Semana chega ao fim com agenda cheia
Dados de inflação no Brasil e sobre o emprego nos Estados Unidos devem calibrar as chances de corte nas taxas de juros por parte do Copom e do Fed

Os principais indicadores econômicos da semana ficaram para essa sexta-feira. Dados de inflação no Brasil e sobre o emprego nos Estados Unidos concentram as atenções do dia no mercado financeiro, mas a decisão de ontem da Suprema Corte (STF) de liberar a venda de subsidiárias de empresas estatais ainda deve agitar o pregão da Bolsa brasileira.
Já na reta final da sessão de quinta-feira, os investidores perceberam que o STF derrubaria a liminar do juiz Edson Fachin, que suspendia a venda da TAG, induzindo uma escalada nas ações da Petrobras. Hoje, porém, o foco se ajusta aos números do IPCA e do payroll, a serem conhecidos logo cedo, que devem calibrar as chances de corte nas taxas de juros brasileira e norte-americana, em meio ao clamor dos investidores por estímulos adicionais à economia.
Por aqui, os resultados de maio do IGP-DI e do IPCA devem mostrar forte desaceleração. No caso do índice oficial de preços ao consumidor, espera-se uma taxa mensal ao redor de 0,20%, na menor leitura para o mês em mais de 10 anos, enquanto a taxa acumulada em 12 meses do indicador mais abrangente deve cair dois níveis, saindo de 8% e indo para abaixo de 7%.
Mal vão ter digerindo os dados efetivos, que saem às 8h e às 9h, respectivamente, os investidores já se voltam para o relatório oficial sobre o emprego nos EUA. Após a decepção com a criação de apenas 27 mil vagas no setor privado norte-americano em maio, segundo a ADP, a previsão para o chamado payroll, de abertura de 185 mil postos de trabalho no mês passado, pode estar superestimada.
Afinal, os números devem mostrar uma piora nas condições do mercado de trabalho nos EUA, com uma redução nas contratações. Com isso, a taxa de desemprego deve oscilar em alta, passando de 3,6% para 3,7%, com as vagas ofertadas sendo menor que o total de pessoas desocupadas à procura de emprego. Já o ganho médio por hora deve manter o ritmo e subir 0,3% ante abril.
Os resultados oficiais serão conhecidos às 9h30. Se confirmados, o comportamento do emprego nos EUA tende a refletir a perda de tração da atividade real, com o crescimento econômico norte-americano caminhando para a faixa de 1,5% no segundo trimestre deste ano, após avançar mais de 3% nos três primeiros meses de 2019.
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Data dependent
Diante dos cenários de desaceleração econômica nos EUA e de inflação ainda comportada no Brasil, tanto o IPCA quanto o payroll devem pavimentar o terreno para o Federal Reserve e o Comitê de Política Monetária (Copom) iniciarem um processo de afrouxamento monetário. A curva a termo doméstica já contrata ao menos uma queda de 0,25 ponto na taxa básica de juros.
Porém, muitas instituições financeiras já preveem até três cortes na taxa básica até dezembro, se a reforma da Previdência for aprovada. No relatório de mercado do Banco Central, contudo, a previsão para o juro brasileiro segue estável em 6,50% há 17 semanas. No caso do Fed, a projeção também são de três quedas nos Fed Funds no curto prazo, até o início de 2020.
Daí, então que fica a pergunta: os bancos centrais serão capazes de sustentar os mercados? A recente recuperação dos ativos de risco global está intimamente ligada à expectativa de corte de juros pelo Fed, com os investidores vendo na fala de dirigentes do BC dos EUA um tom suave (“dovish”), inclinado para tal movimento. No caso do Copom, a postura tem sido mais conservadora (“hawkish”), mostrando cautela.
Ao que tudo indica, os próprios dirigentes dos BCs têm dúvida quanto ao poder dos estímulos monetários adicionais à economia real. Com isso, enquanto no caso do Fed o que deve definir os próximos passos são os dados econômicos, em um ambiente desafiador por causa da guerra comercial, o Copom está atento ao avanço da agenda de reformas.
Aliás, a tendência é de que a proposta de novas regras para aposentadoria a ser apresentada na comissão especial mantenha os estados e municípios no texto, após o pedido de 25 dos 27 governadores pela manutenção de servidores dessas esferas na reforma da Previdência. Trata-se de um dos pontos de maior controvérsia, que parece ter sido endereçado, abrindo espaço para a apresentação do parecer na semana que vem.
Exterior segue no positivo
Os mercados internacionais mantêm o sinal positivo nesta manhã, mantendo a expectativa de acordo entre EUA e México na questão da imigração ilegal, após comentários mais brandos ontem do presidente norte-americano, Donald Trump. A possibilidade de adiar o aumento de tarifas sobre produtos mexicanos, que deveria iniciar na segunda-feira, sustentou a sessão na Ásia, enquanto a decisão sobre a China fica para depois do G-20.
Xangai e Hong Kong não funcionaram, devido a um feriado no país. Já o yuan chinês se enfraqueceu em relação ao dólar, após o presidente do BC da China (PBoC), Yi Gang, afirmar que existe um “espaço enorme” para ajustar a política monetária, se a disputa tarifária com os EUA se aprofundar.
Nas demais praças da região, que inclui o Pacífico, Tóquio subiu 0,5%, enquanto Sydney avançou quase 1%. No Ocidente, os índices futuros das bolsas de Nova York seguem no terreno positivo, o que embala a abertura do pregão europeu, neste dia em que Theresa May deixa a liderança do Partido Conservador.
Ela, porém, permanece no cargo de primeira-ministra do Reino Unido, até que um sucessor seja eleito. As eleições no país devem ocorrer na segunda quinzena de julho e conta, por ora, com 11 políticos na disputa. Nas moedas, a libra esterlina tem leves altas em relação ao dólar, ao passo que o euro tem leves baixas, com a moeda norte-americana à espera dos dados do payroll. Entre as commodities, o petróleo segue em recuperação e avança.
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