CDB ou LCA: títulos mais rentáveis de junho diminuem taxas, mas valores máximos chegam a 105% do CDI com imposto e 13,2% ao ano isento de IR
Levantamento da Quantum Finance traz as emissões com taxas acima da média do mercado e mostra que os valores diminuíram em relação a maio
A taxa básica (Selic) do país chegou a 15% ao ano em junho, mas, na prática, o que se observou no mercado foi uma queda nos valores pagos por bancos e instituições financeiras nos títulos de renda fixa que rendem juros.
Entre maio e junho, o Banco Mercantil, por exemplo, diminuiu em 2,5 pontos percentuais (p.p.) os valores máximos oferecidos em seus Certificados de Depósitos Bancários (CDB) com retorno pós-fixado.
As emissões de maio do Mercantil apresentaram uma taxa máxima de 108% do CDI, enquanto as de junho ficaram em 105,5% do CDI. Nos dois casos, o prazo de vencimento do CDB é de 12 meses.
- LEIA TAMBÉM: As recomendações da research mais premiada da América Latina – como acessar relatórios do BTG Pactual como cortesia do Seu Dinheiro?
Os dados são de um levantamento da Quantum Finance, e mostram que o mesmo foi observado nos CDBs atrelados à inflação do chinês Haitong Banco de Investimento.
Para os papéis com prazo de vencimento em 24 meses, o Haitong diminui o prêmio de juro real que acompanha a correção da inflação em 0,41 p.p..
Com isso, o CDB do Haitong que oferecia IPCA + 9,06% nas emissões de maio passaram a ofertar IPCA + 8,65% em junho.
Leia Também
Guilherme Almeida, economista e head de renda fixa da Suno Research, explica que as mudanças nas taxas acompanham o alívio do mercado em relação aos valores de juros e inflação que estão sendo projetados para o futuro.
O aumento da Selic pelo Banco Central ajudou nessa percepção de alívio. Ao aumentar os juros básicos, a autarquia passou a mensagem de que está preocupada com a inflação do país e que será rigorosa na sua política monetária para conter o aumento dos preços.
Diante dessa percepção do mercado de menos juros e menos inflação no futuro, as taxas oferecidas nos títulos tendem a cair.
Veja as taxas praticadas nas emissões de CDB mais rentáveis de junho:
| Indexador | Prazo (meses) | Taxa mínima | Taxa média | Taxa máxima |
|---|---|---|---|---|
| %CDI | 6 | 96,50% | 98,67% | 102,50% |
| %CDI | 12 | 90,00% | 99,02% | 105,5% |
| %CDI | 24 | 96,5% | 99,34% | 120%* |
| IPCA+ | 12 | 8,73% | 9,18% | 9,72% |
| IPCA+ | 24 | 7,72% | 8,17% | 8,65% |
| Prefixado | 6 | 14,23% | 14,45% | 14,79% |
| Prefixado | 12 | 14,05% | 14,42% | 15,05% |
| Prefixado | 24 | 13,37% | 13,59% | 13,93% |
*Emissão do Banco Master com taxas acima do praticado pelo mercado.
Retornos dos CDBs mais rentáveis emitidos entre 31/5/2025 e 30/6/2025.
Como ficaram as LCA isentas de imposto de renda
O fechamento nas taxas também foi observado nas Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) acompanhadas pela Quantum Finance. O motivo para a oferta menor de juros, entretanto, é diferente do CDB, segundo Almeida.
Para o economista, a possibilidade de tributação desses títulos pelo governo federal, conforme proposto na Medida Provisória 1.303 — que está em vigor, mas ainda deve ser analisada pelo Congresso Nacional e pode mudar —, aumentou a demanda pelo investimento.
“Investidores receosos com a possibilidade de tributação estão montando posição nesses títulos. Quanto maior a demanda, menor as taxas que são ofertadas”, diz Almeida.
Essa corrida pelos isentos é verificada no aumento das emissões também. Dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) mostram que o estoque de LCA aumentou 2,47% entre maio e junho.
O título homônimo do setor imobiliário, as LCIs, viu um crescimento de 2,08% no mesmo período.
Para Almeida, trata-se de um volume de emissões relevante para apenas um mês e que, em alguma medida, está relacionada a essa maior busca dos investidores enquanto não há definição sobre a tributação desses títulos isentos.
O Banco ABC Brasil diminuiu as taxas oferecidas em suas LCA de longo prazo, principalmente.
O título com vencimento em 36 meses ofereceu 7,32% de taxa máxima na emissão indexada ao IPCA em maio. Em junho, o prêmio para a emissão do mesmo vencimento foi de 6,70%.
Os prefixados passaram por reajustes menos significativos, mesmo nas emissões mais alongadas.
Nas LCA com vencimento em 24 meses, por exemplo, a mudança na taxa máxima foi de 12,42% em maio para 12,40% em junho.
Veja as taxas praticadas nas emissões de LCA mais rentáveis de junho:
| Indexador | Prazo (meses) | Taxa mínima | Taxa média | Taxa máxima |
|---|---|---|---|---|
| %CDI | 12 | 81,5% | 90,68% | 93,5% |
| %CDI | 24 | 88,5% | 91,11% | 98,5% |
| %CDI | 36 | 89,5% | 92,18% | 94,5% |
| IPCA+ | 24 | 6,31% | 6,75% | 7,20% |
| IPCA+ | 36 | 6,11% | 6,41% | 6,70% |
| Prefixado | 12 | 12,38% | 12,82% | 13,22% |
| Prefixado | 24 | 11,82% | 12,12% | 12,40% |
| Prefixado | 36 | 11,71% | 11,96% | 12,16% |
Retornos das LCAs mais rentáveis emitidas entre 31/5/2025 e 30/6/2025.
Com renda fixa em alta, B3 lança índice que acompanha desempenho do Tesouro Selic
Indicador mede o desempenho das LFTs e reforça a consolidação da renda fixa entre investidores; Nubank estreia primeiro produto atrelado ao índice
Fim da ‘corrida aos isentos’: gestores de crédito ficam mais pessimistas com as debêntures incentivadas com isenção de IR garantida
Nova pesquisa da Empiricus mostra que os gestores estão pessimistas em relação aos retornos e às emissões nos próximos meses
Renda fixa recomendada para outubro paga IPCA + 8,5% e 101% do CDI — confira as opções de debêntures isentas, CDB e LCA
BTG Pactual, BB Investimentos, Itaú BBA e XP recomendam travar boa rentabilidade agora e levar títulos até o vencimento diante da possibilidade de corte dos juros à frente
LCI, LCA, FII e fiagro mantêm isenção de imposto de renda; veja as novas mudanças na MP 1.303/25, que deve ser votada até amanhã (8)
Tributação de LCIs e LCAs em 7,5% chegou a ser aventada, mantendo-se isentos os demais investimentos incentivados. Agora, todas as isenções foram mantidas
Problemas de Ambipar (AMBP3) e Braskem (BRKM5) podem contaminar títulos de dívida de outras empresas, indica Fitch
Eventos de crédito envolvendo essas duas empresas, que podem estar em vias de entrar em recuperação judicial, podem aumentar a aversão a risco de investidores de renda fixa corporativa, avalia agência de rating
Tesouro Direto: retorno do Tesouro IPCA+ supera 8% mais inflação nesta quinta (2); o que empurrou a taxa para cima?
Trata-se de um retorno recorde para o título de 2029, que sugere uma reação negativa do mercado a uma nova proposta de gratuidade do transporte público pelo governo Lula
Brasil captou no exterior com menor prêmio da história este ano: “há um apetite externo muito grande”, diz secretário do Tesouro
Em evento do BNDES, Rogério Ceron afirmou que as taxas dos títulos soberanos de cinco anos fecharam com a menor diferença da história em relação aos Treasurys dos EUA
Isentas de imposto de renda ou não, debêntures incentivadas continuarão em alta; entenda por quê
A “corrida pelos isentos” para garantir o IR zero é menos responsável pelas taxas atuais dos títulos do que se pode imaginar. O fator determinante é outro e não vai mudar tão cedo
Renda fixa: Tesouro IPCA+ pode render 60% em um ano e é a grande oportunidade do momento, diz Marília Fontes, da Nord
Especialista aponta que as taxas atuais são raras e que o fechamento dos juros pode gerar ganhos de até 60% em um ano
Quanto rendem R$ 10 mil na renda fixa conservadora com a Selic estacionada em 15% — e quais são os ativos mais atrativos agora
Analistas de renda fixa da XP Investimentos simulam retorno em aplicações como poupança, Tesouro Selic, CDB e LCI e recomendam ativos preferidos na classe
Tesouro Selic deve ser primeiro título do Tesouro Direto a ter negociação de 24 horas, diz CEO da B3
Rogério Ceron, secretário do Tesouro Nacional, também falou sobre o que esperar do próximo produto da plataforma: o Tesouro Reserva de Emergência
Nada de 120% do CDI: CDB e LCA estão pagando menos, com queda de juros à vista e sem o banco Master na jogada; veja a remuneração máxima
Levantamento da Quantum Finance traz as emissões com taxas acima da média do mercado e mostra que os valores diminuíram em relação a julho
Chamada final para retornos de 15% ou IPCA + 7%? Analistas indicam o melhor da renda fixa para setembro, antes de a Selic começar a cair
BTG Pactual, BB Investimentos, Itaú BBA e XP recomendam travar boa rentabilidade agora e levar títulos até o vencimento diante da possibilidade de corte dos juros à frente
CDB do Banco Master a 185% do CDI ou IPCA + 30%: vale a pena investir agora? Entenda os riscos e até onde vai a garantia do FGC
Os títulos de renda fixa seguem com desconto nas plataformas de corretoras enquanto a situação do banco Master continua indefinida
Liquidação no mercado secundário dispara retorno de CDBs do Banco Master: de IPCA + 30% a 175% do CDI
Sem a venda para o BRB, mercado exige prêmio maior para o risco aumentado das dívidas do banco e investidores aceitam vender com descontos de até 40% no preço
Como ficam os CDBs do banco Master e do Will Bank após venda ao BRB ser barrada? Retornos chegam a 25% ao ano ou IPCA + 19%
A percepção de risco aumentou e investidores correm para vender seus títulos novamente, absorvendo prejuízos com preços até 40% menores
SPX diminui aposta no Banco do Brasil e vê oportunidade rara no crédito soberano da Argentina
Com spreads comprimidos travando o mercado local de títulos de dívida, a SPX afina a estratégia para preservar relação risco-retorno em fundos de crédito
Braskem, Vale, Mercado Livre… onde estão os riscos e oportunidades no crédito para quem investe em debêntures, na visão da Moody’s
Relatório da agência de risco projeta estabilidade na qualidade do crédito até o próximo ano, mas desaceleração da atividade em meio a juros altos e incertezas políticas exigem cautela
Prêmio das debêntures de infraestrutura é o menor em cinco anos — quem está comprando esse risco e por quê?
Diferença nas taxas em relação aos retornos dos títulos públicos está cada vez menor, diante da corrida aos isentos impulsionada por uma possível cobrança de imposto
A nova jogada dos gestores de crédito para debêntures incentivadas em meio à incerteza da isenção do IR
Com spreads cada vez mais apertados e dúvidas sobre a isenção do imposto de renda, gestores recorrem ao risco intermediário e reforçam posições em FIDCs para buscar retorno
