A proposta da presidência da COP30 para maximizar as ações de combate às mudanças climáticas
A carta oferece uma oportunidade para que atores não diretamente envolvidos nas negociações, como governos subnacionais, setor privado, academia e sociedade civil, liderem iniciativas

Trinta ações, seis eixos e um objetivo: impulsionar a ação climática globalmente . Esse é o principal teor da nova carta divulgada pela presidência brasileira da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP30), encabeçada pelo embaixador André Corrêa do Lago, nesta sexta-feira (20).
O documento propõe a definição de uma agenda de ação global a ser adotada pelos países signatários da Convenção do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês) e por “todos aqueles dispostos a agir decisivamente diante da urgência climática, por meio de uma agenda de ação ambiciosa e integrada na COP30.”
A proposta articula 30 ações específicas, distribuídas em seis eixos estratégicos. Elas visam operacionalizar o Balanço Global (GST, na sigla em inglês), que é o documento de avaliação das metas do Acordo de Paris — principal tratado internacional sobre mudanças climáticas, aprovado em 2015 durante a COP21.
- VEJA MAIS: Como investir como os maiores nomes do mercado? O podcast Touros e Ursos, do Seu Dinheiro, traz grandes especialistas para ajudar o investidor a tomar decisões assertivas; veja aqui
O documento propõe que o GST passe a ser uma espécie de Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, na sigla em inglês), para a escala global, e descreve a agenda de ações como “um reservatório de iniciativas que conectem ambição climática a oportunidades de desenvolvimento, por meio de investimentos, inovação, finanças, tecnologia e capacitação.”
A proposta inova ao inverter o processo das COPs anteriores, nas quais a agenda de ação climática era definida durante as negociações realizadas nas conferências. Agora, os debates partirão de temas já aprovados no Balanço Global, buscando avançar para a implementação com base nesse consenso legitimado entre países e setores subnacionais.
Na carta, o presidente da conferência enfatiza que todas as estruturas criadas para a COP30, que ocorrerá em novembro em Belém, somam-se a esta iniciativa.
Leia Também
“Primeiro a mobilização, a reunião dos chefes de Estado, a negociação em si e a agenda de ação em que nós estamos identificando uma fortíssima oportunidade para a gente conseguir acelerar a implementação”, ressalta Corrêa do Lago.
Abordagem integrada para maximizar as ações climáticas
O documento destaca ainda os resultados do Sexto Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), iniciativa científica de monitoramento das mudanças climáticas.
O IPCC enfatiza que a colaboração de todos os setores globais, e não apenas dos governos signatários do Acordo de Paris, é crucial para maximizar os benefícios da agenda climática. Essa abordagem integrada evita ações isoladas e de impacto limitado, promovendo um efeito cascata transversal.
Diante dessa avaliação, Corrêa do Lago afirma que a agenda de ações se apresenta como uma oportunidade para que diversos atores, que não participam diretamente das negociações, como governos subnacionais, o setor privado, a academia e a sociedade civil, assumam a liderança nas iniciativas.
“Muitas vezes é o setor privado, por exemplo, que se antecipa ao governo na implementação dos acordos”, ressalta.
A carta orienta ainda que essas medidas devem ser pensadas com flexibilidade e adaptabilidade aos diferentes contextos geográficos, econômicos e sociais.
“A natureza multifacetada do desafio climático exige que as soluções inovadoras sejam adaptadas de acordo com as circunstâncias regionais, nacionais e locais para beneficiar mais comunidades e países", reforça a carta assinada por Corrêa do Lago.
De acordo com o documento, uma “consulta inclusiva”, envolvendo todos os setores, será conduzida por Nigar Arpadarai e Dan Ioschpe, Campeões de Alto Nível da COP29 e COP30, respectivamente.
O objetivo é estabelecer uma visão e um plano de cinco anos para a agenda de ação. Além disso, grupos de trabalho serão formados em cada área temática durante o desenvolvimento dos resultados da COP30.
“As principais reclamações sobre o processo de negociação são que a gente assina documento e nada acontece, então a arquitetura que está pensada para viabilizar a implementação do GST, aprovado por 198 países, prevê ainda 420 reuniões para a COP30”, complementa o presidente designado da COP30.
Os seis eixos e as trinta ações do Balanço Global
Confira as 30 ações propostas pela presidência da COP30 para a implementação do Balanço Global, organizadas por eixos.
Eixo 1: Transição energética, da indústria e dos transportes
1. Triplicar as energias renováveis e duplicar a eficiência energética,
2. Acelerar as tecnologias de emissões zero e baixas em setores críticos,
3. Garantir o acesso universal à energia e
4. Abandonar os combustíveis fósseis, de forma justa, ordenada e equitativa.
Eixo 2: Gestão das florestas, oceanos e biodiversidade
5. Investimentos para acabar e reverter o desmatamento e a degradação florestal,
6. Esforços para conservar, proteger e restaurar a natureza e os ecossistemas com soluções para o clima, a biodiversidade e a desertificação, e
7. Esforços para preservar e restaurar os oceanos e os ecossistemas costeiros.
Eixo 3: Transformação da agricultura e dos sistemas alimentares
8. Recuperação de terras e agricultura sustentável,
9. Sistemas alimentares mais resistentes, adaptáveis e sustentáveis, e
10. Acesso equitativo a alimentos e nutrição adequados para todos.
Eixo 4: Criação de resiliência para as cidades, infraestruturas e oferta de água
11. Governança em vários níveis,
12. Construções e edifícios sustentáveis e resilientes,
13. Desenvolvimento urbano resiliente, mobilidade e infraestruturas,
14. Gestão da água e
15. Gestão dos resíduos sólidos.
Eixo 5: Promoção do desenvolvimento humano e social
16. Promoção de sistemas de saúde resilientes,
17. Redução dos efeitos das mudanças climáticas na erradicação da fome e da pobreza,
18. Educação, capacitação e criação de emprego para fazer face às mudanças climáticas,
19. Cultura, patrimônio cultural, e ação climática.
Eixo 6: Promoção e aceleração de capacidades, incluindo financiamento, transferência tecnológica, fortalecimento e desenvolvimento de habilidades
20. Financiamento climático e sustentável, integração do clima nos investimentos e seguros,
21. Contratos públicos integrados no clima,
22. Harmonização dos mercados de carbono e das normas de contabilização do carbono,
23. Clima e comércio,
24. Redução de gases além do CO2,
25. Desenvolvimento e acesso a tecnologias climáticas,
26. Governança, capacitação de estatais e reforço institucional para a ação climática, planejamento e preparação,
27. Inteligência artificial, infraestruturas públicas digitais e tecnologias digitais,
28. Inovação, empreendedorismo climático e pequenas e microempresas,
29. Bioeconomia e biotecnologia,
30. Integridade da informação sobre mudanças climáticas.
*Com informações da Agência Brasil
Por que essas duas empresas gringas estão investindo R$ 20 bilhões no Brasil — e como esse dinheiro será usado
Nestlé e Mercado Livre tem operações gigantescas no país e pretendem apostar ainda mais dinheiro no mercado nacional
Presidente da Petrobras (PETR4) torce por dividendos extraordinários, mas pagamento depende de fator ‘incontrolável’
O pagamento extra pode também ajudar o governo a fechar as contas — mas há dúvidas se a estatal será capaz de bancar esse custo
Irmãos Batista são eleitos para comandar conselho da JBS S.A., subsidiária da holding após internacionalização
Estrutura da JBS NV, com sede na Holanda, segue inalterada
Dividendos e JCP: Bradesco (BBDC4) vai distribuir R$ 3 bilhões em proventos; confira os detalhes
O banco vai pagar proventos aos acionistas na forma de juros sobre capital próprio, mas a data para receber ainda está longe
Huawei lança no Brasil celular de R$ 33 mil — o primeiro do mundo com tela que dobra em três
O anúncio foi feito em um evento em São Paulo, onde a empresa também revelou planos para inaugurar sua primeira loja física no país
Sinal amarelo para a WEG (WEGE3): entenda por que a queridinha dos investidores é vista com cautela pelos bancos
Mesmo com demanda forte e avanço até 2028, a companhia pode estar enfrentando um ponto de inflexão na rentabilidade
BC autoriza injeção bilionária no Master — mas banco ainda precisará de outra capitalização de R$ 1 bilhão se quiser ser vendido para o BRB
Um aumento de capital de R$ 2 bilhões no banco foi um dos requisitos do BRB para comprar a metade do Master; veja o que falta para a transação sair do papel
Leilão de petróleo da ANP tem 34 de 172 blocos arrematados, incluindo áreas na Foz do Amazonas; Petrobras e Chevron são destaque
Evento ocorreu em meio a protestos e críticas sobre a exploração de petróleo na região amazônica
Brasil lidera com a ONU iniciativa para colocar justiça e humanidade no centro das negociações climáticas rumo à COP30
O Balanço Ético Global quer pressionar governos a apresentar novos planos climáticos mais justos e ambiciosos antes da COP30 e levar as demandas das comunidades mais afetadas para a mesa de negociação
Embraer (EMBR3) traz boas notícias do Paris Air Show, e ação salta mais de 4% na bolsa
Hoje, a SkyWest é a maior operadora do E175, com mais de 260 aeronaves da Embraer
CVM já tem votos para absolver ex-conselheiro do BRB em caso de conflito de interesse
Romes Gonçalves Ribeiro teria assumido o cargo em uma empresa concorrente do banco sem mencionar relação e omitido as informações, segundo a acusação
Dividendos e JCP: WEG (WEGE3) e Cemig (CMIG4) vão distribuir quase R$ 1 bilhão em proventos; confira os prazos
Além da queridinha dos investidores e da companhia do setor elétrico, a Hypera (HYPE3) também pagará proventos em forma de juros para seus acionistas; confira quem pode receber
Controladora do aeroporto de Guarulhos chega a acordo com credores e evita (por enquanto) a rota da recuperação judicial
Invepar chegou a acordo com credores na véspera de uma assembleia geral extraordinária, que deliberaria sobre o possível pedido de recuperação judicial
A compra do Banco Master pelo BRB finalmente vai sair do papel? Cade aprova acordo sem restrições; veja quais os próximos passos
A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica aprovou, sem restrições ou remédios, a transação anunciada pelas duas instituições
Fundo Amazônia bate recorde ao destinar mais de R$ 1 bilhão para projetos; confira os detalhes
Desde sua criação, o fundo já investiu R$ 2,7 bilhões em 133 iniciativas para conservação, monitoramento e desenvolvimento sustentável do bioma
O casamento da BRF (BRFS3) e da Marfrig (MRFG3) subiu no telhado? CVM adia AGE de votação da fusão após questionamentos de minoritários
A Comissão de Valores Mobiliários decidiu adiar as votações da fusão após receber pedidos de acionistas minoritários; entenda os questionamentos
Direcional (DIRR3) promete dividendos milionários na conta e quer ações com preços mais atrativos na bolsa
Na noite passada, o conselho de administração da construtora propôs um pagamento milionário de dividendos e o desdobramento das ações DIRR3; entenda
Multiplan (MULT3): após recompra bilionária de ações, CFO diz que alavancagem não preocupa e que está sempre de olho em oportunidades
Em entrevista ao Seu Dinheiro, Armando D’Almeida Neto fala também sobre o impacto dos juros altos no negócio e o desafio de antever para onde as cidades vão crescer
Dividendos e JCP: Itaúsa (ITSA4) e Energisa (REDE3) vão distribuir mais de R$ 700 milhões em proventos; veja quem tem direito a receber
A holding do Itaú (ITUB4) vai pagar proventos aos acionistas na forma de juros sobre capital próprio; confira os detalhes
Sai Localiza (RENT3), entra Cyrela (CYRE3): confira as mudanças na carteira ESG do BTG Pactual em junho
A carteira investe em ativos com valuation atrativo e é focada em empresas que se beneficiam ou abordam temas ambientais, sociais e de governança