Desidratação da reforma da Previdência impõe apreensão no mercado financeiro
Texto no Senado sofre modificação, derrubando trecho que alterava regras do abono salarial, e votação em segundo turno pode sofrer atrasos
A reforma da Previdência foi aprovada em primeiro turno no Senado, por 56 votos a favor e 19 contra. A votação impôs uma derrota ao governo, ao derrubar o artigo que criava regras mais duras para o abono salarial. Ou seja, não houve base aliada suficiente para manter o texto aprovado na Câmara e o mercado financeiro deve reagir hoje à derrota do Executivo no Congresso, por falta de articulação.
Os investidores devem acompanhar o andamento da votação com maior apreensão, uma vez que a aprovação de uma reforma da Previdência robusta, com uma economia próxima a R$ 900 bilhões em dez anos aos cofres públicos, já está embutida no preço dos ativos. Qualquer frustração adicional, ou demora extra na conclusão do texto, pode provocar uma correção no mercado doméstico, pressionando o dólar para cima e a Bolsa para baixo.
- LEIA HOJE: Estão oficialmente abertas (por tempo limitado ou enquanto durarem as vagas) as inscrições para o melhor curso de análise gráfica para enriquecer em qualquer mercado. Entre aqui e aproveite!
Os senadores pressionam para votar a proposta em segundo turno e condicionam a conclusão das novas regras para aposentadoria à liberação de emendas parlamentares e ao pacto federativo, que destina mais recursos para estados e municípios. No centro da discussão, está a medida provisória (MP) sobre a cessão onerosa, que se refere à divisão da venda excedente de petróleo do pré-sal, no montante de R$ 106 bilhões.
Com isso, a aprovação da proposta em segundo turno pode sofrer atrasos ou mesmo ser interrompida, se o governo não cumprir os compromissos. A previsão atual é de que a reforma da Previdência seja aprovada até 15 de outubro. Hoje, o Senado volta a analisar os demais destaques, já que ontem o processo foi interrompido após o resultado sobre o abono salarial. Com a derrubada do trecho, o benefício se mantém para quem recebe até dois salários mínimos e o impacto fiscal é de quase R$ 80 bilhões em dez anos.
À tarde, a partir das 13h, é esperada uma sessão conjunta no Congresso. Deputados e senadores devem se reunir para debater alguns vetos presidenciais, além de discutir créditos suplementares e o Orçamento de 2020 (LDO). Assim, são pequenas as chances de os parlamentares avançarem na discussão de outros grandes temas, como a reforma tributária, ainda neste ano.
Recessão à vista?
Os riscos parecem vir do exterior e ainda é difícil saber se o cenário local mais otimista será capaz de suplantar o contexto internacional desafiador, com a atividade perdendo força nas principais economias. A guerra comercial entre Estados Unidos e China e, mais recentemente, o drama político na Casa Branca, permeiam o cenário dos mercados lá fora, que ainda buscam amparo nos estímulos lançados pelos bancos centrais.
Leia Também
Ontem, a queda do índice ISM sobre a atividade manufatureira nos EUA para o nível mais baixo desde junho de 2009, aprofundando-se no território contracionista, acendeu o sinal de alerta em Wall Street e no mercado de títulos norte-americanos (Treasuries). Parece que a recessão - ou, no mínimo, uma desaceleração mais forte - está chegando à maior economia do mundo, à medida que a guerra comercial de Trump com a China se arrasta.
Trata-se de algo que merece mais atenção do mercado financeiro e do Federal Reserve. A ver, então, como se comportam outros indicadores de atividade nos EUA. Em contrapartida, um número robusto sobre o emprego no país, com geração de vagas e rendimento real sem acúmulo de pressão inflacionária, pode afastar esse receio. Por outro lado, qualquer dificuldade na criação de emprego nos EUA tende a elevar o temor de recessão.
Com isso, merece atenção a pesquisa ADP hoje, às 9h15, sobre a abertura de postos de trabalho no setor privado norte-americano em setembro. Os dados são tidos como uma proxy do relatório oficial sobre o mercado de trabalho nos EUA (payroll), que sai na sexta-feira. A previsão é de abertura de 165 mil vagas.
Trata-se do grande destaque da agenda econômica desta quarta-feira, que está mais fraca no Brasil e no exterior. Ainda no calendário dos EUA, saem os estoques semanais de petróleo bruto e derivados no país (11h30). Por aqui, a agenda perde força e traz apenas os dados de setembro sobre a entrada e saída de dólares do país (14h30), que devem mostrar um fluxo cambial aquém do esperado nas duas contas (financeira e comercial).
Exterior negativo
Enquanto isso, o sinal negativo prevalece entre os índices futuros das bolsas de Nova York e nas principais bolsas europeias, após uma sessão novamente esvaziada na Ásia. Hong Kong voltou do feriado chinês em ligeira baixa (-0,2%), enquanto Tóquio cedeu um pouco mais (-0,5%), em meio ao volume financeiro mais fraco.
Os investidores aguardam novas pistas sobre a saúde da maior economia do mundo, após os números fracos sobre a manufatura nos EUA atingirem os ativos ontem. Nos demais mercados, as Treasuries estão estáveis, enquanto o dólar volta a ganhar força, com destaque para a libra esterlina, que aguarda um ultimato para o Brexit. Já o petróleo ensaia uma recuperação, após seis dias de queda, ao passo que o ouro segue mais fraco.
E esse sinal negativo vindo do exterior tende a potencializar as perdas esperadas para os ativos locais hoje, após o revés do governo no Senado. A conferir.
Os recordes voltaram: ouro é negociado acima de US$ 4.450 e prata sobe a US$ 69 pela 1ª vez na história. O que mexe com os metais?
No acumulado do ano, a valorização do ouro se aproxima de 70%, enquanto a alta prata está em 128%
LCIs e LCAs com juros mensais, 11 ações para dividendos em 2026 e mais: as mais lidas do Seu Dinheiro
Renda pingando na conta, dividendos no radar e até metas para correr mais: veja os assuntos que dominaram a atenção dos leitores do Seu Dinheiro nesta semana
R$ 40 bilhões em dividendos, JCP e bonificação: mais de 20 empresas anunciaram pagamentos na semana; veja a lista
Com receio da nova tributação de dividendos, empresas aceleraram anúncios de proventos e colocaram mais de R$ 40 bilhões na mesa em poucos dias
Musk vira primeira pessoa na história a valer US$ 700 bilhões — e esse nem foi o único recorde de fortuna que ele bateu na semana
O patrimônio do presidente da Tesla atingiu os US$ 700 bilhões depois de uma decisão da Suprema Corte de Delaware reestabelecer um pacote de remuneração de US$ 56 bilhões ao executivo
Maiores quedas e altas do Ibovespa na semana: com cenário eleitoral e Copom ‘jogando contra’, índice caiu 1,4%; confira os destaques
Com Copom firme e incertezas políticas no horizonte, investidores reduziram risco e pressionaram o Ibovespa; Brava (BRAV3) é maior alta, enquanto Direcional (DIRR3) lidera perdas
Nem o ‘Pacman de FIIs’, nem o faminto TRXF11, o fundo imobiliário que mais cresceu em 2025 foi outro gigante do mercado; confira o ranking
Na pesquisa, que foi realizada com base em dados patrimoniais divulgados pelos FIIs, o fundo vencedor é um dos maiores nomes do segmento de papel
De olho na alavancagem, FIIs da TRX negociam venda de nove imóveis por R$ 672 milhões; confira os detalhes da operação
Segundo comunicado divulgado ao mercado, os ativos estão locados para grandes redes do varejo alimentar
“Candidatura de Tarcísio não é projeto enterrado”: Ibovespa sobe e dólar fecha estável em R$ 5,5237
Declaração do presidente nacional do PP, e um dos líderes do Centrão, senador Ciro Nogueira (PI), ajuda a impulsionar os ganhos da bolsa brasileira nesta quinta-feira (18)
‘Se eleição for à direita, é bolsa a 200 mil pontos para mais’, diz Felipe Miranda, CEO da Empiricus
CEO da Empiricus Research fala em podcast sobre suas perspectivas para a bolsa de valores e potenciais candidatos à presidência para eleições do próximo ano.
Onde estão as melhores oportunidades no mercado de FIIs em 2026? Gestores respondem
Segundo um levantamento do BTG Pactual com 41 gestoras de FIIs, a expectativa é que o próximo ano seja ainda melhor para o mercado imobiliário
Chuva de dividendos ainda não acabou: mais de R$ 50 bilhões ainda devem pingar na conta em 2025
Mesmo após uma enxurrada de proventos desde outubro, analistas veem espaço para novos anúncios e pagamentos relevantes na bolsa brasileira
Corrida contra o imposto: Guararapes (GUAR3) anuncia R$ 1,488 bilhão em dividendos e JCP com venda de Midway Mall
A companhia anunciou que os recursos para o pagamento vêm da venda de sua subsidiária Midway Shopping Center para a Capitânia Capital S.A por R$ 1,61 bilhão
Ação que triplicou na bolsa ainda tem mais para dar? Para o Itaú BBA, sim. Gatilho pode estar próximo
Alta de 200% no ano, sensibilidade aos juros e foco em rentabilidade colocam a Movida (MOVI3) no radar, como aposta agressiva para capturar o início do ciclo de cortes da Selic
Flávio Bolsonaro presidente? Saiba por que o mercado acendeu o sinal amarelo para essa possibilidade
Rodrigo Glatt, sócio-fundador da GTI, falou no podcast Touros e Ursos desta semana sobre os temores dos agentes financeiros com a fragmentação da oposição frente à reeleição do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva
‘Flávio Day’ e eleições são só ruído; o que determina o rumo do Ibovespa em 2026 é o cenário global, diz estrategista do Itaú
Tendência global de queda do dólar favorece emergentes, e Brasil ainda deve contar com o bônus da queda na taxa de juros
Susto com cenário eleitoral é prova cabal de que o Ibovespa está em “um claro bull market”, segundo o Santander
Segundo os analistas do banco, a recuperação de boa parte das perdas com a notícia sobre a possível candidatura do senador é sinal de que surpresas negativas não são o suficiente para afugentar investidores
Estas 17 ações superaram os juros no governo Lula 3 — a principal delas entregou um retorno 20 vezes maior que o CDI
Com a taxa básica de juros subindo a 15% no terceiro mandato do presidente Lula, o CDI voltou a assumir o papel de principal referência de retorno
Alta de 140% no ano é pouco: esta ação está barata demais para ser ignorada — segundo o BTG, há espaço para bem mais
O banco atualizou a tese de investimentos para a companhia, reiterando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para os papéis de R$ 14 para R$ 21,50
Queda brusca na B3: por que a Azul (AZUL4) despenca 22% hoje, mesmo com a aprovação do plano que reforça o caixa
As ações reagiram à aprovação judicial do plano de reorganização no Chapter 11, que essencialmente passa o controle da companhia para as mãos dos credores
Ibovespa acima dos 250 mil pontos em 2026: para o Safra é possível — e a eleição não é um grande problema
Na projeção mais otimista do banco, o Ibovespa pode superar os 250 mil pontos com aumento dos lucros das empresas, Selic caindo e cenário internacional ajudando. O cenário-base é de 198 mil pontos para o ano que vem
