Gasto com subsídios somou R$ 314 bilhões em 2018, ou 4,6% do PIB
Número é elevado, mas marca terceiro ano de queda, depois de somar 6,7% do PIB em 2015. Essa é uma boa ilustração da política de custos difusos e benefícios concentrados

O Ministério da Economia apresentou o total gasto com subsídios pela União em 2018. O montante foi de R$ 314,2 bilhões, o que equivale a 4,6% do Produto Interno Bruto (PIB). O montante ainda é elevado, mas marca o terceiro ano consecutivo de redução.
Segundo o Ministério, no período entre 2003 e 2015, os subsídios mantiveram tendência crescente, saltando de 3% do PIB em 2003 para 6,7% do PIB em 2015, “o que contribuiu significativamente para a deterioração das contas públicas nesse período”.
Na comparação com 2017 houve queda nominal de R$ 48,7 bilhões, já que os subsídios representaram R$ 362,9 bilhões (5,5% do PIB).
A definição oficial resumida dada pelo Ministério para subsídio é: “instrumento de política pública que visa reduzir preços ao consumidor ou custos ao produtor”.
Mas podemos ver subsídio como uma representação da lei de custos difusos e benefícios concentrados, que rege quase todas as relações de grupos de interesse com o Executivo, Legislativo e Judiciário aqui em Brasília.
Leia Também
Podemos usar como exemplo o caso do subsídio ao diesel dado aos caminhoneiros no ano passado. A medida visava beneficiar esse grupo, mas a conta de quase R$ 10 bilhões recaiu sobre toda a sociedade. Sem falar que diesel mais barato também beneficiou os donos de caminhonetes de luxo.
O mesmo vale para uma série de benefícios e políticas de crédito para o grupo que o ministro Paulo Guedes chama de “amigos do rei”. Quem tem proximidade com o “Poder”, consegue crédito subsidiado, isenção de impostos e outras benesses.
Ainda no caso dos caminhoneiros, podemos ver outro exemplo das chamadas externalidades negativas que a má alocação de crédito pode causar. O BNDES financiou caminhões a juro real negativo durante um bom período, agora os caminhoneiros sofrem com um excesso de oferta de frete em um momento de baixa atividade econômica.
O problema nunca foi o governo ou a sociedade, via Congresso, eleger setores ou segmentos a serem beneficiados, mas sim a falta de transparência em alguns projetos e a ausência de estudos de custo/benefício que justifiquem o uso de dinheiro público para beneficiar determinado grupo ou setor.
Lembro de um ex-senador da região nordeste que sempre dizia que era mais barato dar o dinheiro gasto com a Zona Franca de Manaus aos habitantes da região do que manter o programa de isenção tributária, levando em conta empregos e salários gerados.
Tipos de subsídio
O relatório diferencia o subsídio entre benefícios financeiros e creditícios, que por vezes não transitam pelo orçamento, como equalização de juros; e os benefícios ou gastos tributários, que são isenções dadas a determinados produtos, regiões e entidades.
Segundo o Ministério, as principais ações que possibilitaram redução dos subsídios, em 2018, foram concentradas nos benefícios financeiros e creditícios, que somaram R$ 21,4 bilhões, ou 0,3% do PIB.
Esse grupo abarca a liquidação antecipada de parcelas de empréstimos do Tesouro Nacional ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), reformulação do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) e implantação da Taxa de Longo Prazo (TLP) em processo de substituição da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP).
Já no lado dos gastos tributários, que consumiram R$ 292,8 bilhões, ou 4,3% do PIB, houve redução de gastos com a política de desoneração da folha de pagamento, contrabalanceadas pelos subsídios com a Zona Franca de Manaus, que consome R$ 25 bilhões por ano, Simples com custo de R$ 75 bilhões, e Agricultura e Agroindústria, outros R$ 24,6 bilhões. (veja mais abaixo).
Como vimos no gráfico acima, as reduções se concentram na linha de benefícios financeiros, que em 2015 chegaram a 2,1% do PIB e agora recuaram a 0,3%. Aqui, o ajuste é mais fácil, pois depende de ações do Executivo, como a revisão na política do BNDES, que reduz o gasto como equalização de juros. Exemplo fictício: o Tesouro capta a 10% no mercado, mas empresta a 3% para um determinado setor. Com a TLP essa diferença praticamente desapareceu.
Benefícios tributários são mais difíceis de serem mudados, pois a maioria consta em lei, como Zona Franca de Manaus e o Simples, e tentativas de mudanças enfrentam grande resistência política, mesma que se tenham argumentos técnicos contrários à continuidade dos benefícios.
Nova orientação
No documento “3º Orçamento de Subsídios da União”, o Ministério da Economia afirma que a “reorientação estratégica” da política fiscal relativa aos Subsídios da União já obteve êxito, considerando o ajuste fiscal nos subsídios financeiros e creditícios, que foram reduzidos de R$ 128,8 bilhões (2,1% do PIB), em 2015, para R$ 21,36 bilhões (0,3% do PIB), em 2018.
Mas reconhece que ainda se impõe o desafio de também realizar um ajuste nos subsídios tributários, que seguem em 4,3% do PIB contra 4,5% em 2015. A ideia é voltar para o patamar de 2% do PIB visto em 2003, “o que permitiria tornar superavitário o resultado primário do governo federal”
“Portanto, a continuação do ajuste nos subsídios é de suma importância para que as contas públicas brasileiras voltem a ser superavitárias e sustentáveis.”
O relatório também lembra que o governo tem feitos esforços em prol da melhoria da governança dos subsídios públicos. No final de 2018, foi instituído o Comitê de Monitoramento e Avaliação de Subsídios da União (CMAS), que busca avaliar e divulgar o resultado das políticas de subsídios.
Principais gastos tributários
No biênio 2017/2018 , os gastos tributários aumentaram em R$ 14,1 bilhões. As principais reduções ocorreram nos gastos com a desoneração da Folha de Salários (R$ 1,2 bilhão) e com Poupança e Letra Imobiliária Garantida (R$ 900 milhões).
Na outra ponta, foram observadas variações positivas nos gastos tributários com a Zona Franca de Manaus e Áreas de Livre Comércio (R$ 3,3 bilhões), no Simples Nacional (R$ 3,0 bilhões) e na Agricultura e Agroindústria (R$ 2,8 bilhões).
A íntegra do relatório está disponível aqui.
Governo ignora parecer da Petrobras (PETR4) e indicará dois nomes barrados pela estatal para o conselho de administração
Jônathas de Castro, secretário da Casa Civil e Ricardo Soriano de Alencar, Procurador-Geral da Fazenda Nacional, foram bloqueados por conflito de interesses
Bolsonaro promete 50 embaixadores em reunião para falar de fraude em urnas eletrônicas, mas Estados Unidos, Japão e Reino Unido não confirmam presença
Os presidentes do STF e TSE também devem faltar ao encontro, convocado pelo presidente para discutir a nunca comprovada fraude nas eleições de 2014 e 2018
As alianças se consolidam: Rodrigo Garcia e Tarcísio selam acordos na disputa por um lugar no segundo turno em São Paulo
Tarcísio de Freitas (Republicanos) consegue apoio de Kassab; Rodrigo Garcia (PSDB) fecha com União Brasil
Barrados no baile: com IPO suspenso pela justiça, Corsan e governo do RS estudam medidas para retomar privatização
Os planos da estatal de saneamento do Rio Grande do Sul foram barrados pelo Tribunal de Contas do Estado, que pede ajustes na modelagem da oferta
Caixa revela que sabia de denúncia de assédio contra Pedro Guimarães desde maio e aponta presidente interina
A Corregedoria aguardou até que o denunciante apresentasse um “conjunto de informações” suficiente para prosseguir com a investigação contra Pedro Guimarães
Governo oferecerá mais de R$ 340 bilhões para produtores rurais no novo Plano Safra; valores entram em vigor em julho
O programa do governo federal prevê o direcionamento de recursos públicos para financiar e apoiar a agropecuária nacional
Pedro Guimarães entrega carta de demissão a Jair Bolsonaro e rebate acusações de assédio; veja quem o sucederá na presidência da Caixa
Guimarães deixa o cargo em meio a uma investigação do Ministério Público Federal por múltiplas denúncias de assédio sexual
Governo já decidiu quem será a nova presidente da Caixa — só falta Pedro Guimarães sair
Atual secretária especial de produtividade e competitividade da pasta, Daniella Marques foi escolhida para suceder Guimarães em meio a escândalo de assédio sexual
Governador de SP anuncia corte do ICMS sobre combustíveis para 18%; arrecadação deve cair em R$ 4,4 bilhões no ano e afetar transportes no estado
A redução da alíquota será de 25% para 18%, o que deve gerar uma queda de R$ 0,48 do valor do litro da gasolina nos postos
Uma lista mais enxuta: Governo ‘desconvida’ dois indicados ao conselho da Petrobras (PETR4); confira os nomes atualizados
Ao todo, a lista contém oito nomes. Caio Paes de Andrade foi confirmado na pasta atual como a indicação da União para a presidência da estatal
Governo propõe zerar impostos federais sobre diesel e gasolina para conter inflação — e ‘compensar’ os estados por redução adicional no ICMS
Em nenhum momento, o governo mencionou sobre os impactos da proposta sobre o orçamento ou sobre o teto de gastos e também não disse de onde o dinheiro da compensação ao estados vai sair
Parecer de PL do ICMS deve acontecer até terça-feira, afirma relator; compensações aos estados ameaçam as contas públicas
Entre os pontos analisados está a possibilidade de tirar qualquer tipo de compensação para os Estados que perderem arrecadação, o que desagradou governadores
Na briga pelo ICMS, governo avalia PEC para compensar R$ 22 bilhões aos estados; proposta segue em debate na próxima semana
Os estados e o governo federal tentam achar um meio termo para redução de impostos e compensação de arrecadação
Conselho do PPI recomenda inclusão da Petrobras (PETR4) em lista de estudos para privatização — mas o caminho para a venda ainda é longo; saiba mais
O sinal verde ocorre dois dias após o pedido formal para a entrada da companhia na carteira do programa
‘Petrobras (PETR4) quer mais é arrancar dinheiro do povo’: confira os novos ataques de Bolsonaro à política de preços da estatal
O presidente também culpou Lula, seu maior rival nas eleições deste ano, e os governadores pelas altas sucessivas no preço dos combustíveis
Incorporadoras da B3 sobem forte com novidades no programa Casa Verde e Amarela; veja quais ações mais ganham com as atualizações
As mudanças já anunciadas e outras ainda em discussão no Ministério do Desenvolvimento Regional trazem alívio ao segmento hoje
Privatização da Eletrobras (ELET3): pedido de oferta de ações bilionária no Brasil e nos EUA pode ser protocolado amanhã, diz agência de notícias
De acordo com o Broadcast, a companhia define hoje a data de lançamento e os detalhes da operação global
Novo presidente da Petrobras (PETR4) pode dar adeus ao cargo após apenas um mês, diz jornal — veja o que ameaça Ferreira Coelho
Segundo o Estadão, com a troca de comando no Ministério de Minas e Energia, o cargo de presidente da petroleira também está na mira
TCU marca julgamento da Eletrobras (ELET3) para a próxima semana; confira outras pedras no caminho da privatização da estatal
Vale relembrar que, sem o sinal verde do tribunal, não há como prosseguir com a desestatização, prevista para ser concluída até agosto deste ano
Quem é José Mauro Ferreira Coelho, o homem que vai comandar a Petrobras (PETR4) em meio a crise dos combustíveis
Ele assume o lugar do general Joaquim Silva e Luna, que está no comando da empresa desde abril de 2021