Exclusivo: segunda instância deve confirmar decisão inédita que colocou a Oi (OIBR3) de cara com a falência
Decisão inédita que afastou toda a diretoria da Oi (OIBR3) deve ser mantida no Tribunal de Justiça do Rio; empresa tenta reverter medida que destituiu o conselho
No começo deste mês, uma decisão inédita — e bastante polêmica — no Brasil destituiu o comando da Oi (OIBR3), diante da dúvida sobre se a empresa tem condições de continuar existindo. Na prática, deixando a companhia de cara com a falência.
A tele recorreu, mas as coisas não parecem estar muito promissoras.
Isso porque, segundo apurou o Seu Dinheiro, a desembargadora relatora do caso em segunda instância, Mônica Maria Costa Di Piero, deve acompanhar o entendimento da primeira instância.
Ou seja, manter a decisão que destituiu o conselho da empresa, reduziu o prazo pedido para suspensão de pagamentos e, em último caso, poderia levar à falência da empresa de Telecom, segundo fontes a par do assunto.
O julgamento definitivo sobre o caso ainda não tem data marcada e pode se arrastar para o ano que vem, mas a empresa já havia sido derrotada em uma decisão provisória que tentou reverter o caso.
Segundo fontes próximas do caso, "o entendimento é bastante chocante" uma vez que a justiça brasileira é conhecida por ser conservadora em casos como esse, que envolvem uma potencial falência de uma empresa de grande porte — ainda mais quando se trata de um serviço essencial.
Leia Também
O caso ainda será julgado por um colegiado composto por outros dois desembargadores. Em outras palavras, ainda há a possibilidade de Di Piero ser “voto vencido”. Mas, segundo as fontes com quem o Seu Dinheiro conversou, a probabilidade é justamente o contrário.
Entenda a decisão inédita que colocou a Oi de cara com a falência
Já em sua segunda recuperação judicial, a Oi enfrentou recentemente uma decisão inédita no país. A juíza Simone Gastesi Chevrand, da 7ª Vara de Recuperações e Falências, decidiu afastar toda a administração da companhia, da diretoria ao conselho.
O caso começou quando a própria Oi pediu à Justiça a suspensão, por 60 dias, do pagamento de despesas extraconcursais. Em português: dívidas fora do processo de recuperação, que somam R$ 1,5 bilhão. A empresa alegou falta de caixa para quitar esses valores sem comprometer as operações.
A juíza, porém, entendeu o pedido como sinal de insolvência e tomou uma medida considerada ousada por especialistas, colocando a empresa em situação de pré-falência.
Ela suspendeu as cobranças por 30 dias, não 60, e determinou que, nesse período, a nova gestão e os credores decidam entre seguir com a recuperação ou iniciar a liquidação total da companhia. O segredo de justiça sobre o caso também foi levantado.
Fontes afirmam que a magistrada buscou uma transição controlada, por se tratar de uma companhia que presta serviço essencial.
O ineditismo está no fato de que a iniciativa partiu da juíza, não dos credores — algo sem precedentes. A decisão se apoia no artigo 73 da Lei 14.112/20, que permite decretar a falência por inadimplência de obrigações extraconcursais, mesmo sem pedido de terceiros. Foi também a primeira vez que uma diretoria foi afastada com base nesse artigo.
O Seu Dinheiro explicou isso com detalhes nesta matéria, que você pode conferir clicando aqui.
A Oi recorreu
A telecom já recorreu da decisão judicial com um agravo de instrumento. A Oi argumenta que a decisão é nula por ser "surpresa" e "extra petita" (além do pedido), pois a Justiça decidiu sobre matérias de alta sensibilidade sem abrir oportunidade para o contraditório prévio.
A empresa também critica o afastamento da administração, alegando que a decisão não indicou qual fundamento taxativo do Artigo 64 da Lei de Recuperação Judicial e Falências autorizaria a medida. A companhia também usa o argumento de que a decisão não foi pedida por terceiros.
A situação da empresa hoje
De acordo com o 29º relatório mensal de atividades apresentado pelos administradores judiciais em 10 de outubro de 2025, a companhia enfrenta um quadro de pressão de liquidez e tenta renegociar novamente suas obrigações com credores.
O relatório detalha que a venda de ativos continua sendo uma das principais fontes de liquidez do grupo.
Em fevereiro de 2025, a UPI ClientCo — que reúne a operação de fibra óptica da Oi — foi vendida à V.tal e BGC Fibra por R$ 5,68 bilhões.
No mesmo mês, a UPI TV por Assinatura foi alienada à Mileto Tecnologia. A carta de arrematação dessas operações foi expedida em maio de 2025, consolidando a entrada de recursos para amortizar parte das dívidas.
Mesmo assim, o grupo ainda depende de financiamentos emergenciais (DIP) e da emissão de novas dívidas, como as Notas Roll-Up e a Dívida Participativa, criadas para reestruturar passivos com credores nacionais e internacionais.
- As Notas Roll-Up são novos títulos de dívida emitidos para substituir ou “rolar” dívidas antigas, normalmente com condições diferentes — prazos maiores, juros ajustados e novas garantias. Em planos de recuperação, esse mecanismo serve para converter parte dos créditos existentes em uma nova emissão, “limpando” o passivo antigo.
- A Dívida Participativa é um tipo de instrumento híbrido. Funciona assim: o credor aceita postergar o recebimento ou abrir mão de parte dos juros em troca de direito a participar nos resultados futuros da empresa (por exemplo, um percentual do lucro ou de receitas futuras).
Segundo o relatório, a administração judicial mantém o acompanhamento das contas e reconhece que a Oi segue em situação “delicada e de alto risco operacional”, dependendo de novas autorizações judiciais e negociações para preservar suas atividades e evitar a falência.
Os administradores apontam que a companhia depende de novas negociações com credores e de autorização judicial para implementar o aditamento ao plano e evitar a decretação de falência.
O Ministério Público e o observador nomeado pela Justiça, o advogado Adriano Pinto Machado, acompanham de perto as movimentações financeiras e a prestação de contas dos valores obtidos com a venda de ativos e financiamentos.
Em resumo, o relatório mostra que, apesar da reestruturação bilionária e da venda de parte significativa de seus negócios, a Oi ainda enfrenta dificuldades severas de geração de caixa, e sua sobrevivência depende do sucesso da nova renegociação judicial com credores.
De seguro pet a novas regiões: as apostas da Bradesco Seguros para destravar o próximo ciclo de crescimento num mercado que engatinha
Executivos da seguradora revelaram as metas para 2026 e descartam possibilidade de IPO
Itaú com problema? Usuários relatam falhas no app e faturas pagas aparecendo como atrasadas
Usuários dizem que o app do Itaú está mostrando faturas pagas como atrasadas; banco admite instabilidade e tenta normalizar o sistema
Limpando o nome: Bombril (BOBR4) tem plano de recuperação judicial aprovado pela Justiça de SP
Além da famosa lã de aço, ela também é dona das marcas Mon Bijou, Limpol, Sapólio, Pinho Bril, Kalipto e outras
Vale (VALE3) fecha acima de R$ 70 pela primeira vez em mais de 2 anos e ganha R$ 10 bilhões a mais em valor de mercado
Os papéis VALE3 subiram 3,23% nesta quarta-feira (3), cotados a R$ 70,69. No ano, os ativos acumulam ganho de 38,64% — saiba o que fazer com eles agora
O que faz a empresa que tornou brasileira em bilionária mais jovem do mundo
A ascensão de Luana Lopes Lara revela como a Kalshi criou um novo modelo de mercado e impulsionou a brasileira ao posto de bilionária mais jovem do mundo
Área técnica da CVM acusa Ambipar (AMBP3) de violar regras de recompra e pede revisão de voto polêmico de diretor
O termo de acusação foi assinado pelos técnicos cerca de uma semana depois da polêmica decisão do atual presidente interino da autarquia que dispensou o controlador de fazer uma OPA pela totalidade da companhia
Nubank (ROXO34) agora busca licença bancária para não mudar de nome, depois de regra do Banco Central
Fintech busca licença bancária para manter o nome após norma que restringe uso do termo “banco” por instituições sem autorização
Vapza, Wittel: as companhias que podem abrir capital na BEE4, a bolsa das PMEs, em 2026
A BEE4, que se denomina “a bolsa das PMEs”, tem um pipeline de, pelo menos, 10 empresas que irão abrir capital em 2026
Ambipar (AMBP3) perde avaliação de crédito da S&P após calote e pedidos de proteção judicial
A medida foi tomada após a empresa dar calote e pedir proteção contra credores no Brasil e nos Estados Unidos, alegando que foram descobertas “irregularidades” em operações financeiras
A fortuna de Silvio Santos: perícia revela um patrimônio muito maior do que se imaginava
Inventário do apresentador expõe o tamanho real do império construído ao longo de seis décadas
UBS BB rebaixa Raízen (RAIZ4) para venda e São Martinho (SMTO3) para neutro — o que está acontecendo no setor de commodities?
O cenário para açúcar e etanol na safra de 2026/27 é bastante apertado, o que levou o banco a rever as recomendações e preços-alvos de cobertura
Vale (VALE3): as principais projeções da mineradora para os próximos anos — e o que fazer com a ação agora
A companhia deve investir entre US$ 5,4 bilhões e US$ 5,7 bilhões em 2026 e cerca de US$ 6 bilhões em 2027. Até o fim deste ano, os aportes devem chegar a US$ 5,5 bilhões; confira os detalhes.
Mesmo em crise e com um rombo bilionário, Correios mantêm campanha de Natal com cartinhas para o Papai Noel
Enquanto a estatal discute um empréstimo de R$ 20 bilhões que pode não resolver seus problemas estruturais, o Papai Noel dos Correios resiste
Com foco em expansão no DF, Smart Fit compra 60% da rede de academias Evolve por R$ 100 milhões
A empresa atua principalmente no Distrito Federal e, segundo a Smart Fit, agrega pontos comerciais estratégicos ao seu portfólio
Por que 6 mil aviões da Airbus precisam de reparos: os detalhes do recall do A320
Depois de uma falha de software expor vulnerabilidades à radiação solar e um defeito em painéis metálicos, a Airbus tenta conter um dos maiores recalls da sua história
Os bastidores da crise na Ambipar (AMBP3): companhia confirma demissão de 35 diretores após detectar “falhas graves”
Reestruturação da Ambipar inclui cortes na diretoria e revisão dos controles internos. Veja o que muda até 2026
As ligações (e os ruídos) entre o Banco Master e as empresas brasileiras: o que é fato, o que é boato e quem realmente corre risco
A liquidação do Banco Master levantou dúvidas sobre possíveis impactos no mercado corporativo. Veja o que é confirmado, o que é especulação e qual o risco real para cada companhia
Ultrapar (UGPA3) e Smart Fit (SMFT3) pagam juntas mais de R$ 1,5 bilhão em dividendos; confira as condições
A maior fatia desse bolo fica com a Ultrapar; a Smartfit, por sua vez, também anunciou a aprovação de aumento de capital
RD Saúde (RADL3) anuncia R$ 275 milhões em proventos, mas ações caem na bolsa
A empresa ainda informou que submeterá uma proposta de aumento de capital de R$ 750 milhões
Muito além do Itaú (ITUB4): qual o plano da Itaúsa (ITSA4) para aumentar o pagamento de dividendos no futuro, segundo a CFO?
Uma das maiores pagadoras de dividendos da B3 sinaliza que um novo motor de remuneração está surgindo
