As ações que mais ganham (e as que perdem) com Bolsonaro
Mercado financeiro embarcou no clima de “já ganhou” depois dos resultados das urnas no primeiro turno. Por isso fui em busca de quais empresas devem se beneficiar mais na bolsa caso o amplo favoritismo se confirme no próximo dia 28 de outubro. E também as que podem sentir o resultado
Jair Bolsonaro ainda não foi eleito presidente. Mas o mercado financeiro embarcou no clima de “já ganhou” depois dos resultados das urnas no primeiro turno. E isso se reflete na bolsa, que sobe quase 4% no começo da tarde de hoje e caminha para registrar um volume histórico de negócios.
O Ibovespa, principal índice de ações da B3, marcava mais 85 mil pontos. E pode chegar aos 105 mil se a vitória do candidato do PSL se confirmar, na projeção dos analistas do BTG Pactual.
Depois de escrever sobre as cinco principais razões do apoio dos investidores à candidatura de Bolsonaro, procurei agora listar quais ações devem se beneficiar mais na bolsa caso o amplo favoritismo se confirme no próximo dia 28 de outubro. E também as que podem sentir o resultado.
E você? Está ganhando dinheiro com a Bolsa hoje ou acha que o mercado foi com sede demais ao pote?
Quem é que sobe?
1 - Estatais federais
Uma rápida olhada na tela de maiores altas da bolsa na manhã desta segunda-feira dá uma pista quente sobre as ações que mais ganham em um eventual governo Bolsonaro.
A vitória do candidato do PSL deve abrir caminho para a privatização da Eletrobras, anunciada no governo Temer, mas que acabou emperrada. Afinal, a venda de empresas controladas pelo governo é uma das bandeiras de Paulo Guedes, o guru econômico de Bolsonaro. Os investidores correm para se antecipar a esse cenário comprando ações da holding estatal de energia, que disparam mais 12%.
Leia Também
Uma eventual eleição do capitão também tiraria um peso enorme sobre as ações do Banco do Brasil. Com Haddad, os investidores temem que os bancos públicos sejam usados novamente para fins políticos, como ocorreu na frustrada cruzada contra os juros altos no governo de Dilma Rousseff.
2 - Estatais estaduais
Falando em Dilma, veio de Minas Gerais uma das grandes surpresas da eleição no primeiro turno. Além da derrota da ex-presidente na eleição para o Senado, os eleitores barraram a reeleição do candidato petista Fernando Pimentel ao governo do Estado.
Conforme a Luciana Seabra escreveu ontem à noite, a zebra com o segundo turno formado por Romeu Zema (Novo) e Antonio Anastasia (PSDB) levou a uma corrida às ações das estatais mineiras.
Para os analistas do Bradesco BBI, a elétrica Cemig pode valer o dobro caso seja privatizada. Não por acaso, as ações disparam 14% hoje. A empresa de saneamento Copasa segue o otimismo com uma alta ainda maior, de 17%.
Em São Paulo, a surpresa com a ida para o segundo turno de Marcio França, do PSB, não tirou o otimismo dos investidores com as estatais locais. Atual governador, França está à frente do leilão de privatização da Cesp, previsto para ocorrer no próximo dia 19. No caso da Sabesp, não se espera uma venda para o setor privado, mas o risco de uma intervenção nas tarifas da empresa diminuiu.
3 - Consumo
Com o fim da incerteza relacionada às eleições, os investidores apostam na retomada do crescimento da economia no curto prazo. Nem que seja pelo fator cíclico, ou seja, depois da pesada recessão que se abateu sobre o país nos últimos anos.
Esse cenário favorece as empresas ligadas ao consumo interno. Quem saiu na frente hoje foi a varejista de comércio eletrônico B2W, cujas ações saltam mais de 8%.
A empresa aérea Gol é outro destaque desta manhã, com uma valorização de quase 13%. Além da expectativa de uma alta na demanda por voos, a companhia se beneficia da queda do dólar, que pesa sobre os custos.
Quem é que cai?
1 - Papel e celulose
O dólar também é peça-chave para entender o que está acontecendo do outro lado da bolsa. Hoje há um claro movimento de troca-troca nas carteiras dos grandes investidores.
Quem estava posicionado em ações que poderiam se beneficiar de uma disparada da moeda americana no caso de uma vitória de Haddad agora virou a mão. Ou seja, estão vendendo ações de empresas exportadoras, como as produtoras de papel e celulose Suzano e Klabin.
“Nada contra o setor ou as empresas, mas hoje existe esse movimento de maior exposição ao risco com a visão de que a eleição está praticamente decidida”, me disse um gestor de fundos.
2 - Vale e Gerdau
Mais ou menos pela mesma razão, as ações da Vale e da Gerdau também negociavam no vermelho no início da tarde. Além do dólar, as empresas estão menos expostas à atividade econômica do país. O que pode ser bom em tempos de maior incerteza, como nas semanas anteriores, agora pesa contra os papéis.
Mas a tendência para a Vale ainda é de alta caso os preços das commodities continuem mostrando vigor. E, no caso da Gerdau, os investidores estão de olho nos ganhos que a siderúrgica pode ter com as medidas protecionistas do governo americano. Vale lembrar que 40% da receita da empresa vem da terra de Donald Trump.
3 - Copel?
Se o resultado nas eleições em Minas foi saudado pelo mercado, o mesmo não se pode dizer do Paraná. A vitória de Ratinho Jr. (PSD) coloca mais uma vez um ponto de interrogação sobre a Copel, a estatal de energia elétrica do Estado.
Digo mais uma vez porque as ações empresa já sofreram - e muito - durante a gestão de Roberto Requião, com sua política de barrar os reajustes de preços da concessionária. A dúvida voltou ao radar porque Ratinho Jr. já tentou fazer o mesmo quando era deputado estadual.
Por enquanto, os investidores decidiram ignorar esse risco. As ações da Copel aparecem entre os destaques de alta do dia, com ganho de mais de 7%. Talvez por desforra pelo fato de Requião não ter conseguido uma vaga para o Senado nas eleições deste domingo.
Alta de 140% no ano é pouco: esta ação está barata demais para ser ignorada — segundo o BTG, há espaço para bem mais
O banco atualizou a tese de investimentos para a companhia, reiterando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para os papéis de R$ 14 para R$ 21,50
Queda brusca na B3: por que a Azul (AZUL4) despenca 22% hoje, mesmo com a aprovação do plano que reforça o caixa
As ações reagiram à aprovação judicial do plano de reorganização no Chapter 11, que essencialmente passa o controle da companhia para as mãos dos credores
Ibovespa acima dos 250 mil pontos em 2026: para o Safra é possível — e a eleição não é um grande problema
Na projeção mais otimista do banco, o Ibovespa pode superar os 250 mil pontos com aumento dos lucros das empresas, Selic caindo e cenário internacional ajudando. O cenário-base é de 198 mil pontos para o ano que vem
BTG escala time de ações da América Latina para fechar o ano: esquema 4-3-3 tem Brasil, Peru e México
O banco fez algumas alterações em sua estratégia para empresas da América Latina, abrindo espaço para Chile e Argentina, mas com ações ainda “no banco”
As ações que devem ser as melhores pagadoras de dividendos de 2026, com retornos de até 15%
Bancos, seguradoras e elétricas lideram e uma empresa de shoppings será a grande revelação do próximo ano
A torneira dos dividendos vai secar em 2026? Especialistas projetam tendências na bolsa diante de tributação
2025 caminha para ser ano recorde em matéria de proventos; em 2026 setores arroz com feijão ganham destaque
Bancos sobem na bolsa com o fim das sanções contra Alexandre de Moraes — Banco do Brasil (BBAS3) é o destaque
Quando a sanção foi anunciada, em agosto deste ano, os papéis dos bancos desabaram devido as incertezas em relação à aplicação da punição
TRXF11 volta a encher o carrinho de compras e avança nos setores de saúde, educação e varejo; confira como fica o portfólio do FII agora
Com as três novas operações, o TRXF11 soma sete transações só em dezembro. Na véspera, o FII já tinha anunciado a aquisição de três galpões
BofA seleciona as 7 magníficas do Brasil — e grupo de ações não tem Petrobras (PETR4) nem Vale (VALE3)
O banco norte-americano escolheu empresas brasileiras de forte crescimento, escala, lucratividade e retornos acima da Selic
Ibovespa em 2026: BofA estima 180 mil pontos, com a possibilidade de chegar a 210 mil se as eleições ajudarem
Banco norte-americano espera a volta dos investidores locais para a bolsa brasileira, diante da flexibilização dos juros
JHSF (JHSF3) faz venda histórica, Iguatemi (IGTI3) vende shoppings ao XPML11, TRXF11 compra galpões; o que movimenta os FIIs hoje
Nesta quinta-feira (11), cinco fundos imobiliários diferentes agitam o mercado com operações de peso; confira os detalhes de cada uma delas
Concurso do IBGE 2025 tem 9,5 mil vagas com salários de até R$ 3.379; veja cargos e como se inscrever
Prazo de inscrição termina nesta quinta (11). Processo seletivo do IBGE terá cargos de agente e supervisor, com salários, benefícios e prova presencial
Heineken dá calote em fundo imobiliário, inadimplência pesa na receita, e cotas apanham na bolsa; confira os impactos para o cotista
A gestora do FII afirmou que já realizou diversas tratativas com a locatária para negociar os valores em aberto
Investidor estrangeiro minimiza riscos de manutenção do governo atual e cenários negativos estão mal precificados, diz Luis Stuhlberger
Na carta mensal do Fundo Verde, gestor afirmou que aumentou exposição às ações locais e está comprado em real
Após imbróglio, RBVA11 devolve agências à Caixa — e cotistas vão sair ganhando nessa
Com o distrato, o fundo reduziu ainda mais sua exposição ao setor financeiro, que agora representa menos de 24% do portfólio total
Efeito Flávio derruba a bolsa: Ibovespa perde mais de 2 mil pontos em minutos e dólar beira R$ 5,50 na máxima do dia
Especialistas indicam que esse pode ser o começo da real precificação do cenário eleitoral no mercado local, depois de sucessivos recordes do principal índice da bolsa brasileira
FII REC Recebíveis (RECR11) mira R$ 60 milhões com venda de sete unidades de edifício em São Paulo
Apesar de não ter informado se a operação vai cair como um dinheiro extra no bolso dos cotistas, o RECR11 voltou a aumentar os dividendos em dezembro
Ações de IA em alta, dólar em queda, ouro forte: o que esses movimentos revelam sobre o mercado dos EUA
Segundo especialistas consultados pelo Seu Dinheiro, é preciso separar os investimentos em equities de outros ativos; entenda o que acontece no maior mercado do mundo
TRX Real Estate (TRXF11) abocanha novos imóveis e avança para o setor de educação; confira os detalhes das operações
O FII fez sua primeira compra no segmento de educação ao adquirir uma unidade da Escola Eleva, na Barra da Tijuca (RJ)
O estouro da bolsa brasileira: gestor rebate tese de bolha na IA e vê tecnologia abrindo janela de oportunidade para o Brasil
Em entrevista exclusiva ao Seu Dinheiro, Daniel Popovich, gestor da Franklin Templeton, rebate os temores de bolha nas empresas de inteligência artificial e defende que a nova tecnologia se traduzirá em crescimento de resultados para as empresas e produtividade para as economias
