O Banco Central Europeu (BCE) anunciou nesta quinta-feira, 12, uma série de medidas de estímulos, incluindo cortes de juros e a retomada de compras mensais de ativos, após concluir reunião de política monetária nesta quinta-feira, como era previsto por boa parte dos analistas.
O BCE decidiu cortar sua taxa de depósito, de -0,40% para -0,50%, e manteve a taxa de refinanciamento em 0%. A redução da taxa de depósito foi a primeira desde março de 2016.
O BCE disse que vai retomar seu programa de relaxamento quantitativo (QE, pela sigla em inglês), através do qual comprará 20 bilhões de euros em ativos mensalmente a partir de novembro.
O novo QE será mantido pelo "pelo tempo que for necessário para reforçar o impacto acomodatício das suas taxas de política" e terminará pouco tempo antes de o BCE "começar a elevar as taxas de juros", ressaltou a instituição em comunicado.
Juros
O BCE também prevê agora que os juros continuarão nos níveis atuais ou menores até que a inflação da zona do euro "robustamente" convirja para sua meta oficial, que é de uma taxa ligeiramente abaixo de 2%.
Prévia de agosto mostrou recentemente que a inflação anual do bloco está muito abaixo desse patamar, em 1%.
Ainda no comunicado, o BCE disse que vai alterar as condições de empréstimos baratos destinados ao setor bancário da zona do euro (conhecidos como TLTROs, pela sigla em inglês) para dar sustentação aos empréstimos.
As TLTROs serão oferecidas à taxa de refinanciamento, mas bancos que superarem metas de concessão de empréstimos poderão pagar taxas equivalentes à de depósito.
O BCE disse ainda que vai lançar "medidas de mitigação", que envolvem um sistema de camadas para a taxa de depósitos, de forma a proteger os bancos da zona do euro.
Corte no crescimento
Após o anúncio do BCE, o presidente da institição Mario Draghi, afirmou que o Banco Central Europeu diminuição as expectativas para o Produto Interno Bruto (PIB) do bloco. As previsões anteriores eram de que o bloco pudesse crescer 1,2% em 2019 e 1,4% em 2020. Agora, o crescimento deve ser de 1,1% e 1,2%, respectivamente.
Para 2021, a projeção ficou um pouco maior. A entidade acredita em um crescimento de 1,4%, ante o 1,3% divulgado anteriormente.
Inflação
O cenário inflacionário do bloco deve cair ainda mais. O BCE cortou as projeções para 2019 de 1,3% para 1,2%, para 2020, de 1,4% para 1%, e também para 2021, de 1,6% para 1,5
*Com Estadão Conteúdo