Qual o verdadeiro potencial da união entre Rede D’Or (RDOR3) e Fleury (FLRY3) — e o que pode dar errado? UBS BB traça as previsões
Para os analistas, a união dos dois players de saúde poderia desbloquear sinergias significativas, mas ainda há pontas soltas a serem resolvidas
A expectativa sobre uma possível combinação de negócios entre a Rede D’Or (RDOR3) e o Fleury (FLRY3) movimentou o mercado esta semana. Mas qual o verdadeiro potencial de uma união entre as empresas de saúde e o que pode sair dos trilhos no meio do caminho? O UBS BB traçou suas previsões.
Se o negócio se concretizar, a combinação deve resultar em uma receita líquida pro forma de aproximadamente R$ 60 bilhões, com Ebitda de cerca de R$ 12 bilhões e alavancagem de cerca de 2,2 vezes a relação dívida líquida/Ebitda, segundo previsões dos analistas.
Para o banco, essa união poderia desbloquear sinergias significativas, especialmente nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, combinando a forte presença da Rede D’Or com a expertise em diagnóstico de alta qualidade do Fleury.
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Segundo o UBS BB, a maior parte das sinergias viria do fortalecimento da oferta da SulAmérica e de uma redução de R$ 300 milhões em despesas operacionais e administrativas (G&A).
Já a sinergia de custos com materiais seria limitada, de acordo com o banco. Isso se deve ao fato de que a maior parte dos custos do Fleury está relacionada a reagentes de exames, e a empresa já opera de maneira bastante eficiente.
Como ficam os acionistas do Fleury (FLRY3)?
Atualmente, os principais acionistas do Fleury incluem a Bradesco Seguros (com quase 25% de participação), o grupo de médicos fundadores (39 pessoas com 11% de participação) e a Família Pardini (20%).
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Além disso, a empresa possui dois acordos de acionistas em vigor: um entre Bradesco e o Physicians Group (que garante um bloco entre os dois), e outro com a Família Pardini, que determina a composição do conselho de administração.
Com Bradesco e o grupo de médicos garantindo 6 cadeiras no conselho, e com a participação combinada de 36% no Fleury, a possível oferta pública de aquisição (OPA) da Rede D’Or seria adequada para todos os acionistas, de acordo com o UBS BB.
“Na nossa visão, enquanto o preço pode ser um fator importante para os médicos, podem existir outros termos de negociação com o Bradesco, considerando o relacionamento mais estreito entre as duas empresas”, afirmou o banco.
Se uma eventual OPA acontecer com um prêmio de 10% a 30%, isso poderia resultar em um valor entre R$ 7,5 bilhões e R$ 9 bilhões.
O que a combinação de negócios com a Rede D’Or (RDOR3) significaria para o Bradesco?
Caso o negócio avance, o pagamento pode ser feito em dinheiro ou ações, o que geraria resultados diferentes para o Bradesco, segundo os analistas.
O pagamento em dinheiro aliviaria modestamente, mas de forma imediata, o capital do banco.
Já a parcela em ações resultaria em uma participação de 2,3% a 2,7% do Bradesco na nova empresa combinada, tornando o banco um parceiro mais relevante na operação da Rede D’Or e solidificando ainda mais os laços entre as duas empresas.
“A longo prazo, uma participação direta na Rede D’Or poderia ser outra maneira para o Bradesco mitigar os impactos dos custos dos planos de saúde em suas operações – embora, também reconheçamos riscos potenciais para o Bradesco Saúde caso a Rede D’Or favoreça a SulAmérica nas clínicas do Fleury”, avaliaram os analistas.
Quais são os principais riscos e pontas soltas — e o que poderia limitar os impactos negativos?
Entre as grandes preocupações dos investidores, estão as possíveis restrições do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), principalmente no Rio de Janeiro, devido à sobreposição de atividades entre as empresas na região.
No entanto, os analistas do UBS BB acreditam que, se vierem, as medidas poderiam ser mais restritivas apenas no Rio, onde a sobreposição é maior.
Outro risco envolve o aumento do atrito com outros operadores de planos de saúde em regiões onde a Rede D’Or e a SulAmérica têm menor presença atualmente. O estado de Minas Gerais é um exemplo, onde o Fleury tem alta exposição e depende de pagadores locais, como a Unimed.
Mas o UBS BB vê o copo meio cheio: a Rede D’Or poderia “aproveitar a expertise local do Fleury em Minas Gerais para acelerar uma possível expansão no estado”, onde a presença da D’Or e da SulAmérica ainda é modesta.
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A recém-inaugurada Croma Oncology, uma joint venture entre Fleury, Bradesco e BP Hospital, também entra no radar, podendo enfrentar desafios para se manter. Contudo, os analistas destacam que a JV já tem um investimento garantido de R$ 650 milhões pelos três parceiros ao longo de cinco anos.
O possível aumento de atrito entre SulAmérica e Bradesco também preocupa, à medida que a integração do Fleury no ecossistema da Rede D’Or poderia tornar os planos mais competitivos.
Mesmo assim, o UBS BB acredita que a relação entre Bradesco e Rede D’Or é mutualista, com o Bradesco contando com seu canal de distribuição bancária como uma vantagem competitiva.
Por fim, os analistas ressaltam que, apesar do potencial para ganhos comerciais significativos, a integração de duas empresas de grande porte pode ser mais complexa, especialmente com a expansão contínua da Rede D’Or.
“O esforço para integrar dois negócios relevantes também pode ser um ponto de atenção, especialmente considerando a expansão contínua da Rede D’Or”, destacou o banco.
Contudo, o UBS BB avalia que os sucessos recentes das empresas em combinações de negócios relevantes, como a SulAmérica e a Pardini, poderiam ajudar a mitigar esse risco.
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