Impondo mais uma derrota política à sua primeira-ministra, o Parlamento do Reino Unido rejeitou a proposta de acordo para que o país deixe a União Europeia. No total, 344 parlamentares votaram contra o acordo do chamado Brexit, enquanto 286 votaram a favor.
Pressionada, Theresa May afirmou logo após a votação que o Brexit sem acordo em 12 de abril passará a ser o padrão a ser seguido nas negociações com o bloco, e que tal posição jurídica só será revista caso o Parlamento peça um novo adiamento da separação.
No Reino Unido, pressão pela renúncia
Nos bastidores de Londres, lideranças da oposição decidiram ir para cima da primeira-ministra, pedindo a sua renúncia. Os partidos Trabalhista e Nacional Escocês articulam que May convoque eleições gerais antecipadas.
Vale lembrar que, durante as negociações para aprovar o acordo, May chegou a colocar seu cargo à disposição tão logo as questões envolvendo o Brexit fossem resolvidas. A tática, no entanto, não trouxe resultados.
Em Bruxelas, apreensão e reuniões de cúpula
O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, ao saber da rejeição de Londres ao acordo, decidiu convocar para o dia 10 de abril uma reunião de cúpula com os chefes dos 28 Estados-membros do bloco. A ideia do encontro será debater os próximos passos da separação e buscar um alinhamento interno.
Já a Comissão Europeia afirmou em nota oficial que um Brexit sem acordo em 12 de abril "é um cenário provável", e advertiu que os benefícios do Acordo de Retirada "não serão replicados sob nenhuma circunstância em um cenário sem acordo".