A última ameaça de Trump coloca o Brasil (de novo) no olho do furacão — e não é sobre Bolsonaro
O presidente norte-americano falou nesta sexta-feira (18) que pode taxar o Brics e 10% caso o bloco use qualquer moeda que não seja o dólar
Antes mesmo de tomar posse, em fevereiro deste ano, Donald Trump vociferava: se o Brics brincar com o dólar, enfrentarão uma tarifa de 100%. Nesta sexta-feira (18), o presidente norte-americano deu um novo aviso ao grupo de países emergentes liderados por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — só que a ameaça veio com uma taxa menor.
"A todos os países do Brics, vamos tarifá-los em 10%", afirmou o republicano durante evento na Casa Branca, reafirmando que o bloco tenta “acabar com a dominância do dólar”.
Trump não deu mais detalhes sobre a possível taxação, mas, em ocasiões anteriores nas quais ameaçou o Brics, indicou que a tarifa seria adicional.
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O republicano reforçou a importância do dólar. "Não vamos deixar o nosso dólar perder o seu valor", afirmou.
"Não podemos deixar que ninguém brinque com a gente, com o nosso dólar. Perder essa luta é como perder uma guerra", acrescentou.
Trump diz que Brics não é forte, mas promete resposta firme
Trump ainda minimizou a força do grupo ao dizer que o Brics se reuniu, "mas ninguém compareceu", após a ausência do presidente da China, Xi Jinping, e do líder russo, Vladimir Putin, na cúpula no Rio de Janeiro.
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O republicano disse que o bloco "não vai durar muito”. “Acho que nem vão seguir adiante", afirmou.
Ainda assim, o presidente norte-americano não poupou esforços para conter as ambições do bloco. O próprio Trump disse que, ao tomar conhecimento do Brics, os "atacou com muita força" e prometeu agir caso o grupo avance.
"Se o Brics se organizar de forma significativa, isso vai acabar muito rapidamente", afirmou Trump, sem especificar o que se encerraria "rapidamente".
TRUMP TARIFA o Brasil em 50%: O que fazer agora? O impacto na BOLSA, DÓLAR e JUROS
A ameaça de Trump é um recado ao Brasil?
A ameaça de tarifar o Brics em 10% feita nesta sexta-feira (18) se refere à indicação de que os países do Brics podem buscar um sistema de pagamento em moedas locais, ou seja, uma alternativa ao dólar nas transações comerciais do grupo.
A questão é que essa medida é uma das prioridades do Brasil dentro do bloco.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defende a adoção de uma moeda diferente do dólar para comércio entre países do grupo há anos.
Na ocasião das primeiras ameaças de Trump ao Brics, Lula afirmou “não achar uma coisa muito responsável e séria” que um presidente da República de um país do tamanho dos EUA ficasse “ameaçando o mundo através da internet”.
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