“Se o investidor acredita no minério acima de US$ 100, melhor se posicionar nas ações”. Por que o CEO e o CFO da Vale (VALE3) veem oportunidade agora?
A declaração tem respaldo no desempenho operacional da Vale — mas não só nele; descubra o que está por trás o otimismo dos executivos com a ação da mineradora neste momento
As ações da Vale (VALE3) sobem mais de 2% nesta sexta-feira (31), entre as maiores altas do Ibovespa, caminhando para encerrar outubro com alta de 13% e acumulando ganho de quase 30% no ano. Mesmo diante dessa performance, tanto o CEO como o CFO são contundentes: se o investidor acredita no minério de ferro acima de US$ 100, a hora de se posicionar é agora.
A declaração tem respaldo no desempenho operacional da Vale — mas não só nele. Entre julho e setembro, a produção de minério da companhia somou 94,403 milhões de toneladas métricas (Mt), o que representa um aumento de 3,8% em base anual. Na comparação com o trimestre imediatamente anterior, também houve alta, de 12,9%. Esse é o maior nível desde 2018.
Essa performance ajudou a mineradora a superar as projeções para lucro e receita no terceiro trimestre — o lucro no período chegou a US$ 2,7 bilhões, enquanto a receita somou US$ 10,420 bilhões. Você pode conferir aqui os detalhes do balanço da Vale no terceiro trimestre.
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Além da melhora do desempenho de capital e da disciplina fiscal, a Vale tem sido beneficiada pelo aumento de preços do minério de ferro, que opera na casa dos US$ 100 a tonelada.
No terceiro trimestre, os preços de referência praticados pela Vale foram de US$ 102 a tonelada. Nesta sexta-feira (31), o minério negociado na bolsa de Dalian, na China, fechou cotado a US$ 112,50 a tonelada, fazendo a commodity acumular alta de 4,10% na semana.
O motivo por trás da recomendação dos executivos é outro…
“Se o investidor acredita no preço do minério de ferro acima de US$100, melhor se posicionar em nossas ações”, disse o CFO da Vale, Marcelo Bacci, durante teleconferência de resultados da companhia nesta sexta-feira (31).
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Ele não se referia apenas à performance financeira e operacional da companhia, mas também ao preço oferecido na recompra de debêntures participativas da sua 6ª emissão.
A mineradora propôs pagar R$ 42 por debênture, um montante que representa um prêmio de cerca de 15% em relação ao preço de fechamento das debêntures no dia útil anterior ao anúncio da oferta. Caso consiga recomprar todos os 388.559.056 papéis em circulação, a companhia pode desembolsar R$ 16,3 bilhões na operação.
“O valor é razoável, acima do justo e com prêmio grande”, disse Bacci.
No último dia 6, a Vale informou que a iniciativa da compra de debêntures busca otimizar a estrutura de capital por meio da gestão de passivos financeiros, além de reforçar a estratégia de alocação de recursos.
Vale lembrar que o posicionamento da mineradora se tornou público um dia depois da notícia de que um grupo de investidores, que possuem debêntures perpétuas da companhia, vinha pressionando por termos mais atrativos, buscando um preço mais próximo de R$ 50 por papel.
Segundo o CFO, a oferta deve ser concluída nesta sexta-feira (31) e é a única desde a emissão, há 28 anos.
O Seu Dinheiro conta aqui o que pensam os analistas sobre a compra das ações da Vale após os resultados do terceiro trimestre.
Vale ainda vai destravar mais valor
Mas o valor da Vale está muito além da operação de compra de debêntures ou do preço do minério de ferro acima de US$ 100, segundo o CEO da mineradora.
Gustavo Pimenta afirmou que ainda há muitas oportunidades para a empresa destravar valor e recuperar sua posição no mercado, sem a necessidade de movimentos de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês).
“Não precisamos fazer M&A. Temos os recursos aqui, ainda que leve um pouco mais tempo”, afirmou Pimenta na teleconferência de resultados desta sexta-feira (31).
Para ele, o valor virá se a Vale seguir operando bem os ativos. “Podemos melhorar em ferrosos e metais básicos”, disse.
Pimenta acredita que, enquanto a concorrência tem intensidade de crescimento maior, a Vale tem oportunidade de crescer volumes com intensidade menor.
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CEO e CFO afirmam: a Vale está no caminho certo
Na véspera da divulgação do balanço do terceiro trimestre, o BTG Pactual melhorou a recomendação para as ações da Vale de neutra para compra. Segundo o banco, a mineradora havia deixado para trás os problemas do passado — conflitos no conselho, desempenho operacional abaixo do esperado, elevada interferência governamental, Samarco e Brumadinho ainda eram pedras bem incômodas no sapato, e a direção do minério de ferro era uma preocupação.
Nesta sexta-feira (31), falando a analistas, o CEO da Vale confirmou que a companhia está fazendo a lição de casa e, por isso, está a caminho de entregar todos os guidances deste ano.
“Nosso desempenho sólido caminha para entregar a parte superior do guidance de produção”, afirmou Pimenta. "Em 2025, ajustamos nosso portfólio de minério de ferro, o que gerou valor", disse o executivo, frisando ainda que o terceiro trimestre foi o melhor para o negócio de cobre desde 2019.
O CFO da Vale também fez questão de comentar sobre os custos. Segundo Bacci, a companhia também está no caminho certo para cumprir o guidance de custos de minério de ferro para 2025.
“Os custos de rolagem do minério de ferro caíram 4% ano a ano, apoiados por nossa estratégia de portfólio, que levou nossos prêmios de qualidade médios dos finos de minério de ferro a aumentarem quase US$ 2 por tonelada trimestre a trimestre e US$ 3 por tonelada ano a ano”, afirmou.
Bacci disse ainda que os custos C1 (da mina ao porto), excluindo compras de terceiros, permaneceram estáveis ano a ano, refletindo um impacto positivo da rotatividade de estoques em comparação com o ano passado, o que compensou os efeitos da taxa de câmbio e dos custos mais altos de manutenção e materiais.
Ainda tem a China: “Queremos soluções vitoriosas”
A Vale também está se preparando para negociações com a China, uma das maiores consumidoras de minério de ferro do mundo.
Rogério Nogueira, vice-presidente executivo comercial e de desenvolvimento da Vale, disse que a companhia está bem próxima de concluir as negociações com a China Mineral Resources Group (CMRG).
Pela primeira vez, a trading chinesa passou a oferecer minério de ferro da Vale no mercado à vista e tem vendido o produto da mineradora desde pelo menos meados de agosto — em um mercado de importação de US$ 130 bilhões na China.
A CMRG foi criada há três anos em um esforço para deslocar o equilíbrio de forças de grandes players do setor, à exemplo de Rio Tinto e BHP, para a ampla indústria siderúrgica da China.
“Vamos para a China na semana que vem e queremos soluções vitoriosas para Vale e China”, disse Nogueira, ponderando que busca soluções benéficas para todos os envolvidos.
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