BRF (BRFS3) e Marfrig (MRFG3) se unem para criar MBRF. E agora, como ficam os investidores com a fusão?
Anos após a tentativa de casamento entre as gigantes do setor de frigoríficos, em 2019, a nova combinação de negócios enfim resultará no nascimento de uma nova companhia

Um novo gigante acaba de surgir no mercado de proteínas — a partir da união outros dois grandes players do mercado brasileiro. A Marfrig (MRFG3) e a BRF (BRFS3) anunciaram nesta quinta-feira (15) a fusão de seus negócios.
“A fusão entre a Marfrig e a BRF é um movimento necessário para que possamos avançar com capturas de sinergias estratégicas e continuar crescendo nossos negócios em todo o mundo”, disse Marcos Molina, controlador e presidente dos conselhos de administração das duas companhias, em nota.
Anos após a tentativa de casamento entre as gigantes do setor de frigoríficos, em 2019, a nova combinação de negócios enfim saiu do papel.
A operação resultará no nascimento de uma nova companhia, batizada de MBRF.
A transação ainda deverá passar pela aprovação dos acionistas dos dois frigoríficos. As assembleias gerais extraordinárias (AGEs) das empresas para votação da proposta foram convocadas para 18 de junho.
Além disso, a fusão também está condicionada à ausência de eventos adversos relevantes que possam afetar a capacidade produtiva ou de comercialização da Marfrig e da BRF, como guerras e desastres naturais.
Leia Também
- E MAIS: Temporada de balanços do 1T25 - confira em quais ações vale a pena investir
Fusão entre gigantes: o que esperar da nova MBRF?
Depois de anos de discussão sobre uma eventual fusão entre as gigantes, a BRF e a Marfrig chegaram à conclusão de que "extraíram o máximo de sinergias possíveis até o momento".
Agora, para avançar para uma nova etapa de capturas adicionais, a combinação de negócios é dita pelas administrações como essencial.
De acordo com as empresas, a operação consolida a nova companhia MBRF como uma das maiores empresas de alimentos do mundo, detentora de 38% do volume de vendas proveniente de produtos processados com alto valor agregado.
Combinadas, as empresas somam uma receita líquida consolidada de R$ 152 bilhões nos últimos 12 meses, com presença em 117 países e com marcas como Sadia, Perdigão e Qualy figurando no portfólio.
Segundo as companhias, esse movimento "fortalece a presença global, potencializa sinergias estratégicas, operacionais e fiscais e solidifica a posição de liderança nos diversos mercados onde atuam, alavancando vantagens competitivas do negócio e gerando valor".
Como ficam os investidores da Marfrig e da BRF?
A transação prevê a incorporação das ações da BRF (BRFS3) pela Marfrig. A relação de troca se dará da seguinte forma: 0,8521 ação da Marfrig por cada ação da BRF detida.
Com a fusão, a BRF passará a ser uma subsidiária integral da Marfrig, que seguirá listada no Novo Mercado, o mais elevado segmento de governança corporativa da B3.
As empresas ainda destacam que, como parte da negociação, os acionistas das duas companhias deverão ser beneficiados com um "expressivo pagamento de proventos".
A BRF distribuirá até R$ 3,52 bilhões em proventos, enquanto a Marfrig depositará R$ 2,5 bilhões na conta dos investidores.
“Mantendo a disciplina financeira e o nosso foco em valor agregado, estou certo de que estamos iniciando um novo capítulo de sucesso com a MBRF. Vamos seguir gerando ainda mais valor para os nossos acionistas", disse Marcos Molina.
Mas a operação também abre espaço para que acionistas dissidentes exerçam seu direito de retirada. Isso significa que o investidor que não votar a favor da incorporação das ações BRFS3 pela Marfrig e mantiver os papéis desde hoje poderá pedir um reembolso.
Veja os valores:
- Acionistas da BRF:
- R$ 9,43 por ação, com base no patrimônio líquido; ou
- R$ 19,89 por ação, considerando o valor patrimonial por ação com base no laudo previsto no artigo 264 da Lei das S.A.
- Acionistas da Marfrig:
- R$ 3,32 por ação.
As sinergias da fusão entre BRF e Marfrig
A expectativa é que os custos totais da fusão girem em torno de R$ 24 milhões, considerando despesas com auditores, assessores legais e financeiros e outros gastos.
No entanto, nas contas das empresas, as sinergias resultantes da combinação de negócios entre a BRF e a Marfrig são projetadas em R$ 805 milhões por ano. Desse total, entre R$ 400 milhões e R$ 500 milhões estão previstos para os primeiros 12 meses e, o restante, no médio e longo prazo.
Considerando as receitas e custos, novas iniciativas de venda cruzada e sinergias na cadeia de suprimentos devem somar R$ 485 milhões por ano.
Além disso, as empresas projetam uma queda de despesas de R$ 320 milhões anuais, dadas as iniciativas de redução de custos como a unificação de estrutura comercial e logística, consolidação de um sistema operacional único e otimização da estrutura corporativa.
Outro ponto citado é a otimização fiscal para a MBRF, estimada em cerca de R$ 3 bilhões a valor presente, com aceleração da monetização de créditos tributários nas esferas federal e estadual.
A MBRF também destaca a oportunidade na América do Norte, citada como uma "possibilidade de redomiciliação". "Isso traz vantagens significativas, como alta liquidez no mercado norte-americano, acesso a custos de capital mais atrativos e um potencial reavaliação dos múltiplos das empresas", escreveu a empresa.
“Com Trump de volta, o greenwashing perde força”, diz o gestor Fabio Alperowitch sobre nova era climática
Para o gestor da fama re.capital, retorno do republicano à Casa Branca acelera reação dos ativistas legítimos e expõe as empresas oportunistas
Dividendos e JCP: Telefônica (VIVT3), Copasa (CSMG3) e Neoenergia (NEOE3) pagam R$ 1 bilhão em proventos; veja quem tem direito a receber
A maior fatia é da B3, a operadora da bolsa brasileira, que anunciou na noite desta quinta-feira (11) R$ 378,5 milhões em juros sobre capital próprio
Radar ligado: Embraer (EMBR3) prevê demanda global de 10,5 mil aviões em 20 anos; saiba qual região é a líder
A fabricante brasileira de aviões projeta o valor de mercado de todas as novas aeronaves em US$ 680 bilhões, avanço de 6,25% em relação ao ano anterior
Até o Nubank (ROXO34) vai pagar a conta: as empresas financeiras mais afetadas pelas mudanças tributárias do governo
Segundo analistas, os players não bancários, como Nubank, XP e B3, devem ser os principais afetados pelos novos impostos; entenda os efeitos para os balanços dos gigantes do setor
Dividendo de R$ 1,5 bilhão da Rumo (RAIL3) é motivo para ficar com o pé atrás? Os bancos respondem
O provento representa 70% do lucro líquido do último ano e é bem maior do que os R$ 350 milhões distribuídos na última década. Mas como fica a alavancagem?
O sinal de Brasília que faz as ações da Petrobras (PETR4) operarem na contramão do petróleo e subirem mais de 1%
A Prio e a PetroReconcavo operam em queda nesta quinta-feira (12), acompanhando os preços mais baixos do Brent no mercado internacional
Dia dos Namorados: por que nem a solteirice salva apps de relacionamento como Tinder e Bumble da crise de engajamento
Após a pandemia, dating apps tiveram uma queda grande no número de “pretendentes”, que voltaram antigo método de conhecer pessoas no mundo real
Bradesco (BBDC4) surpreende, mas o pior ficou para trás na Cidade de Deus? Mercado aumenta apostas nas ações e diretor revela o que esperar
Ações disparam após balanço e, dentro da recuperação “step by step”, banco mira retomar níveis de rentabilidade (ROE) acima do custo de capital
Despedida da Wilson Sons (PORT3) da bolsa: controladora registra OPA; veja valor por ação
Os acionistas que detém pelo menos 10% das ações em circulação têm 15 dias para requerer a realização de nova avaliação sobre o preço da OPA
A Vamos (VAMO3) está barata demais? Por que Itaú BBA ignora o pessimismo do mercado e prevê 50% de valorização nas ações
Após um evento com os executivos, os analistas do banco reviram suas premissas e projetam crescimento de lucro para 2025 e 2026
A notícia que derruba a Braskem (BRKM5) hoje e coloca as ações da petroquímica entre as maiores baixas do Ibovespa
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, e o empresário Nelson Tanure falaram sobre o futuro da companhia e preocuparam os investidores
T4F (SHOW3) propõe pagar R$ 1,5 milhão para encerrar processo sobre trabalho análogo à escravidão no Lollapalooza, mas CVM rejeita
Em 2023, uma fiscalização identificou que cinco funcionários da Yellow Stripe, contratada da T4F para o festival, estavam dormindo no local em colchonetes de papelão
Em meio ao ânimo com o Minha Casa Minha Vida, CEO da Direcional (DIRR3) fala o que falta para apostar mais pesado na Faixa 4
O Seu Dinheiro conversou com o CEO Ricardo Gontijo sobre a Faixa 4 do Minha Casa Minha Vida, expectativas para a empresa, a Riva, os principais desafios para a companhia e o cenário macro
Petrobras (PETR4) respira: ações resistem à queda do petróleo e seguem entre as maiores altas do Ibovespa hoje
No dia anterior, a estatal foi rebaixada por grandes bancos, que estão de olho das perspectivas para os preços das commodity
AgroGalaxy (AGXY3) reduz prejuízo no 1T25, mas receita despenca 80% em meio à recuperação judicial
Tombo no faturamento decorre do cancelamento da carteira de pedidos da safrinha de milho, tradicionalmente o principal negócio do período para distribuidoras de insumos agrícolas
Vale (VALE3) e Samarco enfrentam mais uma ação judicial pelo rompimento da barragem de Mariana, desta vez na Holanda
Ação na justiça holandesa foi impetrada contra as subsidiárias das mineradoras no país europeu; primeira audiência será em 14 de julho
CEO do BTG Pactual critica aumento de impostos no pacote fiscal de Haddad: ‘Mais areia na engrenagem do Brasil’
Em painel durante evento do mercado financeiro, Roberto Sallouti alerta para os riscos da decisão do governo de aumentar impostos em vez de cortar gastos
ChatGPT apresenta instabilidade generalizada desde a madrugada desta terça-feira (10); entenda
Os produtos da OpenAI estão apresentando falhas tanto pelo site quanto pelo aplicativo móvel do chatbot
GOL (GOLL4): por que nem o fim da recuperação judicial convence o BTG Pactual? Banco ainda recomenda a venda das ações
Empresa enfrentará um aumento de capital que diluirá significativamente os atuais acionistas, e a Abra passará a deter 80% da Gol
Com ações dobrando de valor, Tenda (TEND3) levanta R$ 43 milhões com liquidação derivativos e aprova recompra
A empresa afirma que o movimento de liquidação dos derivativos reduz chance de diluição dos acionistas e surfa bom momento para os papéis na bolsa