Raízen (RAIZ4) na corda bamba: Moody’s coloca nota de crédito sob revisão; veja motivos
A agência afirma que a análise da revisão da Raízen se concentrará em iniciativas que possam potencialmente contribuir para uma melhoria na estrutura de capital da empresa
A Raízen (RAIZ4) vem vivendo dias difíceis. Depois de receber avaliações negativas da Fitch Ratings e do Safra, a empresa agora corre o risco de levar mais um downgrade, dessa vez da agência classificadora de riscos Moody’s.
Segundo documento divulgado na noite de quinta-feira (30), a agência colocou o rating (classificação de crédito) “Baa3” da Raízen sob revisão para um possível rebaixamento.
A decisão da Moody’s marca mais um sinal de alerta para a Raízen em apenas uma semana. Na última sexta-feira (24), a Fitch Ratings rebaixou a nota de crédito global da companhia de “BBB” para “BBB-“, com observação negativa. Já o Safra reduziu o preço-alvo para as ações RAIZ4 de R$ 2,90 para R$ 1,40 na última quinta-feira (23).
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O que diz a Moody's?
Em relatório, a Moody’s afirma que o movimento é motivado pelos desafios operacionais enfrentados pela companhia, especialmente na safra de 2024-2025, com geração de fluxo de caixa livre negativa, aumento da alavancagem bruta e indicadores de crédito pressionados de maneira geral.
Os analistas da agência reconhecem o avanço da Raízen desde 2024, com um plano voltado para a melhoria da eficiência operacional e estrutura de capital.
Além disso, enxergam que a companhia busca uma melhora gradual na geração de fluxo de caixa, com iniciativas que incluem venda de ativos, redução de despesas de capital e dividendos, e gestão de passivos para estender os prazos de vencimento da dívida.
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No entanto, os esforços não impediram que o saldo da dívida, incluindo arrendamentos, encerrasse junho de 2025 em R$ 72,5 bilhões.
O déficit, combinado com a deterioração do desempenho operacional, resultou em uma alavancagem bruta ajustada pela Moody’s de 7,7 vezes a relação dívida bruta sobre o Ebitda (lucro antes de juros, amortização e depreciação) no primeiro trimestre de 2026 (ou 5,9x excluindo ganhos/perdas cambiais, derivativos e ajustes de valor justo).
A agência espera que o indicador de alavancagem se aproxime de 5,3x, se o saldo da dívida permanecer constante, até o final da safra 2025-26, em março de 2026.
Vale lembrar que, geralmente, quanto maior for esse indicador, maior o risco de crédito da companhia.
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Raízen na corda bamba
A Moody’s afirma que a análise sobre a revisão da Raízen se concentrará em iniciativas que possam potencialmente contribuir para uma melhoria na estrutura de capital da empresa, como vendas de ativos e um potencial aumento de capital atualmente em discussão entre os acionistas controladores da Shell e Cosan (CSAN3).
“Embora essas iniciativas possam reduzir os níveis de endividamento bruto, assumindo que os recursos serão totalmente direcionados ao pagamento da dívida, essas medidas podem não ser suficientes para sustentar o nível de classificação ‘Baa3′”, diz a agência.
A Raízen precisa manter indicadores de crédito robustos e geração de fluxo de caixa para mitigar a volatilidade inerente aos mercados de commodities aos quais a empresa está exposta, segundo os analistas.
A agência destaca ainda que o negócio de açúcar-etanol, em particular, exige investimentos de capital relativamente grandes para sustentar a qualidade das plantações e a produtividade agrícola, além de estar exposto a riscos consideráveis, incluindo condições climáticas.
“Ademais, nas safras de 2025-26 e 2026-27, esperamos a continuidade dos preços baixos do açúcar e pressões de baixa sobre o etanol, com um aumento na oferta de etanol de milho para suprir a demanda durante o período de entressafra”, diz o relatório da Moody’s.
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Segundo o documento, os recursos obtidos também serão destinados para reperfilamento do passivo de outras emissões de debêntures ou para reforço de caixa