Incertezas retomam cautela no mercado
Euforia no início da semana teve vida curta, com as preocupações no exterior voltando a pesar, em meio à expectativa pela reforma da Previdência

O sentimento positivo do mercado financeiro no início desta semana diminuiu e as preocupações recentes - com o crescimento econômico global, a guerra comercial e o Brexit - voltam à tona, pesando nos negócios lá fora. Aqui, a expectativa é pela instalação, hoje, da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na Câmara dos Deputados, dando início à tramitação da reforma da Previdência no Congresso.
Mas a primeira etapa das novas regras para aposentadoria só deve ser concluída no fim deste mês. Segundo estimativa do presidente da Casa, Rodrigo Maia, a CCJ deve votar a admissibilidade da Previdência entre os dias 27 e 28 de março - depois, portanto, que a proposta de reforma dos militares chegar à Câmara. Hoje, o ministro Paulo Guedes (Economia) reúne com Maia e líderes partidários para tratar do tema.
Ontem, o otimismo no mercado financeiro doméstico ficou mais evidente no dólar, que se aproximou da faixa de R$ 3,80, já que a Bolsa brasileira fracassou mais uma vez na tentativa de buscar a marca dos 100 mil pontos. O fato é que enquanto o Ibovespa precisa de um fato novo (e positivo) para romper essa barreira psicológica, a moeda norte-americana “queimou gordura”.
Afinal, o dólar foi o ativo que mais se estressou nos últimos dias, chegando a se aproximar do nível de R$ 3,90. Agora, as apostas são de que se os investidores continuarem animados com o andamento da reforma da Previdência nesta semana na Câmara, há chances de a taxa de câmbio buscar a marca de R$ 3,75 nos próximos dias, retornando ao patamar em que estava há duas semanas.
Ainda mais se o Banco Central manter a postura suave (dovish) em relação à taxa básica de juros neste mês, mas sem alterar o curso da Selic, que completa na semana que vem um ano no piso histórico. Mas, tudo vai depender da instalação efetiva da CCJ hoje e também da manutenção de um ambiente externo menos avesso ao risco.
Exterior preocupado
Durou pouco tempo a euforia nos mercados internacionais e o sinal negativo volta a prevalecer entre os ativos mais arriscados, em meio às contínuas incertezas globais. Os investidores aproveitam para realizar os lucros obtidos no início desta semana, o que imprime perdas nas ações desde Sydney até Xangai, passando pela Europa até chegar em Nova York.
Leia Também
O dólar, por sua vez, ganha terreno, o que não impede uma nova alta do petróleo. Nas moedas, destaque para a libra, que está de lado, antes de uma nova votação-chave no Parlamento britânico. Ontem, o acordo proposto pela primeira-ministra, Theresa May, foi rejeitado por 391 votos contra e 242 votos a favor, o que provocou uma nova votação hoje, sobre uma saída ordenada do Reino Unido da União Europeia (UE).
Se essa nova votação for novamente rejeitada, na quinta-feira o Parlamento britânico tem ainda uma nova votação, sobre a extensão do prazo para o Brexit. Originalmente, o Reino Unido deve deixar a UE no próximo dia 29. Resta, agora, então, as lideranças políticas decidirem sobre o assunto, sendo que é crescente a possibilidade de realização de um novo referendo sobre o tema, que pode reverter o “divórcio”.
O Brexit soma-se à lista de preocupações sobre a direção da economia global e a ausência de novidades em torno das negociações comerciais entre Estados Unidos e China. Nesse sentido, fica a sensação de que os ativos financeiros embutiram nos preços um cenário econômico que está muito à frente da perspectiva atual, baseado apenas na reitera “paciência” do Federal Reserve em relação à taxa de juros norte-americana.
Ou seja, os investidores estão levando mais em conta a liquidez financeira do que os fundamentos econômicos. Enquanto monitoram os desdobramentos das principais incertezas, os investidores têm uma enorme quantidade de dados econômicos para digerir, absorvendo tanto os números sobre atividade e inflação já conhecidos, enquanto aguardam novos indicadores serem divulgados.
Hoje é a vez da atividade
Um dia após a leitura mais salgada da inflação oficial ao consumidor brasileiro (IPCA) em fevereiro minar as chances de novos cortes na Selic em breve, hoje é a vez dos dados da indústria nacional calibrarem essas expectativas. Afinal, se a atividade seguir fraca, pode haver a necessidade de estímulos (monetários) adicionais.
O novo presidente do BC, Roberto Campos Neto, poderá lançar luz sobre essa encruzilhada durante a cerimônia de transmissão do cargo, a partir das 15h, substituindo Ilan Goldfajn. Ainda assim, ele deve repetir o mantra “cautela, serenidade e perseverança”, já que a inflação está gradualmente voltando à meta (4,25%), em meio a uma economia fraca.
No caso da produção industrial brasileira, a expectativa é de que tenha iniciado 2019 em leve queda em relação ao final de 2018, com -0,10%, ao passo que na comparação com igual período do ano passado a atividade deve ter perdido tração, caindo pela terceira vez seguida, em -1,5%. O resultado efetivo será divulgado às 9h pelo IBGE.
No exterior, também será conhecido o desempenho da produção industrial na zona do euro em janeiro, logo cedo. No fim do dia, a China anuncia os números da indústria e do setor de serviços no agregado dos dois primeiros meses deste ano, além dos dados sobre o investimento em ativos fixos.
Já nos EUA, o calendário norte-americano traz dados sobre a inflação no atacado no mês passado e sobre as encomendas de bens duráveis em janeiro, ambos às 9h30, além de números do setor imobiliário (11h). Também é esperada a posição dos estoques semanais de petróleo bruto e derivados no país (11h30).
Itaú Unibanco (ITUB4) será capaz de manter o fôlego no 1T25 ou os resultados fortes começarão a fraquejar? O que esperar do balanço do bancão
O resultado do maior banco privado do país está marcado para sair nesta quinta-feira (8), após o fechamento dos mercados; confira as expectativas dos analistas
Mesmo com apetite ao risco menor, Bradesco (BBDC4) supera expectativas e vê lucro crescer quase 40% no 1T25, a R$ 5,9 bilhões
Além do aumento na lucratividade, o banco também apresentou avanços na rentabilidade, com inadimplência e provisões contidas; veja os destaques
Klabin (KLBN11) avança entre as maiores altas do Ibovespa após balanço do 1T25 e anúncio de R$ 279 milhões em dividendos
Analistas do Itaú BBA destacaram a geração de fluxo de caixa livre (FCF) e a valorização do real frente ao dólar como motores do otimismo
Balanço fraco da RD Saúde (RADL3) derruba ações e aumenta pressão sobre rede de farmácias. Vale a pena comprar na queda?
Apesar das expectativas mais baixas para o trimestre, os resultados fracos da RD Saúde decepcionaram o mercado, intensificando a pressão sobre as ações
Bola de cristal monetária: Ibovespa busca um caminho em dia de Super Quarta, negociações EUA-China e mais balanços
Investidores estão em compasso de espera não só pelas decisões de juros, mas também pelas sinalizações do Copom e do Fed
Balanço da BB Seguridade (BBSE3) desagrada e ações caem forte na B3. O que frustrou o mercado no 1T25 (e o que fazer com os papéis agora)?
Avaliação dos analistas é que o resultado do trimestre foi negativo, pressionado pela lucratividade abaixo das expectativas; veja os destaques do balanço
Selic em alta atrai investidor estrangeiro para a renda fixa do Brasil, apesar do risco fiscal
Analistas também veem espaço para algum ganho — ou perdas limitadas — em dólar para o investidor estrangeiro que aportar no Brasil
Rafael Ferri vai virar o jogo para o Pão de Açúcar (PCAR3)? Ação desaba 21% após balanço do 1T25 e CEO coloca esperanças no novo conselho
Em conferência com os analistas após os resultados, o CEO Marcelo Pimentel disse confiar no conselho eleito na véspera para ajudar a empresa a se recuperar
É recorde: Ações da Brava Energia (BRAV3) lideram altas do Ibovespa com novo salto de produção em abril. O que está por trás da performance?
A companhia informou na noite passada que atingiu um novo pico de produção em abril, com um aumento de 15% em relação ao volume visto em março
Expectativa e realidade na bolsa: Ibovespa fica a reboque de Wall Street às vésperas da Super Quarta
Investidores acompanham o andamento da temporada de balanços enquanto se preparam para as decisões de juros dos bancos centrais de Brasil e EUA
Um recado para Galípolo: Analistas reduzem projeções para a Selic e a inflação no fim de 2025 na semana do Copom
Estimativa para a taxa de juros no fim de 2025 estava em 15,00% desde o início do ano; agora, às vésperas do Copom de maio, ela aparece em 14,75%
Smart Fit (SMFT3) e Direcional (DIRR3) entram no Ibovespa a partir de hoje; veja quem sai para dar lugar a elas
A nova composição é válida para o período de maio a agosto de 2025
Espírito olímpico na bolsa: Ibovespa flerta com novos recordes em semana de Super Quarta e balanços, muitos balanços
Enquanto Fed e Copom decidem juros, temporada de balanços ganha tração com Itaú, Bradesco e Ambev entre os destaques
Semana mais curta teve ganhos para a Bolsa brasileira e o real; veja como foram os últimos dias para Ibovespa e dólar
O destaque da semana que vem são as reuniões dos comitês de política monetária do Brasil e dos Estados Unidos para decidir sobre as taxas de juros dos seus países, na chamada “Super Quarta”
Fim do sufoco? Gol (GOLL4) fecha novo acordo com credores e avança para sair da recuperação judicial nos EUA
Companhia aérea avança no processo do Chapter 11 com apoio financeiro e mira retomada das operações com menos dívidas; ações avançam na bolsa brasileira
Um mês da ‘libertação’: guerra comercial de Trump abalou mercados em abril; o que esperar desta sexta
As bolsas ao redor do mundo operam em alta nesta manhã, após a China sinalizar disposição de iniciar negociações tarifárias com os EUA
Ibovespa deu uma surra no S&P 500 — e o mês de abril pode ter sido apenas o começo
O desempenho do Ibovespa em abril pode ser um indício de que estamos diante de uma mudança estrutural nos mercados internacionais, com implicações bastante positivas para os ativos brasileiros
Entenda por que Bolsonaro pode se beneficiar se ação penal de Ramagem for suspensa no caso da tentativa de golpe de Estado
Câmara analisa pedido de sustação da ação contra o deputado Alexandre Ramagem; PL, partido de Bolsonaro, querem anulação de todo o processo
Diretor do Inter (INBR32) aposta no consignado privado para conquistar novos patamares de ROE e avançar no ambicioso plano 60-30-30
Em entrevista ao Seu Dinheiro, Flavio Queijo, diretor de crédito consignado e imobiliário do Inter, revelou os planos do banco digital para ganhar mercado com a nova modalidade de empréstimo
Rodolfo Amstalden: Falta pouco agora
Depois de lambermos a lona no início de janeiro, a realidade acabou se mostrando um pouco mais piedosa com o Kit Brasil