Trump foi ao Twitter para falar sobre a China — e fez o Ibovespa fechar em alta
O Ibovespa e as bolsas globais terminaram o dia no campo positivo, mostrando uma postura otimista após Trump confirmar uma reunião com o vice-primeiro-ministro da China
Os mercados globais começaram a sessão desta quinta-feira (10) em ponto morto. Tanto o Ibovespa quanto as bolsas americanas passaram os primeiros minutos de pregão sem se afastar muito do zero a zero, com os agentes financeiros mostrando uma postura bastante cautelosa.
Não era para menos: afinal, começou hoje a rodada de negociações entre autoridades dos Estados Unidos e da China, no âmbito da guerra comercial. E o noticiário referente aos diálogos entre as potências era desencontrado, para dizer o mínimo.
Informações quanto a supostos desentendimentos entre americanos e chineses, matérias a respeito de eventuais acordos que estariam prestes a serem fechados, textos alertando para a possibilidade de as conversas terminarem mais cedo que o previsto, boatos sobre concessões por parte da Casa Branca... a confusão aumentava a cada novo elemento.
Nesse cenário de incertezas, os mercados preferiram não se expor a riscos desnecessários na abertura da sessão : as bolsas do mundo mantinham-se ao redor da estabilidade e o dólar não exibia uma tendência clara — por aqui, a moeda americana ganhava força, chegando a tocar o nível de R$ 4,13 mais cedo.
Essa prudência, no entanto, começou a se dissipar pouco antes das 11h, quando o celular dos mercados vibrou com uma notificação do Twitter: Donald Trump estava escrevendo. E, desta vez, as manifestações do presidente americano trouxeram um alívio generalizado às negociações.
"Um grande dia de negociações com a China. Eles querem fazer um acordo, mas eu quero?", escreveu o Trump. "Eu irei me encontrar com o vice-primeiro-ministro amanhã, na Casa Branca".
Leia Também
https://twitter.com/realDonaldTrump/status/1182292163721404416
O vice-primeiro ministro da China, no caso, é Liu He, o chefe da delegação do país asiático que está conduzindo as negociações comerciais com os americanos. Assim, Trump confirmou oficialmente que irá dialogar com a autoridade chinesa nesta sexta-feira, afastando os rumores quanto ao término antecipado das conversas entre as partes.
Essa sinalização provocou uma melhora imediata de humor nos mercados globais: no Brasil, o Ibovespa ganhou força e chegou a subir 1,22%, aos 102.482,98 pontos, terminando a sessão em alta de 0,56%, aos 101.817,13 pontos. Com isso, o índice praticamente zerou as perdas acumuladas nos dois primeiros pregões dessa semana.
O Ibovespa, assim, ficou em linha com as bolsas americanas: o Dow Jones (+0,57%), o S&P 500 (+0,64%) e o Nasdaq (+0,60%) fecharam em alta, após um início hesitante. Na Europa, as principais praças acionárias também terminaram o dia com ganhos firmes.
Como já foi dito, o mercado tem se mostrado bastante sensível ao noticiário referente à guerra comercial, e qualquer nova informação — oficial ou extra-oficial — tem capacidade para mexer com o rumo das negociações no mundo. E o tuíte de Trump fez exatamente isso, ao provocar uma mudança de humor nos investidores.
"Com essa confirmação do encontro, cresce a expectativa em relação ao fechamento de algum tipo de acordo", diz um analista. Ele pondera, no entanto, que esse alívio é pontual, uma vez que, até que o desfecho oficial seja conhecido, a tendência é a de que os mercados globais continuem apresentando um comportamento volátil.
E essa percepção de que a guerra comercial ainda está longe de uma conclusão fez com que o Ibovespa e as bolsas americanas perdessem parte da intensidade ao longo do dia, embora ainda tenham fechado em alta. Resta, agora, saber como será o desenrolar da conversa entre Trump e He, amanhã.
Incertezas no horizonte
No front doméstico, os agentes financeiros continuaram reagindo bem ao acordo fechado no Congresso para a distribuição dos recursos do megaleilão do pré-sal. No entanto, sem maiores novidades no cenário local, o mercado acabou ficando a mercê do noticiário externo — e, por mais que o tom lá fora tenha sido de otimismo hoje, ainda é preciso ter cuidado.
O analista lembra que o panorama internacional segue com diversos fatores de tensão, incluindo a própria guerra comercial entre Estados Unidos e China, o processo tumultuado de saída do Reino Unido da União Europeia e os riscos de desaceleração da economia global.
Tais pontos acabaram limitando o potencial de alta do Ibovespa e trouxeram pressão ao dólar à vista. A moeda americana acabou sendo usada como ativo de proteção, especialmente num cenário de Selic cada vez mais baixa no Brasil — o que diminui o diferencial de juros em relação aos EUA, reduzindo o apelo para a entrada de dólares no país.
Novo alívio nos DIs
No mercado de juros, o tom continuou sendo de baixa nesta quinta-feira, dando continuidade ao movimento visto nos últimos dias: os DIs para janeiro de 2021 caíram de 4,71% para 4,65%, os com vencimento em janeiro de 2023 recuaram de 5,83% para 5,75%, e os para janeiro de 2025 foram de 6,48% para 6,44%.
Essa onda de ajustes negativos nos DIs se deve à percepção de que o BC ainda possui bastante espaço para continuar cortando a Selic, levando-a a novos pisos históricos — e a deflação registrada em setembro apenas fortaleceu essa leitura.
Otimismo chinês
Com a expectativa quanto ao fechamento de algum acerto entre EUA e China — o que diminuiria as tensões no front comercial e poderia dar um ânimo às economias dos dois países e do mundo —, as ações de empresas que dependem diretamente do mercado chinês apareceram entre os destaques positivos do Ibovespa.
É o caso da mineradora Vale, cujas ações ON (VALE3) subiram 3,44%, e das siderúrgicas CSN ON (CSNA3), em alta de 5,31%; Gerdau PN (GGBR4), com ganho de 3,67%; e Usiminas PNA (USIM5), avançando 2,33%. Também contribuiu para o bom desempenho desses papéis a valorização de 2,88% na cotação do minério de ferro.
Ainda dentro desse grupo, destaque para as ações ON da Suzano (SUZB3), que avançaram 5,34% nesta quinta-feira — a China é um importante mercado consumidor de celulose.
Surpresa positiva
A ação de melhor desempenho do Ibovespa, contudo, foi Yduqs ON (YDUQ3), que subiu 6,74%. A antiga Estácio surpreendeu o mercado ao reportar uma captação de 132.353 novos alunos no primeiro semestre desse ano, um crescimento de 45% em relação ao mesmo período de 2018, com expansão no total de novos estudantes nos segmentos de EAD e presencial.
Dia de estreia
Fora do Ibovespa, destaque para as ações ON da Vivara (VIVA3), que começaram a ser negociadas hoje na bolsa. Os papéis chegaram a subir 3,5% logo após a abertura, mas fecharam em alta de apenas 0,46% a R$ 24,11 — o IPO foi fechado ao preço unitário de R$ 24,00.
FII REC Recebíveis (RECR11) mira R$ 60 milhões com venda de sete unidades de edifício em São Paulo
Apesar de não ter informado se a operação vai cair como um dinheiro extra no bolso dos cotistas, o RECR11 voltou a aumentar os dividendos em dezembro
Ações de IA em alta, dólar em queda, ouro forte: o que esses movimentos revelam sobre o mercado dos EUA
Segundo especialistas consultados pelo Seu Dinheiro, é preciso separar os investimentos em equities de outros ativos; entenda o que acontece no maior mercado do mundo
TRX Real Estate (TRXF11) abocanha novos imóveis e avança para o setor de educação; confira os detalhes das operações
O FII fez sua primeira compra no segmento de educação ao adquirir uma unidade da Escola Eleva, na Barra da Tijuca (RJ)
O estouro da bolsa brasileira: gestor rebate tese de bolha na IA e vê tecnologia abrindo janela de oportunidade para o Brasil
Em entrevista exclusiva ao Seu Dinheiro, Daniel Popovic, gestor da Franklin Templeton, rebate os temores de bolha nas empresas de inteligência artificial e defende que a nova tecnologia se traduzirá em crescimento de resultados para as empresas e produtividade para as economias
Aura (AURA33): small cap que pode saltar 50% está no pódio das ações para investir em dezembro segundo 9 analistas
Aura Minerals (AURA33) pode quase dobrar a produção; oferece exposição ao ouro; paga dividendos trimestrais consistentes e negocia com forte desconto.
CVM suspende 6 empresas internacionais por irregularidades na oferta de investimentos a brasileiros; veja quais são
Os sites, todos em português, se apresentam como plataformas de negociação em mercados globais, com ativos como moedas estrangeiras, commodities, metais, índices, ETFs, ações, criptoativos e outros
Bolsa perdeu R$ 183 bilhões em um único dia; Itaú Unibanco (ITUB4) teve maiores perdas
Essa é a maior queda desde 22 de fevereiro de 2021, ainda período da pandemia, e veio depois que Flávio Bolsonaro foi confirmado como candidato à presidência pelo PL
Do céu ao inferno: Ibovespa tem a maior queda desde 2021; dólar e juros disparam sob “efeito Flávio Bolsonaro”
Até então, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, era cotado como o mais provável candidato da direita, na avaliação do mercado, embora ele ainda não tivesse anunciado a intenção de concorrer à presidência
Pequenas e poderosas: Itaú BBA escolhe as ações small cap com potencial de saltar até 50% para carteira de dezembro
A Plano & Plano (PLP3) tem espaço para subir até 50,6%; já a Tenda (TEND3) pode ter valorização de 45,7%
Ibovespa sobe 1,65% e rompe os 164 mil pontos em forte sequência de recordes. Até onde o principal índice da bolsa pode chegar?
A política monetária, com o início do ciclo de cortes da Selic, é um dos gatilhos para o Ibovespa manter o sprint em 2026, mas não é o único; calculamos até onde o índice pode chegar e explicamos o que o trouxe até aqui
Ibovespa vai dar um salto de 18% e atingir os 190 mil pontos com eleições e cortes na Selic, segundo o JP Morgan
Os estrategistas reconhecem que o Brasil é um dos poucos mercados emergentes com um nível descontado em relação à média histórica e com o múltiplo de preço sobre lucro muito mais baixo do que os pares emergentes
Empresas listadas já anunciaram R$ 68 bilhões em dividendos do quarto trimestre — e há muito mais por vir; BTG aposta em 8 nomes
Levantamento do banco mostra que 23 empresas já anunciaram valor ordinários e extraordinários antes da nova tributação
Pátria Malls (PMLL11) vai às compras, mas abre mão de parte de um shopping; entenda o impacto no bolso do cotista
Somando as duas transações, o fundo imobiliário deverá ficar com R$ 40,335 milhões em caixa
BTLG11 é destronado, e outros sete FIIs disputam a liderança; confira o ranking dos fundos imobiliários favoritos para dezembro
Os oito bancos e corretoras consultados pelo Seu Dinheiro indicaram três fundos de papel, dois fundos imobiliários multiestratégia e dois FIIs de tijolo
A bolsa não vai parar: Ibovespa sobe 0,41% e renova recorde pelo 2º dia seguido; dólar cai a R$ 5,3133
Vale e Braskem brilham, enquanto em Nova York, a Microsoft e a Nvidia tropeçam e terminam a sessão com perdas
Vai ter chuva de dividendos neste fim de ano? O que esperar das vacas leiteiras da bolsa diante da tributação dos proventos em 2026
Como o novo imposto deve impactar a distribuição de dividendos pelas empresas? O analista da Empiricus, Ruy Hungria, responde no episódio desta semana do Touros e Ursos
Previsão de chuva de proventos: ação favorita para dezembro tem dividendos extraordinários no radar; confira o ranking completo
Na avaliação do Santander, que indicou o papel, a companhia será beneficiada pelas necessidades de capacidade energética do país
Por que o BTG acha que RD Saúde (RADL3) é uma das maiores histórias de sucesso do varejo brasileiro em 20 anos — e o que esperar para 2026
Para os analistas, a RADL3 é o “compounder perfeito”; entenda como expansão, tecnologia e medicamentos GLP-1 devem fortalecer a empresa nos próximos anos
A virada dos fundos de ações e multimercados vem aí: Fitch projeta retomada do apetite por renda variável no próximo ano
Após anos de volatilidade e resgates, a agência de risco projeta retomada gradual, impulsionada por juros mais favorável e ajustes regulatórios
As 10 melhores small caps para investir ainda em 2025, segundo o BTG
Enquanto o Ibovespa disparou 32% no ano até novembro, o índice Small Caps (SMLL) saltou 35,5% no mesmo período
