dos EUA diante da guerra comercial com a China e das incertezas tarifárias, segundo Jan Hatzius
A culpa é da Gucci? Grupo Kering entrega queda de resultados após baixa de 25% na receita da principal marca
Crise generalizada do mercado de luxo afeta conglomerado francês; desaceleração já era esperada pelo CEO, François Pinault
‘Momento de garimpar oportunidades na bolsa’: 10 ações baratas e de qualidade para comprar em meio às incertezas do mercado
CIO da Empiricus vê possibilidade do Brasil se beneficiar da guerra comercial entre EUA e China e cenário oportuno para aproveitar oportunidades na bolsa; veja recomendações