Azevedo e Travassos (AZEV3): acordo milionário e saída da Reag (da Operação Carbono Oculto) fazem ações saltarem
A holding fechou um financiamento de R$ 414 milhões com a Jive Investments, que obrigou a Reag Investimentos a deixar o controle da companhia
Depois de correr contra o tempo, a Azevedo & Travassos (AZEV3) conseguiu o fôlego necessário para dar prosseguimento a projetos importantes de infraestrutura. A salvação veio de um acordo com a Jive Investments, que prevê um financiamento de até R$ 414 milhões para as concessões operadas pelo grupo: a Rota Verde e a Rota Agro.
A construtora correu para conseguir o dinheiro porque tem que pagar R$ 400 milhões em capital regulatório das duas concessões à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), uma parte em outubro e outra dezembro.
Mas o problema era: a companhia não tinha de onde tirar isso, uma vez que sua controladora — a Reag Investimentos, investigada na operação Carbono Oculto — estava em maus lençóis, e a empresa não vai lá muito bem para desembolsar essa grana, segundo o analista Bruce Barbosa.
- LEIA TAMBÉM: Novo episódio do Touros e Ursos no AR! Acompanhe as análises e recomendações de especialistas do mercado; acesse já
“O negócio deles nunca deu dinheiro. Se isso vai mudar agora, não sei. Mas o histórico não é bom, e os juros altos como estão ainda atrapalham”, diz o analista Bruce Barbosa ao Seu Dinheiro.
Além disso, o negócio prevê também um financiamento de curto prazo de R$ 50 milhões com vencimento em seis meses, podendo ser prorrogados por mais três.
Esse dinheiro será usado para pagamento de custos e despesas correntes da companhia e suas subsidiárias, bem como para investimentos no projeto Complexo de Energias Boaventura, a ser desenvolvido junto à Petrobras (PETR4).
Leia Também
As ações reagiram bem às movimentações. Por volta das 15h20, os papéis AZEV3 subiam 7,69%, a R$ 0,42.
A troca de controle da Azevedo e Travassos
A Reag, gestora ligada às apurações sobre o crime organizado na Faria Lima, detinha, segundo informações da B3 da semana passada, uma participação de 43% na empresa por meio do Camaçari Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia.
- LEIA TAMBÉM: Quer investir mais e melhor? Faça seu cadastro gratuitamente na newsletter do Seu Dinheiro e receba dicas de onde investir melhor diariamente
Como condição para o financiamento, a Jive exigiu que a Reag deixasse o controle da Azevedo, segundo informado no fato relevante publicado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Assim, a Reag vendeu uma fatia de 40% do capital para a Nemesis Brasil Participações — do presidente da Azevedo e Travassos, Gabriel Freire —, que se tornou controladora do grupo. A transação foi de R$ 94,3 milhões e envolveu 88.585.918 ações ordinárias e 149.398.219 preferenciais.
A venda da participação foi fechada a um preço de R$ 0,39 por ação com direito a voto e R$ 0,40 por ação sem direito a voto.
Para o pagamento, a Nemesis acertou um plano de dez parcelas anuais. A primeira delas será quitada somente em 23 de setembro de 2026, com as seguintes parcelas sendo pagas sucessivamente nos aniversários do fechamento do negócio.
João Carlos Mansur, fundador da Reag, também renunciou ao cargo de presidente do conselho da Azevedo e será substituído por Josedir Barreto, que já ocupava uma cadeira no colegiado.
Agora, com uma participação de 54,3% na Azevedo e Travassos, o fundo terá que fazer uma Oferta Pública de Aquisição (OPA), conforme as regras do mercado. A CVM exige que, quando o controle de uma empresa muda de mãos, o novo controlador deve fazer uma oferta para comprar as ações dos minoritários.
Essa medida é uma forma de protegê-los, garantindo o direito de sair da empresa e vender suas ações nas mesmas condições oferecidas ao acionista que vendeu o controle. No leilão, as ações serão oferecidas a um preço mínimo equivalente a 80% do valor pago nas ações ordinárias e preferenciais.
Outro movimento no meio disso tudo foi a venda da subsidiária da Azevedo, MKS Soluções Integradas, para o fundo Camaçari por R$ 1.
Quem é Azevedo & Travassos
Apesar de ter nome de firma de advocacia, a Azevedo e Travassos é uma holding de infraestrutura, hoje formada por três empresas operacionais: Azevedo & Travassos Infraestrutura, Heftos Óleo & Gás Construções e MKS Soluções Integradas.
- CONFIRA: Grandes especialistas revelam onde estão as melhores oportunidades do momento no podcast Touros e Ursos, do Seu Dinheiro; veja agora
A empresa foi criada em 1922 como uma construtora, que ganhou destaque ao participar de projetos que ajudaram a modernizar o Brasil. Entre suas obras estão a construção da Rodovia Rio-São Paulo (a atual Via Dutra), a Ferrovia do Aço e a Usina Hidrelétrica de Furnas.
Na década de 1980, a companhia abriu seu capital na bolsa, mergulhando de vez no setor de óleo e gás, que rapidamente se tornou o pilar de seu faturamento. Essa aposta, no entanto, também virou seu grande calcanhar de Aquiles.
Com a grave crise da Petrobras na década de 2010, o principal motor de receita da companhia parou de funcionar. A queda foi drástica: a receita bruta média, que chegava a R$ 321 milhões entre 2013 e 2015, desabou para R$ 2,3 milhões em 2019, levando a construtora a enfrentar uma de suas maiores crises, mas a gestão fez de tudo para evitar uma recuperação judicial.
Em 2019, o acionista controlador da construtora, a Helber, decidiu entregar sua participação à gestora Rocket Capital. O novo investidor trouxe recursos e garantias à empresa, além de executivos especialistas em reestruturação financeira. A partir daí, iniciou-se um trabalho de renegociação de dívidas e reestruturação.
A partir daí, a Azevedo mudou o foco. A estratégia se concentrou em abandonar projetos de construção tradicionais e focar em contratos de longo prazo, como concessões de saneamento, gás e infraestrutura. A companhia também começou a colocar um pezinho no petróleo, nos moldes da Prio (PRIO3).
Em 2024, a Azevedo & Travassos passou por uma cisão estratégica para se dividir em duas novas empresas. O objetivo era separar a parte mais endividada, que concentrava as operações de óleo e gás (a Azevedo & Travassos Energia, que abriu capital na bolsa em 2025), do resto do negócio.
Foi aí que a Reag entrou na Azevedo & Travassos, junto com a 4i Capital. As duas assumiram o controle ano passado.
“Quem apostar contra a Petrobras (PETR4) vai perder”, diz a presidente da estatal. Mas o mercado também pensa assim?
A resposta dos analistas para essa pergunta não é um consenso; saiba o que está por vir e o que fazer com o papel depois dos resultados robustos do terceiro trimestre de 2025
Sequência do game mais vendido de todos os tempos é adiada de novo — e o medo do fracasso é um dos motivos
Com fracasso do Cyberpunk 2077 como referência, estúdio responsável pelo GTA 6 opta por ganhar tempo para alcançar o nível de qualidade esperado
Embraer (EMBJ3) está descontada na bolsa, e JP Morgan eleva preço-alvo para potencial de alta de até 42%
O JP Morgan atualizou suas estimativas para a ação da Embraer (EMBJ3) para R$ 108 ao final de dezembro de 2026. A nova projeção não está tão distante da anterior, de R$ 107 por ação, mas representa uma alta de até 27%. Incluindo a divisão EVE, subsidiária de veículos elétricos de pouso vertical, os chamados […]
Laranjinha vs. Roxinho na Black Friday: Inter (INBR32) turbina crédito e cashback enquanto Nubank (ROXO34) aposta em viagens
Inter libera mais de R$ 1 bilhão para ampliar poder de compra no mês de novembro; Nubank Ultravioleta reforça benefícios no Nu Viagens
Cemig (CMIG4) vira ‘moeda de troca’ de Zema para abater dívidas do Estado e destravar privatização
O governador oferta a participação na elétrica para reduzir a dívida de MG; plano só avançaria com luz verde da assembleia para o novo modelo societário
Petrobras (PETR4) ignora projeção, tem lucro 2,7% maior no 3T25 e ainda pagará R$ 12,6 bilhões em dividendos
Nos cálculos dos analistas ouvidos pela Bloomberg, haveria uma queda do lucro entre julho e setembro, e os proventos viriam na casa dos R$ 10 bilhões
Banco ABC Brasil (ABCB4) quer romper o teto histórico de rentabilidade e superar os 15% de ROE: “nunca estamos satisfeitos”, diz diretor
Mesmo com ROE de 15,5%, o diretor financeiro, Ricardo Moura, afirma que está “insatisfeito” e mapeia as alavancas para entregar retornos maiores
Magazine Luiza (MGLU3) tem lucro quase 70% menor no 3T25 e CFO culpa a Selic: “ainda não estamos imunes”
A varejista registrou lucro líquido ajustado de R$ 21 milhões entre julho e setembro; executivo coloca o desempenho do período na conta dos juros elevados
“Estamos vivendo um filme de evolução”, diz CFO da Espaçolaser (ESPA3). Receita e Ebitda crescem, mas 3T25 ainda é de prejuízo
A rede de depilação fechou o trimestre no vermelho, mas o diretor Fabio Itikawa vê 2025 como um ano de reconstrução: menos dívida, mais caixa e expansão apoiada em franquias
Cogna (COGN3) acerta na lição de casa no 3T25 e atinge menor alavancagem em 7 anos; veja os destaques do balanço
A companhia atribui o resultado positivo do terceiro trimestre ao crescimento e desempenho sólido das três unidades de negócios da empresa: a Kroton, a Vasta e a Saber
Axia (ELET3): após o anúncio de R$ 4,3 bilhões em dividendos, ainda vale comprar a ação da antiga Eletrobras?
Bancos consideraram sólido o desempenho da companhia no terceiro trimestre, mas um deles alerta para a perda de valor do papel; saiba o que fazer agora
Adeus home office: Nubank (ROXO34) volta ao escritório por “custos invisíveis”; funcionários terão tempo para se adaptar ao híbrido
O Nubank se une a diversas empresas que estão chamando os funcionários de volta para os escritórios
Minerva (BEEF3) tem receita líquida e Ebitda recordes no 3T25, mas ações desabam na bolsa. Por que o mercado torce o nariz para o balanço?
Segundo o BTG Pactual, com um trimestre recorde para a Minerva, o que fica na cabeça dos investidores é: o quão sustentável é esse desempenho?
Rede D’Or (RDOR3) brilha com lucro 20% acima das expectativas, ação é a maior alta da bolsa hoje e ainda pode subir mais
No segmento hospitalar, a empresa vem conseguindo manter uma alta taxa de ocupação dos leitos, mesmo com expansão
Vai caber tudo isso na Raposo Tavares? Maior empreendimento imobiliário do Brasil prepara “cidade própria”, mas especialistas alertam para riscos
Reserva Raposo prevê 22 mil moradias e até 80 mil moradores até 2030; especialistas alertam para mobilidade, infraestrutura e risco de sobrecarga urbana
iPhone, iPad, MacBook e mais: Black Friday da iPlace tem produtos da Apple com até 70% de desconto, mas nem tudo vale a pena
Rede autorizada Apple anuncia descontos em iPhones, MacBooks, iPads e acessórios, mas valores finais ainda exigem avaliação de custo-benefício
Banco ABC Brasil (ABCB4) corta guidance e adota tom mais cauteloso para 2025, mesmo com lucro e rentabilidade em alta no 3T25
O banco entregou mais um trimestre previsível, mas decidiu ajustar as metas para o ano; veja os principais números do resultado
O melhor está por vir para a Petrobras (PETR4)? Balanço do 3T25 pode mostrar que dividendo de mais de R$ 10 bilhões é apenas o começo
A produção de petróleo da estatal deve seguir subindo, de acordo com bancos e corretoras, abrindo caminho para novas distribuições robustas de proventos aos acionistas
Empreender na América Latina exige paciência, mas o país menos burocrático da região vai deixar você de queixo caído
Estudo internacional mostra que este país reduziu o tempo para abrir empresas e agora lidera entre os países latino-americanos, enquanto outro enfrenta o maior nível de burocracia
Serena Energia (SRNA3) está mais perto de se unir à lista de empresas que deram adeus à bolsa, após Ventos Alísios comprar 65% da empresa
A operação é resultado do leilão realizado no âmbito da oferta pública de aquisição (OPA) para fechamento de capital e saída da Serena do segmento Novo Mercado da B3
