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Bruna Charifker Vogel

Bruna Charifker Vogel

Bacharel em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo/USP e mestre em Estudos Latino Americanos e Caribenhos pela New York University/NYU, é redatora do Seu Dinheiro. Com mais de 15 anos de experiência em análise, fortalecimento e desenvolvimento de políticas públicas no Brasil e nos Estados Unidos, fez transição de carreira para o mercado financeiro, atuando nas áreas de comunicação interna, DEI, T&D, employer branding e cultura organizacional.

ESTRATÉGIA TRANSVERSAL

“Investir sem se preocupar com impacto é quase uma irresponsabilidade”, afirma Daniel Izzo, da Vox Capital

O sócio-fundador da primeira venture capital de impacto do país conta como o setor vem se desenvolvendo, quem investe e os principais desafios para a sua democratização

Bruna Charifker Vogel
Bruna Charifker Vogel
15 de junho de 2025
8:00 - atualizado às 15:36
investimento de impacto venture capital private equity
Para Daniel Izzo, o futuro passa por incluir a análise de impacto junto a risco e retorno em qualquer decisão de investimento - Foto: Acervo pessoal/Daniel Izzo -

O investimento de impacto no Brasil teve início tímido por volta de 2009 e, embora tenha avançado, o ritmo ainda é considerado aquém do esperado. 

Daniel Izzo, sócio e cofundador da Vox Capital — a primeira gestora de venture capital de impacto do país, hoje com R$ 1,5 bilhão sob gestão —, explica que o setor enfrenta desafios estruturais, mas também vive um momento de maior atenção.

“O desenvolvimento vem sendo mais lento do que a gente desejava lá atrás, mas não coloco a responsabilidade no fato de o brasileiro ter menos preocupação [com o tema], mas sim pelas conjunturas”, afirma Izzo.

O gestor aponta como uma das razões a histórica alta das taxas de juros no país, que prejudica o desempenho de ativos alternativos, como os fundos de impacto

Além disso, segundo ele, o mercado brasileiro ficou preso por muito tempo a um cenário de capital concentrado e instabilidade política. Em outras palavras, havia pouco capital disponível para negócios de impacto, e ele estava nas mãos de poucos players — bancos tradicionais, fundos institucionais e algumas famílias muito ricas. E este capital priorizava ativos tradicionais e de baixo risco, especialmente no cenário de juros altos.

Izzo também chama a atenção para o debate internacional que reposicionou o investimento de impacto de uma classe de ativos isolada para uma estratégia aplicável a qualquer categoria de investimentos. 

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“Em 2010, um relatório do JP Morgan classificou o investimento de impacto como uma classe de investimento emergente. Por ser basicamente equity e dívida para pequenos empreendedores e mercados emergentes, o banco defendia que se tratava de uma classe de ativos separada. [Essa ideia] dura até meados de 2015, quando estudos começam a argumentar que impacto é uma estratégia que pode ser aplicada a qualquer classe de ativos”, resume.

Essa mudança de perspectiva, segundo Izzo, fez disparar o tamanho da prática no mundo: de US$ 40 bilhões em investimentos de impacto em 2015 para US$ 1,2 trilhão (cerca de R$ 6,7 trilhões) em 2021, segundo estimativas do Global Impact Investing Network (GIIN) — uma iniciativa global focada em construir infraestrutura crítica e apoiar atividades, educação e pesquisa que ajudam a acelerar o desenvolvimento do setor de investimento de impacto.

Quem são os principais investidores de impacto no Brasil

De acordo com Izzo, o ecossistema nacional conta hoje com fundos como Positive Ventures, Rise Ventures e Movi Investimentos.

No campo internacional, o gestor menciona nomes como Blue Like an Orange, focada em crédito, e Lightrock, ligada à família real de Liechtenstein, um pequeno principado localizado entre a Suíça e a Áustria.

Também há iniciativas relevantes como Dynamo, Sitawi, BTV, Yunus Social Business e aceleradoras como a Artemisia.

O gestor destaca ainda que no Brasil, mais do que no restante do mundo, há uma concentração maior dos investimentos de impacto em venture capital e private equity, algo em torno de 75% a 80% do volume total — globalmente, gira em torno de 35% a 40%. 

“Faltam opções de outras classes de ativos hoje no Brasil [como fundos e títulos de impacto, investimento anjo ou direto em startups, por exemplo], tornando o investimento de impacto mais nichado do que os ativos alternativos. Estamos falando de investidores profissionais, um universo bem mais restrito”, explica.

Ao analisar o perfil dos investidores, Izzo destaca o protagonismo das corporações e dos family offices

“Hoje, em termos de volume de investimentos, 40% do que a gente faz de gestão na Vox é de corporações, 40% são family offices e 20% de institucionais, como BNDES e BID”, explica Izzo, citando como exemplo os fundos exclusivos para o Hospital Israelita Albert Einstein, a Natura, a Copel e o Banco do Brasil. 

Na prática, isso significa grandes empresas e famílias de alta renda interessadas em diversificar seus investimentos e associá-los a impacto positivo.

Os obstáculos para o avanço do investimento de impacto no Brasil

Além das altas taxas de juros, Izzo destaca o preconceito que ainda ronda os investimentos de impacto, em especial em relação aos gestores, de que “se tem impacto, não vamos cuidar bem do dinheiro”.

De acordo com ele, não há dados que justifiquem essa percepção — mas as críticas são assimétricas.

“Se um fundo tradicional vai mal, ninguém fala nada. Mas se um fundo de impacto performa abaixo, a cobrança é desproporcional”, lamenta.

Para ampliar o acesso aos investidores de varejo, a Vox tem desenvolvido produtos mais acessíveis, como fundos de renda fixa com investimentos a partir de R$ 100. 

Um exemplo é o VOX Desenvolvimento Sustentável IS, disponível em plataformas de bancos como o BTG Pactual, que investe em debêntures de empresas alinhadas às metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU e adota uma metodologia de triagem negativa — vetando empresas envolvidas com sonegação, trabalho escravo, racismo, entre outros.

“O fundo entrega 105% do CDI historicamente e é uma forma de tornar o impacto mais acessível ao investidor comum”, explica.

“Estamos desenvolvendo outros produtos semelhantes, em outras classes de ativos. Claramente, o caminho é ter mais opções acessíveis de investimento”, defende.

Celcoin, o case bilionário da Vox

Entre os exemplos bem-sucedidos, Daniel Izzo destaca a trajetória da Celcoin, fintech que surgiu em 2018 — e virou investida da Vox no mesmo ano — para democratizar o acesso a serviços financeiros em regiões desbancarizadas. 

A Celcoin criou um aplicativo no qual as pessoas podiam fazer transações simples, como pagamento de contas e recarga de celular, e disponibilizou especialmente para microempreendedores em cidades com pouco ou nenhum serviço bancário.

Atualmente, o aplicativo é utilizado em mais de 3 mil cidades do Brasil — mais que agências bancárias e lotéricas — e realiza mais de 5 milhões de transações por mês, segundo Izzo.

Além disso, a Celcoin fornece infraestrutura para fintechs e bancos digitais fora dos cinco grandes players tradicionais, como BTG, Banco Inter, C6, PagBank e XP.

“A gente investiu neles quando faturavam R$ 5 milhões por mês. Hoje, estão faturando mais de R$ 400 milhões, valendo mais de R$ 1,5 bilhão”, celebra.

Relação com empresas investidas: impacto no core do negócio

A relação da Vox Capital com as empresas investidas vai além do capital. 

Segundo Izzo, nos fundos de VC, a gestora tem sempre assento no conselho, atuando na governança. Contudo, ele enfatiza que a maior geração de valor da Vox se dá em cinco frentes:

  1. Estruturação de controles de governança e financeiros;
  2. Acesso a pools de capitais via, por exemplo, rodadas de investimentos conforme a empresa vai crescendo;
  3. Contatos comerciais;
  4. Discussões estratégicas que normalmente surgem nos conselhos e em comitês especiais (fusões e aquisições, fiscais, etc.);
  5. No entendimento da relação entre a proposta de valor e o impacto social.

“A gente faz sempre uma teoria de mudança: pega o produto ou serviço da empresa e mapeia como aquilo gera impacto, com indicadores para acompanhar ao longo do tempo”, explica.

Essa metodologia, segundo Izzo, permite avaliar o impacto não como algo apartado, mas como parte do core business da operação.

“Todo investimento deveria olhar para impacto”

Daniel Izzo acredita que a segregação do impacto em uma caixinha específica é um problema.

“Quando eu falo que existe o grupo ‘investimentos de impacto’, estou liberando as outras gestoras de se preocuparem com o impacto dos seus investimentos”, argumenta.

Para ele, o futuro passa por incluir a análise de impacto junto a risco e retorno em qualquer decisão de investimento. 

“Assim como há 60 anos se incorporou o conceito de risco no mercado financeiro, agora a gente está na fronteira de colocar o impacto [em todas as análises de investimento] e expandir o conceito de legado”, afirma.

Izzo cita o exemplo do coordenador de um curso de investimento de impacto na Universidade de Oxford — nao qual ele é professor — que está desenvolvendo uma tese de pós-doutorado para tentar incluir impacto de alguma forma na equação de investimentos.

“Investir sem se preocupar com impacto, hoje em dia, é quase uma irresponsabilidade”, sintetiza.

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