Em crise, Gafisa registra prejuízo de R$ 419,5 milhões em 2018
Em meio a uma fase difícil, com mudança no comando e decisões conturbadas, a incorporadora teve prejuízo de R$ 297 milhões no quarto trimestre
Em meio a uma fase difícil, com mudança no comando e decisões conturbadas nos últimos meses, a Gafisa informou hoje que registrou um prejuízo líquido de R$ 419,5 milhões em 2018.
O resultado da incorporadora ficou abaixo do esperado pelos analistas, que projetavam prejuízo anual de R$ 148,9 milhões No entanto, foi um resultado mais positivo do que um ano antes, quando o prejuízo foi de R$ 760,2 milhões.
O Ebitda (sigla em inglês para lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado recorrente anual foi de R$ 126,9 milhões, ante um Ebitda negativo de R$ 50,8 milhões no ano anterior.
A receita líquida anual subiu 22% ante o ano anterior, para R$ 960,8 milhões. Segundo a empresa, a receita foi resultado do maior volume de vendas e evolução das obras no período.
Momento crítico
O balanço divulgado hoje é especialmente relevante para a Gafisa por ser o retrato de um trimestre cheio com a gestora de recursos GWI Group no comando da empresa. Liderada pelo investidor Mu Hak You, a GWI assumiu as rédeas na Gafisa em 28 de setembro, depois de ficar conhecida no mercado com passagens cheias de polêmica na Saraiva e na Marfrig.
Atualmente, a GWI não é mais a principal acionista, mas sua passagem fez um estrago nos negócios. A diretora presidente Ana Maria Loureiro Recart renunciou ontem ao cargo. Ela havia sido indicada pela GWI. Quem assumirá a função de presidente é Roberto Luiz Portella.
E no trimestre?
No quarto trimestre de 2018, a Gafisa teve prejuízo de R$ 297 milhões, ante um prejuízo de R$ 372,9 milhões um ano antes. O resultado do período também ficou abaixo do esperado pelos analistas, que previam prejuízo de R$ 123,3 milhões no quarto trimestre, segundo a Bloomberg.
O Ebitda Ajustado Recorrente do trimestre foi de R$ 29,2 milhões, queda de 34%. A receita líquida do quarto trimestre atingiu R$ 192,9 milhões, 44% abaixo da receita de R$ 342 milhões registrada um ano antes.
Segundo a empresa, o resultado foi afetado negativamente em R$ 276 milhões por ajustes contábeis no valor de terrenos, estoques e ágio de remensuração de investimento em Alphaville, além de lançamento de provisões, entre outros ajustes.
A margem bruta no quarto trimestre foi negativa em 15,4%, enquanto um ano antes era negativa em 23,7%.
Vendas em queda
No quarto trimestre, as vendas brutas caíram 29,3% para R$ 153,4 milhões. Segundo a empresa, o trimestre foi um período de revisão e ajustes de processos que incluiu a revisão das tabelas de vendas e de algumas condições comerciais.
Como exemplo, a Gafisa disse que aumentou o porcentual de entrada pago pelo cliente, o que impactou as vendas negativamente no trimestre. No entanto, a companhia espera que a medida gere “vendas mais saudáveis e menos distratos”.
Caixa diminuiu
A posição de caixa e disponibilidades da Gafisa era de R$ 137,160 milhões no último trimestre do ano, queda de 29% ante o terceiro trimestre e recuo de 7% na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior.
O caixa da empresa virou um foco de atenção depois que a companhia usou recursos para fazer uma recompra de ações em um momento em que não tinha recursos nem para tocar os seus projetos.
Cortes de despesas
Depois de iniciativas agressivas para cortes de custos – que incluíram demissões de funcionários, o fechamento da filial no Rio e atrasos de pagamentos a fornecedores - a Gafisa registrou despesas com vendas, gerais e administrativas somaram de R$ 6,6 milhões no quarto trimestre, queda de 86% ante o mesmo período do ano anterior.
No acumulado do ano, as despesas com vendas, gerais e administrativas totalizaram R$ 141 milhões, 22% abaixo de 2017.
A geração de caixa no quarto trimestre foi positiva em R$13,7 milhões, o que a empresa atribuiu ao maior controle de gastos.
A Gafisa fechou o ano com lançamentos de R$ 728,67 milhões, alta de 31,5% ante 2017. As vendas brutas caíram 8% no ano, para R$ 1,04 bilhão. No ano, os distratos caíram 44,7%.
Endividamento já foi pior
A dívida líquida da Gafisa no quarto trimestre somou R$ 752,25 milhões, queda de 21% ante o mesmo período do ano anterior. A alavancagem, medida pela relação dívida líquida sobre patrimônio líquido, era de 153% ao final de 2018. No terceiro trimestre, o indicador estava em 87,8%.
Também no final do ano, o endividamento bruto atingiu R$ 889 milhões, com diminuição de 20% na comparação com o final de 2017.
PagSeguro (PAGS34) dispara após balanço e puxa ações da Cielo (CIEL3); veja os números do resultado do 2T22
A lucro da PagSeguro aumentou 35% na comparação com o mesmo período do ano passado e atingiu R$ 367 milhões
Nos balanços do segundo trimestre, uma tendência para a bolsa: as receitas cresceram, mas os custos, também
Safra de resultados financeiros sofreu efeitos do aumento da Selic, mas sensação é de que o pior já passou
Nubank (NU; NUBR33) chega a subir 20% após balanço, mas visão dos analistas é mista e inadimplência preocupa
Investidores gostaram de resultados operacionais, mas analistas seguem atentos ao crescimento da inadimplência; Itaú BBA acha que banco digital pode ter subestimado o risco do crédito pessoal
Inter (INBR31) reverte prejuízo em lucro de R$ 15,5 milhões no segundo trimestre; confira os números
No semestre encerrado em 30 de junho de 2022, o Inter superou a marca de 20 milhões de clientes, o que equivale a 22% de crescimento no período
Lucro líquido da Itaúsa (ITSA4) recua 12,5% no segundo trimestre, mas holding anuncia JCP adicional; confira os destaques do balanço
Holding lucrou R$ 3 bilhões no segundo trimestre e vai distribuir juros sobre capital próprio no fim de agosto
Nubank (NUBR33) tem prejuízo acima do esperado no 2º tri, e inadimplência continuou a se deteriorar; veja os destaques do balanço
Prejuízo líquido chegou a quase US$ 30 milhões, ante uma expectativa de US$ 10 milhões; inadimplência veio dentro do esperado, segundo o banco
Marfrig (MRFG3) anuncia R$ 500 milhões em dividendos e programa de recompra de 31 milhões de ações; veja quem tem direito aos proventos e os destaques do balanço
Mercado reage positivamente aos números da companhia nesta sexta (12); dividendos serão pagos em setembro
Oi (OIBR3) sai de lucro para prejuízo no 2T22, mas dívida líquida desaba
Oi reportou prejuízo líquido de R$ 320,8 milhões entre abril de junho, vinda de um lucro de R$ 1,09 bilhão no mesmo período do ano anterior
Cenário difícil para os ativos de risco pesa sobre o balanço da B3 no 2º trimestre; confira os principais números da operadora da bolsa
Companhia viu queda nos volumes negociados e também nas principais linhas do balanço, tanto na comparação anual quanto em relação ao trimestre anterior
Apelo de Luiza Trajano não foi à toa: Magazine Luiza tem prejuízo de R$ 135 milhões no 2T22 — veja o que afetou o Magalu
O Magalu conseguiu reduzir as perdas na comparação com o primeiro trimestre de 2022, mas em relação ao mesmo período de 2021, acabou deixando o lucro para trás