Governo Trump dá chilique após rebaixamento da nota de crédito dos EUA pela Moody’s
Moody’s foi a última das três principais agências de classificação de risco de crédito a tirar dos EUA o rating ‘triplo A’

Algumas características da personalidade de Donald Trump saltam aos olhos até dos observadores mais desatentos.
Uma delas é que o atual presidente dos Estados Unidos tende a reagir desproporcionalmente a cada vez que é confrontado pela realidade dos fatos.
Para surpresa de zero pessoa, a Casa Branca criticou o rebaixamento da classificação de risco de crédito dos EUA pela Moody’s.
Na sexta-feira, depois do fechamento dos mercados, a agência anunciou a decisão de cortar o rating soberano “triplo A” dos EUA para ‘Aa1’. A perspectiva é estável.
A Moody’s nem deu tanta importância à guerra comercial deflagrada por Trump contra o mundo.
A agência baseou a decisão no aumento exponencial da dívida norte-americana — processo que se arrasta por mais de uma década — e dos índices de pagamento de juros para níveis significativamente mais altos do que os de países com nota ‘Aaa’.
Leia Também
Como a volta do Oasis aos palcos pode levar a Ticketmaster a uma disputa judicial
Mas a Moody's foi além ao explicar a decisão sobre a nota soberana dos EUA.
A agência repartiu a responsabilidade entre Trump e seus antecessores.
“Sucessivas administrações e o Congresso dos EUA falharam em chegar a um acordo sobre medidas para reverter a tendência de grandes déficits fiscais anuais e custos crescentes de juros”, afirma a Moody’s em um comunicado.
A primeira reação dos investidores pôde ser observada nos juros projetados dos títulos da dívida norte-americana já na noite de sexta-feira.
Moody’s foi a última agência a corte o rating dos EUA
De qualquer modo, o rebaixamento pela Moody’s não é exatamente uma surpresa. Alguns críticos consideram até que ela demorou.
Isso porque a Moody’s foi a última das três principais agências globais de classificação de risco de crédito a cortar o rating soberano dos EUA.
O país perdeu o triplo A da Standard & Poor’s em um já longínquo 2011. A Fitch rebaixou os Estados Unidos em 2023.
Na época do corte da S&P, o presidente era Barack Obama. A ação da Fitch ocorreu durante o governo Joe Biden. Os dois eram do Partido Democrata.
- VEJA TAMBÉM: Deixou a declaração para última hora? Baixe o Guia do Imposto de Renda e veja como resolver isso de forma descomplicada
A reação do governo Trump
Ação de agência de rating é aquela coisa: quando é a favor, o avaliado comemora; já quando é contra...
Para o governo Trump (republicano), a decisão da Moody’s teria “motivação política”.
"Mark Zandi é um assessor de Obama e doador de Clinton que é um 'Never Trumper' desde 2016. Ninguém leva sua 'análise' a sério. Já foi provado que ele estava errado inúmeras vezes", escreveu Steven Cheung, diretor de Comunicações da Casa Branca, em suas redes sociais.
Para além da alegação de “motivação política”, o assessor de Trump errou o alvo. Mark Zandi é economista da Moody’s Analytics, não da Moody’s Ratings.
Apesar da manifestação da Casa Branca, Trump ainda não mencionou o rebaixamento em suas próprias palavras.
Ainda assim, a Moody’s desponta como forte candidata a entrar para a crescente lista de supostos “comunistas” aos olhos do presidente norte-americano.
Trump tem vitória no Senado com avanço de megaprojeto de gastos, e Elon Musk solta o verbo: “Completamente insano”
Apesar da vitória, a votação não foi fácil. O projeto vem sendo criticado pela oposição e também por aliados, incluindo o CEO da Tesla
Recebendo currículos, Trump diz o que o candidato precisa ter para ser escolhido presidente do Fed
O mandato do atual chefe do banco central norte-americana acaba em maio do ano que vem e o republicano já está em busca de nomes para a sucessão
Será que deu ruim? Titãs de Wall Street passam por teste de estresse; confira se algum dos grandes bancos EUA foi reprovado
A avaliação considerou uma recessão global severa, com desemprego em 10% e queda acumulada do Produto Interno Bruto (PIB) real de 7,8%
A guerra dos EUA com a China acabou? O sinal de Trump que pode colocar fim à disputa entre as duas maiores economias do mundo
Um ponto crucial para as tarifas serem suspensas teria sido acordado nesta semana, segundo fontes da Casa Branca
A guerra acabou, decreta Trump sobre Israel e Irã — mas nem ele mesmo tem certeza disso
Presidente norte-americano deu declarações conflituosas sobre o status do conflito entre os dois inimigos no Oriente Médio, que mantêm um cessar-fogo frágil
Trump dá aval para Powell subir juros, mas impõe uma condição para isso acontecer nos EUA
O presidente do banco central norte-americano participou do segundo dia de depoimentos semestrais no Congresso; já o republicano usou os holofotes da Otan para falar da política monetária norte-americana
A Europa corre perigo? Otan sobe meta de gastos para 5% em mudança histórica e Trump manda recado duro para um membro
A medida mais decisiva da aliança em mais de uma década ocorre em meio à escalada de tensões no Oriente Médio e ao conflito entre Ucrânia e Rússia — mas um país europeu ainda resiste
Trump falhou: peças centrais do programa nuclear do Irã seguem intactas, diz inteligência dos EUA
Enquanto a Casa Branca nega as informações, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, promete atacar novamente se Teerã retomar seu programa nuclear
Após cessar-fogo entre Irã e Israel, Donald Trump é indicado ao Nobel da Paz (de novo)
Mais que prestígio, a indicação ao prêmio entra no jogo político da Casa Branca — e no xadrez internacional
Israel e Irã podem mexer com a política de juros nos EUA? Powell responde
O presidente do Federal Reserve presta depoimento ao Comitê de Serviços Financeiros da Câmara e fala dos reflexos da instabilidade no Oriente Médio nas decisões do banco central norte-americano
Powell diz o que pensa na guerra pelo corte de juros após ser chamado de burro por Trump
O presidente do Federal Reserve presta depoimento ao Comitê de Serviços Financeiros da Câmara e fala o que vai acontecer com os juros, o que pensa sobre as tarifas e sobre a guerra entre Israel e Irã
A guerra não acabou: Trump anuncia cessar-fogo entre Israel e Irã — mas tem o maior dos desafios pela frente
Mais cedo, Teerã respondeu à ofensiva norte-americana contra instalações nucleares com um ataque com mísseis à Base Aérea de Al Udeid, no Catar
Brasil na guerra: governo se posiciona sobre ataque dos EUA ao Irã; veja o que diz o Itamaraty
Ministério das Relações Exteriores emite nota oficial sobre a escalada do conflito no Oriente Médio; mais cedo o ex-chanceler e agora assessor especial Celso Amorim havia se manifestado sobre os confrontos
Empresas começam a suspender atividades com escalada da guerra entre Israel e Irã
Do setor marítimo ao setor aéreo, as primeiras companhias começam a anunciar uma paralisação temporária das operações na esteira dos ataques dos EUA às instalações nucleares iranianas
Apagando fogo com gasolina: a oferta da Rússia ao Irã que pode desencadear uma guerra nuclear
Um dos homens fortes do governo de Putin questiona sucesso do ofensiva norte-americana, que atacou três instalações nucleares iranianas, afirmando que uma futura produção de armas atômicas segue sobre a mesa
O Estreito de Ormuz na berlinda: Irã se prepara para fechar a passagem marítima mais importante do mundo
Embora tenha ameaçado diversas vezes, o governo iraniano nunca fechou, de fato, a via, mas, agora, o parlamento começa a dar passos nessa direção
Da China a Europa: a reação internacional ao ataque dos EUA às instalações nucleares do Irã
Na noite de sábado (21), o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou uma operação classificada por ele como bem-sucedida contra três usinas nucleares iranianas
Consequências perpétuas: a resposta do Irã ao envolvimento direto dos EUA na guerra de Israel
Enquanto não toma uma decisão mais dura, Teerã lança a 20ª onda de ataques com mísseis e drones contra alvos militares israelenses
Uma declaração de guerra? Ou haverá paz ou haverá tragédia, diz Trump em pronunciamento após ataques ao Irã
O presidente norte-americano falou pela primeira vez à televisão pouco mais de uma hora depois de anunciar uma ofensiva contra três instalações nucleares iranianas; o primeiro-ministro de Israel também discursa
EUA entram na guerra de Israel contra o Irã: o que está em jogo após o ataque histórico com aval de Trump
O presidente norte-americano anunciou neste sábado (21) uma ofensiva contra instalações nucleares, incluindo Fordow — uma usina que fica em uma região montanhosa e a 90 metros de profundidade