Sorte ou revés?
Bolsa brasileira falha na tentativa de ultrapassar a barreira histórica dos 100 mil pontos, mas segue atenta ao noticiário e ao fluxo para superar essa marca
Não foi desta vez. A Bolsa brasileira fracassou na tentativa de ultrapassar a barreira histórica dos 100 mil pontos, mas o Ibovespa segue colado a essa marca, que pode ser superada a qualquer momento. Tudo vai depender do fluxo positivo de notícias e de recursos - estrangeiros, principalmente.
Mas a direção do noticiário e do capital externo está na contramão desse feito inédito. As incertezas em torno da guerra comercial, da saída do Reino Unido da União Europeia (UE) e quanto à desaceleração econômica global continuam pesando nos mercados internacionais, com riscos de contaminar o desempenho doméstico.
Por aqui, o otimismo com a reforma da Previdência prossegue. Contudo, os investidores sabem que os sinais de avanço da proposta na Câmara dos Deputados ainda são muito incipientes e é preciso mais empenho, tanto do governo quanto da ala econômica, para aprovar as novas regras para a aposentadoria ainda neste semestre.
Além disso, é preciso avaliar o conteúdo da proposta de reforma da Previdência dos militares, entregue pelo Ministério da Defesa. O texto entregue à equipe econômica inclui uma reestruturação da categoria, criando um novo posto na carreira, com aumento de gratificações e bônus, o que representaria um custo extra de R$ 10 bilhões em uma década.
Só após os dez primeiros anos, a economia com o endurecimento das regras previdenciárias aos não civis ultrapassaria as despesas geradas com esse aumento de benefícios. Os dados mostram que os gastos superam a receita entre 2021 e 2029, “crescendo o bolo”. Depois, então, pode-se repartir o sacrifício da Previdência a todos.
Três novelas
Portanto, são três focos de tensão divergentes - Brexit, trade war e Previdência - mas que convergem para um mesmo denominador comum. Em todos eles, o que estão em xeque é a questão do crescimento econômico - brasileiro e global - sendo que o temor de desaceleração só foi suavizado por causa da reiterada “paciência” do Federal Reserve.
Leia Também
A postura do Fed, que foi seguida por outros bancos centrais, foi o principal fator responsável pela melhora dos ativos ao redor do mundo, dando suporte a exposições mais arriscadas. A dúvida é saber por quanto tempo esse interregno benigno irá se manter, já que o Fed só está paciente por causa da perda de tração da atividade - nos EUA e afora.
Hoje, foi a vez do Banco Central do Japão (BoJ) de manter a política monetária ultrafrouxa, ao mesmo tempo em que piorou a previsão para a economia. O presidente do BoJ, Haruhiko Kuroda, disse que é preciso repensar a meta de inflação de 2%, uma vez que a desaceleração global tem afetado a atividade no país.
Ainda assim, a decisão do BoJ, que segue a linha mais suave (dosvish) do Fed e do BC europeu (BCE), sustenta um sinal positivo entre os ativos de risco, com os investidores escorando-se na liquidez financeira e relegando os fundamentos econômicos. As principais bolsas da Ásia fecharam em alta, sendo que Tóquio subiu 0,8%, enquanto o iene caía.
Na China, Hong Kong também avançou 0,7% e Xangai ganhou 1%, após a notícia de que os legisladores chineses aprovaram uma nova lei que proíbe a transferência força de tecnologia pelas empresas estrangeiras, o que tende a satisfazer uma das maiores reclamações dos EUA na questão comercial. Mas ainda não se sabe se é suficiente.
O maior receio dos chineses é de que o presidente norte-americano, Donald Trump, abandone a cúpula de encontro com o líder chinês, Xi Jinping, nos moldes do que foi feito em Hanoi, com o líder norte-coreano, Kim Jong Un. Xi quer apenas uma cerimônia para assinatura de um acordo, sem margens para novas negociações.
Também na China, destaque para a desaceleração na alta dos preços de imóveis nas 70 principais cidades em fevereiro, em +0,5% ante janeiro, após subir 0,6% no período anterior. O recuo reflete um maior controle das autoridades sobre as propriedades do que a demanda por novas casas. Em base anual, houve alta de 11,1%, de +10,8% em janeiro.
Ainda no outro lado do mundo, na Oceania, destaque para a Bolsa da Nova Zelândia, que subiu 0,4%, relegando os ataques simultâneos a duas mesquitas no país. Já no Ocidente, os índices futuros em Nova York também estão no azul, em dia de vencimento quádruplo (quadruple witching), o que deve elevar a volatilidade em Wall Street hoje.
Nos demais mercados, o dólar mede forças em relação às moedas rivais, perdendo terreno para o euro, mas avançando em relação a libra, ao passo que as commodities não exibem um rumo único. Os metais básicos recuam, enquanto o petróleo sobe.
Agenda cheia até na sexta-feira
O último dia da semana ainda reserva uma série de indicadores econômicos. No Brasil, o destaque fica com o desempenho do setor de serviços em janeiro (9h). O dado deve dar pistas sobre o ritmo da atividade brasileira no início de 2019, ao lado dos números sobre a indústria e o varejo. Antes, sai o primeiro IGP de março, o IGP-10 (8h).
Ainda por aqui, merece atenção o leilão de aeroportos, que deve ofertar 12 aeroportos do país, com destaque para o bloco que reúne as operações do Nordeste. A previsão é de arrecadação de R$ 2,1 bilhões aos cofres do governo, com investimentos de até R$ 3,5 bilhões.
Já no exterior, o radar se divide entre a leitura final de fevereiro do índice de preços ao consumidor na zona do euro (CPI), logo cedo, e os dados da produção industrial norte-americana em fevereiro (10h15). Ainda na agenda econômica dos EUA, sai a versão preliminar da confiança do consumidor no país em março (11h).
Inflação dentro e juros fora: após forte queda, Ibovespa abre a semana de olho no IPCA e na taxa de juros na Europa
Depois de encerrar agosto comemorando sequência de recordes, principal índice da Bolsa brasileira fechou a primeira semana de setembro com queda acumulada de 1,
O Ibovespa pode até ter subido, mas a bolsa ainda está longe de alcançar um marco importante (e isso pode ser bom pra você)
Veja também: atualizações da ‘treta’ do Twitter; principais investimentos para setembro e como o seu plano de saúde caro está ajudando as empresas do setor
Mercado de previdência cresce a dois dígitos por ano, mas investimento ainda gera polêmica entre especialistas e beneficiários
No Brasil, o tema costuma ser um dos mais polêmicos e desafiadores, tanto para especialistas quanto para beneficiários
O calvário chegou ao fim? IRB Brasil (IRBR3) escapa de rebaixamento por agência de rating especializada em resseguros
O papel da resseguradora foi o grande destaque de agosto no Ibovespa, ocupando o primeiro lugar no pódio de maiores altas da bolsa com disparada de 64%
CEO da Nvidia vende 5 milhões de ações da empresa por mais de R$ 3 bilhões: o que está por trás do ‘despejo’ de papéis da queridinha da IA?
Só neste ano, as ações da Nvidia saltaram mais de 100% na bolsa de Nova York. No entanto, os papéis enfrentam um período de queda em meio aos desafios do setor
Quem segura o Mercado Livre? Itaú BBA diz o que esperar das ações após varejista crescer 6 vezes mais que o Magazine Luiza
Os analistas avaliam que o Meli possui “alavancas claras para continuar crescendo” no Brasil, mas isso provavelmente exigirá penetração maior em categorias mais “desafiadoras”
Eneva (ENEV3) usa dinheiro do follow-on para abocanhar usinas termelétricas do BTG Pactual por mais de R$ 1,3 bilhão
Segundo a empresa, as aquisições e a reorganização societária devem se traduzir em um “fluxo de caixa robusto e concentrado no curto prazo”
A chance de um corte de juros mais intenso nos EUA aumentou? Economistas dizem o que esperar depois do payroll
Reação do mercado leva em consideração a revisão dos dados de postos de trabalho criados em junho e julho, segundo o payroll
Ajuste seu alarme: Resultado do payroll define os rumos dos mercados, inclusive do Ibovespa; veja o que esperar
Relatório mensal sobre o mercado de trabalho norte-americano será decisivo para antecipar o próximo passo do Fed
Acabou a farra do Ibovespa? Setembro começou mal para a Bolsa, mas não é motivo para preocupação
Alguns fatores parecem ter pesado no humor, como os velhos riscos fiscais que voltaram aos holofotes e o bloqueio da plataforma X
E agora, BRCO11? Natura (NTCO3) quer devolver galpão do fundo imobiliário antes da hora; veja qual será o impacto na receita do FII
A Natura enviou uma notificação ao FII informando a decisão em rescindir antecipadamente o contrato de locação no imóvel Bresco Canoas
Ação da Light (LIGT3) dispara mais de 30% na B3 em meio a adiamento de assembleia com bondholders
A companhia de energia elétrica anunciou mais um adiamento da assembleia de bondholders que visa a discutir os termos e condições do “scheme of arrangement”
Ambipar (AMBP3) cai forte na B3 após gestora supostamente ligada a Tanure indicar dois membros para o conselho da empresa; veja quem são os candidatos
Após enfim realizar seu desejo de indicar novos conselheiros na Ambipar, a Trustee pediu a convocação de uma assembleia geral extraordinária para votar as nomeações
Depois de empate com sabor de vitória, Ibovespa repercute cardápio de notícias locais e dados sobre o mercado de trabalho dos EUA
Números do governo central e da balança comercial dividem atenção com Galípolo, conta de luz e expectativa com payroll nos EUA
Não é hora de ter Vale (VALE3) na carteira? Bancão de investimentos rebaixa peso de ações da mineradora
O Bank of America rebaixou a recomendação para a gigante da mineração no portfólio de América Latina, de “equal weight” para “underweight”
Embraer (EMBR3), Yduqs (YDUQ3) e Petz (PETZ3) são as maiores altas da bolsa em dia de ganho de 1% do Ibovespa
O mercado também devolve parte das perdas recentes; nas duas primeiras sessões de setembro, o principal índice de ações da B3 chegou a acumular queda de 1,21%
Fundo imobiliário consegue liminar contra WeWork, que tem 15 dias para pagar aluguéis atrasados
A liminar foi concedida na última terça-feira (3) ao Vinci Offices (VINO11). O fundo imobiliário já havia informado que entraria na Justiça contra a WeWork após três meses seguidos de inadimplência
Onde investir em setembro? Bolsa brasileira tem 3 ‘gatilhos’ e analista aponta 10 ações que podem se beneficiar desse cenário
Para Larissa Quaresma, mesmo com agosto positivo, a Bolsa brasileira ainda está barata e pode renovar máximas; veja onde investir em setembro
Grupo árabe que tentou comprar Braskem investe nos EUA — e abocanha 35% de negócio de hidrogênio
A Adnoc é o terceiro grande parceiro industrial a se juntar ao projeto da Exxon Mobil de uma usina de hidrogênio em larga escala no Texas
Lemann e sócios convertem bônus de subscrição e voltam a ter o controle de fato sobre a Americanas (AMER3)
Com exercício parcial de bônus de subscrição, trio de bilionários passou a deter 50,01% do capital votante da Americanas (AMER3)