🔴 [NO AR] MERCADO TEME A FRAGMENTAÇÃO DA DIREITA? ENTENDA A REAÇÃO DOS ATIVOS – ASSISTA AGORA

Olivia Bulla

Olivia Bulla

Olívia Bulla é jornalista, formada pela PUC Minas, e especialista em mercado financeiro e Economia, com mais de 10 anos de experiência e longa passagem pela Agência Estado/Broadcast. É mestre em Comunicação pela ECA-USP e tem conhecimento avançado em mandarim (chinês simplificado).

A Bula do Mercado

Agenda ganha força, mas guerra comercial é destaque

Dados de inflação ao consumidor no Brasil e ata da última reunião do Fed calibram apostas sobre rumo dos juros, após BC dos EUA indicar mais estímulos

Olivia Bulla
Olivia Bulla
9 de outubro de 2019
5:46 - atualizado às 9:38
Porém, foco dos investidores segue nas negociações comerciais entre EUA e China

A política monetária volta ao radar do mercado financeiro hoje, dia de divulgação do IPCA (9h) e da ata da última reunião do Federal Reserve (15h). Os investidores continuam acreditando na eficácia de estímulos lançados pelos bancos centrais para mitigar os impactos da guerra comercial, o que sustenta os negócios no exterior em alta nesta manhã, ainda mais após Jerome Powell falar ontem que deve voltar a comprar títulos do governo dos Estados Unidos (Treasuries) - mas sem admitir que se trata de um novo programa de afrouxamento monetário (QE, na sigla em inglês).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

De qualquer forma, os ativos globais seguem sensíveis ao noticiário sobre as negociações comerciais entre EUA e China, que serão retomadas amanhã. Apesar de a reunião estar mantida, as relações sino-americanas pioraram muito às vésperas do encontro, sugerindo que as duas maiores economias do mundo não caminham em direção a um acordo.

Ao contrário. O governo Trump manteve a estratégia de morde-e-assopra, aumentando a pressão contra Pequim antes do início formal das negociações, o que reduz a chance de algum consenso ser alcançado. Assim, qualquer progresso a ser feito deve ser em escala muito menor, envolvendo, por exemplo, compras de produtos agrícola do EUA pela China.

Afinal, após os EUA ampliarem o número de empresas chinesas que estão impedidas de comprar componentes de companhias norte-americanas, a Casa Branca impôs restrições a vistos para oficiais chineses. Em ambos os casos, a alegação foi abusos do governo chinês contra minorias muçulmanas na região autônoma de Xinjiang, violando direitos humanos.

Além disso, o governo Trump parece mesmo disposto em restringir o fluxo de investimentos do país para a China. O foco estaria nos fundos de pensão do governo dos EUA, sob o argumento de que o fluxo de portfólio em torno de US$ 50 bilhões em direção a ativos chineses estaria financiando o crescimento econômico do país asiático.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Ainda não está claro qual autoridade legal a Casa Branca tem para impedir que certas empresas chinesas façam parte da composição de índices referenciais, como o MSCI World Index, composto por países emergentes. O problema é se a proposta for mesmo levada a cabo e a China retaliar, vendendo, por exemplo, uma fatia das Treasuries que possui.

Leia Também

Seja como for, se Washington continuar com a prática de atacar enquanto negocia, mesmo que haja algum acordo nas conversações desta semana, Pequim naturalmente se perguntará se os EUA irão cumprir os compromissos ou vão enxergar o consenso como um sinal de que pode obter mais. As dúvidas, portanto, tendem a permanecer.

Esperança nos BCs

O sinal positivo prevalece entre os índices futuros das bolsas de Nova York e nas principais praças europeias, um dia após Wall Street amargar perdas de mais de 1%, o que contaminou o pregão na Ásia hoje. Enquanto o Ocidente se apóia na perspectiva de que o Fed estaria disposto em “imprimir dinheiro” via o QE, injetando liquidez nos mercados globais, o Oriente segue preocupado com as tensões comerciais.

Tóquio caiu 0,6% e Hong Kong cedeu 0,8%, enquanto Xangai subiu 0,4%, reagindo à declaração do Ministério do Comércio da China, dizendo que os EUA deveriam “parar de interferir” em assuntos internos do país. Segundo um porta-voz do ministério, “a China também tomará todas as medidas necessárias para proteger os interesses do país”.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Nos demais mercados, o petróleo recua e o minério de ferro caiu, apesar da valorização das moedas rivais em relação ao dólar. Destaque para a lira turca, que monitora tropas do país cruzando a fronteira com a Síria. Já o juro projetado pelo título norte-americano de 10 anos (T-note) está de lado, à espera de novos eventos envolvendo o Fed hoje, após Powell sugerir mais um corte na taxa de juros para evitar turbulência nos mercados.

IPCA e ata do Fed em destaque

A agenda econômica está mais relevante hoje e traz como destaque o IPCA de setembro. A previsão é de que o indicador mantenha as leituras fracas, que vêm sendo registradas desde o fim do semestre passado, ficando praticamente estável em relação a agosto. Com isso, a taxa acumulada em 12 meses deve ficar abaixo de 3%, no menor nível do ano.

Os números efetivos serão conhecidos às 9h e devem calibrar as apostas em relação ao rumo da Selic neste ano. A expectativa é de que a taxa básica caia abaixo de 5% até dezembro, sendo que as apostas mais ousadas já falam em juros de 4% em 2019, com o Copom acelerando o ritmo de cortes para 0,75 ponto nas próximas duas reuniões.

O Fed também tem mais dois encontros neste ano, em outubro e em dezembro, mas o cenário em relação à taxa norte-americana parece mais incerto. Por isso, será importante fazer a leitura da ata da reunião do mês passado. O documento será publicado às 15h e pode esclarecer tanto o novo corte de setembro quanto a divergência entre os membros.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Da mesma forma, também merece atenção mais um discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, às 12h. Ainda no calendário norte-americano do dia, saem o relatório Jolts sobre o número de vagas disponíveis e os estoques no atacado, ambos às 11h e referentes ao mês de agosto, além dos estoques semanais de petróleo bruto e derivados no país (11h30).

No Brasil, serão conhecidos também os números preliminares sobre a entrada e saída de dólares no início deste mês (14h30). Aliás, saltam aos olhos as sucessivas retiradas de capital estrangeiro no mercado secundário da Bolsa brasileira nos primeiros dias de outubro, na ordem diária de R$ 1 bilhão, elevando o déficit para mais de R$ 20 bilhões.

Dólar e o pré-sal

Essa falta de apetite dos “gringos” pelos ativos domésticos ajuda a explicar, em partes, porque o mercado doméstico de câmbio está respeitando o intervalo entre R$ 4,05 e R$ 4,20, desde que rompeu a barreira dos R$ 4,00, em meados de agosto. Aliás, esse comportamento da moeda norte-americana tem encurtado o fôlego de alta do Ibovespa, que ontem perdeu a faixa dos 100 mil pontos.

O problema é que um dólar realmente mais fraco depende de um movimento global nesta direção - algo que só deve ocorrer se os sinais mais claros de desaceleração nos EUA combinados com as apostas de queda adicionais de juros pelo Fed se confirmarem. Mas também há a expectativa de entrada maciça de recursos externos via o megaleilão do pré-sal, da ordem de R$ 100 bilhões, previsto para 6 de novembro.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Com o acordo entre os Estados e municípios sobre a divisão dos recursos da cessão onerosa da camada de extração de petróleo, a proposta deve ser votada hoje no Congresso. O imbróglio é tido como a principal condicionante para votar, em segundo turno, a reforma da Previdência, que, aliás, deve ficar para o fim deste mês.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
DESTAQUES DA SEMANA

Maiores quedas e altas do Ibovespa na semana: com cenário eleitoral e Copom ‘jogando contra’, índice caiu 1,4%; confira os destaques

20 de dezembro de 2025 - 16:34

Com Copom firme e incertezas políticas no horizonte, investidores reduziram risco e pressionaram o Ibovespa; Brava (BRAV3) é maior alta, enquanto Direcional (DIRR3) lidera perdas

OS MAIORES DO ANO

Nem o ‘Pacman de FIIs’, nem o faminto TRXF11, o fundo imobiliário que mais cresceu em 2025 foi outro gigante do mercado; confira o ranking

19 de dezembro de 2025 - 14:28

Na pesquisa, que foi realizada com base em dados patrimoniais divulgados pelos FIIs, o fundo vencedor é um dos maiores nomes do segmento de papel

MEXENDO NO PORTFÓLIO

De olho na alavancagem, FIIs da TRX negociam venda de nove imóveis por R$ 672 milhões; confira os detalhes da operação

19 de dezembro de 2025 - 11:17

Segundo comunicado divulgado ao mercado, os ativos estão locados para grandes redes do varejo alimentar

MERCADOS

“Candidatura de Tarcísio não é projeto enterrado”: Ibovespa sobe e dólar fecha estável em R$ 5,5237

18 de dezembro de 2025 - 19:21

Declaração do presidente nacional do PP, e um dos líderes do Centrão, senador Ciro Nogueira (PI), ajuda a impulsionar os ganhos da bolsa brasileira nesta quinta-feira (18)

ENTREVISTA

‘Se eleição for à direita, é bolsa a 200 mil pontos para mais’, diz Felipe Miranda, CEO da Empiricus

18 de dezembro de 2025 - 19:00

CEO da Empiricus Research fala em podcast sobre suas perspectivas para a bolsa de valores e potenciais candidatos à presidência para eleições do próximo ano.

OTIMISMO NO RADAR

Onde estão as melhores oportunidades no mercado de FIIs em 2026? Gestores respondem

18 de dezembro de 2025 - 17:41

Segundo um levantamento do BTG Pactual com 41 gestoras de FIIs, a expectativa é que o próximo ano seja ainda melhor para o mercado imobiliário

PROVENTOS E MAIS PROVENTOS

Chuva de dividendos ainda não acabou: mais de R$ 50 bilhões ainda devem pingar na conta em 2025

18 de dezembro de 2025 - 16:30

Mesmo após uma enxurrada de proventos desde outubro, analistas veem espaço para novos anúncios e pagamentos relevantes na bolsa brasileira

ONDA DE PROVENTOS

Corrida contra o imposto: Guararapes (GUAR3) anuncia R$ 1,488 bilhão em dividendos e JCP com venda de Midway Mall

18 de dezembro de 2025 - 9:29

A companhia anunciou que os recursos para o pagamento vêm da venda de sua subsidiária Midway Shopping Center para a Capitânia Capital S.A por R$ 1,61 bilhão

HORA DE COMPRAR

Ação que triplicou na bolsa ainda tem mais para dar? Para o Itaú BBA, sim. Gatilho pode estar próximo

17 de dezembro de 2025 - 17:22

Alta de 200% no ano, sensibilidade aos juros e foco em rentabilidade colocam a Movida (MOVI3) no radar, como aposta agressiva para capturar o início do ciclo de cortes da Selic

TOUROS E URSOS #252

Flávio Bolsonaro presidente? Saiba por que o mercado acendeu o sinal amarelo para essa possibilidade

17 de dezembro de 2025 - 12:35

Rodrigo Glatt, sócio-fundador da GTI, falou no podcast Touros e Ursos desta semana sobre os temores dos agentes financeiros com a fragmentação da oposição frente à reeleição do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva

ESTRATÉGIA DO GESTOR

‘Flávio Day’ e eleições são só ruído; o que determina o rumo do Ibovespa em 2026 é o cenário global, diz estrategista do Itaú

16 de dezembro de 2025 - 15:07

Tendência global de queda do dólar favorece emergentes, e Brasil ainda deve contar com o bônus da queda na taxa de juros

RECUPERAÇÃO RÁPIDA

Susto com cenário eleitoral é prova cabal de que o Ibovespa está em “um claro bull market”, segundo o Santander

16 de dezembro de 2025 - 10:50

Segundo os analistas do banco, a recuperação de boa parte das perdas com a notícia sobre a possível candidatura do senador é sinal de que surpresas negativas não são o suficiente para afugentar investidores

RANKING

Estas 17 ações superaram os juros no governo Lula 3 — a principal delas entregou um retorno 20 vezes maior que o CDI

15 de dezembro de 2025 - 19:05

Com a taxa básica de juros subindo a 15% no terceiro mandato do presidente Lula, o CDI voltou a assumir o papel de principal referência de retorno

SMALL CAP QUERIDINHA

Alta de 140% no ano é pouco: esta ação está barata demais para ser ignorada — segundo o BTG, há espaço para bem mais

15 de dezembro de 2025 - 19:02

O banco atualizou a tese de investimentos para a companhia, reiterando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para os papéis de R$ 14 para R$ 21,50

HAJA MÁSCARA DE OXIGÊNIO

Queda brusca na B3: por que a Azul (AZUL4) despenca 22% hoje, mesmo com a aprovação do plano que reforça o caixa

15 de dezembro de 2025 - 17:23

As ações reagiram à aprovação judicial do plano de reorganização no Chapter 11, que essencialmente passa o controle da companhia para as mãos dos credores

HORA DE COMPRAR?

Ibovespa acima dos 250 mil pontos em 2026: para o Safra é possível — e a eleição não é um grande problema

15 de dezembro de 2025 - 16:05

Na projeção mais otimista do banco, o Ibovespa pode superar os 250 mil pontos com aumento dos lucros das empresas, Selic caindo e cenário internacional ajudando. O cenário-base é de 198 mil pontos para o ano que vem

TIME LATAM

BTG escala time de ações da América Latina para fechar o ano: esquema 4-3-3 tem Brasil, Peru e México

15 de dezembro de 2025 - 14:18

O banco fez algumas alterações em sua estratégia para empresas da América Latina, abrindo espaço para Chile e Argentina, mas com ações ainda “no banco”

LEVANTAMENTO

A torneira dos dividendos vai secar em 2026? Especialistas projetam tendências na bolsa diante de tributação

15 de dezembro de 2025 - 6:05

2025 caminha para ser ano recorde em matéria de proventos; em 2026 setores arroz com feijão ganham destaque

CHUVA DE PROVENTOS CONTINUA

As ações que devem ser as melhores pagadoras de dividendos de 2026, com retornos de até 15%

15 de dezembro de 2025 - 6:05

Bancos, seguradoras e elétricas lideram e uma empresa de shoppings será a grande revelação do próximo ano

LEI MAGNITSKY

Bancos sobem na bolsa com o fim das sanções contra Alexandre de Moraes — Banco do Brasil (BBAS3) é o destaque

12 de dezembro de 2025 - 17:14

Quando a sanção foi anunciada, em agosto deste ano, os papéis dos bancos desabaram devido as incertezas em relação à aplicação da punição

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar