Dólar cai a R$ 3,85 com expectativa de corte de juros nos EUA; Ibovespa sobe
O dólar à vista fechou em queda nesta terça-feira (4), de olho nas movimentações do BC americano. O Ibovespa terminou em leve alta, sustentando o nível dos 97 mil pontos
Os EUA dominaram as atenções dos mercados nesta terça-feira (4). Mas, dessa vez, o noticiário não tem relação direta com a guerra comercial. A disputa com a China deu lugar aos debates a respeito da política monetária do país — e os agentes financeiros mostraram empolgação com os sinais emitidos pelo Federal Reserve (Fed).
E isso porque uma fala do presidente da instituição, Jerome Powell, foi interpretada como um indício de que o Banco Central americano está aberto a promover cortes de juros num futuro próximo. As declarações soaram como música para os ouvidos dos mercados: as bolsas americanas subiram forte e o dólar caiu em escala global.
Esse ambiente no exterior resultou em um novo alívio no mercado de câmbio brasileiro: por aqui, o dólar à vista fechou em queda de 0,8%, a R$ 3,8568. É a menor cotação de encerramento para a moeda americana desde 11 de abril, quando terminou a R$ 3,8564.
Já o Ibovespa teve um dia de instabilidade, passando boa parte do pregão oscilando entre os campos positivo e negativo. Ao fim do pregão, o principal índice da bolsa brasileira teve alta de 0,37%, aos 97.380,28 pontos — desempenho bastante aquém do visto nos mercados acionários de Nova York.
Analistas e operadores destacam que o Ibovespa ganhou bastante terreno nas últimas semanas e, assim, conta com espaço limitado para continuar avançando. Uma nova onda de ganhos deve ser destravada apenas com a evolução na tramitação da reforma da Previdência — e, por enquanto, não há maiores novidades no front político local.
Fed no holofote
No exterior, declarações de Powell num evento em Chicago deram o tom às negociações nesta terça-feira. O presidente do Fed disse que a instituição vai agir "de maneira apropriada" para sustentar a expansão econômica, ressaltando que leva a sério o risco representado pela inflação abaixo da meta.
Leia Também
Os mercados interpretaram a fala do dirigente como um sinal de que novos cortes de juros nos Estados Unidos estão a caminho — ontem, o presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, já havia assumido um tom semelhante. E essa leitura abriu espaço para uma correção nos ativos americanos.
"Há um choque, que é a guerra comercial. Se ele é transitório ou permanente, ainda não se sabe — mas, se for duradouro, o Fed obviamente vai atuar", analisa Victor Cândido, economista-chefe da Guide Investimentos. "A fala está em linha com o que o mercado esperava, e, com isso, um corte de juros já começa a ser incorporado às expectativas".
Cândido ainda destaca que os dados mais recentes da economia americana mostram que o país já começa a sentir os efeitos da disputa comercial com a China — o que eleva a pressão sobre o Fed quanto a um ajuste na política monetária.
Nesta manhã, foi divulgado o índice das condições empresariais da região de Nova York, mostrando um recuo de 77,3 pontos em abril para 48,6 pontos em maio, atingindo o menor nível em dois anos — leituras abaixo dos 50 pontos indicam desaceleração da atividade empresarial.
Nesse cenário de expectativa crescente por um corte de juros por parte do Fed, o dólar perdeu força em termos globais. O índice DXY, que mede o desempenho da moeda americana ante uma cesta com as principais divisas do mundo, abriu a sessão de hoje em alta, mas virou ao campo negativo.
O dólar também cedeu terreno ante a maior parte das divisas de países emergentes, como o peso mexicano, rublo russo, peso colombiano e peso chileno, entre outras — e esse contexto acabou ajudando o real.
As bolsas de Nova York também reagiram à fala de Powell e ligaram o turbo, animadas com a perspectiva de estímulo pela autoridade monetária. O Dow Jones fechou em alta de 2,06%, o S&P 500 teve ganho de 2,14% e o Nasdaq avançou 2,65%.
Vale lembrar que os mercados acionários americanos passaram por uma onda negativa nas últimas semanas, em meio às tensões relacionadas à guerra comercial. O Ibovespa, por outro lado, foi na contramão desse movimento, impulsionado pelas perspectivas positivas em relação à reforma da Previdência.
Assim, os índices de Nova York tiveram espaço para engatar um movimento de recuperação mais ampla nesta terça-feira, enquanto o Ibovespa apresentou ganhos tímidos, aguardando novidades no front doméstico.
Movimentações em Brasília
Internamente, os agentes financeiros continuaram de olho nos desdobramentos do cenário político — e o noticiário recente não diminui o otimismo dos mercados, mas também não é suficiente para dar mais fôlego à bolsa.
Ontem, o Senado aprovou a MP antifraudes no INSS, uma pauta defendida pelo governo e que perderia a validade caso não fosse apreciada nesta segunda-feira. Com o andamento dessa MP, cresce a percepção de que o relacionamento entre governo e Congresso está mais alinhado.
E a fala de Guedes nesta tarde, afirmando que o país estaria numa "crise enorme" caso o Congresso não discutisse as regras da aposentadoria agora, contribuiu para aumentar a percepção de que a pauta econômica é prioridade para o governo.
Mas, apesar do discurso alinhado em Brasília, o mercado aguarda pelos próximos capítulos da tramitação da reforma antes de assumir uma postura mais compradora.
BC em destaque
Por aqui, a política monetária também foi acompanhada de perto pelos mercados. Mas, ao contrário do Fed, o Banco Central (BC) sinalizou que não pretende cortar a taxa básica de juros no curto prazo.
Em entrevista ao Valor Econômico, o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, voltou a afirmar que não troca crescimento de curto prazo por aumento da inflação no futuro, acenando para a estabilidade da Selic na reunião deste mês.
Mas, apesar do tom assumido por Campos Neto, o mercado continuou apostando num corte de juros num futuro próximo — o que fica bem claro pelo comportamento das curvas de juros nos últimos dias, em forte ajuste negativo.
Esse movimento dos DIs teve continuidade hoje, auxiliado pelo alívio no dólar. Na ponta curta, os DIs para janeiro de 2021 caíram de 6,44% para 6,38%; na longa, as curvas com vencimento em janeiro de 2023 recuaram de 7,41% para 7,30%, e as para janeiro de 2025 foram de 7,99% para 7,84%.
Jogando a toalha
A LyondellBasell desistiu oficialmente de comprar a fatia da Braskem que pertence à Odebrecht. A decisão caiu como um balde de água fria para os mercados — e as ações da petroquímica foram punidas nesta terça-feira.
No mesmo horário, os papéis PNA da Braskem (BRKM5) desabaram 17,11% e lideravam as perdas do Ibovespa. Em meio à desistência da LyondellBasell, a empresa brasileira disse apenas que seguirá em busca de oportunidades que tenham potencial para agregar valor à companhia e seus acionistas.
Saneamento em destaque
Ações de empresas do setor de saneamento, por outro lado, tiveram um dia bastante positivo na bolsa. Foi o caso dos papéis ON da Sabesp (SBSP3), que subiram 10,96% e lideraram os ganhos do Ibovespa; fora do índice, as ações ON da Copasa (CSMG3) avançaram 7,10%, enquanto as units da Sanepar (SAPR11) tiveram alta de 4,02%.
A reação se deve às movimentações em Brasília em prol do setor. Ontem, um projeto de lei que retoma a MP do saneamento foi aprovado com urgência pelo Senado — o texto já foi aprovado pela comissão de infraestrutura e pode ser votado ainda hoje pelo plenário da casa.
Magalu na dianteira
A disputa entre Magazine Luiza e Centauro pela compra da Netshoes ganhou um novo capítulo. O conselho de administração da empresa de comércio eletrônico de artigos esportivos convocou, para o dia 14, uma nova assembleia de acionistas para decidir sobre a venda da companhia.
A administração da Netshoes, contudo, recomenda aos acionistas que aceitem a proposta do Magazine Luiza, de US$ 3,00 por ação, em detrimento da oferta de US$ 3,50 da Centauro. O motivo é simples: em meio à situação financeira delicada da empresa, o cronograma para conclusão da venda é fundamental — e uma eventual operação com o Magalu já foi aprovada pelo Cade.
Nesse contexto, os papéis ON do Magazine Luiza (MGLU3) caíram 0,11% — fora do Ibovespa, as ações ON da Centauro (CNTO3) recuaram 2,19%. Em Nova York, os ativos da Netshoes (NETS) tiveram forte queda de 12,77%, a US$ 3,21
Barreira rompida
As ações ON da Via Varejo (VVAR3) abriram em alta e chegaram a bater os R$ 5,22 na máxima (+5,24%), com o mercado reagindo bem à exclusão da chamada "poison pill" do estatuto social da companhia. Mas esse movimento não teve fôlego para aguentar até o fechamento do pregão.
Ao longo da tarde, os papéis da Via Varejo foram perdendo força, fechando em queda de 2,02%, a R$ 4,86. Com isso, as ações da dona das Casas Bahia e do Ponto Frio seguem sem terminar um pregão acima dos R$ 5,00 desde 20 de fevereiro.
Medo se espalha por Wall Street depois do relatório de emprego dos EUA e nem a “toda-poderosa” Nvidia conseguiu impedir
A criação de postos de trabalho nos EUA veio bem acima do esperado pelo mercado, o que reduz chances de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) em dezembro; bolsas saem de alta generalizada para queda em uníssono
Depois do hiato causado pelo shutdown, Payroll de setembro vem acima das expectativas e reduz chances de corte de juros em dezembro
Os Estados Unidos (EUA) criaram 119 mil vagas de emprego em setembro, segundo o relatório de payroll divulgado nesta quinta-feira (20) pelo Departamento do Trabalho
Sem medo de bolha? Nvidia (NVDC34) avança 5% e puxa Wall Street junto após resultados fortes — mas ainda há o que temer
Em pleno feriado da Consciência Negra, as bolsas lá fora vão de vento em poupa após a divulgação dos resultados da Nvidia no terceiro trimestre de 2025
Com R$ 480 milhões em CDBs do Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai 24% na semana, apesar do aumento de capital bilionário
A companhia vive dias agitados na bolsa de valores, com reação ao balanço do terceiro trimestre, liquidação do Banco Master e aprovação da homologação do aumento de capital
Braskem (BRKM5) salta quase 10%, mas fecha com ganho de apenas 0,6%: o que explica o vai e vem das ações hoje?
Mercado reagiu a duas notícias importantes ao longo do dia, mas perdeu força no final do pregão
SPX reduz fatia na Hapvida (HAPV3) em meio a tombo de quase 50% das ações no ano
Gestora informa venda parcial da posição nas ações e mantém derivativos e operações de aluguel
Dividendos: Banco do Brasil (BBAS3) antecipa pagamento de R$ 261,6 milhões em JCP; descubra quem entra no bolo
Apesar de o BB ter terminado o terceiro trimestre com queda de 60% no lucro líquido ajustado, o banco não está deixando os acionistas passarem fome de proventos
Liquidação do Banco Master respinga no BGR B32 (BGRB11); entenda os impactos da crise no FII dono do “prédio da baleia” na Av. Faria Lima
O Banco Master, inquilino do único ativo presente no portfólio do FII, foi liquidado pelo Banco Central por conta de uma grave crise de liquidez
Janela de emissões de cotas pelos FIIs foi reaberta? O que representa o atual boom de ofertas e como escapar das ciladas
Especialistas da EQI Research, Suno Research e Nord Investimentos explicam como os cotistas podem fugir das armadilhas e aproveitar as oportunidades em meio ao boom das emissões de cotas dos fundos imobiliários
Mesmo com Ibovespa em níveis recordes, gestores ficam mais cautelosos, mostra BTG Pactual
Pesquisa com gestores aponta queda no otimismo, desconforto com valuations e realização de lucros após sequência histórica de altas do mercado brasileiro
Com quase R$ 480 milhões em CDBs do Banco Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai mais de 10% na bolsa
As ações da companhia recuaram na bolsa depois de o BC determinar a liquidação extrajudicial do Master e a PF prender Daniel Vorcaro
Hapvida (HAPV3) lidera altas do Ibovespa após tombo da semana passada, mesmo após Safra rebaixar recomendação
Papéis mostram recuperação após desabarem mais de 40% com balanço desastroso no terceiro trimestre, mas onda de revisões de recomendações por analistas continua
Maiores quedas do Ibovespa: Rumo (RAIL3), Raízen (RAIZ4) e Cosan (CSAN3) sofrem na bolsa. O que acontece às empresas de Rubens Ometto?
Trio do grupo Cosan despenca no Ibovespa após balanços fracos e maior pressão sobre a estrutura financeira da Raízen
Os FIIs mais lucrativos do ano: shoppings e agro lideram altas que chegam a 144%
Levantamento mostra que fundos de shoppings e do agronegócio dominaram as maiores valorizações, superando com sobra o desempenho do IFIX
Gestora aposta em ações ‘esquecidas’ do Ibovespa — e faz o mesmo com empresas da Argentina
Logos Capital acumula retorno de quase 100% no ano e está confiante com sua carteira de ações
Ibovespa retoma ganhos com Petrobras (PETR4) e sobe 2% na semana; dólar cai a R$ 5,2973
Na semana, MBRF (MBRF3) liderou os ganhos do Ibovespa com alta de mais de 32%, enquanto Hapvida (HAPV3) foi a ação com pior desempenho da carteira teórica do índice, com tombo de 40%
Depois do balanço devastador da Hapvida (HAPV3) no 3T25, Bradesco BBI entra ‘na onda de revisões’ e corta preço-alvo em quase 50%
Após reduzir o preço-alvo das ações da Hapvida (HAPV3) em quase 50%, o Bradesco BBI mantém recomendação de compra, mas com viés cauteloso, diante de resultados abaixo das expectativas e pressões operacionais para o quarto trimestre
Depois de escapar da falência, Oi (OIBR3) volta a ser negociada na bolsa e chega a subir mais de 20%
Depois de a Justiça reverter a decisão que faliu a Oi atendendo um pedido do Itaú, as ações voltaram a ser negociadas na bolsa depois de 3 pregões de fora da B3
Cogna (COGN3), C&A (CEAB3), Cury (CURY3): Veja as 20 empresas que mais se valorizaram no Ibovespa neste ano
Companhias de setores como educação, construção civil e bancos fazem parte da lista de ações que mais se valorizaram desde o começo do ano
Com rentabilidade de 100% no ano, Logos reforça time de ações com ex-Itaú e Garde; veja as 3 principais apostas da gestora na bolsa
Gestora independente fez movimentações no alto escalão e destaca teses de empresas que “ficaram para trás” na B3
